Mutações do SARS-CoV-2 foram detectadas em países que controlaram pouco a pandemia; Brasil é risco global, alertou OMS

Matéria retirada do site do Brasil de Fato. 

Vírus mais transmissíveis, que levam a quadros de infecções mais graves e afetam, inclusive, a jovens e crianças. Essas são algumas das características das novas variantes do coronavírus detectadas no Brasil.

A mais recente tem o nome N9 e foi identificada pela Fiocruz nesta semana. Outras duas, chamadas de P.1 e P.2, foram identificadas nos últimos cinco meses e já se espalharam pelo país.

Até a última quinta-feira (18), o Brasil registrou 2.724 mortos por covid-19, e o total de vítimas chegou a 287.499 desde o início da pandemia, em março de 2020. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, na última sexta-feira (12), que o Brasil representa “um risco para todo o mundo”. 

“Certamente gostaríamos de ver o Brasil em uma direção contrária. O sistema de saúde do país está sob grande pressão. É preciso levar a situação a sério. O que acontece no Brasil tem consequências mundiais”, disse o diretor-executivo da OMS, Mike Ryan, à época.

Apesar de não haver comprovação de que sejam mais letais, sabe-se que as novas variantes infectam mais rápido e com maior intensidade, o que tem acelerado o número de internações e o colapso do sistema de saúde no país. Atualmente, 16 estados estão com mais de 90% dos leitos ocupados. 

“Essa variante [P.1] tem uma transmissibilidade até 8 vezes maior que a cepa original, e tem gerado uma doença mais grave, principalmente em jovens, que antes eram pouco comprometidos”, explica Marcos Boulos, epidemiologista e professor da faculdade de medicina da USP.

“Isso sobrecarrega mais o sistema de saúde porque os jovens, por terem uma resistência maior, ficam mais tempo na UTI. Há uma disponibilidade de leitos menor também por causa disso.”

Integrante do comitê de contingenciamento do novo coronavírus no estado de São Paulo, o médico alerta que a situação é preocupante e que nunca havia presenciado algo parecido durante sua carreira.

“Eu já participei de muitas epidemias, aqui e pelo mundo, não só no Brasil, mas nunca tinha visto coisa parecida como a que estamos vivendo. Nós estamos numa situação dramática.”

Novas versões mais perigosas que original

Variantes são novas versões do agente biológico original, que ao longo do tempo sofreu mutações devido a grande circulação entre as pessoas. Cientistas explicam que esse tipo de modificação já era esperada, pois a covid-19 é um vírus com alto potencial de mutação.

O problema é quando as novas versões são mais perigosas que a original. Após o surgimento dessas mutações, o número de óbitos cresceu 71%. Só na última semana foram registradas mais de 12 mil mortes por covid-19. 

Além do poder de contaminação maior, as variantes brasileiras também estariam levando pacientes internados por covid-19 a desenvolverem quadros mais graves de infecção, segundo Paulo Correa, pneumologista que atua em Belo Horizonte (MG).

“Quadros de encefalite viral, que não aconteciam antes, têm acontecido, assim como acometimento do miocárdico associado a covid-19. Encontramos pacientes com mais complicação bacteriana também. Então, o cenário atual é de extrema preocupação”, alerta o especialista.

Além do Brasil, países que pouco controlam a pandemia, como Reino Unido, Estados Unidos e a África do Sul, também detectaram mutações perigosas. 

A mais preocupante é a encontrada no país africano. A variante demonstrou ser resistente às vacinas. Contra a mutação identificada na África do Sul, a vacina da Oxford, por exemplo, teve eficácia de apenas 20%.

Vacinação lenta

O imunizante mais eficiente contra as novas variantes tende a ser a CoronaVac, produzida pela China. O motivo apontada é pelo imunizante ser desenvolvido com o vírus inativado como um todo, e não só com as cepas, onde justamente ocorrem as mutações.

Segundo o Governo do Estado de São Paulo, mais de 22 milhões de doses do CoronaVac já foram distribuídas.

Porém, com o ritmo lento da campanha de vacinação – apenas 5% da população brasileira foi vacinada –, os riscos de surgimento de novas variantes ainda mais perigosas são grandes.

Medidas restritivas

Para especialistas entrevistados pelo Brasil de Fato, a prioridade deve ser a contenção da propagação do vírus, com medidas de restrições de circulação de pessoas mais rígidas, como o lockdown, combinado ao apoio financeiro aos trabalhadores, como o auxílio emergencial.

“Nós não estamos fazendo isolamento. A variante nova está pipocando. E a gente tem um estudo pequeno, ainda muito inicial, para poder dizer que vai afetar a vacina”, afirma o pneumologista Paulo Correa.

Sobre o uso de máscaras, o médico Marcos Boulos afirma que mais importante do que investir em modelos novos, como a N95 e PFF2, é garantir o uso constante do acessório de modo correto.

“Seja variante, seja o vírus original, ele vem acoplado à cutícula de saliva. Portanto, se você usar máscara, a gotícula de saliva não passa. Se você usar a máscara bem aderida, cobrindo todo o rosto, ela não deve passar”, afirma.

“É necessário que a gente tome cuidado porque é uma doença que veio para valer. Se nós não tomarmos cuidado, em agosto teremos mais de 500 mil mortos no Brasil”, projeta.

 

 

 

Redução prevista no orçamento de 2021 inviabiliza funcionamento das instituições, avaliam reitores em coletiva

Matéria retirada do O Globo. 

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) teme que o corte de R$ 1,178 bilhão no orçamento de universidades federais para 2021 tenha como consequência imediata o aumento na evasão escolar. Presidente da entidade, Edward Madureira Brasil, que é reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), em entrevista coletiva nesta quinta-feira, informou que os recursos federais destinados aos programas de assistência estudantil foram reduzidos em pouco mais de R$ 20,5 milhões.

=A situação é extremamente grave. É a assistência estudantil que permite que universitários de baixa renda estudem — diz Madureira Brasil.

O reitor informa que 25% dos estudantes universitários do país vêm de famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo e 50% de famílias com renda inferior a um salário mínimo e meio. Para esse estudante conseguir acompanhar as atividades, é necessário bolsa-alimentação, bolsa-moradia, assistências diversas.

— Os recursos que eram de R$ 1 bilhão, em 2019, já caíram em 2020 e, agora, tem o corte adicional de R$ 237 milhões, quase 20%. Ou seja, (veremos uma) consequente evasão imediata desse estudantes — afirmou Madureira, acrescentando que muitos universitários utilizam recursos para alimentar suas famílias: — Esse público é o mesmo do auxílio-emergencial. Muitas vezes a alimentação na casa se resolve com essa bolsa de assistência estudantil.

Além da assistência estudantil, a redução prevista atingirá a manutenção e funcionamento das atividades essenciais de 69 universidades federais, além de seis criadas recentemente, afetando mais de 320 campi em todos os estados do pais.

No Projeto de Lei Orçamentária enviado ao Congresso Nacional (PLOA) para 2021, a redução para a Educação é de 18,2%, equivalente a R$ 1.056 bilhões em relação aos valores de 2020. No relatório setorial de Educação da CMO, houve novos cortes, levando a uma redução de mais R$ 121.817.870, que totaliza R$ 1.178 bilhões.

—  Isso inviabiliza o funcionamento das universidades. Muitas delas já  carregam dívidas do ano anterior e têm orçamento congelado há cinco anos. Agora teremos R$ 1,18 bilhão a menos e num cenário onde o custo das universidades certamente crescerá em função de adequações para o retorno presencial, a necessidade de EPIs e de plataforma de ensino remoto (por conta da pandemia) que terão que ser contratadas. O orçamento que precisa crescer, diminui e levará ao colapso do sistema todo ao longo do ano — acrescentou o presidente da Andifes.

Diálogo com parlamentares

O caminho para que o orçamento não seja aprovado é, segundo reitores que participaram da coletiva, dialogar com parlamentares.

— Temos aqui em Goiás 17 deputados e três senadores. Precisamos falar com os 20.  Aqui foi feita uma frente ampla envolvendo todas as universidades e institutos federais, entidades representativas e produzimos documento que está sendo entregue a cada deputado e senador.  O momento agora é de pressionar os parlamentares — ressaltou o presidente da Andifes.

— Sensibilizar os parlamentares é fundamental — acrescentou a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho.

A reitora destacou o trabalho desenvolvido dentro dos laboratórios de pesquisa das instituições e afirmou que  o orçamento deve ser visto como investimento:

— Não havia nenhum pesquisador no Brasil trabalhando com o novo coronavírus. Hoje nós temos muita produção de conhecimento em coronavírus. Temos cerca de 15 vacinas em desenvolvimento, quatro das quais em fase perto de teste clínico. Vejam a potência instalada nas nossas universidades. Portanto, nosso orçamento não e gasto. É investimento.

Reitora da UFSB, Joana Angélica Guimarães da Luz explicou que as pesquisas desenvolvidas pelas instituições estão ameaçadas:

— (O corte) ameaça as pesquisas de maneira geral.  Certamente, as de Covid estão envolvidas neste processo. O que está sendo cortado da universidade é exatamente o investimento em custeio que muitos dos nossos laboratórios e muitas das nossas pesquisas dependem para continuar funcionando. Chegou um momento em que muitos dos nossos laboratórios estão comprometidos. Estão comprometidos insumos, manutenção de equipamento, uma série de itens.

Também participaram da coletiva os reitores  Marcus Davis, da UFJF; Luis Eduardo Bovolato, da UFT; Paulo Burmann, da UFSM; Ubaldo Cesar Balthazar, da UFSC; José Daniel Diniz Melo, da UFRN; e José Geraldo Ticianeli, da UFRR.

 

 

 

“Tem dia que é difícil levantar da cama, mas o que nos move é maior. E a esperança somos nós com essa nossa luta potente”. Assim resumiu a tenacidade feminina que se insurge na sociedade machista brasileira a integrante da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, Zezé Menezes, na live organizada pelo Sintufrj, na quinta-feira, 18 de março, e que se encontra à disposição no canal da entidade no youtube e no facebook. 

Uniram-se à voz de Zezé na atividade a ativista LGBTI, Dani Nunes, mulher trans, a assistente social do Centro de Referência para Mulheres da UFRJ, Marisa Chaves, e Clarice Ávila, secretária de Cultura da CUT-Rio. O tema da roda de conversa foi “A luta da mulher contra a violência no contexto pandêmico”, que teve como mediadora a coordenadora do Sintufrj, Marisa Araújo. 

 “Este é um mês de reflexão para as mulheres e março também marca a data em que celebramos nossas lutas históricas e suas protagonistas. Nesta live reunimos diferentes vozes de mulheres guerreiras e que estão na luta”, disse a dirigente sindical na abertura do bate-papo.

Mulheres negras na linha de frente da violência da extrema miséria imposta pelo governo Bolsonaro

A secretária de Cultura da CUT-Rio, Clarice Ávila, chamou a atenção sobre um tipo de violência que cresceu no governo Bolsonaro, que é a violência econômica imposta à mulher negra. “Precisamos fazer esse debate, mas de forma propositiva para tentarmos diminuir essa problemática. Temos um genocida no poder e também temos vários genocidas nos estados e municípios que acabaram com as delegacias de mulheres e com os atendimentos especializados”, apontou. “Falar sobre isso nunca é demais, como nunca é demais defender a vida de uma mulher”, reforçou. 

Vidas negras femininas são as mais perdidas, afirmou Zezé Menezes, da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo. “Por conta do racismo estrutural são as mulheres negras e das periferias que mais morrem”, fundamentou. Como participante da  Coalizão Negra por Direitos, ela informou amparada em números da realidade atual, “que o número de pessoas em situação de extrema pobreza no país dobrou em um ano e trouxe a fome com mais força”. 

A militante espera conseguir adesões à campanha TEMGENTECOMFOME.COM.BR, criada com o propósito de  para assistir as famílias nessa situação.

De acordo com a ativista trans Dani Nunes, atualmente existe a violência política de gênero e de identidade de gênero. Ela defende que a discussão desse tema seja provocada na sociedade  para que as mulheres tenham conhecimento real sobre o que ocorre.  

“Hoje sofremos essa violência que é pouco conhecida, por isso é importante fazermos esse debate para podermos combatê-la”, disse Dani Nunes. 

E avisa: “A política institucional não nos acolhe. É dominada por homens que se incomodam com nossos corpos trans, mas é bom que se acostumem porque é um movimento que não terá volta”.

A assistente social Mariza Chaves falou sobre a representação política das mulheres no Brasil e apresentou dados da última eleição municipal para as câmaras e prefeituras. 

“Precisamos ocupar os lugares de poder nos partidos políticos, independente do estereótipo de gênero reproduzido nessa cultura patriarcal e racista”, afirmou.

Mariza Chaves reforçou o alerta da dirigente cutista, Clarice Ávila, em relação as mulheres estarem sem proteção social na  pandemia, em consequência da desativação de delegacias e centros de acolhimento, e colocou o serviço do Centro de Referência da Mulher da UFRJ à disposição de quem necessitar de ajuda. 

Atenção para os contatos do CRM/UFRJ:

Telefone – (21) 3938-0603; e-mail: crmssa.ufrj@gmail.com – a disposição de quem precisar.

Participação pelo chat

Durante a live, várias pessoas se manifestaram, como a Princila Mello, que elogiou a atividade: “Um debate muito importante! A violência contra nossos corpos se dá em todos os espaços. Não à toa a primeira vítima de Covid no Brasil foi uma trabalhadora doméstica, mulher e negra. #ForaBolsonaro”. 

As debatedoras foram muito elogiadas, um dos elogios foi da  coordenadora do Sintufrj, Joana de Angelis: “​Parabéns a todas as debatedoras pelas falas tão importantes nessa conjuntura de tanta angústia e opressão. A luta não é fácil, mas continuaremos firmes até que todas sejam livres!”

CONFIRA O DEBATE NA ÍNTEGRA: 

 

 

Em 2003, apesar de ter encontrado o país endividado e com uma inflação de 12,53%, Lula conseguiu derrubar a inflação para 7,60% e segurar aumentos dos alimentos

Matéria retirada do site da CUT. 

Nos dois primeiros anos do seu governo, Jair Bolsonaro (ex-PSL) não decepcionou os ricos que o elegeram: protegeu o patrimônio e a renda de quem tem muito dinheiro e sufocou os mais pobres e os trabalhadores e trabalhadoras, que vivem de bicos e salários.

Os dados econômicos são a prova disso. Entre o início de 2021 e o mesmo período em 2019 , dois primeiros anos da gestão Bolsonaro, o preço da cesta básica de alimentos subiu 32,56%, na capital de São Paulo.  O presidente já disse várias vezes que não entenda e de economia, não deve entender nada também sobre as necessidades do povo brasileiro.

Em 2003, apesar de ter encontrado o país endividado e com uma inflação de 12,53%, Lula conseguiu derrubar o índice para 7,60%  e a cesta básica subiu em dois anos de seu governo 8,49% . Com Dilma, aconteceu o mesmo. Nos seus dois primeiros anos de mandato, a cesta subiu 18,02%, índices bem abaixo do atual governo.

Mesmo antes de Lula conseguir aprovar a política de valorização do salário mínimo, iniciada em 2004, o trabalhador que ganhava o piso da época conseguia comprar uma cesta básica e meia (1,51). Já com Dilma, com os reajustes do mínimo acima da inflação, o trabalhador levava para casa quase duas cestas e meia (2,41), apesar do índice inflacionário ter sido maior do que o mesmo período de Lula.

Com Bolsonaro, que acabou com a política de valorização do mínimo, se compararmos os dois primeiros anos, quando o piso chegou a R$ 1.045,00, o trabalhador só conseguiu comprar pouco mais de uma cesta e meia (1,61).

No último levantamento feito pelo UOL, já com o salário atual de R$ 1.100, o brasileiro gasta em média mais da metade (54,23%) do salário mínimo líquido para comprar a cesta básica. Na cidade de São Paulo, que detém o segundo maior preço pelo conjunto de produtos, o percentual de comprometimento da renda chega a 62,85%.

Qual é a causa da carestia

A carestia sentida pela população pobre não pode ser apenas creditada à pandemia do novo coronavírus, explica a supervisora da área de preços do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que analisa o Índice de Custo de Vida (IVC), Patrícia Costa. De acordo com ela, o desmonte das políticas públicas e os privilégios concedidos ao agronegócio.

Nos governos anteriores, diz, havia políticas públicas responsáveis pela abertura de vagas de trabalho e, consequentemente, aumentou o consumo da população e da inflação, mas ainda assim o poder de compra do trabalhador era preservado.

”O que chama a atenção no atual aumento de preços e na queda do poder de compra da população, é que são resultados do desmonte explícito de políticas públicas, que garantiam preços acessíveis dos alimentos e reajustes salariais acima da inflação para o trabalhador. Hoje o interesse é o lucro do agronegócio”, diz Patrícia.

Ainda de acordo com a supervisora do Dieese, antes, pelo menos, havia esperança e a possibilidade do governo fazer ações de desenvolvimento e inclusão, o que não ocorre agora.

“Numa situação de desmonte, a crise recai sobre os ombros de quem ganha menos”, afirma.

Inflação é mais sentida pelos pobres

Desde o início da pandemia, em março do ano passado até fevereiro deste ano, a inflação sentida pelas famílias brasileiras mais pobres foi de 6,75%. Essa taxa representa o dobro do impacto para as famílias mais ricas, de 3,43% no mesmo período, segundo os dados do indicador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de inflação por faixa de renda.

O vilão da inflação maior para essas famílias, que ganham menos do que R$ 1.650,50,  são os preços dos alimentos que consomem em média 25% do seu orçamento. Já os mais ricos, com renda superior a R$ 16.509,66 gastam menos de 10% dos seus orçamentos na compra da alimentação.

Carne: exemplo da queda do poder de compra com Bolsonaro

De acordo com o Dieese, em uma reportagem de 2011, no portal G1, ao analisar a evolução do salário mínimo, por exemplo, em 1959, se todo o valor fosse destinado à compra de carne, seriam adquiridos 85 kg do produto na capital de São Paulo; já em 1995, todo o mínimo conseguiria adquirir apenas 21 kg; e, em 2009, 37 kg, exemplificou à época o instituto, demonstrando que a política de valorização do salário mínimo já surtia efeito.

Mas, se continuarmos a comparação do valor de hoje do mínimo (R$ 1.100) em relação ao preço de R$ 40,00, de um quilo de carne de segunda, em um supermercado da zona oeste da capital paulista, o trabalhador levaria para a casa 27,5 kg – uma redução de 10 kg, em relação a 2009. Se compararmos preços da carne de primeira, que variam acima de R$ 50,00, a queda seria ainda maior.

Os altos e baixos da correção do salário mínimo

A evolução dos valores do mínimo é dividida pelo Dieese em oito fases: 1940-1945, fixação do mínimo; 1946-1951, rebaixamento do salário; 1952-1959, período com ganhos reais e significativos; 1960-1964, período razoável com inflação provocando efeito redutor dos ganhos; 1965-1975, arrocho em razão da ditadura  militar com perseguição a ações sindicais; 1976-1982, leve reação com reajustes semestrais; 1983-1994, nova corrosão com aceleração inflacionária e planos econômicos fracassados; e 1995 em diante, com a retomada da valorização do salário mínimo.

*Com informações do UOL e G1

*Edição: Marize Muniz

 

 

Jurema Werneck é uma feminista, médica, autora e doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ativista do movimento de mulheres negras brasileiro e dos direitos humanos, assumiu a Direção Executiva da Anistia Internacional -Brasil, em fevereiro de 2017.

Uma das marcas da sua trajetória é a luta pela garantia do acesso à saúde, direito básico e inegociável. Foi Conselheira Nacional de Saúde e a primeira mulher negra a coordenar uma Conferência Nacional neste tema, em 2012.

Cofundadora da Criola junto à Lúcia Xavier, a organização não-governamental mantém suas atividades desde 1992, com foco na defesa dos direitos e do Bem Viver de suas iguais. Entre tantas pautas, Criola é reconhecida por reivindicar os direitos sexuais e reprodutivos.

Jurema Werneck é fonte de inspiração. #21dias