Carga levada pela Força Aérea Brasileira chegou ao Egito nesta terça-feira (12)

Redação
Brasil de Fato

Uma carga com mais de 11 toneladas de alimentos não perecíveis enviadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegou nesta terça-feira (12) à fronteira do Egito para ser doada às vítimas do massacre israelense na Faixa de Gaza.

A carga, levada pela Força Aérea Brasileira (FAB), é a segunda enviada pelo Movimento à região dos ataques. No último mês de outubro foi encaminhada a primeira leva, com duas toneladas de alimentos. Desde então, outros donativos estavam prontos, à espera de disponibilidade para embarque.

O MST se colocou de prontidão para seguir realizando os envios. O Movimento se articula com o Governo Federal por meio do Ministério das Relações Exteriores para garantir que os voos da FAB façam o transporte dos alimentos. A articulação inclui representantes de outros movimentos populares.

“Nós estamos fazendo a segunda doação de alimentos para o povo Palestino, pois acreditamos na solidariedade internacional. O povo palestino, assim como todo o povo que luta por soberania, necessita da ação solidária dos outros povos do mundo” destacou Jane Cabral, integrante da direção nacional do MST.

O Movimento participa ainda de campanhas internacionais de arrecadação de fundos para as famílias camponesas de Gaza, organizadas pela União de Trabalhadores Agrícolas da Palestina, organização integrante da Via Campesina Internacional. O MST apela pela abertura urgente de um corredor de ajuda humanitária para Gaza.

“As pessoas que não estão morrendo por causa dos bombardeios estão sob profundo risco de morrer de fome, por falta de água potável, falta de alimentação. Agora, nesse momento, o central é exigir o cessar-fogo e garantir a solidariedade à população de Gaza”, complementou Cassia Bechara, também integrante da direção nacional do MST.

Após amplo movimento de pressão popular, com uma vigília em frente ao CDP 2 de Guarulhos, o Tribunal de Justiça de SP determinou a soltura de Lucas Carvente e Hendryll Luiz, injustamente presos por lutarem contra a privatização da SABESP. Advogados e militantes aguardam a emissão do alvará de soltura dos dois presos

Redação – jornal A Verdade

BRASIL – O desembargador Otávio de Almeida Toledo, da 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de SP, determinou nesta terça (12) a soltura de Hendryll Luiz e Lucas Carvente. Os dois militantes, que estavam presos desde quarta (6), se encontravam no Centro de Detenção Provisória II, de Guarulhos (SP).

Hendryll e Lucas estavam na manifestação do último dia 6, na ALESP, contra a privatização da SABESP e dos serviços de água e esgoto do estado. Eles haviam sido presos arbitrariamente após várias agressões da PMSP no plenário da Assembleia junto com a presidenta da UP-SP, Vivian Mendes, e Ricardo Senese, metroviário e militante do MLC.

Ao longo do fim de semana, os advogados dos movimentos sociais haviam entrado com recurso contra a decisão da primeira instância de manter os dois militantes presos. O desembargador plantonista, no entanto, decidiu manter o estudante e o professor presos. No despacho de hoje, o desembargador relator do caso, demonstrou o absurdo da decisão do desembargador plantonista.

“Trata-se de dois homens jovens e que ostentam prontuários imaculados, sem registro de um inquérito policial sequer. Parecem nunca terem se envolvido em situações de violência e, decerto, não há dados concretos que sugiram risco à ordem pública caso sejam autorizados a responder ao processo em liberdade, especialmente com a medida cautelar requerida pelos próprios impetrantes.”, afirmou o desembargador na decisão.

Os movimentos que estão engajados na campanha contra a privatização também estão convocando uma coletiva de imprensa com Lucas Carvente, Hendryll Luiz, Vivian Mendes e Ricardo Senese para esta quarta (13), 11 horas, no Sintaema, na capital paulista.

Campanha de solidariedade

Desde a decretação da prisão provisória, se formou em frente ao CDP 2 de Guarulhos uma ampla campanha de solidariedade, com um acampamento permanente do movimento estudantil em solidariedade. Além disso, movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos formaram um comitê para lutar pela soltura dos presos políticos e contra as privatizações.

Hoje (12), o presidente nacional da UP, Leonardo Péricles, junto com Vivian Mendes, Ricardo Senese e os deputados federais Lindibergh Farias (PT-RJ) e Glauber Braga (PSOL-RJ) também se reuniram com o ministro dos direitos humanos Silvio Almeida para denunciar as violências sofridas pelos manifestantes e a prisão injusta dos militantes da Unidade Popular.

A luta contra a privatização da SABESP

Desde outubro, o enfrentamento às privatizações promovidas pelo governador fascista Tarcísio de Freitas (Republicanos) vem ganhando tração em São Paulo. Manifestações, grandes greves de metroviários, operários da SABESP e professores têm tomado às ruas da capital paulista.

Foi nesse cenário que Tarcísio liberou 1 bilhão de reais aos deputados estaduais para votar na calada da noite a privatização da SABESP, no último dia 6. Essa movimentação foi logo percebida pelos movimentos sociais que ocuparam a Assembleia Legislativa. O presidente da ALESP, deputado André do Prado (PL), acionou a PMSP para reprimir brutalmente os manifestantes.

A libertação dos 2 presos políticos mostra a força da mobilização popular. Apesar de aprovada na ALESP, a luta contra a privatização da SABESP não acabou. Os movimentos sociais, sindicatos e organizações políticas agora se preparam para definir os próximo passos da luta para evitar que a água em São Paulo seja objeto do lucro dos capitalistas bilionários.

REUNIÃO DO COMITÊ DE SOLIDARIEDADE e contra as Privatizações realizada ontem (11), na sede do Sintaema. Foto: JAV-SP