Uma importante iniciativa de valorização da produção da categoria técnico-administrativa em Educação teve início, no dia 19 de dezembro, com a primeira reunião – em ambiente virtual – da Rede de Produção  dos Técnicos Administrativos em Educação. A reunião contou com a participação de mais de 60 profissionais de universidades e os institutos federais, e universidades estaduais. Entre as propostas, está a construção de um seminário nacional. O próximo encontro está previsto para 5 de março de 2024.

A ideia da Rede surgiu durante a elaboração do documento final do XI Seminário de Integração dos Técnicos-administrativos em Educação da UFRJ (realizado entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro), a Carta do Sintae.

A proposta foi formulada em conjunto pela comissão organizadores e participante do evento, como conta Gustavo Cravo, há anos à frente da maior parte das edições do Sintae e da revista Práticas em Gestão Pública Universitária (PGPU/UFRJ), junto com o Conselho Editorial.

“Instituir um fórum e uma agenda nacionais, promovendo iniciativas já existentes e ou potenciais de eventos semelhantes” é uma das 85 propostas surgidas nos eixos temáticos do seminário e sistematizadas na carta que pode ser lida em https://conferencias.ufrj.br/index.php/sintae/SINTAE11.

Fasubra na organização

Da reunião da rede, cuja organização ficou a cargo de Francisco de Assis, coordenador de Comunicação da Fasubra, e Gustavo, participaram representantes de todos os nove seminários já realizados nas instituições do país: além do Sintae, da UFRJ, o dos servidores da Unicamp, da Bahia, da UFAPE, das universidades estaduais de SP (USP/UNESP/UNICAMP);  da UFMG;  da UFPR Litoral; da UFPE e da UFF. Houve também a apresentação das quatro publicações de divulgação da produção dos técnicos-administrativos existentes: Coletânea Digital A Gestão Pública na Visão dos Técnicos Administrativos em Educação (GPTAE); Blog Papo de TAE; Revista PGPU/UFRJ e Sínteses: Revista Eletrônica do SIMTEC (Unicamp).

Rede potente

“A avaliação geral é que estamos construindo uma rede muito potente. Com a rede temos maiores possibilidades de apoiar e fortalecer as iniciativas que já acontecem e dar força e energia para quem está buscando constituir suas atividades. Também sabemos que há colegas que são muito produtivos e muito comprometidos com a instituição (e com a sociedade) e acabam atuando de maneira um pouco isolada. Então, uma rede também é importante nesse sentido, possibilitando relações coletivas”, registrou Gustavo.

Fasubra quer criar Fórum Nacional

A Fasubra indicou propostas como a organização de um seminário nacional e uma revista científica, técnica e acadêmica. O grupo definiu encaminhamentos como a realização de uma nova reunião no dia 5 de março, também em formato remoto. Os companheiros da Unicamp se ofereceram para criar um portal com links dos seminários e as publicações locais.

Além de Francisco de Assis, que mediou o evento, estiverem presentes pela direção da Fasubra, Cristina Del Papa, Marcelo Rosa, Rosângela Costa e Agnaldo Fernandes (integrante da CNSC) apresentando experiências das suas universidades.

Fasubra se insere no processo

“Esse evento surgiu no XI Sintae, da UFRJ. Estive presente na construção da carta do Sintae e falei sobre a nossa concepção de Carreira, sobre a nossa luta histórica e a concepção de ter um espaço de voz do trabalhador técnico-administrativo nessa disputa institucional. De valorizar a sua  produção de conhecimento e torná-la parte da academia. A gente lutou para conquistar nossa identidade. Hoje temos já nove entidades que constroem esses eventos que valorizam nossa produção”, aponta Francisco de Assis, contando que daí surgiu a proposta de uma reunião conjunta para se pensar num encontro nacional.

E a Fasubra se inseriu no processo: “Eu levei a proposta para a Federação e a direção me deu apoio para que eu pudesse organizar essa reunião. A parir daí, estamos trabalhando a ideia  de que a própria Fasubra seja indutora até de construir uma revista científica para dar voz ao conhecimento produzido pelo técnico-administrativo. Este é um debate que vamos fazer internamente para ver a viabilidade. Vamos trabalhar para que aconteça”.

Francisco de Assis participou do Sintae, em 2021, apresentando o trabalho “Sabedoria e mobilização popular a serviço da comunidade – Vila Residencial sem cheia da maré”.

 

Na UFRJ: do Sintae à PGPU

Gustavo Cravo é técnico em Assuntos Educacionais na UFRJ há 13 anos, 11 dos quais na Pró-Reitoria de Pessoal, à frente da maior parte das 11 edições do SINTAE e, junto com o Conselho Editorial, da revista PGPU. Ele conta que o seminário teve sua primeira edição em 2013, na gestão de Roberto Gambine na Pró-Reitoria de Pessoal. A Comissão Organizadora na época foi composta, por Agnaldo Fernandes, pela Ana Paula di Paula, pela Karine Guedes, Larissa Baruque, além de Gustavo

“De lá para cá, bastante coisa mudou. Nessas 11 edições, em 10 conseguimos lançar edital de chamada de trabalhos. Somente em 2015, fizemos uma edição especial sem a chamada de trabalhos. Mas com uma primeira reflexão nacional sobre os seminários e publicações existentes. Um embrião para a reunião que aconteceu dia 19. Em 2023, as iniciativas nacionais que já existiam na época estão mais consolidadas e surgiram outras. Que bom! Os técnicos produzem muito. Há espaço para mais iniciativas”, comemora Gustavo.

Como começou a revista

Gustavo conta que os colegas da UFRJ apontaram, para a PR4, a importância de terem a chance de apresentar seu trabalho em eventos, mas que precisavam também publicar artigos. “Ninguém, na PR4, naquela época, sabia fazer uma revista acadêmica. Isso é de uma complexidade grande. A gestão Regina Dantas à frente da PR4, nos deu a possibilidade de estudar o ecossistema Editorial para lançar, com segurança  a revista. Foi um risco que corremos. A categoria dos técnicos produz o suficiente para alimentar à permanentemente uma revista ? Avaliamos que sim, a partir da experiência do SINTAE. E avaliamos correto. Porque a revista está aí há sete anos”, orgulha-se Gustavo, acrescentando que ela cumpre as exigências uma boa revista: lança um número a cada seis meses, não atrasa, tem quase 200 avaliadores de todas as partes do mundo.

A Revista começou a ser preparada em 2016 e o lançamento de seu primeiro número foi em 31 de maio de 2017, propositadamente, “para homenagear o mês do trabalhador, já que é uma revista de trabalhadores: 90% dos autores são técnicos administrativos. Os outros 10% são docentes e discentes que escrevem em conjunto com os técnicos. A Revista é um projeto de autonomia intelectual dos técnicos administrativos”, conta ele.

Agradecendo a todos que compuseram a Comissão Organizadora ao longo desses 11 anos, Gustavo acrescenta: “Em termos de SINTAE, precisamos de apoio e de gente para produzir o evento, porque dá muito trabalho. Precisamos ouvir as unidades e incorporar pessoas de fora da PR4 à Comissão. Em relação à Revista PGPU, precisamos que a atual gestão mantenha a autonomia do Conselho Editorial e nos ajude a avançar. E de recursos para pagar o Digital Object Identification (DOI, padrão para identificação de documentos em redes digita).

“Sintae é patrimônio dos técnicos-administrativos”

Pró-Reitor de Pessoal, em 2013, gestão que lançou o Sintae, Roberto Gambine avalia:

Foi com muita alegria que recebi a notícia da realização da primeira reunião da rede nacional de produção dos técnicos administrativos. É uma conquista dos técnicos-administrativos nacionalmente. Nós aqui, na UFRJ, no período que estivemos na gestão da Pró-Reitoria de Pessoal, eu e o Agnaldo Fernandes, tivemos a sorte de ter na nossa equipe pessoas da mais alta qualificação, que tomaram a iniciativa de organizar o primeiro Seminário de integração dos técnicos administrativos na UFRJ. Servidores como o Gustavo Cravo, Rita Cavalieri, a Karine Guedes e a saudosa Ana Paula de Paula, figuras que se envolveram com essa ideia, e construíram esse projeto, que se consolidou e hoje tem esse caráter nacional.

Na minha avaliação, o Sintae não é patrimônio de uma gestão, é um patrimônio dos técnicos administrativos em Educação, porque expressa a diversidade e a riqueza do nosso trabalho nas diferentes funções do nosso fazer.

Muitas vezes a gente ainda enfrenta, na UFRJ em outros locais, um certo preconceito, como se os técnicos administrativos fossem uma categoria subordinada à categoria docente, que é um brutal equívoco. Nós somos uma categoria complementar naquilo que a universidade faz e o conjunto do nosso trabalho é o que permite a conquista de altos níveis de qualidade na oferta do ensino da pesquisa de extensão, por ter um corpo técnico administrativo qualificado e envolvido exatamente com esse perfil profissional em que carrega em si uma riqueza de funções, de fazeres, de profissões que só fazem com que as universidades públicas sejam a referência para o nosso país e para o nosso povo.

Então, viva Longa ao Sintae e a todas as iniciativas nacionais nesse mesmo caminho”.

 

Registro da Fasubra: Primeira reunião da Rede Nacional de Produção Técnico Administrativa em 19 de dezembro
Sintufrj (à esquerda representado pelos coordenadores Esteban Crescente e Laura Gomes) na abertura do XI Sintae, dia 27 de novembro.. À direita na foto, Gustavo Cravo.

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