“O orçamento proposto para técnicos-administrativos em Educação é insuficiente para valorizar mais de 224 mil servidores” afirma o comando do movimento

Os técnicos-administrativos da UFRJ reunidos em assembleia simultânea (Fundão, Macaé e Praia Vermelha) nesta quarta-feira, 24 de abril, no auditório do CT, aprovaram por unanimidade a continuidade da greve por tempo indeterminado e referendaram as orientações do Comando Nacional de Greve, aprovando também os encaminhamentos do Comando Local de Greve (CLG) que apresentou um calendário de fôlego para abril e maio – com atividades vigorosas nas ruas – já incorporada a agenda nacional de luta.

Foi reafirmada a proposta de reestruturação de carreira aprovada em plenária e protocolada no Ministério da Gestão e Inovação (MGI), rejeitando a proposta do governo apresentada na mesa específica de negociação dia 19 de abril. A rejeição não foi integral: houve concordância em pontos acatados pelo governo. A assembleia aprovou, também,  a apresentação de contraproposta de 34% de reajuste.

Na maioria das avaliações feitas na assembleia a proposta do governo é insuficiente para as demandas dos técnicos-administrativos em educação das universidades e que é preciso ampliar e fortalecer ainda mais a greve para arrancar do governo mais verba para atender a reestruturação da carreira e da reposição salarial desta categoria que têm o pior salário do Executivo Federal.

“O comando e a assembleia sinalizou que a gente precisa cumprir uma agenda muito forte de mobilização. Aprovamos a continuidade da greve e o fortalecimento da greve. Então, se é para fortalecer a greve, nós temos uma agenda intensa para cumprir e que todos possam participar. Essa é uma agenda do CLG, inclusive, a qual o Comando Nacional de Greve disse para realizarmos, com os trabalhadores ocupando as ruas”, anunciou Francisco de Assis.

Contraproposta de 34% de reajuste

A assembleia referendou também a apresentação de contraproposta do índice de recomposição salarial trazendo, da mesa geral para a específica, o índice construído pelo Fórum Nacional das Entidades das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e calculado pelo Dieese, de 34%, dividido em 2024, 2025 e 2026 (10,34% a cada ano) como orientado pelo relatório da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC).

Proposta da carreira é reafirmada

E ainda aprovou a reafirmação da proposta de carreira apresentada pela Fasubra em outubro do ano passado, analisada no relatório do GT Reestruturação, incluindo a aglutinação dos níveis A/B (com 40% da remuneração do nível E) e C/D (com 60% da remuneração do nível E), o estabelecimento do RSC (Reconhecimento de Saberes e Competência) e todos os demais pontos.

 

Explicações na mesa

A mesa da assembleia foi composta pelos companheiros Agnaldo Fernandes (integrante do CNSC/Fasubra), Vera Valente (CLG/Sintufrj), Esteban Crescente (coordenador-geral Sintufrj/CLG), Antônia Karina (CLG/Macaé) e Nivaldo Holmes Filho (coordenador de comunicação Sintufrj/CLG).

Houve leitura da avaliação e orientações do Comando Nacional de Greve da Fasubra e logo após explicações de Agnaldo de forma reduzida do que foi proposto pelo governo. Haverá uma nova live a ser realizada pelo Sintufrj com Agnaldo e Marcelo Rosa (também da CNCS/Fasubra) para explicar a categoria o que está em jogo.

“É muito importante que o governo entenda o momento que a gente está vivendo, a importância dos técnicos administrativos em educação do país inteiro que estão clamando por justiça social, e ampliar o orçamento para que a gente possa ter atendido as nossas reivindicações. Vamos continuar com a greve em busca das nossas vitórias”, afirmou Agnaldo Fernandes.

“Já temos ganhos reais com a nossa greve. E vamos cavar mais para nossa carreira”, completou Vera Valente.

“Estou na assembleia representando Macaé. Aqui a gente reforçou a unidade na luta nessa greve, a unidade de técnicos com alunos e outros servidores, e defendemos a unidade entre as pessoas da categoria.  E para fortalecer nosso movimento, nesta quinta-feira, 25, Macaé fará um ato muito importante na Praça Veríssimo de Mello. Essa luta com a gente, vai ser um ato muito importante de valorização da universidade, e técnicos do Fundão estarão lá também com a gente”, anunciou Antônia Karina.

Avaliação do CNG

“Após a instalação da greve da Fasubra há 40 dias, com ampla adesão (66 Universidades, 2 Institutos Federais e 1 CEFET) e forte mobilização demonstrada na jornada de lutas realizada no período de 16 a 19 de abril de 2024 em Brasília, o governo apresentou na reunião do dia 19 uma proposta insuficiente que mantém o reajuste de 0% nos salários em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026, que não atende a maioria das reivindicações que constam na pauta de reivindicações da categoria.

Importante registrar que a FASUBRA entregou nossa proposta de reestruturação de carreira em outubro de 2023 e, somente agora, após 6 (seis) meses, o governo respondeu com uma contraproposta em que o avanço na reestruturação e na recomposição salarial se mostra insuficiente como demonstrado no quadro elaborado pela CNSC.

Não é verdade o que foi divulgado pelo Ministério de Gestão e Inovação (MGI) e reproduzido em alguns veículos de imprensa sobre terem concordado com 9 dos 12 pontos apresentados pela FASUBRA. Na realidade, apenas 5 estão contemplados.

No que tange à recomposição salarial, o avanço do governo passando de 9% em 3 anos para 12,8% no mesmo período, além de insuficiente, nos coloca abaixo do oferecido a outras categorias do executivo federal, tanto nos percentuais de reajuste, quanto em relação ao montante investido do orçamento.

É, portanto, contraditório ao anunciado pelo próprio governo, que investiria na redução das desigualdades de remuneração no serviço público brasileiro. Os montantes alocados até aqui nos acordos celebrados e na oferta que recebemos, não só não levam à redução, como ampliam a desigualdade.

Nesta conjuntura, a necessidade de continuidade e de fortalecimento da greve é inquestionável!

Inquestionável porque foi a greve e a mobilização por ela produzida, que nos trouxeram ao cenário atual em que, finalmente, o governo saiu da inércia e apresentou uma contraproposta sobre a carreira e alterou para mais o percentual da recomposição oferecida.

Também foi a greve que nos tirou do isolamento em que estávamos sem nenhuma proposta para uma mesa de negociação real que agora tem números para serem debatidos e ampliados. Há espaço para avançar mais. Esse avanço dependerá de nossa organização, coesão e força demonstrada por novas atividades de mobilização na base e em Brasília.

Considerando que:

  • O pequeno aumento em relação à proposta anterior de 3,5% nos índices de 2025 e 2026 é fruto da força da greve e demonstra que, com mobilização, podemos derrotar a política de reajuste zero do governo para 2024;
  • A greve dos TAE está forte e ainda pode crescer paralisando 100% os setores não essenciais das universidades e institutos federais;
  • A caravana a Brasília (16 a 19/4) fortaleceu e deu visibilidade nacional para a greve da Educação Federal;
  • A política econômica do governo Lula-Alckmin é baseada no Arcabouço Fiscal e no desvio de 46% do orçamento de 2024 para pagamento de juros e amortizações da dívida pública;
  • O governo garantiu verbas para reestruturar várias carreiras em 2024, além de garantir R$ 360 bilhões ao agronegócio, através do Plano Safra, e R$ 20 bilhões aos militares, via PAC, como o negociado com a PF, PRF, entre outras categorias, o 3 IG ABR – 4 Senado acaba de aprovar na CCJ, o reajuste de 5% para servidores da categoria juízes que poderá custar para a união 42 bilhões.

Portanto, o orçamento para os Técnico-administrativos em Educação é insuficiente para valorizar mais de 224 mil servidores com a proposta oferecida pelo governo.

No primeiro bimestre de 2024, o Brasil bateu o recorde com valor acumulado de R$ 467 bilhões. Nesse sentido, há orçamento para atender às reivindicações dos Técnico-administrativos em Educação sem permanecer com o pior salário do serviço público federal.”

ASSEMBLEIA DESTA QUARTA-FEIRA (24) referendou orientações do Comando Nacional de Greve (CNG) que rejeitar proposta do governo e decidiu pela continuidade da greve. (FOTO: RENAN SILVA)

 

 

Sob o impacto das negociações em Brasília e da mobilização que resultou nas caravanas até a capital federal, o Conselho Local de Greve  (CLG) reuniu-se na manhã desta quarta-feira (24) para avaliar a situação e organizar a assembleia que se realizou à tarde. Veja a agenda aprovada pelo movimento para os próximos dias.

CALENDÁRIO DE LUTA

QUI 25/04

9h30 – Consuni – Fala de atualização da Greve.

10h – Ato em Macaé.

14h – GT Antirracista na sala de reuniões do sindicato.

SEX 26/04

Reuniões das Comissões (cada comissão fica responsável pelo horário)

SEG 29/04

Dia de fortalecer visual da greve com colagem de cartazes e de pendurar faixas: Comissão de Mobilização/Infraestrutura organizar equipes e horários.

 

TER 30/04

10h – Reunião do Comando Local de Greve (CLG).

Reunião com TIC UFRJ (solicitar/marcar).

Visita nas unidades hospitalares.

QUA – 01/05

11h Protesto do Dia do Trabalhador, Viaduto Negrão de Lima – Rumo a Parque Madureira e Shopping.  Concentração às 10h.

QUI 02/05

10h – Assembleia

Visita às unidades hospitalares

SEG 06/05

Audiência Pública sobre Carreira TAE na Câmara Municipal Rio

Visita às unidades hospitalares

QUA 08/05

10h – Assembleia. Pauta: prestação de contas, avaliação de greve e Fundo de Greve.

QUI 09/05

9h30 Consuni / Indicação de Dia Nacional de lutas nas Reitorias

REUNIÃO DO COMANDO LOCAL DE GREVE (CLG) na manhã desta quarta-feira (24) avaliou a conjuntura e o cenário da greve (FOTO: RENAN SILVA)

 

 

Texto produzido pela Fasubra

Nesta segunda-feira, 22 de abril, o Comando Nacional de Greve (CNG) se reuniu para avaliar a proposta do governo à luz da análise crítica feita pela representação da FASUBRA na Comissão Nacional de Supervisão de Carreira (CNSC). A CNSC FASUBRA, se reuniu no final de semana e elaborou um relatório preliminar, analisando, ponto a ponto, a proposta do governo.

O governo apresentou uma proposta insuficiente. Manteve o reajuste de 0% para 2024, oferecendo 9% de reajuste em 2025 e 3,5% em 2026. Quanto à reestruturação, atendeu, parcialmente, cinco dos doze pontos destacados na proposta construída pela CNSC, apresentando um pequeno avanço neste ponto, porém, recuando, especialmente se considerarmos que foram descartadas proposições construídas com seus representantes no Grupo de Trabalho de Aprimoramento, diferentemente do que foi divulgado pelo Secretário de Relações do MGI, José Lopez Feijóo na imprensa.

Os delegados, reunidos em Plenária, reforçaram a necessidade de continuidade e fortalecimento da greve. O avanço na proposta do governo, apesar de insuficiente, demonstra a importância da nossa greve para a conquista das nossas pautas. É imprescindível continuar a pressão junto ao governo e conquistar a opinião pública.

Devemos lembrar que essa é a primeira proposta concreta feita pelo governo na mesa de negociação. O processo está em curso. É necessário esperançar!

Vamos fortalecer a greve, construir atividades conjuntas, participar de todas as ações chamadas pelos sindicatos na base, compartilhar as #hashtags# do nosso movimento, acompanhar e seguir as orientações locais e nacionais nas ruas e nas redes.

Sem Luta não há Vitória! A Greve continua!

Clique para acessar o Analise-Preliminar-da-Quarta-Reuniao-da-Mesa-Especifica-e-Temporaria-v2-1.pdf

A seguir, confira a agenda do CNG FASUBRA desta semana: