Iracema Ferreira, funcionária técnico-administrativa da UFRJ, atleta pioneira: “Passou da hora de olhar o futebol feminino como uma realidade. É preciso investir e valorizar o futebol feminino. Investir no futebol de base, nos clubes, nas escolas, nas comunidades”

Na dição mais equitativa da história das Olimpíadas as mulheres brasileiras fizeram a diferença: 3 ouros, 4 pratas e 5 bronzes, 60% das conquistas do Brasil. Judô e vôlei, modalidades tradicionais, ficaram vivas graças as mulheres. No país do futebol, o masculino          nem se classificou para as Olimpíadas, o feminino que chegou desacreditado levou a prata.

Além do crescimento nos resultados, pela primeira vez na história houve mais mulheres do que homens, elas representaram 55% da delegação brasileira, 153 de 274. Porém, mais do que números e estatísticas estão as histórias de resiliência, resistência, coragem e superação de nossas atletas.

A Bia e a Rafaela do judô, a Bia do boxe, Rebeca da ginástica artística e toda a equipe, nossa jovem Rayssa do skate, Thaísa e as guerreiras do vôlei de quadra, Victória e suas companheiras da ginástica rítmica, Tatiana do surfe, a canoísta Ana Sátila, a dupla Ana Patrícia e Duda que retomaram o pódio no vôlei de praia feminino depois de 28 anos.

Iracema, atleta pioneira

E como não falar de nosso futebol feminino – Lorena, Gabis, Jheniffer, Marta – que depois de 16 anos voltou ao pódio em uma Olimpíada! A seleção não era tida como uma provável finalista em Paris-2024, e para chegar à final passou por verdadeiras batalhas. E revelar muitas outras histórias como a das pioneiras no Brasil dessa modalidade, através do Esporte Clube Radar, contada por uma de suas protagonistas, Iracema Ferreira, funcionária técnico-administrativa da Prefeitura Universitária.

O Radar, inclusive, está para ser reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro através do Projeto de Lei 3082 da vereadora Luciana Boiteux. A Câmara do Rio de Janeiro produziu um documentário sobre o nascimento do futebol feminino contando a história do Radar e de suas atletas pioneiras. Modalidade que foi proibida por décadas de ser praticado pelas mulheres.

“É hora de o Brasil investir realmente no futebol feminino e aproveitar esse espaço que nós mulheres do futebol feminino conseguimos alcançar sem quase sem nenhum apoio. Hoje, todos os clubes são obrigados a ter futebol feminino, mas ainda tem muita coisa a ser feita. Ainda tem salários diferentes, as meninas ganham muito pouco e tem de trabalhar para manter seu futebol, muito diferente dos Estados Unidos. Quando fizemos o primeiro jogo com os EUA em 1983 ainda éramos proibidas de jogar futebol devido a uma Lei de Getúlio Vargas. Viajamos assim mesmo e conseguimos ganhar de 1x 0. E os EUA já era um país que investia e acreditava nas mulheres”, conta Iracema.

Nos EUA, a importância do investimento no esporte feminino é reconhecida há meio século, desde que uma lei, nos anos 1970, passou a oferecer oportunidades iguais para atletas nas escolas e universidades.

“Passou da hora de olhar o futebol feminino como uma realidade. É preciso investir e valorizar o futebol feminino. Investir no futebol de base, nos clubes, nas escolas, nas comunidades. Temos uma Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027 aqui no Brasil. É a primeira e o Brasil está engatinhando em reconhecer o futebol feminino. Ainda tem muita coisa a ser feita e muitas portas a serem abertas para incentivar as mulheres. E nós, pioneiras do futebol feminino estamos aqui para apoiar e trabalhar”, declara Iracema. (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)

IRACEMA, em foto de 1983, pioneirismo no futebol feminino

 

MARTA. Premiada como melhor do mundo várias vezes, deu adeus no pódio das Olimpíadas da França

Link no site da entidade, quase no topo da página, à esquerda, oferece banco de informações sobre Carreira, base para o trabalho das comissões que apresentarão à Fasubra proposta sobre desdobramentos do acordo de greve

Depois de um movimento histórico que angariou conquistas importantes para a Carreira Técnico-Administrativa em Educação, a mobilização dos militantes e coordenadores do Sintufrj continua. No cenário pós-greve, o desdobramento das negociações com o governo envolve, além da percentuais (como os reajustes de 2025 e 2026, aumento do step e da correlação entre níveis, ampliação de incentivos e do valor de benefícios), temas como a Racionalização e Aglutinação de Cargos, o Reposicionamento dos Aposentados, de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) e Desenvolvimento.

Alguns destes pontos devem ser implementados através de alteração da Lei da Carreira (Lei nº 11.091/2005); outros demandam discussão de modelos, regras, transição e têm prazo definido: 180 dias, a contar da assinatura do acordo, 27 de junho.

Essas demandas são tratadas Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC, que reúne representantes da Fasubra, Sinasefe e MEC), que se reunirá a cada 30 dias. A primeira reunião foi dias 16 e 17 de julho. A segunda será dia 23 e 24 de agosto. Entre uma e outra, grupos de trabalho avançam na discussão.

Assim é também com o GT-Carreira Sintufrj, quem vem realizando palestras e debates e, desde o dia 5de agosto, instalou comissões para estudar os temas e elaborar propostas para serem apresentadas aos integrantes da Fasubra na CNSC. O trabalho final dos grupos deverá ser compartilhado em seminário para posterior tabulação das propostas e apresentação à Federação.

Os encontros são às segundas-feiras, entre 9h e 13h. Nesta segunda-feira, 12, segundo encontro, os integrantes se dividiram nas salas da sede: A reunião da comissão de RSC e a de Racionalização foram na sala de reuniões; a de Desenvolvimento no Estúdio e a de Reposicionamento, na Sala de Esportes.

Segundo o coordenador da Fasubra Francisco de Assis, realizou as palestras, a organização das comissões e integra algumas delas, os grupos avançam na discussão, agregando estudos e sugestões dos vários integrantes.

Do que se trata

Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC)

Foi garantida no projeto de lei em debate na mesa da CNSC-MEC, segundo seus integrantes, a criação do RSC para todos os servidores do PCCTAE, conforme modelo aprovado nas bases da Fasubra (consta no informe da direção de 4 de julho). É preciso, ainda, definir critérios para a concessão que, apesar da equivalência com o Incentivo a Qualificação, não pode ser concedido como educação formal, mas como rubrica específica pelo aproveitamento da produção durante o período do servidor na ativa.

Reposicionamento de aposentados

Foi elaborado artigo, no projeto de lei, que aborda o reposicionamento dos aposentados, o qual será discutido com o MGI, considerando a repercussão financeira.

A proposta tem origem na necessidade de corrigir a distorção gerada pelo enquadramento dos aposentados e pensionistas, previsto na Lei da Carreira (de 2005), em relação à tabela do PUCRCE. Aponta alteração na lei para garantir o reposicionamento na tabela PCCTAE na mesma posição hierárquica ocupada no PUCRCE na data do enquadramento

 Racionalização e Aglutinação de Cargos

A discussão da racionalização dos cargos ocupados e a revisão dos fazeres (atribuições), foi iniciada na CNSC e tem prazo de 180 dias.

No texto projeto de lei (que altera a da Carreira) foi incluída a proposta de criação de três cargos amplos: Analista em Educação, Técnico em Educação, Auxiliar em Educação. Os representantes de governo foram contrários a criação do cargo de Auxiliar em Educação e apresentarão seu posicionamento em nota técnica ao MGI.

Foi garantido no texto também que os cargos de níveis de classificação C, D e E, com provimento suspenso na data da publicação desta Lei e os que estiverem vagos e que vierem a vagar ficam transformados nos cargos de Auxiliar em Educação, Técnico em Educação e Analista em Educação.

Desenvolvimento

Iniciou-se, na CNSC, a discussão sobre as regras de transição (da progressão por mérito e aceleração da progressão por capacitação) para os servidores do PCCTAE. Há artigo no projeto de lei que garante a extinção da relação indireta do IQ com aplicação do percentual de correlação direta para quem possuía correlação indireta.

O GT estuda também quesitos como o aproveitamento das disciplinas de graduação e pós-graduação para todos os níveis de classificação do PCCTAE para fins de progressão por capacitação; a efetivação do Plano Nacional de Capacitação; a inclusão dos cursos de aperfeiçoamento para fins de incentivo à qualificação, entre outros pontos. (FOTO: RENAN SILVA)