Este slideshow necessita de JavaScript.

Elas ocuparam a capital do Brasil vindas do campo, da cidade, das florestas e das águas, no dia 14, para a 6ª Marcha das Margaridas, que reuniu representantes de vários países. É a maior ação de mulheres da América Latina desde 2000, e que já conquistou diversas políticas públicas para as trabalhadoras de todas as regiões.
A marcha deste ano teve como tema “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”, e contou com a participação de mulheres indígenas, que se somaram ao protesto em defesa de suas terras e de políticas ambientais. Elas estavam em Brasília para a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, que ocorreu no dia 13, em conjunto com a Greve Nacional da Educação.

Bandeiras
Um dos objetivos da marcha é a conquista de reconhecimento político, social e de cidadania plena das mulheres, que lutam contra qualquer forma de exploração, dominação e violência. Os eixos políticos deste ano englobaram temas como: pela autodeterminação dos povos, com soberania alimentar e energética; pela proteção e conservação da socio- biodiversidade e acesso aos bens comuns; por autonomia econômica, trabalho e renda; por Previdência e Assistência Social, pública, universal e solidária; por saúde pública e em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS); por uma educação não sexista e antirracista e pelo direito à educação no campo, entre outros.

 

Mulheres da Fasubra

Cerca de 200 técnicas-administrativas em educação de todos os estados participaram da Marcha das Margaridas, Marcha das Mulheres Indígenas e da greve nacional da educação, eventos que fizeram parte da programação do Encontro Nacional de Mulheres da Fasubra, realizado de 12 a 14, na UnB.

 

Margarida Maria Alves

Dia 12 de agosto completou 36 anos do assassinato de Margarida Maria Alves, a líder sindical que defendia direitos de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Margarida, que dá nome à marcha, foi morta em agosto de 1983, em Alagoa Grande, na Paraíba.
Com site da Fasubra

 

Núcleo de Mulheres do Sintufrj

Companheiras da direção e da base discutem a criação do Núcleo de Mulheres do Sintufrj. O primeiro bate-papo a respeito contou com a participação de uma das lideranças da Marcha Mundial de Mulheres, no Rio de Janeiro, Priscila.
A partir desta articulação, uma dirigente do Sindicato e três trabalhadoras da base participaram da 6ª Marcha das Margaridas, em Brasília, no dia 14 de agosto. Essas companheiras também representaram a categoria no Encontro de Mulheres da Fasubra e na 1ª Marcha das Mulheres Indígenas.

17 empresas públicas devem ser colocadas à venda ou extintas, entre elas os Correios, a Eletrobras e a Telebras

 

Por: Brasil de Fato

O governo Jair Bolsonaro (PSL) anuncia nessa quarta-feira (21) seu plano de liquidação do patrimônio nacional, que prevê a venda ou extinção de empresas públicas como Correios, Telebras e Eletrobras.

Ao todo, 17 empresas estão no plano de desmonte do Estado brasileiro elaborado pelo ministro da Economia, o rentista Paulo Guedes, homem do mercado financeiro que já anunciou mais de uma vez que pretende “vender tudo”.

Em atividade com empresários e executivos de grandes empresas, na terça-feira (20) em São Paulo (SP), Guedes declarou: “Vamos acelerar as privatizações. Tem gente grande que acha que não vai ser privatizado e vai entrar na faca”. O ministro reafirmou ainda a meta de privatizar US$ 20 bilhões neste ano.

Para enfrentar o projeto de entrega do patrimônio público, será lançada em 4 de setembro, durante seminário na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania Nacional.

Veja abaixo a lista das empresas que Bolsonaro pretende vender ou extinguir, segundo o Poder360:

Emgea (Empresa Gestora de Ativos);

ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias);

Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados);

Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social);

Casa da Moeda;

Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo);

Ceasaminas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais);

CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos);

Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.);

Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo);

EBC (Empresa Brasil de Comunicação);

Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada);

Telebras

Correios

Eletrobras

Lotex (Loteria Instantânea Exclusiva);

Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).

Edição: João Paulo Soares

Os Correios, empresa pública criada em 1663 e que mantém alto padrão de atendimento, está na mira do governo Bolsonaro / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Brasil de Fato

Fazendeiros avançam sobre a floresta; queimadas cresceram 82% em relação ao mesmo período de 2018

 

A fumaça originada nas queimadas em ritmo acelerado na floresta amazônica tornou-se visível nesta segunda-feira (19) na capital paulista. As partículas das queimadas viajaram milhares de quilômetros, primeiro rumo ao oeste do continente, chocando-se contra a cordilheira dos Andes, para depois vir para o sul. A fumaça que atingiu São Paulo retornou ao Brasil potencializada pelos incêndios da floresta na Bolívia e no Paraguai.

O Brasil vive a maior onda de queimadas dos últimos cinco anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Nesta época de seca na Amazônia e em outras zonas de florestas do Brasil, a mata torna-se suscetível a incêndios. Porém, nesse caso específico, o fogo tem origem majoritariamente na ação predatória de fazendeiros, em busca de expansão das áreas de pastagem ou para plantações de soja, por exemplo.

No sudoeste do Pará, fazendeiros chegaram a realizar um “dia do fogo”, promovendo queimadas simultâneas às margens da BR 163, para chamar a atenção do governo de que “o único jeito que tem para trabalhar é derrubando”.

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que se autointitulou“capitão motosserra” segue brigando com os dados divulgados pelo Inpe e já trocou o comando do Instituto, substituindo o físico Ricardo Galvão por um oficial da Força Aérea.

::Sistema de monitoramento da Amazônia é referência mundial, garante ex-diretor do Inpe::

Desde janeiro, foram registrados 71.497 focos de incêndio, um número 82% maior do que o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 39.194 focos.

Ao G1, o pesquisador do programa de queimadas do Inpe, Alberto Setzer enfatizou que a seca pode ajudar alastrar o fogo, mas que as queimadas são todas de origem humana.

Imagem do sistema de monitoramento climático Windy do dia 18 de agosto mostra alta concentração atmosférica (manchas vermelhas) de monóxido de carbono (CO) nos Estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, passando por Bolívia e Paraguai. (Foto: windy.com)

Os estados onde as queimadas mais cresceram foram Mato Grosso do Sul (260%), Rondônia (198%), Pará (188%), Acre (176%) e Rio de Janeiro (176%).

Somente entre 17 e 19 de agosto, o Inpe registrou 5.253 focos de queimadas no Brasil, 1.618 na Bolívia, 1.116 no Peru e 465 no Paraguai.

Entrevistado pelo UOL, o pesquisador da Agência Espacial Norte Americana (Nasa) Santiago Gasso explicou as características da fumaça que atingiu São Paulo, e afirmou que a matéria pode percorrer grandes distâncias na atmosfera, causando má qualidade do ar, impactos no clima e no ecossistema.

“Existe um componente internacional importante, porque provoca a má qualidade do ar no Paraguai, na Argentina e no Uruguai, países que não são necessariamente os principais produtores de fumaça”, afirmou.

Com a chegada do verão amazônico, a floresta seca e fica suscetível a incêndios, o principal método de derrubada / Foto: Prefeitura de Diamantino (MT)

Entre as medidas estão: liberação do trabalho aos domingos para todas as categorias, regras que praticamente acabam com pagamento de hora extra e ainda proibição do Estado de fiscalizar empresas de baixo risco

Por: CUT / Escrito por: Marize Muniz

 

A Medida Provisória (MP) nº 881 foi tão modificada na Câmara dos Deputados que ao invés de MP da Liberdade Econômica, como foi inicialmente chamada, virou a MP minirreforma trabalhista, com pelo menos quatro itens extremamente prejudiciais para a classe trabalhadora.

O argumento dos deputados que aprovaram as medidas é o mesmo do governo de Jair Bolsonaro (PSL), e também o que foi usado pelo ilegítimo Michel Temer (MDB) para aprovar a reforma Trabalhista: as mudanças ajudam a gerar emprego. Até agora, além do desemprego, o que o país vem gerando é emprego sem direitos.

Na avaliação do técnico do DIEESE, Luís Ribeiro, a MP 881 segue a linha geral de desregulamentação dos direitos trabalhistas adotada desde o governo Temer que resultam em menos direitos, menores salários e maiores riscos à saúde e a segurança do trabalhador e da trabalhadora. “Tudo isso em nome de um suposto aumento do emprego que não ocorreu, não ocorre e do qual não há indícios de que venha ocorrer tão cedo. Ao menos não a partir das medidas propostas”.

Para Luís, a promessa do aumento do emprego é a miragem que o governo oferece à sociedade, porém, afirma o técnico, quanto mais reformamos o nosso sistema de relações de trabalho, mais o emprego se distancia de nós. “A promessa do aumento de emprego está sempre no horizonte. Mas por mais que o governo flexibilize os direitos trabalhistas, o trabalhador nunca alcança o paraíso do emprego. É a miragem.”

Os estragos da MP 881

Se a MP 881 aprovada pelos deputados também for aprovada no Senado, onde está tramitando, todos os trabalhadores e trabalhadoras do país poderão ser escalados para aos domingos, independentemente de aval do sindicato por meio de acordo coletivo. Além disso, com as mudanças previstas no registro de ponto, os patrões nunca mais vão pagar hora extra. Para completar, as mudanças nas regras de fiscalização podem colocar em risco a saúde e a segurança no trabalho.

As novas regras só entrarão em vigor se o Senado aprovar a MP 881 até o dia 27 de agosto, caso contrário, a medida perde a validade. Se aprovada pelos senadores, a MP passará a ser chamada de Projeto de Lei de Conversão (PLV), e seguirá para a sanção (ou veto) do presidente da República.

Com esta MP, o governo faz o trabalhador acreditar que as coisas vão melhorar, mas é tudo uma ilusão. Segundo o técnico do Dieese, Luís Ribeiro, estamos novamente “na caminhada até a miragem” e nesta caminhada, “vamos largando coisas e pessoas pelo caminho. Se os mais velhos atrapalham o ritmo, nós os abandonamos à própria sorte (reforma da previdência). Depois serão os doentes, os deficientes, as crianças etc. Tudo para alcançar o emprego, que é, no fundo, uma miragem. O emprego não está lá onde o governo diz. Está em outro lugar.”

Confira o que muda para os trabalhadores e trabalhadoras:

Trabalho aos domingos

Atualmente, 78 categorias profissionais estão autorizadas a trabalhar aos domingos, entre elas comércio, hotéis, estabelecimentos de turismo, garçons, médicos e jornalistas, e tirar uma folga em dias úteis, de segunda a sexta-feira.

A MP estende para todos os setores da economia esta regra de trabalho aos domingos.

E mais, autoriza a empresa a escalar o trabalhador nos finais de semana durante o mês inteiro, dando folgas durante a semana e apenas uma folga de 24 horas em um domingo a cada quatro semanas.

O pagamento em dobro do domingo trabalhado, também mudou. O trabalhador ganha em dobro as horas trabalhadas no domingo se o patrão não quiser dar uma folga a ele durante a semana.

A jornada de trabalho continua sendo de 44 horas semanais – a medida provisória não alterou esse ponto.

Aí, você pergunta: eu vou trabalhar aos domingos?

A resposta é sim.

Se o seu patrão quiser ele muda a escala de trabalho não importa qual é a sua categoria profissional.

Cartão de ponto x horas extras

A MP muda as regras para a marcação do ponto. Atualmente, só empresas com menos de dez empregados estavam liberadas de registrar o ponto dos empregados, seja com um relógio de ponto (eletrônico) ou com uma folha de ponto. Agora, este limite foi ampliado: empresas com até 20 empregados estão desobrigadas de registrar o ponto.

Isso prejudica o pagamento de horas extras?

Sim.

De acordo com nota técnica da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), a medida amplia muito o contingente de trabalhadores que não terá registro de sua jornada de trabalho, o que dificulta a implementação e fiscalização de direitos constitucionalmente assegurados, como os limites da jornada de trabalho e o pagamento de horas extras.

A nota chama a atenção para os problemas de saúde provocados pelo excesso de jornada, acidentes de trabalho e o fim de uma prova documental que costuma ser apresentada quando o trabalhador recorre à Justiça para lutar pelo seu direito de receber hora extra.

Ponto de exceção

A MP criou o chamado “ponto por exceção”, modalidade em que o trabalhador não precisa mais registrar o ponto todos os dias. Só fará isso quando trabalhar além da sua jornada normal, ou em dias fora de sua escala, por exemplo, para fins de recebimento de suas horas extras.

O “ponto por exceção”, diz a MP, poderá ser usado quando for acordado em convenção coletiva (pactuado pelos sindicatos dos trabalhadores e dos patrões de determinada categoria numa região), por acordo coletivo (em cada empresa) ou até por um acordo individual do trabalhador com sua empresa.

Os procuradores do trabalho alertam que, no mercado de trabalho brasileiro, a realidade é outra e essas anotações das exceções terão de ser autorizadas pelo empregador, que faz de tudo para sonegar o pagamento de horas extras e exigir jornadas de trabalho muito além do permitido.

Na nota técnica em que analisam a MP, os procuradores dizem que esse sistema também priva a Fiscalização do Trabalho de um instrumento para verificar se estão ocorrendo excessos de jornada, pois inexistentes os registros de horários trabalhados, além de instrumentalizar a possibilidade de pagamento “por fora” de parte da remuneração, em prejuízo tanto ao empregado quanto à Previdência Social e à Receita Federal.

Fiscalização 

A MP 881 também muda normas relacionadas à saúde e a segurança no trabalho, colocando em risco os trabalhadores e trabalhadoras.

Se o texto que está tramitando no Senado for aprovado, o Estado não poderá fiscalizar as empresas consideradas de baixo risco se ninguém denunciar. Já as empresas de risco moderado, poderão ser fiscalizadas se houver denúncia ou por amostragem. Em ambos, os fiscais terão de fazer duas visitas na empresa antes de lavrar os autos de infração, exceto em determinadas hipóteses.

Atualmente, os auditores fiscais do trabalho podem fiscalizar qualquer empresa, em especial as de setores cujas atividades oferecem mais riscos para os trabalhadores. E, além das normas de saúde e segurança do trabalho, fiscalizam o cumprimento das normas trabalhistas.

Para o Ministério Público do Trabalho (MPT) da forma como está o texto, a proposta autoriza o descumprimento das normas trabalhistas, deixando sem proteção o trabalhador.