O Ministério da Economia do Governo Bolsonaro publicou, nesta terça, a Instrução Normativa nº 109, de 29 de outubro, com orientações aos órgãos do sistema de pessoal da Administração Pública Federal para a retomada das atividades presenciais se constatadas condições sanitárias e de atendimento de saúde pública que a viabilizem. Mas, embora a IN 109 autorize o retorno às rotinas normais, os critérios ficam a cargo da autoridade máxima de cada órgão. 

De acordo com a coordenadora do Sintufrj e representante técnico-administrativa no Conselho Universitário, Joana de Angelis, não houve nenhum pronunciamento até agora por parte da Reitoria ou do Grupo de Trabalho Pós-Pandemia que aponte posição diferente da já definida pela universidade. Portanto, segundo a dirigente, está mantida a decisão de que as atividades seguem remotas, e no modo presencial somente as essenciais. 

Posição da instituição é a que vale

Joana chama a atenção da comunidade universitária para o esclarecimento a respeito desse tema feito em vídeo pelo coordenador do Grupo de Trabalho Pós-Pandemia, o pró-reitor de Patrimônio, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp, a pedido do Sintufrj, no qual ele explica o plano de fases para a retomada e informa que a UFRJ ainda está na fase 3. 

A fase 3 prevê ensino remoto na graduação, pós-graduação e educação básica, atividades presenciais essenciais em disciplinas e pesquisas, trabalho remoto em áreas não essenciais, entre outras medidas.

Na versão mais recente do plano consta que o trânsito entre as fases depende de variáveis epidemiológicas e institucionais; que não há qualquer definição cronológica para as fases (meses em que cada uma vigorará) e que, atualmente, o GT Pós-Pandemia considera que se está na fase 3. Alterações, garante o documento divulgado pela Reitoria, serão amplamente comunicadas.

“Portanto, até que haja alguma mudança na posição oficial está mantido o que foi estabelecido: estamos na fase em que o retorno é relativo apenas para as atividades essenciais”, afirma Joana, lembrando que, segundo a própria reitora da UFRJ, Profª Drª Denise Pires de Carvalho, só se retorna com a vacina. “Além disso”, acrescenta, “a instrução normativa não é lei, apenas orienta ou indica, e a instituição acata ou não.”

Reitoria e GTs discutirão a respeito 

A publicação da IN foi assunto na sessão do Conselho Superior de Coordenação Executiva, no dia 3, e, como explicou o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha, a Reitoria ainda realizaria reunião de equipe para tratar do caso. 

Ele fez algumas observações: “À primeira vista, (a IN) é bastante ampla e deixa ao gestor, no nosso caso com a autonomia universitária, algumas decisões, e temos que ponderar sobre isso, o que já vem sendo feito e acompanhado pelos nossos grupos de trabalho, tanto o de Coronavírus quanto o de Biossegurança e o GT Pós-Pandemia. Nós vamos discutir hoje (dia 4) e na sexta-feira (dia 6), e deve ser colocado (o assunto) no GT Pós-Pandemia. A medida autoriza o retorno com determinadas condições, e temos que ponderar quais os riscos. Temos algumas orientações e vamos manter e seguir as orientações”.   

O vice-reitor chama atenção para o fato de que a medida “não diz que se tem que fazer alguma coisa, apenas abre a possibilidade e estabelece alguns limites”. Por exemplo, conforme se verificou numa leitura preliminar, “não se pode retomar com mais de 50% do pessoal. Ou seja, mesmo que a UFRJ defina alguma modificação, esta seria limitada”. 

O que pode mudar

Segundo Carlos Frederico Leão Rocha, “é preciso olhar com carinho para algumas atividades curriculares nas quais é necessária presença, por exemplo, de ensino, mas isso já estava sendo avaliado (nos GTs). Tem algumas pressões de alguns segmentos, e é preciso um olhar cuidadoso, mais que isso não vai acontecer, não”. 

A coordenadora do Sintufrj Joana de Angelis observa que, no caso de aulas práticas, a questão está sendo tratada em um GT criado para discutir como vai ser a retomada dessa atividade acadêmica, e o Sintufrj faz parte desse grupo de trabalho. 

 

 

 

Senado dá o primeiro passo para a autonomia do Banco Central (BC). Para vice-presidente da CUT, Vagner Freitas e o presidente do Instituto Lula,  Marcio Pochmann, decisão vai prejudicar empresas e trabalhadores

Matéria retirada do site da CUT

O Senado Federal deu o primeiro passo, nesta terça-feira (3), para a autonomia do Banco Central (BC) ao aprovar por 56 votos a 12,  o projeto de lei que estabelece mandatos de quatro anos, com direito a recondução ao cargo pelo mesmo período, do presidente e diretores da instituição. Atualmente a direção do Banco Central não tem mandato fixo e é indicada pela Presidência da República. A autonomia do Banco Central ainda precisa ser votada pela Câmara dos Deputados.

Mas, o que o trabalhador tem a ver com a escolha e tempo de mandato de um  presidente e dos diretores do Banco Central? Tudo, dizem o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas e o economista e presidente do Instituto Lula, Marcio Pochmann.

A atuação do BC influencia na geração de emprego e renda ao condicionar instrumentos de políticas econômicas como a taxa básica de juros, que impactam no valor dos empréstimos pessoais e das empresas, que podem ser favoráveis, ou não, ao aumento da produção.

Com juros altos, uma indústria, por exemplo, não consegue crédito para se expandir e contratar mais funcionários. Uma importadora pode ter prejuízos com o dólar alto e até mesmo o mercado interno ficar desabastecido como vem ocorrendo com a desvalorização do real frente ao dólar, o que acarretou nos preços altos dos alimentos. Quando a moeda norte-americana está muito alta ao ponto de ser prejudicial ao país é o BC que entra no mercado para vender ou comprar dólares e estabilizar seus preços.

O economista explica que o papel do BC é também exercer o controle da moeda, a valorização do país. Para isso tem de enfrentar a inflação e a desvalorização do Real e, é por isso que precisa cuidar da saúde dos que operam a moeda, que são os bancos, as instituições financeiras.

O problema, de acordo com Pochmann,  é que se o BC adotar uma receita que mate o paciente, ele acaba com os empregos.

“Mesmo estabelecendo a taxa básica dos juros, o Banco Central não define a taxa final, o que já tem favorecido os grandes bancos. Se já atrelado ao governo federal o BC não promove competição entre os bancos, nem favorece a criação de cooperativas de crédito que possam baratear o custo do dinheiro, as possibilidade de crescimento de emprego se tornam mínimas, afetando toda a população”, diz Pochmann.

Autonomia gerará conflitos com eventual governo progressista

Tanto para o vice-presidente da CUT como para o presidente do Instituto Lula, a autonomia do Banco Central é uma farsa, já que a instituição passará a definir os rumos da economia do país, independentemente da política econômica que um presidente eleito vier a tomar.

O perigo, segundo Vagner Freitas, é o discurso de que o objetivo da autonomia do Banco Central é blindá-lo de pressões político-partidárias, mas o que ocorre na verdade, é que o comando da instituição deverá ficar nas mãos do mercado financeiro, lembrando que o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, é banqueiro.

“É preciso ter respeito pelo voto do eleitor. A atuação do BC não pode ser restrita ao governo escolhido pelo povo, que sentirá as medidas adotadas pela instituição. Na realidade, querem distanciar as decisões do BC do povo e aproximar do mercado financeiro. A autonomia do BC é transformar a eleição num engodo. É impedir que um presidente progressista coloque em prática a sua política econômica de geração de emprego e renda”, critica Vagner.

A autonomia do Banco Central para Pochmann nada tem de independência, pois esconde uma parcialidade, já que a instituição estaria distante de políticas governamentais e passaria a atuar à margem das decisões de um governo eleito.

Isto significa que a vontade da população ao votar e eleger num determinado candidato que tenha propostas econômicas de geração de emprego e renda, diferentes da direção do BC, poderá ser impedido de implantá-las.

Segundo ele, se de fato se confirmar o BC como autoridade independente dos governos de plantões, podemos ter na verdade caminhos diferentes. Um governo voltado à criação de empregos e um Banco Central contra, por conta da condução de uma politica monetária restritiva, com juros elevados, com poucos recursos para empréstimos.

“ Nas mãos do mercado financeiro, o BC não atuará numa uma política de incentivo ao emprego e à renda. O trabalhador também será prejudicado com uma política de juros altos que influenciam a habitação, seus gastos pessoais, as contas no supermercado. A vida ficará mais difícil para quem precisa de crédito pra comprar bens duráveis,  de consumo, como carros, imóveis e até a possibilidade das empresas contratarem em investir em obras”, diz o economista.

A autonomia do Banco Central consolida uma espécie de feudo dos bancos, constituído na defesa dos seus interesses, independente do país. É destruir a identidade nacional porque o que passa a valer são os interesses particulares e os interesses não necessariamente convergentes com os da Nação

– Marcio Pochmann

Já para Vagner Freitas, o BC independente é ter um parceiro para o mercado acumular riqueza, sem compromisso com políticas públicas. É deixar a instituição fora da pressão da opinião pública, da democracia.

“Eles querem fugir dessa pressão para que os recursos oriundos da riqueza nacional, que o BC é gestor, estejam fora de alcance da população. O Banco Central tem de estar atrelado ao projeto de governo que o povo escolher, e não ser mais um elo do mercado financeiro que só tem vontade fazer o bem a si próprio”, diz Vagner.

BC independente para quê? Independente de quem? Quem comporá a direção deste BC independente?.Serão os trabalhadores importantes nesta construção?. Serão os membros das cadeias produtivas, os setores da indústria, do agronegócio, do movimento sindical ligado aos trabalhadores? .O BC vai ser comandado no Brasil ou será pelos agentes financeiros internacionais que regulam o mercado?. São perguntas em que ninguém diz a resposta

– Vagner Freitas

Para o dirigente, esses questionamentos são válidos porque a interferência do mercado financeiro no Brasil, é segundo ele, muito grande, já que o mercado no Brasil só serve para estabelecer regras de acumular capital para enriquecer os grandes bancos privados.

O presidente do Instituto Lula ressalta ainda que o BC virou a porta de entrada e saída de banqueiros, hora são eleitos presidentes, hora são indicados ao ministério da Economia. Nos últimos cinco anos, segundo ele, esse funcionamento que já é autônomo, não reconhecido em lei, não favoreceu o país porque os bancos tiveram lucros excepcionais. O BC se tornou um sindicato dos bancos

“ Eu vejo essa autonomia como medida que se constitui num processo mais abrangente. De um lado a ideia de separação do Banco Central do Brasil, a sequencia é a aprovação do Real como moeda digital, e a terceira, é a transformação do Real como moeda conversível ao dólares. É a perda da  soberania do Brasil”.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) concorda com Pochmann de que a autonomia do BC é um atentado à soberania do país. Em seu twitter, a parlamentar escreveu:

“A autonomia do Banco Central serve aos interesses do mercado e não do país. Como pode o banco do governo ser autônomo?”, questionou. Um BC independente é atentado “à soberania”, acrescentou a parlamentar.

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho ( SE) disse que “ sob pretexto de ‘blindar’ a instituição de ‘ingerências políticas’, o que os parlamentares aprovaram foi a ‘autonomia’ em relação à soberania popular”.

“Estamos dando autonomia em relação ao governo, mas não estamos dando autonomia em relação ao mercado. Ou seja, haverá autonomia com relação à vontade popular, ao governo eleito. Mas não haverá autonomia em relação ao mercado e aos interesses comerciais para quem vai dirigir a política monetária do país”, afirmou o líder petista.

Carvalho destacou ainda que a proposta foi aprovada pelos senadores sem debate com a sociedade. Além dos seis dos seis senadores do PT, também votaram contra Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES), Regufe (Pode-DF), Weverton Rocha (PDT-MA), José Serra (PSDB-SP) e Zenaide Rocha (Pros-RN).

 

 

Desde o início da pandemia no país, a UFRJ adotou o trabalho remoto. Como seria natural, os profissionais de saúde que atuam na frente de combate à Covid-19 se destacaram. Afinal, eles diariamente enfrentam a morte para salvar vidas. 

Mas a universidade para dar continuidade à sua prestação de serviços de excelência à população, em várias áreas, conta com a colaboração de centenas de outros servidores atuando presencialmente.

A Prefeitura Universitária, que reúne 322 servidores efetivos, é um exemplo. Cotidianamente, os trabalhadores da PU estão presentes nos campi. Eles desenvolvem atividades de segurança das áreas físicas, de transporte, de manutenção e conservação das vias e dos equipamentos públicos, entre outras tarefas. 

Tarefas

“Há equipes que trabalham alternadamente, como as da Manutenção e de Áreas Verdes, e há aquelas que estão presentes todos os dias, como na Administração. Mas nenhum setor está sem a presença de funcionário”, explica o prefeito Marcos Maldonado. 

As áreas de transporte e segurança continuam com a sua escala normal, segundo o prefeito. Porém, na área administrativa o trabalho presencial é cotidiano. Maldonado e equipe batem ponto todos os dias na universidade. Isso envolve os servidores do gabinete, secretaria, protocolo, recursos humanos, administração da sede da Prefeitura Universitária, almoxarifado, assessoria técnica, Horto, entre outros setores. 

“A pandemia não impediu que desenvolvêssemos nosso trabalho com dedicação. Vemos isso no pessoal da administração, nos motoristas, pedreiros, bombeiros, vigilância, enfim, todos”, destaca Marcos Maldonado.

 

 

Em seus 74 anos de existência, pela primeira vez o Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC) será dirigido por um técnico-administrativo em educação. O médico Cesar Fantezia Andraus, que tomou posse no dia 26 de outubro, obteve 88,55% dos votos válidos em consulta à comunidade realizada dias 28 e 29 de setembro. Devido à pandemia de Covid-19, a consulta foi virtual. 

Cesar Andraus obteve maioria em todos os segmentos ao disputar o cargo com a professora Marleide Mota. Ele assumiu a direção da unidade em 26 de outubro, após mandato pro tempore de um ano do médico Leôncio Feitosa, por decisão da Reitoria, para promover mudanças na parte assistencial, administrativa e acadêmica (com apoio dos professores Nelson Cardoso e Carlos Peixoto).

Falta de pessoal

Uma das dificuldades listadas pelo diretor eleito é o reduzido número de servidores. Segundo ele, nas duas últimas décadas o INDC sofreu baixas consideráveis no seu quadro de pessoal: de 340 profissionais em 2000, atualmente a unidade conta com 94, sendo que 21 estão afastados em consequência da pandemia por serem de grupo de risco. Docentes em Neurologia são lotados na Faculdade de Medicina e exercem parte da carga horária no instituto.

O número de médicos é pequeno para atender à demanda: 15 ao todo. Mas mesmo assim a unidade realiza em média (fora os tempos de pandemia) 20 mil atendimentos anuais nas diversas áreas (embora a maior procura seja para neurologia) e realiza oito mil exames: de tomografia computadorizada, eletroencefalograma, audiometria, eletroneuromiografia e punção lombar, entre outros.

“Estamos abertos para receber novos servidores e podermos trabalhar melhor”, diz ele. 

Especulação preocupa

Outro problema que preocupa o diretor é a especulação em torno do campus da Praia Vermelha, onde está localizado o INDC. “A gente se coloca empenhado em manter o instituto vivo, tentando não se sujeitar à falsa solução reducionista do Estado. O INDC é um patrimônio de todos os brasileiros e garante frutos importantes para o país”, afirma. 

Planos possíveis

Na posse festiva que ainda não tem data, Cesar Andraus pretende resgatar a história da unidade e o valor dos seus servidores. “Quem se propõe a ser diretor tem que valorizar os trabalhadores concursados e com ótima formação. Nosso trabalho é prestado à sociedade, mas temos que ser respeitados. Infelizmente estamos vivendo uma época em que questionam o valor do servidor. O servidor é o Estado brasileiro”, destaca. 

Sem a pretensão de desconsiderar o trabalho das gestões anteriores, consta dos planos iniciais do diretor “consertar a casa e conseguir que a assistência esteja em completo funcionamento; melhorar a integração com as Faculdades de Medicina, Fonoaudiologia e Fisioterapia, de forma que a gente possa manter as atividades de ensino, pesquisa e extensão e criar novas”. Ele pretende criar na unidade uma pós-graduação em Fisioterapia.

“Estamos trabalhando numa melhor contratualização com o SUS e nos propondo a oferecer mais serviços à população”, antecipou, informando que os acertos com o Sistema Único de Saúde estão “bem adiantados”. Além disso, Cesar Andraus tem como meta se aproximar cada vez mais do Complexo Hospitalar, de olho na possibilidade de realização de compras centralizadas e até do compartilhamento de servidores entre as unidades hospitalares.

Outro projeto do diretor é resgatar o papel do INDC em procedimentos de pequena e média complexidade. Isso porque, em 2008, as cirurgias que eram realizadas na unidade foram levadas para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Ele informa que conta com o apoio de pessoas abertas às novas necessidades para levantar a instituição. “Nossa proposta é manter o instituto vivo e permitir que volte para a universidade, que interaja melhor com a Faculdade de Medicina, de modo a integrar com êxito os pilares de ensino, pesquisa e extensão”, planeja.

Trajetória 

A ligação do eleito pela comunidade com o INDC vem desde 1984, quando ainda cursava medicina na UFRJ e começou a frequentar o serviço de eletroencefalografia da unidade. Ele fez residência médica e mestrado em Neurocirurgia, e doutorado em Ciências na Engenharia de Produção (para desenvolver um aparelho usado em cirurgias cranianas). Em 1997, ingressou, por concurso público, no instituto.

Trabalhou durante 27 anos como neurocirurgião plantonista no Pronto Socorro Municipal de São José dos Campos até se aposentar em 2019, mas não está em seus planos deixar o INDC.

Integração 

Na definição de Cesar Andraus, o INDC ser dirigido pela primeira vez por um técnico-administrativo é muito natural: “Todos nós, técnicos ou professores, defendemos todos os objetivos da UFRJ. Portanto, os cargos podem atuar de forma cooperativa. Na verdade, nós, da medicina, não vemos uma dicotomia radical entre docentes e técnicos-administrativos, porque um hospital universitário, por exemplo, já nasce com o propósito de integração médico-docente”, conclui. 

INDC é SUS

Inaugurado em 1946 com o nome do professor que na época representava a própria Neurologia brasileira, a unidade foi visitada por nomes de projeção mundial, como o criador da penicilina, Alexander Fleming. O novo diretor conta, com orgulho, que os visitantes ilustres não escondiam, na época, sua surpresa com a qualidade do serviço. 

“Mas a gente não quer viver do passado”, diz ele sobre a unidade, embora o INDC ainda seja referência em neurologia no país. Um de seus anseios é recuperar o prestígio acadêmico da instituição.

O INDC presta serviço totalmente pelo SUS, com marcações pelo Sistema de Regulação (Sisreg). Os tratamentos são em geral continuados para doenças neurológicas crônicas, como esclerose lateral amiotrófica (ELA), epilepsia, mal de Parkinson, entre outras.

Há atendimentos ligados à Faculdade de Medicina, como de Fisioterapia e de Fonoaudiologia, mas com profissionais que atuam na unidade.

Relíquias 

  

Além dos museus de História da Neurologia Brasileira e de Anatomia e de uma importante biblioteca, o INDC é guardião de murais de grande valor cultural (na foto acima, mural da estrutura do córtex cerebral de Ramon & Cajal.), que estão em processo de tombamento.

Um dos orgulhos de Cesar Andraus à frente da unidade é saber que o instituto foi uma das primeiras instituições do país a oferecer residência médica em neurologia. “E hoje grande parte das instituições tem de algum modo relação com o INDC, porque é o berço da Neurologia e da Neurocirurgia brasileira”, assinala.  

 

O médico Cesar Fantezia Andraus, técnico a frente do INDC.

Fotos: Arquivo pessoal