Companheiras e companheiros: conforme ocorre todos os anos, lembramos que em dezembro o desconto para o Sintufrj será de 2% (dois por cento). 

São duas prévias salariais: 

O desconto para o Sintufrj vem na primeira prévia salarial e, na segunda, os descontos pertinentes ao 13º, como o INSS e IR. 

Saudações sindicais 

 

Direção do Sintufrj – Gestão Ressignificar 

Na Câmara dos Deputados, PL propõe socorro de R$ 1 mil durante um ano; proposta aguarda votação em comissão

Matéria retirada do Brasil de Fato

As chuvas que caíram no Pantanal nas últimas semanas não foram suficientes para aliviar a tensão de moradores atingidos pelas queimadas que chocaram o país. O período mais crítico do fogo já teria sido superado, mas alguns pontos da região ainda tentam administrar os incêndios, que atingiram 4,1 milhões de hectares do bioma entre janeiro e outubro. Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pelo menos 28% do Pantanal foram devastados pelo fogo, de acordo com cálculos do Instituto SOS Pantanal.

Como consequência dessa matemática, nesta primeira quinzena de novembro, diversas comunidades ainda contabilizam e lamentam o prejuízo provocado pelas chamas. Os números se materializam em contextos como o dos indígenas guatós, que vivem na região dos municípios de Poconé (MT) e Barão de Melgaço (MT). As duas cidades estão entre as mais de 90 afetadas pelo fogo nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Começou a cair alguma chuva, a encher o rio, mas a água está muito suja, não é potável

No território da comunidade, os moradores cultivavam vegetais como banana, mandioca, abacaxi, batata, cana-de-açúcar, entre outros destinados não só ao sustento das 80 famílias locais, mas também ao comércio, o responsável pela geração de renda dos nativos. Agora, a lavoura virou terra arrasada, tanto no solo quanto no coração de quem dela vivia.

“Isso foi tudo devastado com o fogo. A [questão da] água também. Começou a cair alguma chuva, começou a encher o próprio rio, mas a água está muito suja,  não é uma água potável. Isso já tem causado alguns problemas de dor no estômago, diarreia nas pessoas”, descreve a presidenta da Organização de Mulheres Indígenas de Mato Grosso, Alessandra Guató.

Ela afirma que os moradores estão vivendo de doações de alimento e ainda aguardam outras consequências do alastramento das chamas, que fizeram pelo menos 86 municípios decretarem estado de emergência. “Na hora em que encher todo o campo [de água], os peixes vão morrer, porque tudo queimou por aqui. Os impactos não são só os de agora. Infelizmente, vamos vivenciar isso por muito tempo ainda”, projeta a dirigente, que há 38 anos vive no local e diz jamais ter visto os focos de calor e fogo atingirem esse nível.

Com a questão da seca, das queimadas, houve uma devastação da matéria-prima, e isso impacta diretamente a vida das famílias

Dono de uma pequena propriedade rural em Poconé (MT), o produtor Salvador Soltério de Almeida ajuda a descrever o caos em que se encontram muitos dos seus conhecidos na região. Ele conta que lhe chamou a atenção o estado de uma comunidade local que tem uma pequena produção de farinha de mandioca.

“Hoje a produção deles caiu completamente. Com a questão da seca, das queimadas ao redor, houve uma devastação da matéria-prima, e isso impacta diretamente a vida das famílias. Com isso, diminuiu a renda econômica, num momento em que o país passa por uma série de problemas, com inflação alta, com combustível subindo. Houve um empobrecimento do povo da região”, observa Almeida.

Almeida defende uma forte atuação estatal na região para ajudar a socorrer as comunidades e tirar a economia local do vermelho. “É importante ter linha de crédito também. O sistema crediário ainda é muito burocrático. Neste momento, com a problemática do fogo, o crime ecológico e a devastação, teria que ter incentivo nesse sentido”, advoga o produtor rural, que diz ter sido indiretamente impactado pelas chamas.

Socorro emergencial

Agora, com a piora da crise socioeconômica na região, a população conta com a possibilidade de receber um auxílio emergencial do governo federal. A ideia ganhou corpo na Câmara dos Deputados por meio do Projeto de Lei (PL) 5009/2020, assinado pelos mais de 20 parlamentares da comissão externa que cuida do enfrentamento às queimadas.

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Cunhada a partir de audiências públicas que colheram relatos de moradores prejudicados pelo fogo, a proposta prevê a concessão de um socorro de R$ 1 mil a esses trabalhadores. De acordo com o texto, a verba para sustentar o benefício teria a mesma fonte de recursos do auxílio emergencial nacional, o primeiro a ser aprovado, em março deste ano. O recurso faz parte do chamado “orçamento de guerra” autorizado pelo Legislativo para o período da pandemia. “Trata-se de uma despesa que respeita os parâmetros de responsabilidade fiscal”, ressalta o PL.

A ideia é que o benefício seja liberado durante o período de um ano para indígenas, ribeirinhos, integrantes de comunidades remanescentes de quilombos, pescadores artesanais e trabalhadores de outras comunidades tradicionais pantaneiras. Assentados da reforma agrária e demais agricultores familiares também seriam contemplados, em caso de aprovação da proposta.

Em todo o Pantanal, mais de 10 mil minifúndios foram queimados. Na média, 80% [da área] das propriedades queimaram

Estatísticas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostram que 92% das pequenas propriedades do bioma foram atingidas. O percentual significa que são mais de 4.800 pequenas áreas majoritariamente afetadas pelos incêndios.

“Em todo o Pantanal, mais de 10 mil minifúndios foram queimados. Na média, 80% [da área] das propriedades queimaram. Animais morreram, se intoxicaram com a fumaça, plantações de castanha queimaram. As pessoas ficaram sem nada, então, tem a dor emocional e tem a perda material que essas pessoas agora têm que reconstruir. Pra isso, eles precisam desse auxílio pelo menos pro próximo ano”, argumenta a deputada federal Rosa Neide (PT-MT), que mora em Cuiabá (MT), a 60 km do ponto onde iniciaram os incêndios.

Signatária do PL e presidenta da comissão externa, ela antecipa que o colegiado conseguiu agendar uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o próximo dia 19. O objetivo é negociar a colocação do projeto em votação no plenário. “Esperamos que isso seja encaminhado com maior agilidade”, finaliza.

 

A partir dos próximos concursos para professores na UFRJ haverá reserva de vagas para negros, pardos e pessoas com deficiência em todas as unidades acadêmicas. Essa decisão foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) em outubro ampliando a ação de políticas afirmativas na universidade.

“As modificações dão maior efetividade às cotas”, afirma a professora Cristina Miranda, representante dos Professores do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico no Consuni. Segundo ela, porque permitem que as cotas nos concursos docentes atinjam todas as unidades e não apenas aquelas onde havia maior número de vagas para concurso. 

A decisão, acrescenta Cristina, contempla especialmente as unidades onde é menor o percentual de professores negros e negras, e com deficiências. O Colégio de Aplicação (CAp) foi citado por ela como exemplo. A unidade incluiu as cotas em seus editais de acesso de alunos nos últimos anos, mas ainda não havia conseguido aplicar a política de cotas nos concursos docentes. 

Reparação histórica

 “A Resolução do Consuni é um passo bastante importante para a UFRJ na reparação histórica necessária aos negros e negras, e no caminho de uma política efetivamente inclusiva. Sobretudo num momento de governos negacionistas e de ações como a do presidente da Fundação Palmares de apagamento da história”, afirma Cristina.

De acordo com o representante dos estudantes no Consuni e diretor do Diretório Acadêmico Mário Prata, João Pedro Paula, a política de cotas na UFRJ para professores negros era inexistente. “Estava escrito, mas era uma lei para inglês ver. Agora, com essa mudança (Resolução aprovada no colegiado máximo da instituição) temos de fato uma política efetiva, porque serão consideradas todas as vagas do edital para poder fazer o cálculo das cotas, com prioridade para as unidades com menor número de pessoas negras”.

Combate ao racismo 

O líder estudantil fez parte do grupo de trabalho que elaborou as propostas de modificação da política de cotas em vigor na universidade e, com o apoio técnico da Procuradoria Federal, o Consuni aprovou a nova Resolução. 

“Em outros momentos o Consuni já vinha pautando essa questão do racismo devido a um comentário infeliz da Reitoria de que não existia racismo na UFRJ. Eu questionei afirmando que era só olhar para os integrantes daquele colegiado para ver o quanto o racismo estava presente na universidade: o Consuni só possui cinco conselheiros negros, num total de 50 pessoas”, conta 

Censo

Segundo João Pedro, há a intenção se fazer um censo tanto de pessoas negras quanto de pessoas com deficiência na UFRJ. “Hoje não temos nenhum dado a respeito”, observa.

 

Informalidade e pobreza atingem mais mulheres e homens pretos e pardos. 70% dos que estão abaixo da linha de pobreza, vivendo com menos de dois dólares ao dia, são negros ou pardo

Matéria retirada da CUT.

O percentual de pretos ou pardos no mercado informal de trabalho no Brasil chegou a 47,4% em 2019, enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%. Os negros eram maioria em atividades informais do setor agropecuário (62,7%), da construção (65,2%) e dos serviços domésticos (66,6%). Essas atividades em decorrência do desaquecimento do mercado de trabalho foram ampliadas desde 2014, com destaque para transporte, armazenagem e correio, alojamento e alimentação e construção.

Esses e outros dados estão no estudo “Síntese de Indicadores Sociais” (SIS), que teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, de 2019, divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo abrange os  trabalhadores informais, que são todos os empregados sem carteira assinada, como trabalhador doméstico, os que atuam por conta própria mas não contribuem para a Previdência Social,  e o trabalhador o empregador que auxilia a família e também não contribui com o INSS.

De acordo com o IBGE, entre as pessoas abaixo da linha de pobreza que ganham US$ 1,90 por dia (R$ 10,31 no câmbio oficial do dia 12/11), segundo a  linha fixada pelo Banco Mundial, 70% eram de cor preta ou parda, enquanto a população que se declarou com essa característica era de 56,3% da população total. A pobreza afetou ainda mais as mulheres pretas ou pardas: eram 28,7% da população, mas 39,8% dos extremamente pobres e 38,1% dos pobres.

O estudo também mostra que os negros são maioria entre os brasileiros que estão nas faixas de pobreza e extrema pobreza e moram com maior frequência em domicílios com algum tipo de inadequação.

“A informalidade para pretos ou pardos é uma característica histórica, que percebemos em todos os anos da série da Pnad Contínua, que se inicia em 2012 e vai até 2019. É um grupo que requer atenção, é um grupo mais vulnerável, que não vai poder ter aposentadoria por tempo de serviço, que não tem direito a licenças remuneradas por afastamento por motivo de saúde ou licença gestante, então são mais vulneráveis em termos de pessoal ocupado”, explica o coordenador da SIS, João Hallak.

Mercado de trabalho dos informais por Região

A população preta ou parda (47,4%) estava mais inserida em ocupações informais em todas as unidades da Federação, quando comparada à população branca (34,5%).

Em 2019, a proporção de trabalhadores em ocupações informais alcançou 61,6% na Região Norte e 56,9% no Nordeste. Por outro lado, as regiões Sudeste e Sul, apresentaram proporções de, respectivamente, 34,9% e 29,1%.

Força de trabalho

Entre 2018 e 2019, a taxa de desocupação caiu de 12% para 11,7%. A pesquisa mostra, porém, que a proporção dos desocupados há pelo menos dois anos subiu de 23,5% em 2017 para 27,5% em 2019.

A taxa de desocupação da população preta ou parda (13,6%) era maior do que a da população branca (9,2%), ainda que tivessem o mesmo nível escolar: Entre aqueles com ensino fundamental completo ou médio incompleto, essa taxa era de 13,7% para brancos e de 18,4% para pretos e pardos.

Em 2019, a população ocupada por cor ou raça branca ganhava, em média, 69,3% mais do que a preta ou parda, e o rendimento dos homens era 12,7% maior que o das mulheres, considerando-se o mesmo número de horas trabalhadas.

No ano passado, a população subocupada alcançou a maior proporção na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, chegando a 7,6% da população ocupada. Entre as pessoas ocupadas, aquelas que trabalham menos que 40 horas semanais, querem e estão disponíveis para trabalhar mais horas são denominadas subocupadas por insuficiência de hora.

Trabalho intermitente

A reforma trabalhista regulamentada pela Lei n. 13.467 de 2017 introduziu a modalidade de contratação intermitente, formalizando um tipo de ocupação em que o trabalhador é contratado com carteira assinada, mas sem a garantia de um mínimo de horas de trabalho, sendo chamado para o desempenho da atividade laboral de acordo com a necessidade do empregador.

Em 2018, mais de 71 mil contratações ocorreram pela forma intermitente no país, representando 0,5% das admissões com carteira assinada. Em 2019, foram mais de 155 mil contratações, ou 1% das admissões com carteira.

“Em todas as grandes regiões, houve aumento no número de admissões por contrato intermitente nesse período. Assim, apesar de representarem números relativamente pequenos sobre o total das admissões, o crescimento apresentado em apenas um ano é digno de atenção e monitoramento”, diz o IBGE.

Desigualdade de renda

O índice de Gini (0,543) caiu em relação a 2018 (0,545), mas ficou superior a 2015, ano que teve o indicador mais baixo da série, com 0,524. O país é o nono mais desigual do mundo segundo o Banco Mundial. O índice é usado para medir a desigualdade social , em que zero corresponde a uma completa igualdade na renda e 1 corresponde a uma completa desigualdade.

A Região Sul é a que tem a menor desigualdade de renda, com 0,467. O Nordeste teve a maior desigualdade, com 0,559, e aumentou em relação a 2018, enquanto as outras regiões tiveram queda em comparação ao ano anterior.

Em 2019, a parcela de 10% de pessoas com menores rendimentos domiciliares per capita recebia 0,8% do total da renda do país. À metade da população brasileira correspondiam 15,6% dos rendimentos observados, cabendo aos 10% com maiores rendimentos 42,9% do total da renda.

Os 10% com maiores rendimentos são compostos por 70,6% da população branca. Os 10% com menores rendimentos são compostos por 77% da população preta ou parda.

Entre os 10% com menores rendimentos, o rendimento domiciliar per capita médio em 2019 foi de R$ 112. Entre os 10% com maiores rendimentos, o rendimento domiciliar per capita médio no ano passado foi de R$ 3.443.

Pobreza

De 2018 para 2019, a pobreza (rendimento domiciliar per capita até R$ 436) caiu de 25,3% para 24,7% das pessoas. Já a extrema pobreza (rendimento domiciliar per capita até R$ 151) se manteve em 6,5% da população, em 2018 e em 2019, afetando mais da metade dos nordestinos e 39,8% das mulheres pretas ou pardas. Entre 2012 e 2019, houve aumento de 13,5% na extrema pobreza.

Segundo a analista do IBGE, Barbara Soares, o país tem bolsões de extrema pobreza que não conseguem acessar as instituições para solicitar benefícios sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A Síntese mostra que a extrema pobreza no país cresceu 13,5%, passando de 5,8% da população, em 2012, para 6,5%, em 2019, segundo a linha internacional fixada pelo Banco Mundial em US$ 1,90 por dia em termos de paridade de poder de compra (PPC). Já pela linha de US$ 5,50 PPC (pobreza), houve redução na proporção de pobres da ordem de 6,6%, caindo de 26,5% para 24,7% da população, nesse período. Entre os que se declararam brancos, 3,4% eram extremamente pobres e 14,7% eram pobres, mas essas incidências mais que dobravam entre pretos e pardos.

“A população de cor ou raça preta ou parda está mais presente na informalidade, possui menos anos de estudo, está em atividades que remuneram menos, então tudo isso contribui para que a renda do trabalho seja menor. Certamente, todos esses elementos tanto do mercado de trabalho quanto de fora do mercado de trabalho fazem com que tenham um rendimento domiciliar per capita inferior e se insiram relativamente mais nessas categorias de pobreza e extrema pobreza”, analisa Hallak.