Piso nacional, elevado para R$ 1.100, equivale a 1,58 cesta básica de SP calculada pelo Dieese; essa proporção entre mínimo e cesta ficou maior que 2 entre 2009 e 2019

Matéria retirada da Revista Fórum.

O novo salário mínimo de 2021, de R$ 1.100, tem o menor poder de compra medido em cestas básicas desde 2004. Com esse valor, o trabalhador conseguiria comprar o equivalente a 1,58 do valor da cesta estimada pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) para São Paulo, que é de R$ 696,71. A proporção é igual à registrada em 2020, quando vigorou o primeiro salário mínimo definido pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido). Há 17 anos, o piso nacional era equivalente ao valor de 1,47 cesta.

Mas, naquele ano, havia uma diferença: estava em curso uma política do governo para valorizar o salário mínimo. Era a época do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que colocou em prática critérios que garantiam ganho real para o salário mínimo.

O Dieese publicou nesta segunda-feira (4) um estudo sobre o novo piso ainda levando em conta o valor de R$ 1.088 que tinha sido anunciado pelo governo federal. Ele acabou “arredondado” para R$ 1.100.

Ainda não dá para saber se o valor fixado por Jair Bolsonaro (sem partido) terá algum ganho real. Ele teve um reajuste de 5,26%. Usado como parâmetro para definir os novos valores do mínimo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulava alta de 5,2% nos 12 meses terminados em novembro. O resultado fechado de 2020 só sai na semana que vem.

Mas é possível dizer que, com os reajustes que Bolsonaro e sua equipe econômica, liderada por Paulo Guedes, concederam ao piso, ele deixou de ser equivalente a mais de duas cestas básicas. Isso não aconteceu em nenhum ano entre 2009 e 2019, segundo o estudo do Dieese.

Até mesmo nos anos do governo direitista de Michel Temer (MDB), a proporção tinha ficado acima de dois. Em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, o valor que vigorou tinha sido fixado por Temer.

 

 

Anvisa aprova pedido da Fiocruz de importar dois milhões de doses das vacinas britânicas AstraZeneca e  da desenvolvida pela Universidade de Oxford, mas não o uso emergencial

Matéria retirada do site da CUT. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a solicitação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para importar dois milhões de doses da vacina contra a Covid-19  desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, ambas britânicas.

A ideia do governo federal é começar a vacinação ainda neste primeiro mês de 2021 com essas primeiras doses, importadas. Enquanto que no mês seguinte já está prevista a entrega da produção de 30 milhões de vacinas por meio da parceria entre a Fiocruz e a farmacêutica.

Apesar dos 196. 029 óbitos e 7.732.071 casos da doença desde o início da pandemia, segundo balanço do consórcio de veículos da imprensa publicado no último domingo (3), a Anvisa, no entanto, só aprovou por enquanto a importação, e não a primeira etapa do plano apresentado pelo governo federal.

A Fiocruz deve pedir, ainda nesta semana, a aprovação para o uso emergencial da vacina, o que deve ser analisado pela Anvisa em até 10 dias. Até lá, a agência exige que o carregamento fique sob a guarda da Fiocruz a fim de “garantir as condições de armazenamento e segurança para manutenção da qualidade do produto. Na solicitação recebida pela Anvisa, a indicação é que as vacinas cheguem ao País em janeiro”, informou a Anvisa, em informação publicada pela Folha de São Paulo.

No total, o governo federal investiu R$ 2 bilhões na compra de doses e transferência de tecnologia para a Fiocruz. A ideia é distribuir 210,4 milhões de doses em 2021 para imunizar 105 milhões de pessoas, visto que cada brasileiro receberá duas doses, entre um intervalo de um a três meses.

Queda de braço política

A estratégia do governo federal de importar dois milhões de doses prontas é mais um capítulo da disputa entre o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e o governo estadual paulista de João Doria (PSDB).

A ideia era iniciar a aplicação da vacina somente em fevereiro. A estratégia mudou após o governo paulista importar 10,8 milhões de doses da Coronavac, em parceria com a famacêutica chinesa Sinovac, e anunciar o começo da vacinação para o dia 25 de janeiro. A aplicação do uso emergencial da vacina depende também, no entanto, do aval da Anvisa, o que ainda não foi solicitado.

 

 

Trabalhador de 38 anos foi alvejado por um fuzil na manhã desta segunda-feira (4) no bairro Tijolinho, na Cidade de Deus

Matéria retirada do site Brasil de Fato. 

Moradores da Cidade de Deus, localizada na zona oeste do Rio, acusam policiais militares de executarem um homem negro na manhã desta segunda-feira (4). Marcelo Guimarães, de 38 anos, estava de moto quando foi atingido por um disparo de fuzil.

Segundo a família, ele estaria a caminho do trabalho após ter deixado o filho de 5 anos na escolinha de futebol do bairro quando foi alvejado. Guimarães trabalhava em uma marmoraria.

A Polícia Militar alega que havia um confronto com traficantes no local, versão contestada pelos moradores, que afirma terem ouvido apenas um disparo. A morte de mais um homem negro, vítima de violência policial, reverberou nas redes fez com que a hashtag #JustiçaparaMarcelo crescesse rapidamente no Twitter.

A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e um Inquérito Policial Militar (IPM) será aberto.

Um vídeo feito por uma moradora mostra o momento em que os policiais saem do local com o veículo blindado conhecido como caveirão.

Em repúdio à morte,  moradores fecharam a Linha Amarela, no sentido Fundão, por cerca de 25 minutos no início da tarde. Houve também bloqueios na via sentido Barra.

Também pelo Twitter, a filha de Marcelo fez um desabafo. “Te mataram pai, na crueldade. O senhor era trabalhador, estava indo trabalhar e te mataram”, escreveu a jovem.

O ativista Raull Santiago, que também mora no Rio, lamentou a execução.

“O primeiro dia útil de 2021 escancara um Rio de Janeiro e Brasil que na favela conhecemos muito bem, totalmente racistas, onde a polícia usa dessa estrutura para executar sem dó corpos negros nos endereços periféricos. Toda força do mundo para essa família que hoje fica sem filho, pai, esposo, irmão… que revoltante, Brasil”, escreveu.

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