O IX ENAC acontece de 22 a 26 de novembro de 2021. O evento conta com interpretação em Libras e Legendas.

A transmissão de toda programação, exceto minicursos e apresentação artística ao vivo, será aberta pelo canal do YouTube Arte de Toda Gente. No entanto, somente previamente inscritos receberão certificados.

As inscrições para programação geral e minicursos estão abertas através do FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO.

PROGRAMAÇÃO:

22/11 | SEGUNDA-FEIRA
Manhã, Tarde e Noite
MINICURSOS

19:00 – 20:30 – Atividade artística: Só se fechar os olhos + Para além do gesto
Coletivo Desvio Padrão

23/11 | TERÇA-FEIRA
Manhã
9:30 – 10:30 – Mesa de Abertura
Representantes das instituições realizadoras e de apoio.
10:00 – 12:00 – Mesa 01: Arte, deficiência e criação anticapacitista.
Participantes:
Klícia Campos – UFPR e UFSC
Leandra Caleidoscópica – Coletiva Girassol, Portal Sem Barreiras e Museu Vozes Diversas
Luiz de Abreu – UFBA
Mediador: Ednilson Sacramento – UFBA e Rede PCD BAHIA

Tarde
14:00 – 16:00 – Mesa 02: Diversidade corporal, acesso à cultura e cultura do acesso.
Participantes:
Anahí Guedes de Mello – CODEA-ABA e Anis – Instituto de Bioética
João Paulo Lima – Centro Cultural do Bom Jardim (CE) e Universidade de Lisboa (Portugal)
Márcia Moraes – UFF
Olívia von der Weid – UFF e CODEA-ABA
Mediadora: Arheta Andrade – IBC
17:00 – 19:00 – Mesa 03: As experiências surdas na contemporaneidade: estudos culturais e étnicos.
Participantes:
Ronaldo Manassés – UNIFAP
Shirley Vlhalva – UFMS e UNICAMP
Weslei Rocha – INES e UFRJ
Mediador: Bruno Ferreira Abrahão – UFRJ

24/11 | QUARTA-FEIRA
Manhã
09:30 – 12:30 – Sessão de Comunicações Orais 01

A lista completa de trabalhos e autores pode ser acessada em COMUNICAÇÕES.
Mediadora: Débora Seger – UERJ

Tarde
14:30 – 17:30: Sessão de Comunicações Orais 02

A lista completa de trabalhos e autores pode ser acessada em COMUNICAÇÕES.
Mediador: Eduardo Cardoso – UFRGS

25/11| QUINTA-FEIRA
Manhã
10:00 – 12:00 
– Roda de conversa 01 – Experiências e reflexões de acessibilidade cultural em Portugal.
Participantes:
Célia Sousa – Instituto Politécnico de Leiria (Portugal)
Desirée Nobre – UFPel (Brasil) e Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Portugal)
Graça Santa-Bárbara – Acesso Cultura (Portugal)
Ingrid Freitas – Universidade de Vigo (Espanha)
Mediadora: Roberta Gonçalves – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Portugal)

Tarde
14:00 – 16:00 – Roda de conversa 02 – Faço Festa, Faço Luta – Acessando com Mário.
Participantes:
João Pedro Fernandes de Melo – UFRJ
Karina Rubin – UFRJ
Layla Monçores – UFRJ
Márcia Medeiros – EDT (Associação de profissionais de edição audiovisual)
Mariana de Lima – UFF
Severa Paraguaçu – UFRJ
Mediadora: Virgínia Kastrup – UFRJ

26/11 | SEXTA-FEIRA
Manhã
09:30 – 12:30 – Sessão de Comunicações Orais 03

A lista completa de trabalhos e autores pode ser acessada em COMUNICAÇÕES.
Mediador: Jefferson Fernandes Alves – UFRN

Tarde
14:30 – 17:30: Sessão de Comunicações Orais 04

A lista completa de trabalhos e autores pode ser acessada em COMUNICAÇÕES.
Mediador: Emerson de Paula – UNIFAP

 

 

 

18 de novembro de 2021, 17:40 – Brasil 247

Entre os temas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) censurados pelo governo Jair Bolsonaro, em 2019, estão questões sobre a ditadura militar brasileira, feminismo e a escravidão. Uma charge da Mafalda, personagem de quadrinhos criada pelo cartunista argentino Quino, foi retirada do exame daquele ano, pois, segundo a comissão do governo federal, “gera polêmica desnecessária”, informou a Piauí.

A charge em questão questiona a situação da mulher na sociedade. Mafalda vê sua mãe apreensiva ao vê-la entrar no jardim de infância e tenta tranquilizá-la: “Sabe, mamãe, eu quero ir para o jardim de infância e estudar bastante. Assim, mais tarde não vou ser uma mulher frustrada e medíocre como você!”. Enquanto a mãe fica desolada, Mafalda, feliz, comenta: “É tão bom confortar a mãe da gente!”

Em 2019, o então presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues, montou uma equipe para analisar ideologicamente as questões do exame, que se reuniu durante dez dias, carimbando “sim” e “não” para aprovar ou rejeitar questões. Ao final, 66 questões da prova inicial foram retiradas. “Numa planilha de Excel, os censores apresentaram justificativas sucintas – e mal explicadas – para suas escolhas”, informa a Piauí, que teve acesso a um documento até hoje não divulgado em que servidores do Inep pediram a reabilitação de parte das questões censuradas em 2019.

Censura

Além de Mafalda, também a cantora pop norte-americana Madonna foi censurada. Uma questão da área de linguagens usava a letra da música Papa Don’t Preach para falar de gravidez na adolescência. O argumento da comissão de censura: “gera polêmica desnecessária”. Segundo a reportagem, “essa foi a justificativa mais usada de todas: serviu para excluir 28 questões da prova”.

Também seis questões sobre a ditadura militar brasileira foram censuradas. “Uma delas citava o poema ‘Maio 1964’, escrito por Ferreira Gullar, que fala sobre a violência e as prisões políticas ocorridas nas semanas seguintes ao golpe”, destaca a Piauí, informando que nesse caso a comissão do governo Bolsonaro alegou “descontextualização histórica do texto”, motivo que foi usado contra poema de Paulo Leminski sobre a ditadura.

“Uma outra questão, que citava uma letra de música escrita por Chico Buarque (não se sabe qual), foi censurada com a seguinte explicação: ‘Leitura direcionada da história / Sugere-se substituir ditadura por regime militar’”, informa. “Também foi censurada uma questão sobre a prática de tortura pelos militares. Ao consentir com a exclusão da pergunta, os servidores comentaram: ‘Um instrumento que apresente itens que se refiram apenas a um lado da história se mostraria inadequado e polêmico’”, continua.

Charges e poemas abordando religião, mesmo que não fosse o tema da pergunta, também foram censuradas. Até mesmo na prova de matemática, os censores do Inep disseram que um item “gera polêmica desnecessária em relação à ideia de casal”. Da mesma forma, numa pergunta sobre cuidados com relação ao vírus HIV que afirmava que o uso de camisinha é “o meio de prevenção mais barato e eficaz” contra a Aids, a comissão do governo censurou e justificou: “gera polêmica desnecessária / Direcionamento do controle de saúde”.

“Na mesma toada, foi excluída uma questão que falava sobre a proliferação de doenças. O item explicava que a hanseníase tende a se espalhar com facilidade em presídios no Brasil, devido à superlotação e às condições precárias em que vivem os presos. ‘Gera polêmica desnecessária em relação ao sistema penal’, disse a comissão”, informa a reportagem.

“Questões sobre escravidão, violência policial ou movimentos sociais foram parar na gaveta em 2019. Três questões que falavam de ‘conflitos sociais’ foram excluídas do Enem com a alegação de que faziam ‘leitura direcionada da história’ (essa justificativa foi usada para censurar 19 itens). Um item que falava sobre a abolição da escravatura e a ‘persistência das condições precárias dos pobres negros no Brasil’ foi excluída da prova porque, segundo a comissão, houve uma ‘descontextualização histórica do texto’. Uma outra questão que falava sobre segurança pública mencionava, em uma das alternativas de resposta, a violência da polícia na Bahia. Também foi censurada. ‘Ofensivo à força policial baiana’, explicou o trio de censores”, destaca.

Nem mesmo a produção agrícola passou batido pelos censores, que censuraram uma charge sobre a produção de milhos transgênicos, declarando que ela “gera polêmica desnecessária em relação à produção no campo”.

Questão sobre a Marcha das Vadias, mostrando uma foto de mulheres de sutiã durante uma manifestação do grupo, foi barrada por gerar “polêmica desnecessária”.

“Outra questão que debatia a maioridade penal foi excluída do exame. ‘Gera polêmica desnecessária a favor da não redução da maioridade penal’, escreveu a comissão de censura, alinhada com o presidente. Naquele ano, Bolsonaro pressionava o Senado para aprovar um projeto que reduzisse a maioridade penal para crimes hediondos, uma velha bandeira de campanha”, lembra o repórter Luigi Mazza.

“Uma questão da área de ciências humanas que falava sobre as relações entre o governo Donald Trump e Israel foi cortada do exame. A justificativa da comissão de censura foi a seguinte: ‘Leitura direcionada da história / Interferência desnecessária na soberania de outro país’”, destaca.

Segundo Mazza, também uma pergunta sobre a Liga das Nações e a “implantação da sociedade judaica na Palestina do início do século XX” foi excluída porque fazia “leitura direcionada de geografia / história”, de acordo com os censores.

Os censores ainda excluíram da prova uma questão de ciências da natureza sobre o canibalismo entre animais, porque “induz o jovem a comportamento antissocial”, segundo a comissão do Inep.

Mantendo alinhamento com Bolsonaro sobre a questão do armamento, a comissão também proibiu um texto falava sobre uma tragédia ocorrida em 2013, na cidade de Burkesville, nos Estados Unidos, em que um menino de 5 anos disparou acidentalmente um fuzil que havia ganhado de presente e matou sua irmã mais nova dentro de casa.

‘Enem com a cara do governo’

“Os registros de 2019 talvez ajudem a elucidar o que o presidente Jair Bolsonaro quis dizer, na última segunda-feira (15), quando afirmou que o Enem deste ano terá ‘a cara do governo’”, lembra Mazza.

O Enem 2021 será realizado nos próximos dois domingos, dias 21 e 28 de novembro. A entidade responsável pelo exame, o Inep, no entanto, se encontra numa grande crise após a demissão de 37 servidores, que denunciam o atual presidente do órgão, Danilo Dupas, de assédio moral, desrespeito às decisões técnicas dos servidores e interferência indevida no exame.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Pauloo Inep fez impressão prévia da prova do Enem para que Bolsonaro possa escolher as questões.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse que é ilegal a iniciativa de Jair Bolsonaro de deixar o Enem “com a cara de governo” e fez um alerta sobre a tentativa da administração federal em tirar a credibilidade acadêmica.

 

 

 

A Comissão Interna de Eventos da Decania do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ realiza no dia 24 de novembro, às 14 horas, a roda de conversa Cais do Valongo: celebração da herança africana. O evento faz parte das atividades em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, e terá transmissão ao vivo pelo Facebook/@ufrjct e pelo canal do CT no YouTube: https://bit.ly/youtubedoct

Nossos convidados serão Nilcemar Nogueira, Coordenadora do Programa de Educação Patrimonial Samba na Escola; Fábio Conceição, professor de História da rede privada de ensino e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico Raciais do CEFET/RJ, Eliana Cruz, roteirista, jornalista, colunista do site UOL e autora dos livros Água de Barrela e O crime do cais do Valongo. Cecília Izidoro, professora da Escola de Enfermagem Anna Nery e membro da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ ficará responsável pela moderação do encontro.

Em 2011, durante as escavações realizadas para revitalizar a zona portuária do Rio de Janeiro, o Cais do Valongo foi descoberto e no local encontrado uma grande quantidade de artefatos originários do Congo, de Angola e Moçambique. Durante o regime escravagista que durou mais de três séculos, o Brasil recebeu perto de quatro milhões de escravos, sendo que cerca de um milhão de africanos desembarcaram no Cais do Valongo, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo.

Em 2017, o Cais do Valongo recebeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por ser o único vestígio material da chegada dos africanos escravizados nas Américas e um reconhecimento à inestimável contribuição da herança africana para a formação e desenvolvimento cultural, econômico e social do Brasil.

O Cais do Valongo integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na região portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.