Já tem atos marcados em capitais como São Paulo, Recife, Natal, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Sergipe e Palmas

Publicado: 30 Novembro, 2021/Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

ANA LUIZA VACCARIN/MGIORA

Os movimentos e coletivos feministas, centrais como a CUT e a CTB e partidos políticos como PT e PSOL realizam no próximo sábado, 4, mobilizações em todo o Brasil pelo impeachment de Jair Bolsonaro, contra a fome, a miséria e o machismo.

O mote é “Bolsonaro Nunca Mais!”. E razões para isso todas têm de sobra. Além de ser um péssimo gestor, que colocou a economia do país no buraco, com altas taxas de desemprego e inflação, aumento da fome e da miséria, Bolsonaro é o presidente mais machista da história do Brasil.

Para as mulheres da CUT a luta contra a fome e a miséria são centrais, urgentes e inadiáveis e pressupõem a saída de Bolsonaro da Presidência da República.

“Não dá para ver pessoas passando fome e não reagir exingindo medidas urgentes, políticas e investimentos públicos que gerem emprego e renda”, diz a secretaria das Mulheres da CUT, Juneia Batista, ressaltando que até agora este governo não apresentou nenhuma medida neste sentido, que todas foram de ataques aos direitos sociais e trabalhistas.

“O golpe e a perseguição do ex-juiz Sérgio Moro ao ex-presidente Lula, que ajudou a eleger esse monstro, fizeram o Brasil andar anos luz para traz, deixamos de ser a 7ª economia do mundo e hoje vemos até pessoas desmaiando de fome nas filas do SUS, como li ontem em um Portal”, acrescenta a dirigente se referindo a reportagem do TAB, do UOL, publicada nesta segunda-feira (29).

29 organizações assinam o chamado para o ato: a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM), o Movimento Negro Unificado (MNU), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), as mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT), do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB).

Inspirada na campanha #EleNão, que realizou massivos atos feministas contra Bolsonaro no período eleitoral em 2018, a mobilização atual realizou, como processo preparatório, uma plenária online no dia 23 de novembro. Houve a participação de 470 pessoas de diferentes partes do país.

De acordo com Sonia Coelho, da Sempreviva Organização Feminista e da MMM, entre as cidades com o ato já confirmado figuram, ao menos, Recife (PE), Natal (RN), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Campinas (SP), Santos (SP), Brasília (DF), Sergipe,  Palmas (TO), Rio de Janeiro e Mossoró (RN).

“É importante a gente tirar o Bolsonaro, nem que seja um dia antes dele terminar o governo dele”, afirma Sonia, para quem “é impossível continuar convivendo com um governo que destrói vidas e direitos todos os dias”.

 

 

O vilão continua sendo o cartão de crédito, responsável pelo endividamento de 85,2% das dívidas das famílias. Em segundo lugar estão os carnês das lojas, com 20,9% das dívidas

Publicado: 30 Novembro, 2021. Escrito por: Marize Muniz

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

Com o agravamento da crise econômica, as altas taxas de desemprego, de inflação e de juros e o salário cada vez mais em baixa, o endividamento no país bateu mais um recorde em novembro e atingiu 75,6% das famílias brasileiras. São famílias que declararam ter dívidas a vencer, em atraso ou não.

Um percentual de 26,1% declarou ter dívidas em atraso e um de 10,1% disse que não têm como pagar, ou seja, se juntarão ao contingente de inadimplementes.

Os dados são da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com a CNC, 41% das famílias brasileiras devem a mais de 90 dias e 32,3% de 30 a 90 dias. Portanto, já devem estar com o nome sujo, nos cadastros dos serviços de proteção ao crédito – SCPC/Serasa – o que nsignifica ficar proibido de comprar a prazo, usar cheque, abrir conta em banco se ainda não tiver, além de não poder fazer financiamentos bancários.

Depois de um dia do vencimento da dívida, o consumidor já pode entrar na lista de devedores do SCPC. No entanto, as empresas costumam  esperar 30 dias ou mais para incluir, enquanto cobram o pagamento por meio de telefonemas, e-mail ou WhatsApp.

Confira outros dados:

. 54,4% dos que ganham até 10 salários mínimos comprometeram entre 11% e 50% da renda com as dívidas;

. 53,7% dos que ganham mais de 10 mínimos também comprometarem de 11% a 50% da renda.  

. 85,2% das dívidas são com cartão de crédito;

. 20.9% com carnês de lojas;

. 12,6% com prestações para pagar financiamento do carro; 

. 9,9% com prestações para pagar financiamento da casa própria;  . 9,5% são dívidas com crédito pessoal.

Na sequência vêm dívidas com cheque pré-datado, cheque especial e crédito consignado.

Mesmo com os juros maiores, as concessões de crédito com recursos livres para pessoas físicas seguem aumentando. Segundo os dados do Banco Central (Bacen), outubro registrou crescimento real de 3,3% nas concessões de crédito às pessoas físicas, nas modalidades com recursos livres. No saldo das operações, o aumento real foi de 1% nas transações com recursos livres.

Faixas de renda

A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, aponta o uso do crédito como mais relevante ao grupo das famílias com rendimento de até dez salários mínimos.

De outubro para novembro, o percentual de endividados nessa faixa de renda saltou de 75,9% para 77%. No mesmo mês do ano passado, o indicador registrava 67,9%, o que representa um aumento anual de quase dez pontos percentuais em 2021.

“Para esse grupo em especial, a inflação corrente ao consumidor girando próxima a 11% ao ano acirra o orçamento familiar e aumenta a necessidade do crédito para organizar as despesas”, avalia.

Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o endividamento também segue apresentando tendência de alta. Nesse grupo, a proporção de endividados alcançou, da mesma forma, o maior patamar da série histórica, com aumento mensal de 69,5% para 70,3%. A comparação anual demonstrou um crescimento de onze pontos percentuais diante dos 59,3% registrados em 2020.

“As famílias no grupo de renda mais elevado têm revertido suas poupanças, ampliadas durante a pandemia, para o consumo de serviços, auxiliando a retomada recente da atividade econômica no setor”, explica a economista.

Já o indicador de inadimplência apresentou divergências entre os dois grupos. A proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso na faixa de renda mais baixa voltou a aumentar de 28,9% para 29,4% e ante os 28,9% registrados em novembro do ano passado, alcançando o maior nível desde setembro de 2020.

No grupo com rendimento mais alto, o percentual caiu de 11,6% para 11,4%, entre os dois últimos meses, e 11,8% na comparação anual, chegando à menor proporção desde julho de 2020.

Dívidas por mais tempo

Dentre os endividados, o percentual de famílias com dívidas por mais de um ano é crescente desde o fim do primeiro trimestre e atingiu a máxima histórica de 36,2%, indicando que os consumidores estão buscando alongar os prazos de pagamento de suas dívidas para que a parcela caiba nos orçamentos e, assim, reduza-se o comprometimento da renda.

De acordo com o levantamento, o prazo médio de atraso na quitação das dívidas voltou a aumentar em novembro, chegando a 61,6 dias. E, apesar da queda de 1,4 ponto percentual na comparação anual, a proporção de atrasos acima de 90 dias é a maior desde agosto deste ano, alcançando 41,6% dos inadimplentes.

 

 

 

 

 

Ato é seguido por duas manifestações nesta terça, uma no TJSP e outra na Alesp

Caroline Oliveira.Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 30 de Novembro de 2021

O TJSP decidiu, no dia 23 de novembro, pela reintegração de posse, contrariando a legislação que suspende despejos durante a pandemia de covid-19 – Julia Gimenez/MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou, na manhã desta terça-feira (30), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital paulista, contra o despejo de 450 famílias e 150 crianças que vivem no Acampamento Marielle Vive, de Valinhos, em São Paulo. 

O ato é seguido por duas outras manifestações que ocorrem ao longo do dia, uma na frente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), na praça da Sé, e outra na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). O movimento também pede que seja feito o cadastro das famílias sem terra. 

Manifestantes do MST colocaram faixas na frente do Incra pedindo pela implementação da Reforma Agrária no país / Julia Gimenez/MST

No dia 23 de novembro, o TJSP autorizou o despejo no acampamento do MST, atendendo a uma ação judicial de reintegração de posse da Fazenda Eldorado Empreendimentos Imobiliários, que possui os registros cartorários da propriedade. 

A decisão, entretanto, contraria a Lei 14.216, de outubro deste ano, que suspende a “desocupação ou remoção forçada coletiva em imóvel privado ou público, exclusivamente urbano, e a concessão de liminar em ação de despejo” até 31 de dezembro, devido à pandemia de covid-19. 

Em nota os representantes das famílias acampadas, afirmam que a ordem judicial de reintegração é algo “gravíssimo e inconsequente frente à vigência da Covid-19”. “Em 2018, quando houve a ocupação da área, a fazenda era uma área abandonada e improdutiva, com o único fim da especulação imobiliária, no afã do lucro dos seus investidores”, diz o MST. 

“O movimento denuncia a decisão judicial que possibilita o despejo das mais de 450 famílias e 150 crianças, que moram há quase quatro anos no Acampamento Marielle Vive, e solicita que o Incra realize a intermediação no conflito junto à Prefeitura de Valinhos e a juíza local, exigindo também que sejam garantidos os direitos e a segurança das famílias em contexto de pandemia e a construção do Projeto Descentralizado de Assentamento Sustentável (PDAS) no Marielle Vive”, defende o MST. 

Para o MST, a decisão judicial é algo “gravíssimo” / Julia Gimenez/MST

 

Segundo o MST, as famílias estão no local há três anos e sete meses. Quando foi ocupada, em 2018, a área estava abandonada e sem nenhuma produção. “Com os sem-terra, a fazenda se transformou em um grande acampamento produtivo, que doa alimentos saudáveis e comercializa cestas de produtos agroecológicos e artesanato, gerando renda, construindo dignidade e possibilidades de vida.” 

No mesmo ano da ocupação, a empresa imobiliária dona da propriedade reivindicou a posse. Em setembro do ano passado, no entanto, o desembargador José Tarciso Beraldo, do TJSP, suspendeu a reintegração devido à excepcionalidade da pandemia, decisão, porém, revertida na semana passada. 

As manifestações ocorrem no mesmo dia em que há 57 anos foi sancionado o Estatuto da Terra no Brasil, por meio da Lei n° 4.504/1964, que trata da regulamentação da Reforma Agrária no Brasil.  

Para Gerson Oliveira, da direção estadual do MST de São Paulo, não há motivos para comemorar a data. “Não podemos esperar que o capital imobiliário use as terras para especulação impedindo a Reforma Agrária para a produção de alimentos saudáveis, especialmente nesse momento de grave crise sanitária, econômica, social e ambiental que recolocou ao Brasil no mapa da fome.” 

O Brasil de Fato entrou em contato com o Incra e assim que o órgão se posicionar sobre o assunto a matéria será atualizada.

 

 

 

Agora que não serão mais obrigados a pagar as custas dos processos, muitos trabalhadores que deixaram de cobrar na Justiça direitos não pagos pelos patrões, se sentirão seguros para processar maus pagadores

Publicado: 30 Novembro, 2021/Escrito por: Rosely Rocha | Editado por: Marize Muniz

TRT 8

 

 

 

 

 

Foi lançado na terça-feira, 30 de novembro, às 14h, pela Comissão da Memória e Verdade da UFRJ, o episódio População Negra e Moradores de Favelas na Ditadura da série INCONTÁVEIS. Assista aqui:

Além do curta, teve uma live com a presença do narrador do episódio, o coordenador do acervo Cultne, Dom Filó, perseguido e preso na ditadura por organizar bailes black no Rio de Janeiro. 

Participaram da roda de conversa a historiadora e pesquisadora do Iser, Gabrielle Abreu; o pesquisador da Universidade da Cidadania e integrante do Grupo Eco – Santa Marta, Itamar Silva; e o historiador e professor do Ines, Marco Pestana.

A série de seis episódios tem a direção geral de José Sérgio Leite Lopes, edição de Rubens Takamine e está disponível no YouTube do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ