O Movimento dos trabalhadores rurais sem terra do Rio de Janeiro informa que, no dia 18/8/2022, iniciou-se um foco de incêndio natural provocado pelas altas temperaturas e a seca no Assentamento PDS Osvaldo de Oliveira na região serrana de Macaé.

O incêndio teve início no começo da tarde e se propagou rapidamente pelo assentamento devido aos fortes ventos. O Incêndio provocou a perda total de várias unidades de produção e moradias dos assentados, perda total de produção, sistemas de irrigação e criação animal, como também atingiu o sistema de rede elétrica, deixando as famílias sem energia e sem água (já que as mangueiras que distribuem desde a nascente, também foram atingidas pelo fogo).

É necessário mais uma vez denunciar  o descaso público. A falta de estradas gera maior desafio para a entrada dos bombeiros. Há mais de 10 anos as famílias de assentados do PDS Osvaldo de Oliveira lutam para viver e preservar o território, que é o 1º PDS do Estado do Rio de Janeiro.  O descompromisso do atual governo federal com a reforma agrária  se evidencia com a ausência de políticas públicas tão necessárias para se garantir esse direito constitucional que é a reforma agrária!

Solidariedade. Como ajudar?

O MST rapidamente e articulado com o conjunto da sociedade conclama a todos, todas e todes a serem solidários com os companheiros e companheiras do PDS Osvaldo de Oliveira, que neste momento precisam de forma urgente:  Água para beber, Alimentos,  Agasalhos, Cobertores, Barracas, Lonas, Ferramentas e doações em dinheiro para reerguer os barracos.

Pontos de arrecadação:

❗️Armazém do Campo Rio de Janeiro, Av Mem de Sá 135, Centro.

❗️SindiPetro-Macaé

❗️UFF-Rio das Ostras, Portaria de entrada do Instituto de Humanidades e Saúde (IHS), ❗️Campus Universitário de Rio das Ostras

UFF-Macaé (próximo ao bloco D)

❗️Acampamento Edson Nogueira KM 18 RJ 162

 

Para doações em dinheiro, o MST regional estará disponibilizando a chave pix e conta bancária:

Banco do Brasil

Agência 5768-1

CC 12516-4

PIX: 05805135728 (CPF)

titular

Ramiro Marcos Dulcich Piccolo

Banco do Brasil.

 

Encaminhar comprovante para prestação de contas telefone 21-985165791

Por Marta Batista

Coordenadora-geral do Sintufrj

A cassação de Gabriel Monteiro foi uma vitória muito importante, principalmente para nós mulheres. Sua trajetória e atuação são muito representativas do bolsonarismo. Ele ganhou fama e se elegeu através de vídeos montados, gravados sem autorização das pessoas, com mensagens distorcidas e abordagens desrespeitosas.

Sempre fez uma abordagem sensacionalista da pauta da segurança pública, inclusive produzindo factóides que o colocassem como um tipo de herói contra o sistema. Também ganhou muito dinheiro com a propagação desse tipo de vídeo nas redes sociais, passando também a expor crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade social em suas ações de falsa caridade.

Como se não bastasse, sob o argumento de estar fazendo fiscalizações, passou a invadir estabelecimentos de saúde de maneira truculenta, inclusive durante a pandemia, procurando colocar a população contra os profissionais de saúde e responsabilizá-los pelos problemas no atendimento. Ao mesmo tempo nunca questionou a lógica das Organizações de Saúde (OSs), associações privadas que fazem a gestão da saúde pública numa relação escandalosa entre público e privado.

Os áudios e vídeos de Gabriel Monteiro tendo relações sexuais com menores de idade provocam repulsa e escancaram a hipocrisia, o falso moralismo e misoginia característicos do bolsonarismo. Importante ainda observar que essas relações se deram com meninas pobres e periféricas, muitas precocemente sexualizadas, as quais chama de novinhas. É repugnante assistir um homem adulto se referindo a meninas e adolescentes dessa maneira, mas sabemos que infelizmente não é fato incomum já que no Brasil, 61% das vítimas de estupro tem até 13 anos de idade, segundo Anuário Brasileiro da Segurança Pública.

A mobilização das mulheres para a cassação foi mais um indicativo da força do movimento feminista. Ocupamos as escadarias da Câmara Municipal com um potente ato, no qual deixamos claro que a população do Rio de Janeiro não vai tolerar que um estuprador ocupe a cadeira de vereador. Estivemos também nas galerias da casa legislativa para fazer pressão política e garantir que os vereadores não recuassem de seu papel de votar favoráveis à cassação. Foi ainda vergonhosa, mas não surpreendente, a tentativa por parte do atual governador bolsonarista Claudio Castro de ligar para vereadores durante a sessão para tentar salvar a situação do agora ex-vereador, fato este denunciado publicamente pelo PSOL.

As recentes mudanças na legislação eleitoral permitem que Gabriel Monteiro dispute as eleições para deputado federal, mas são grandes as chances que não consiga assumir o cargo. Será necessário seguirmos pressionando para que ele responda na justiça por seus crimes e que não tome posse num próximo mandato. Não podemos tolerar que um homem que cometeu violências sexuais contra mulheres e que expôs crianças e pessoas em situação de rua para se promover continue nessa aventura política. Foi a força das mulheres que cassou Gabriel Monteiro e é seguindo nessa força de mobilização que vamos derrotar o bolsonarismo nas ruas e nas urnas.