Sérgio Nobre: “a maioria dos empresários brasileiros é escravagista, gostaria de ver a escravidão de volta, apoia Bolsonaro e, por isso, quer obrigar o trabalhador a votar no presidente, isso é crime”

 Publicado: 19 Outubro, 2022 – 13h45 | Última modificação: 19 Outubro, 2022 – 15h36

Escrito por: Vanilda de Oliveira

Se não houver um sinal imediato e mais forte das instituições para coibir patrões que, de forma criminosa, estão obrigando trabalhadores a votar em Jair Bolsonaro (PL), essa onda de assédio eleitoral pode influenciar no resultado da eleição. O alerta é do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, e foi feito em entrevista à LUSA, agência portuguesa de notícias, que distribui sua produção jornalística à imprensa de toda a Europa.

“É necessário mais agilidade na apuração e punição do assédio eleitoral contra a classe trabalhadora, prática que atende aos interesses da campanha de Bolsonaro”, afirmou Sérgio Nobre, ao destacar que a tarefa da Central é também defender as liberdades da classe trabalhadora, entre elas o direito de votar em quem quiser.

“Numa eleição polarizada como essa, o uso da coerção econômica, porque é disso que se trata, de chantagem por parte dos empresários para assediar os trabalhadores e exigir que votem em Bolsonaro, é crime eleitoral e tem de ser barrado.”

Segundo Sérgio Nobre, o que está acontecendo hoje no Brasil não tem precedentes na história das campanhas eleitorais. “Os patrões estão coagindo e pressionando os trabalhadores porque Bolsonaro sinalizou que eles fizessem isso”, afirma.

“Nunca, em nenhum processo eleitoral anterior, a gente viu coisa parecida e nessa proporção”. De acordo com Sérgio Nobre, patrões sempre tentaram influenciar no voto dos trabalhadores, porém, de maneira mais subjetiva.  “Desse jeito e nesse volume, reunindo funcionários e dizendo a eles que têm de votar no Bolsonaro, se não vão perder o emprego e a empresa vai fechar, é inédito e gravíssimo”, afirma o presidente nacional da CUT.

Iremos a todos os órgãos e fóruns, inclusive internacionais para denunciar o assédio eleitoral e exigir reação

– Sérgio Nobre

Pode piorar 

À agência de notícias de Portugal, Sérgio Nobre afirmou temer que os casos de coação e assédio eleitoral contra trabalhadores aumentem às vésperas da votação do segundo turno, no dia 30 de outubro.

“Não podemos subestimar a capacidade dessa gente de fazer maldade, porque é a parte do empresariado mais retrogrado que faz isso, o empresário que tem tradição de negociação, que tem diálogo com o movimento sindical não entra nisso, mas esses são minoria”, compara o presidente nacional da CUT

“A maior parte dos empresários brasileiros é escravagista, gente que gostaria de ver a escravidão de volta e que está apoiando o Bolsonaro”, disse Sérgio Nobre, ao destacar que a CUT e todas as centrais irão novamente ao Ministério Público do Trabalho, ao Tribunal Superior Eleitoral e a todas os fóruns e as instâncias, inclusive internacionais, para exigir mais fiscalização e celeridade na apuração e punição de empresas e empresários criminosos.

Canais Exclusivos 

Os casos de assédio eleitoral no trabalho mais do que dobraram em relação às eleições de 2018. Segundo o Ministério Público do Trabalho, já eram 447 denúncias até a noite desta terça-feira (18).

CUT abriu um canal exclusivo para que os trabalhadores possam denunciar assédio eleitoral no local do trabalho. Já são mais de 150 denúncias, até esta quarta-feira (19). De forma unitária CUT, Força, UGT, CBT, NCST e CSB, também criaram um site para os trabalhadores denunciarem os patrões que fazem ameaças de demissão a funcionários que não votem em Bolsonaro, ou seja, se o ex-presidente perder a eleição, no dia 30 de outubro (derrota é apontada por todas as pesquisas eleitorais).

“Estamos orientando todas as estaduais da CUT e os sindicatos que as nossas bases denunciem casos e a façam ações contra práticas antissindicais em empresas denunciadas. Temos interlocução com o MPT e assessoria jurídica trabalhando nisso”, afirmou o presidente nacional da CUT.

“A única coisa que um trabalhador tem na vida é o emprego dele, se ele perder o emprego, é o flagelo total, porque ele não sabe se conseguirá pagar o aluguel se poderá sustentar a família. Isso que empresários estão fazendo, além de crime, é escandaloso, uma vergonha para o Brasil”, finalizou Sérgio Nobre.

Aumento de denúncias 

O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, afirmou na terça-feira (18), à imprensa, que as denúncias de assédio eleitoral no local de trabalho derivam da “banalização” da prática e a polarização política no país. Pereira se reuniu com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para discutir medidas para combater o assédio eleitoral. Moraes afirmou, após a reunião, que a prisão de um desses empresários que coagem trabalhador a votar em seu candidato acenderia a lanterna.

Segundo o MPT, o assédio eleitoral ocorre quando um empregador age para coagir, ameaçar ou promete benefícios para que alguém vote em determinado candidato. A região Sul do país é a que mais contabiliza casos até o momento: 171. Os três estados da região também ocupam a primeira, segunda e terceira posição no ranking, sendo o Paraná o campeão de denúncias, com 64 ocorrências. Santa Catarina aparece em seguida com 54 denúncias; e Rio Grande do Sul com 53.

O Procurador-Geral do Trabalho afirmou que, diferentemente das eleições de 2018, os mais de 400 casos do 2º turno estão relacionados a quase 400 empresas. Segundo ele, em pleitos passados, as denúncias estavam concentradas em poucas empresas. Situação que não se repetiu neste ano.

Ex-candidata condenou afirmação de Bolsonaro associada à pedofilia como uma das mais “graves”, e lembrou que mais de 60% dos casos de violência doméstica são contra crianças e adolescentes

 Publicado: 19 Outubro, 2022 – 15h41 | Última modificação: 19 Outubro, 2022 – 18h51

Escrito por: Redação RBA

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) condenou a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL), associada à pedofilia, como uma das “mais graves” já feitas pelo mandatário. Candidata à Presidência da República no primeiro turno, ela já havia classificado como “criminosas” as declarações de Bolsonaro, que viralizaram no último final de semana, insinuando que imigrantes venezuelanas menores de idade estariam em suposta situação de prostituição.

Dessa vez, em vídeo divulgado nesta quarta-feira (19) a senadora voltou a comentar o caso, alertando que a atitude do atual presidente “estimula e se soma” na estatística da violência contra as mulheres e meninas.

Na ocasião, em entrevista ao canal do YouTube Paparazzo Rubro-Negro, Bolsonaro comentava que estava andando de moto no Distrito Federal quando viu “umas menininhas, três, quatro, bonitinhas, de 14, 15 anos, arrumadinhas numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’. Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, afirmou.

O 18 DE OUTUBRO foi um marco na luta em defesa da educação pública e da democracia. Veja algumas imagens capturadas pela fotógrafa Elisângela Leite na concentração da comunidade universitária da UFRJ no Largo de São Francisco e, em seguida, na Candelária e na Rio Branco, com estudantes, docentes, técnicos, parlamentares, representantes do movimento social, do movimento sindical. O SINTUFRJ MARCOU PRESENÇA.

Luta pela educação e contra Bolsonaro.
Rio de Janeiro;18/10/22
Luta pela educação e contra Bolsonaro.
Rio de Janeiro;18/10/22

AGENDA EM PDF

 

 

As ruas do Centro da cidade se encheram de energia e protesto na defesa da educação nesta terça-feira, 18 de outubro. Foram mais de 10 mil pessoas entre estudantes e profissionais de educação numa sonora manifestação contra os cortes na educação e a defesa da democracia.

Um dos coordenadores-gerais do Sintufrj, Esteban Crescente, denunciou que R$ 6 bilhões foram cortados por Bolsonaro das universidades “enquanto R$ 18 bilhões” foram colocados na mão de parlamentares do chamado Centrão, comprados pelo governo.

Marta Batista, outra coordenadora-geral do Sintufrj, denunciou cortes e definiu o governo Bolsonaro como “o governo da morte, das milícias, da ditadura”. Ela sentenciou: “Bolsonaro, o seu tempo está acabando. Vamos derrotar o fascismo e eleger Lula presidente em 30 de outubro”.

Essa manifestação tinha um grande consenso: eleger Lula presidente para a luta continuar num ambiente de democracia. Todas as lideranças vocalizaram como “fundamental” para o futuro do país a eleição do candidato do PT.

Foi um ato bastante representativo. A maioria dos parlamentares de esquerda eleita para as bancadas estaduais e federais do Rio de Janeiro estavam presentes. A atmosfera era de luta vitoriosa e disposição para defender a educação pública.

A comunidade universitária da UFRJ se concentrou diante do IFCS, no Largo de São Francisco, repetindo o ritual dos grandes atos da história recente protagonizados por estudantes e trabalhadores.

Protestos em todo o país

A defesa da educação pública e contra seu inimigo número um, Jair Bolsonaro, levou milhares de estudantes, técnico-administrativos e docentes das universidades federais e profissionais da educação de todas as áreas às ruas neste 18 de outubro. Houve atos em pelo menos 22 estados e no Distrito Federal.

A mobilização foi organizada pelas entidades nacionais representativas dos estudantes e trabalhadores. Nas principais capitais, as mobilizações ganharam força.

No Rio, antes do ato no fim da tarde na Candelária, as manifestações já começaram pela manhã. Houve ato no CAP da UFRJ. E em frente à Uerj a mobilização fechou o trânsito na rua São Francisco Xavier para dialogar sobre desmonte nas universidades. Comunidade universitária da UFRJ se concentrou no Largo de São Francisco antes do ato Candelária/Cinelândia.

Em São Paulo, o ato foi no vão livre do Masp, após as 14h. Em Brasília, o ato contra os cortes no orçamento da educação saiu da Galeria dos Estados em caminhada até o MEC. A Fasubra, nossa federação, participou da manifestação.

Manifestações se espalharam pelo Brasil afora, muitas realizadas nos campi das universidades e institutos, como Universidade Federal de Pernambuco, no Instituto Federal de Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina, e em municípios como Ceres, em Goiás, e Juazeiro do Norte, no Ceará.