“Como aceitar a entrega do patrimônio universitário? Como aceitar a perda da maior parte de área verde do nosso Campus da Praia Vermelha para a construção de uma Casa de Shows privada? Nós não aceitamos!”, anuncia o Movimento “UFRJ não está à venda”! que promete movimentar o campus nesse mês de outubro.

A luta de resistência desse movimento que envolve estudantes e servidores da UFRJ (com apoio de suas entidades) contra a privatização do patrimônio da universidade vai aumentar. Vários cartazes serão espalhados pelo campus e segunda-feira, 16 de outubro, haverá reunião para organizar novas atividades.

“Já estão avançando na delimitação do espaço para as obras. O campinho foi cercado”, denuncia Geovana Almeida, dirigente do Diretório Central dos Estudantes da UFRJ, DCE Mário Prata.

O Sintufrj que integra o Movimento “UFRJ não está à venda”! é contrário à proposta da Reitoria que pretende conceder a iniciativa privada a construção e a utilização de uma casa de show para quatro mil pessoas ao lado de dois hospitais da UFRJ, e que pretende também apropriar a área do campinho onde são realizadas mais de 10 ações de extensão.

“Foi informado neste colegiado que as contrapartidas à UFRJ só serão viabilizadas quando a casa começar a dar lucro. Isso vai na contramão dos interesses da administração pública e do que a gente compreende do que a UFRJ deva ser. Reafirmamos que esse projeto não resolve os nossos problemas de orçamento, que somente serão equacionados com a recomposição do orçamento das universidades, que, inclusive, tem que ser um compromisso do governo que elegemos”, declarou a coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista, em manifestação no Conselho Universitário da UFRJ.

Entenda

O “Projeto de Valorização do Patrimônio da UFRJ”, foi encaminhado pela administração central da Universidade sem promover a discussão sobre o assunto ou um plebiscito envolvendo toda a comunidade acadêmica. A proposta foi aprovada ao final de 2020, de forma controversa, numa sessão do Conselho Universitário ainda presidida pela antiga reitora, Denise Pires de Carvalho – hoje atual Secretária da SeSu (Secretaria de Educação Superior) do Ministério da Educação.

“Tal projeto é uma forma de privatização do patrimônio da UFRJ, que cede 15 (quinze) mil m² do Campus da Praia Vermelha para a construção de uma casa de shows privada, por um período de no mínimo 30 (trinta) anos”, afirma o Movimento “UFRJ Não Está à Venda”!

O projeto, que é uma reformulação do antigo “Viva UFRJ”, prevê a venda ou cessão de espaços da UFRJ em troca da entrada da iniciativa privada na universidade, com a construção de alguns equipamentos: um novo prédio e um novo bandejão na Praia Vermelha. Tais obras, entretanto, somente seriam iniciadas depois da construção e funcionamento, com lucro assegurado, da casa de shows gerida por empresários do setor.

O “Movimento UFRJ Não Está à Venda” adverte que não há garantia de conclusão das contrapartidas para a universidade e denuncia prejuízo aos projetos de extensão e o impacto ambiental na área em que se pretende construir a casa de espetáculos.

movimento UFRJ não està à venda.
C ampinho fica!
Queremos um Canecão público!
Rio,21/12/22

A coordenadora-geral do Sintufrj, Laura Gomes, participou como convidada do lançamento do prêmio Mérito Administrativo Professora Cássia Turci para homenagear servidores que se destaquem em atividades administrativas no âmbito do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). A honraria foi criada pelo decano interino do Centro Josefino Cabral de Melo Lima. Na ocasião, também foram homenageados servidores aposentados no período 2022/23. Na opinião de Laura Gomes, iniciativas como essa são justas pelo caráter de reconhecimento a trabalhadores que doaram parte importante de suas vidas para engrandecimento da UFRJ.

Homengem para aposentados do CCMN e Lei Cassia Curan Turci.
Rio, 11/10/23