O Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) funciona em
um prédio histórico, no Largo de São Francisco, Centro do Rio de
Janeiro, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
(Inepac) — de modo provisório, a partir de 1983, e definitivo, em
1989.
Segundo o Inepac, o prédio começou a ser construído em 1749 e
abrigou a Real Academia Militar (em 1812). Em 1874, foi sede da
Escola Politécnica que, em 1937, passou a fazer parte da

Universidade do Brasil. Até que em 1960, se transformou no
IFCS.
Toda esta história que ao mesmo tempo mostra a importância
cultural do prédio, também dá a dimensão do quanto a construção
é antiga, portanto, exige cuidados especiais. Mas, segundo relatos
e fotos dos estudantes que frequentam o IFCS, não é o que tem
acontecido.
Precariedade
“O prédio está bem precário há muito tempo. Com a repercussão
na mídia, nas últimas semanas, as pessoas contam que são os
mesmos problemas de décadas atrás que, com o tempo e a falta de
consertos, só pioraram”, explica o estudante Thiago Braile, diretor
do Centro Acadêmico do Instituto de História e do DCE Mário
Prata.
Os problemas de manutenção se somam. Thiago conta que um
ventilador caiu do teto de uma sala de aula há duas semanas.
Estudantes quase foram atingidos. Ao mesmo tempo, infiltrações
em um dos banheiros viraram uma cachoeira e reboco do teto caiu
sobre carteiras em outro ambiente. A parte elétrica também é
preocupante. A fiação é muito antiga e ainda houve um curto há
dois meses no quarto andar. Isso já havia ocorrido no ano
passado, assustado calouros de história. Segundo o aluno, há
riscos de incêndio a qualquer momento.

“Há um clima de receio constante. O prédio é tombado pelo
patrimônio e a reforma é mais difícil. Não são só estudantes que
se sentem inseguros dentro do IFCS, mas também professores e
técnicos-administrativos”, afirma.
Segundo o dirigente estudantil, o problema já foi levado ao
Conselho Universitário e os centros acadêmicos dos cursos no
IFCS já realizaram assembleias e ato público para cobrar soluções
à direção da unidade e da Reitoria. Entre outras atividades dos
estudantes em curso, consta treinamento anti-incêndio.
Próximos passos
Thiago informou que os estudantes farão manifestação na sessão
do conselho Universitário, na quinta-feira, 26, e neta segunda-
feira, 23, realizaram reunião com o Centro de Filosofia e Ciências
Humanas. E na quarta-feira, 25, às 17h, estão convocando para
uma reunião geral com os três segmentos (estudantes, técnicos-
administrativos e professores), em local que ainda será divulgado,
para debater a situação do IFCS.
“Com a nossa mobilização, conseguimos que a Reitoria realize
uma vistoria amanhã (24) no prédio”, disse o estudante.

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