Na reunião com entidades, Reitor se compromete com a realização de consulta pública sobre a adesão da UFRJ à empresa

Mesmo diante das argumentações de representantes do Sintufrj e do DCE Mário Prata para ampliação do tempo de debate com o fim de maior compreensão do que está em jogo numa eventual decisão de adesão da UFRJ à Ebserh, o reitor Roberto Medronho manteve a votação para esse ano no Conselho Universitário.

A reunião com todas as entidades da comunidade universitária, na qual participaram as dirigentes do Sintufrj, Marta Batista, Laura Gomes, Carmen Lúcia e Ana Mina, teve como objetivo, segundo o reitor, dirimir divergências e realizar um diálogo construtivo em relação ao processo com a Ebserh.

Mesmo não tendo êxito em obter do reitor o compromisso de mais tempo para o debate, os representantes das entidades conseguiram dar um passo a mais para democratizá-lo, ampliá-lo e envolver a comunidade. O reitor comprometeu-se institucionalmente a buscar ampliar a discussão.

Para isso, três ações foram consensuadas com as entidades: socializar toda a documentação produzida, relatórios, decisões, principalmente o contrato, que ficarão hospedadas um hotsite; realizar debates e audiências públicas nos centros com garantia do contraditório em relação a adesão da UFRJ; e a realização de uma consulta pública com toda a comunidade, técnico-administrativos, estudantes e professores, sobre a adesão ou não a Ebserh, com o acompanhamento de uma comissão representativa das entidades.

“Para nós é importante a garantia enquanto entidade sindical que esse debate de fato aconteça, e que ele não seja apenas protocolar. Reconhecemos a legitimidade do Conselho Universitário, mais acreditamos que um debate desse porte que altera uma universidade dessa maneira precisa acontecer de forma mais democrática e ampla”, afirmou a coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista.

Laura-Gomes, que divide a coordenação-geral do Sintufrj com Marta Batista, expôs para o reitor a preocupação com o pessoal extraquadro. Ela é técnica de enfermagem do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a maior unidade de saúde da UFRJ e que está no centro do debate em relação a Ebserh.

“Nossa posição sobre a Ebserh é contrária como todos sabem. Mas o que mais me preocupa é como ficará a situação dos extraquadros. Eles já trabalham com contrato precário, a maioria há mais de 20 anos, mas é o seu ganha pão. Muitos estão com mais de 60 anos e não vão passar em concurso da Ebserh, caso a empresa seja contratualizada pela UFRJ.”

Três unidades de saúde

Na negociação da adesão à Ebserh, a contratação com a UFRJ envolve apenas três hospitais dos nove que fazem parte do Complexo Hospitalar da UFRJ. São eles HUCFF, Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e Maternidade Escola.

Aliás, a escolha dos maiores hospitais do Complexo Hospitalar e que podem auferir lucro para a Ebserh, é mais um dos questionamentos à adesão feito pelo Sintufrj.

A coordenadora de Administração e Finanças do Sintufrj, Carmen Lúcia, que é técnica de enfermagem do Instituto de Atenção a Saúde São Francisco de Assis – Hesfa, tocou exatamente neste ponto.

“Está fazendo 35 anos daquela enchente no Rio de Janeiro que nós do Hesfa trabalhamos como voluntários. Estamos sempre falando dos maiores hospitais, mas não podemos esquecer da saúde básica e da excelência que praticamos nos nossos outros hospitais. O São Francisco é uma referência no centro da cidade e que sempre foi um hospital de reabilitação. E percebemos que a cada dia está diminuindo a quantidade de atendimento”, observou.

Carmen Lúcia colocou também a preocupação com os NES inquirindo o reitor sobre a situação dos demais hospitais do Complexo Hospitalar.

“Fala-se que com a Ebserh abrirá mais vagas através de concursos. Como ficará a situação dos NES que trabalham há mais de 20 anos nas unidades hospitalares da UFRJ sem perspectiva nenhuma? Temos essa preocupação de imediato. Outra questão, só serão contratados pela Ebserh três hospitais – HUCFF, IPPMG e Maternidade Escola. Como ficarão os outros hospitais? São muitas questões envolvidas e não é com a Ebserh que resolveremos o problema estrutural dos nossos hospitais”, finalizou a dirigente.

ENTIDADES NA REUNIÃO COM o reitor Roberto Medronho nesta terça-feira (14)
CARMEN E ANA MINA, dirigentes do Sintufrj: questionamentos
Reunião Reitor, DCE, Sintufrj e Adufrj sobre Ebserh
MEDRONHO, LAURA E MARTA. Resistência à Ebserh na mesa

Faltam apenas duas semanas para a abertura do XI Seminário de Integração dos Técnico-Administrativos em Educação da UFRJ (de 27 de novembro a 1º de dezembro). O Sintae já se consolidou, ao longo de 11 edições, no calendário institucional da UFRJ como uma verdadeira vitrine da relevante produção técnico-administrativa nas mais diversas áreas de conhecimento.

O Sintufrj, representado pela coordenadora-geral Marta Batista, estará na cerimônia de abertura, presencial, no dia 27, às 9h, no Salão Nobre do CCMN (que contará com o reitor Roberto Medronho, com a pró-reitora de Pessoal Neuza Luzia, com a Superintendente da Coordenação de Dimensionamento e Desenvolvimento de Pessoal, Rejane Barros e com Gustavo Cravo, representante da Comissão Organizadora. O mediador é o superintendente geral de Pessoal Rafael Pereira.

Pesquisa

A coordenadora do Sintufrj também participa da mesa de abertura (às 9h30), que abordará “O papel dos técnicos-administrativos na pesquisa e na produção acadêmica da UFRJ”. Essa mesa contará ainda com Flávio Chedid (NIDES/UFRJ) e João Sérgio dos Santos Assis (Representante dos Técnicos no CEPG/UFRJ), e o debate será mediado por Fernando Pimentel (PR3/UFRJ).

“A escolha é motivada pela urgência em debater com mais efetividade o tema bem como produzir dados que expressem essa produção. O bom nível de debates dentro do Grupo de Trabalho (GT) TAEs na Pós, organizado pelo Sintufrj, a partir de demandas da categoria, foi um grande motivador para a escolha da mesa”, informa texto da Comissão Organizadora, ponderando: “Há técnicos com produção acadêmica de qualidade. E desejamos que estes sejam reconhecidos e valorizados”.

A Comissão informa que, além de debates e exposição de trabalhos, ocorrerão dois painéis. O primeiro com o debate “Relações de Trabalho na UFRJ”, composto por trabalhadoras da Seção de Acompanhamento das Relações de Trabalho (SART). O segundo apresentando pesquisas em andamento de estudantes do Curso de Especialização em Administração Universitária Federal.

O evento, que conta com apoio do Sintufrj, está pela primeira vez organizado em grupos de trabalho, e acontece pela segunda vez, em formato híbrido (embora, segundo os organizadores, haja atividades exclusivamente presenciais e outras remotas). Serão apresentados 137 trabalhos de servidores de diferentes universidades, institutos, colégios e centros federais.

São 23 GTs abordando temas como Artes e Cultura; Arquivos e Gestão de Documentos; Assistência Estudantil; Atividades Físicas e Esportivas; Carreiras Públicas; Os Técnicos em Assuntos Educacionais nas universidades brasileiras: da ordem normativa ao campo de possibilidades; Gerenciamento e Acompanhamento Acadêmico; Gestão de Pessoas; Governança: boas práticas de governança na gestão universitária; Saúde do Trabalhador e Qualidade de Vida, entre outros.

Conheça os trabalhos

A programação, caderno de resumos (com mais de 140 páginas de programação e apresentações de mais uma centena de trabalhos e seus autores) e demais dados do podem ser consultados em https://conferencias.ufrj.br/index.php/sintae/SINTAE11.