Diante dos fatos reais levantados pela comissão, o reitor ainda continuará defendendo a adesão da UFRJ a essa empresa?

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) não resolveu os problemas dos 41 hospitais universitários federais, nesses 10 anos em que assumiu a gestão dessas unidades de saúde, ensino, pesquisa e extensão. Isso é o que revela o relatório levado à sessão do Conselho Universitário (Consuni), no dia 9 de novembro, pela comissão criada pelo reitor para fazer esse levantamento.

Alguns dados saltam aos olhos, como a não ampliação significativa de leitos, conforme a empresa havia prometido, e o crescimento de contratações pela CLT e a diminuição vertiginosa do pessoal RJU (contratados pelo Regime Jurídico Único). Ao se comparar os números, o fiasco vem à tona: quase dobrou a quantidade de pacientes enquanto o de leitos caiu.

Obstinado

Mesmo diante desta realidade, o reitor da UFRJ Ricardo Medronho continua firme na defesa da Ebserh. Ele quer que a adesão da universidade à empresa seja aprovada ainda este ano sob o argumento bizarro de que “o objetivo é ampliar o número de leitos e melhorar o atendimento à sociedade”.

Na reunião com as entidades sindicais e estudantil, Medronho se comprometeu em realização uma consulta pública e debates paritários. Além, é claro, da divulgação da minuta do contrato que a Reitoria pretende assinar com a Ebserh.

Todos à assembleia do Sintufrj!

Para debater os efeitos da Ebserh nos HUs da UFRJ e para que a categoria entenda como essa empresa afeta a autonomia universitária, deprecia o RJU e as relações de trabalho, o Sintufrj convoca todas e todos técnicos-administrativos a participarem da assembleia nesta quarta-feira, 22, às 9h30, no auditório Quinhentão (CCS).

A discussão sobre a Ebserh e suas consequências para os servidores, a população e a instituição será o primeiro ponto da pauta. Integrantes da comissão criada pela Reitoria participarão do debate.

Veja alguns pontos do relatório sobre os 41 HUs administrados pela Ebserh

Redução de leitos – No conjunto dos hospitais, houve redução de 8% dos leitos (de 7.660 em 2012 para 7.022 em 2022). Somente houve crescimento de leitos no setor de terapia intensiva (de 762 para 958), mas nem todos os HUs oferece essa modalidade e tratamento à população.

Cerca de um terço (1/3) dos hospitais reduziu leitos; em outro terço não houve mudança significativa. Entre os que ampliaram o número de leitos, sete são de menor porte e só um é de grande porte.

Redução de servidores RJU – Houve um aumento expressivo de pessoal (82%) entre 2012 e 2022: de 43.870 para 79.956 trabalhadores. Só que, contraditoriamente, houve redução de servidores RJU. Apenas médicos e enfermeiros celetistas foram contratados. A redução entre os RJU foi de 11,37% entre enfermeiros e 26,28% entre médicos.

Más condições das unidades — Na percepção de pacientes e acompanhantes registrada pelas ouvidorias dos 41 HUs, se multiplicaram as queixas de más condições das instalações físicas das unidades, o que revelaproblemas de infraestrutura predial persistentes.

Salários — Houve uma discreta perda dos valores dos salários de contratados pela Ebserh, mas em magnitude muito inferior à de servidores do executivo. Mas, segundo a tabela de cargos da empresa, o superintendente recebe mensalmente R$27.984,32.

O crescimento dos postos de trabalho não correspondeu a ampliação de leitos, mas apenas a um discreto aumento da produção de atividades de alta complexidade. As despesas e investimentos aumentaram, mas em proporção mais modesta do que a verificada para a ampliação de pessoal.

Falhas graves — As percepções de pacientes e acompanhantes registradas pelas ouvidorias incluem a ocorrência de eventos que devem ser considerados como alarmantes (processos que podem agravar problemas de saúde). Destacam-se reclamações sugestivas de falhas graves em processos assistenciais e problemas de infraestrutura física. São relevantes as queixas sobre: cancelamento de cirurgias, dificuldades para agendamento e atingimento de cota para exames diagnósticos.

No que se refere a infraestrutura, destacam-se problemas de climatização e mal funcionamento de geradores (que podem ou não estar associados a condições prediais inadequadas).

A ouvidoria do hospital da Universidade de Santa Maria registrou denúncia de assédio moral.

Sindicatos que concentraram demandas em torno do veto à contratação dos hospitais pela Ebserh, passaram a dar destaque a problemas da coexistência de regimes de trabalho diferenciados e critérios de escolha para superintendentes.

Caminho sem volta – O relatório mostra que a adesão à Ebserh, ao contrário do que é dito, é um caminho sem volta. Quando se reduzem estatutários (como consta do relatório) se a UFRJ decidir romper com a empresa, terá profissionais suficientes para tocar seus hospitais?

Consuni especial sobre Ebserh no CCMN.
Rio, 16/11/23

 

País é liderança no quadro de medalhas e se consolida como potência no paradesporto

O Brasil se isolou na liderança do quadro de medalhas nos Jogos Parapan-Americanos, no Chile, com mais de 120 medalhas. Nas quatro últimas edições o Brasil terminou na liderança do quadro de medalhas.

Somente nesta segunda-feira, 20 de novembro, a equipe brasileira brilhou na natação, conquistando nove ouros. Entre os destaques os nadadores Gabriel Araújo, Gabriel Bandeira e Gabriel Cristiano.

No judô, Brenda Freitas foi o destaque levando sete medalhas.

Além disso, os atletas também se destacaram no tênis de mesa, no tiro esportivo e no levantamento de peso. Neste dia 20 o Brasil se encontrava com 55 ouros, 38 pratas e 34 bronzes.

São 339 atletas brasileiros em 17 modalidades, a maior delegação da história do país em Jogos Parapan-Americanos, com atletas de 24 das 27 unidades da federação. Do total de esportistas, 294 atletas são apoiados pelo Bolsa Atleta do Ministério do Esporte (86,72% da delegação).

Força feminina

O Brasil está representado por 190 homens e 130 mulheres. Três equipes têm mais mulheres do que homens no time brasileiro: badminton, taekwondo e ciclismo. O atletismo é a modalidade com o maior número de representantes do sexo feminino, com 25 atletas para as provas de pista, salto e campo.

Perfil

Os atletas com deficiência física representam a maior parte dos integrantes da delegação: 247, ou 76,5% do total dos atletas do país na competição.

Entre eles estão nomes como o velocista paraibano Petrúcio Ferreira, tricampeão mundial e bicampeão paralímpico da classe T47 (com deficiência nos membros superiores).

Os atletas com deficiência visual somam 65 esportistas, ou 20,1% da delegação. Entre eles estão a nadadora pernambucana Carol Santiago (classe 12), dona de oito medalhas, sendo cinco ouros, no último Mundial de natação, em Manchester 2023; a velocista acreana Jerusa Geber (T11), atual campeã mundial; e o jogador brasiliense de goalball Leomon Moreno, tricampeão mundial e ouro nos Jogos de Tóquio 2020, estão entre os destaques.

Os atletas com deficiência intelectual representam o menor grupo, com 11 atletas. Entre eles estão a fundista piauiense Antônia Keyla, medalhista de prata nos 1.500m pela classe T20 no Mundial de Paris 2023; o velocista paulista Samuel Conceição, campeão mundial nos 400m T20 em Paris 2023; e o nadador paulista Gabriel Bandeira, campeão paralímpico e mundial pela classe S14.(com informações da Ag.Gov).

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