A indignação tomou conta do ato unificado dos servidores públicos federais no Buraco do Lume na tarde desta quinta-feira (22) quando o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, anunciou que na 3ª reunião da Mesa Específica para discutir o PCCTAE em Brasília o governo não apresentou nenhuma proposta.

Em ato contínuo, trabalhadoras e trabalhadores iniciaram uma marcha até a Cinelândia. “Vamos pegar nossas faixas e ocupar a rua para mostrar nossa insatisfação”, convocou Esteban, dando o tom da manifestação a partir daquele momento.

“Não podemos assistir calados ao fim do serviço público, ao sucateamento das universidades e a desvalorização dos trabalhadores em educação. Estamos aqui unidos para garantir nossos direitos. Nenhum direito a menos”, anunciou o coordenador de Comunicação do Sintufrj, Cícero Rabelo.

A reestruturação da Carreira, tema dessa mesa que o governo frustrou, é fundamental para o futuro dos técnicos-administrativos em educação.

A reunião desse dia 22 no Ministério da Gestão e Inovação (MGI) foi referência para as entidades de servidores convocarem para esta quinta-feira o Dia Nacional de Luta pela Educação. Na UFRJ, a movimentação envolveu panfletagens em unidades hospitalares e manifestação no Consuni (confira na matéria no site).

Na concentração do ato no Buraco do Lume, Esteban Crescente buscou diálogo com a população, explicando os motivos da campanha salarial.

“Alô trabalhadora e trabalhador pegue um panfleto para entender nossas reivindicações. Durante sete anos tivemos perdas de direitos. E nossa campanha é para recuperar direitos. Direitos dos servidores e direitos para a população. É um protesto unificado nacional que busca a valorização dos servidores. Estamos aqui para falar para a população a importância dos serviços público. Sem eles a população, principalmente a mais empobrecida, fica mais prejudicada. Estamos lutando também pela recomposição do orçamento das universidades públicas e por mais investimentos sociais. Precisamos de mais empregos e salários dignos”, anunciou o dirigente do Sintufrj. (FOTOS ELISÂNGELA LEITE)

Outra negociação
Na próxima quarta-feira (28), o Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Federais (Fonasefe), do qual a Fasubra faz parte, o Fórum Nacional de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate) e centrais sindicais se reúnem novamente com o MGI para discutir o reajuste salarial do funcionalismo federal e demais pontos da pauta unificada.

Os reitores e reitoras das universidades federais brasileiras manifestam apoio à proposta de reestruturação da Carreira do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) apresentada pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil – Fasubra na reunião do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, realizada na manhã dessa quinta-feira (22).

Em 2005, o estabelecimento desse plano reconheceu a importância dos servidores técnico-administrativos em educação das universidades e dos institutos federais. Contudo, compreende-se que a evolução do ambiente educacional demanda a reestruturação da carreira para atender às crescentes demandas da comunidade acadêmica.

A Andifes tem convicção de que a reestruturação do PCCTAE transcende as fronteiras internas das universidades, ecoando por todo o cenário educacional brasileiro. Uma carreira robusta e equitativa para os servidores técnico-administrativos não só impulsiona o crescimento pessoal e profissional desses colaboradores, mas repercute de forma positiva na excelência do ensino, da pesquisa e da extensão, na igualdade salarial e na atratividade do serviço público em sua totalidade.

Expressamos, portanto, total apoio à reestruturação do PCCTAE e incentivamos a colaboração construtiva de todas as partes envolvidas. É por meio desse esforço conjunto que fortaleceremos a educação pública e reconheceremos o papel vital dos servidores técnico-administrativos na construção de um Brasil melhor e mais justo.

 

 

 

Colegiado aprova por unanimidade moção proposta pela reitoria em apoio à luta

Nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, Dia Nacional de Paralisação dos técnicos-administrativos em educação, 22 de fevereiro, com a organização de atos em Brasília e nos estados e, seguindo a orientação da Fasubra, priorizando as reitorias e redes sociais, servidores da UFRJ, coordenadores do Sintufrj e da Fasubra foram ao Conselho Universitário num ato em defesa da pauta da categoria.

A coordenação do Sintufrj realizou uma série de reuniões nas unidades nos últimos dias e, deste o início desta manhã, o grupo percorreu diversos setores dos hospitais universitários disseminando a importância da mobilização para conquista das reivindicações: a recomposição salarial e a necessária reestruturação do PCCTAE, a nossa Carreira, hoje em pauta na 3ª Mesa Específica e Temporária com o Ministério de Gestão e Inovação.

A Fasubra aponta que este dia é uma data central para radicalizar e intensificar as ações e a pressão para que o governo responda as demandas da categoria.

No Consuni

Distribuindo o boletim com informações sobre as mesas de negociação, as entidades solicitaram fala no colegiado. Mas, exaurido o tempo do Expediente (parte da sessão em que se trata de temas gerais antes da ordem do dia), o reitor Roberto Medronho informou que, regimentalmente, não seria possível. Mas o Sintufrj insistiu e a Reitoria, afirmando compreender a importância do momento, levou o pedido à voto no Consuni, aprovado sem abstenções ou votos contrários.

O coordenador-geral Esteban Crescente saudou os técnicos-administrativos que responderam à convocação do Sintufrj para as atividades de mobilização que começaram logo no início da manhã nos hospitais, grande parte, caravaneiros (“trabalhadores e trabalhadoras que lutaram durante essas últimas décadas em Brasília, pressionando o governo de diferentes por conquistas, tanto do ponto de vista da carreira quanto do orçamento dessa universidade”). Segundo ele, sem mobilização, sem a luta organizada, coletiva não se altera a realidade.

“E esses companheiros e companheiras que estão aqui, em grande parte, têm uma herança de um reitor que estimulou muito isso, Horácio Macedo. Então, eu queria pedir uma salva de palmas para o reitor, ao ver que os trabalhadores que aqui faziam a universidade existir deveriam permanecer como estatutários, dentro do regime jurídico único. E ele foi às ruas com esses trabalhadores e trabalhadoras”, disse, explicando que, no dia de paralisação, a categoria está em ação, dialogando, panfletando.

O coordenador da Fasubra Francisco de Assis informou que a categoria está em dois processos de negociação com o governo: a pauta geral e a específica. Mas também em defesa da universidade pública, e que a Federação também tem buscado articulação com parlamentares pela questão do Orçamento e por apoio para a Carreira que, na base da pirâmide salarial do Executivo, sofre a perda de quadros, embora seja segmento tão importante para a instituição. Segundo ele, naquele momento, em outras universidades acontecia o mesmo movimento de buscar das Reitoria apoio para a valorização da Carreira e da categoria.

Consuni aprova moção

O reitor Roberto Medronho leu nota (distribuído pela Reitoria ao Consuni) de apoio aos servidores que propôs transformar-se em moção do colegiado divulgando a questão para a sociedade, aprovada por unanimidade seguida de uma salva de palmas, o texto será publicado ainda hoje no site da instituição.

No texto, construindo com apoio da Pró-Reitoria de Pessoal, a Reitoria destaca as reduções sucessivas de recursos, principalmente depois de 2016, não apenas no orçamento de custeio e capital porque a situação dos ocupantes do PCCTAE também está afetando o funcionamento da UFRJ porque baixos salários e falta de perspectivas de crescimento na carreira gera desmotivação e evasão.

“As universidades precisam de técnicos-administrativos em Educação cada vez mais preparados… para garantia de sua função social … A realidade que vivemos na universidade nos impõe, além de apoiar a mobilização do movimento dos TAE para o aprimoramento e reestruturação de sua carreira, uma necessária militância em favor de medidas emergenciais de valorização salarial de um debate ativo sobre mudanças que adequem o PCCTAE ao mundo do trabalho nas universidades federais”, conclui o texto.

Sintufrj na reunião com parlamentares

Esteban informou que houve compromisso do reitor de que o Sintufrj, na reunião convocada com a reitoria com parlamentares (deputados e senadores) da bancada do Rio – na segunda-feira, dia 26 – da participação da entidade para divulgar a necessidade de aprimoramento da Carreira. O coordenador destacou que por 70 mil votos, a reestruturação da Carreira foi eleita a terceira mais votado, entre 9 mil propostas apresentadas pela sociedade do Plano Plurianual participativo.

 

Ato na sessão do Conselho Universitário de hoje reuniu servidores organizados pelo Sintufrj para propagar a pauta da campanha de Recomposição Salarial e aperfeiçoamento da Carreira. As ações no Consuni foram precedidas de panfletagem nas unidades hospitalares e, na sequência deste dia de paralisação, os trabalhadoras e trabalhadores da UFRJ vão participar do protesto unificado dos servidores federais no Buraco do Lume, agora à tarde, no Centro do Rio. Fotos: Elisângela Leite

Consuni na Escola de Química.
Rio, 22/02/24
Fotos de Elisângela Leite

Mobilização nas Unidades Hospitalares da UFRJ.

Mobilização nas Unidades Hospitalares da UFRJ.
Rio, 22/02/24