Professor Marcelo Melo apoia a greve dos técnico-administrativos

Quem pensa que o movimento de greve dos técnico-administrativos é meramente corporativista engana-se. Em meio a um cenário de terra arrasada, o local em questão foi o prédio da Reitoria que pegou fogo há anos 8 anos, o Comando Local de Greve (CLG) foi a reunião da Congregação da Faculdade de Letras nesta terça-feira, 26, na então sala do Conselho Universitário, exatamente para reafirmar a luta do movimento pela recomposição orçamentária das universidades.

Vera Valente do CLG fala da amplitude da greve
Comunidade do CLA e DCE juntos com o Sintufrj

A Faculdade de Letras está com aulas suspensas devido a paralisação dos trabalhadores terceirizados (que não receberam seus salários da empresa contratada) e falta de condições de higiene. A reunião da Congregação teve de ser na sala do Conselho Universitário por falta de condições de infraestrutura na Letras. Já a antessala do Conselho Universitário foi ocupada pelos estudantes da Escola de Belas Artes porque seu ateliê de pintura foi fechado por falta de condições já há quase dois meses.

“Estamos indo as unidades, fazendo atos, reuniões, e convencendo os companheiros a parar.  Sozinhos não vamos conseguir levar a frente essa greve. Precisamos que a comunidade se manifeste. Estamos chamando os alunos e os professores porque essa luta não é só dos técnico-administrativos. É dos técnicos, dos alunos, dos professores. É de toda a comunidade da UFRJ. Precisamos salvar a UFRJ. E para isso precisamos estar juntos”, afirmou Marli Rodrigues, coordenadora do Sintufrj e que integra o CLG.

“As empresas aumentam o trabalho dos terceirizados e não aumentam o pessoal. Aqui na UFRJ é recorrente as empresas atrasarem salários e não pagarem durante dois, três meses os trabalhadores. Precisamos mudar essa situação. E defender os terceirizados como parte integrante da UFRJ está em nossa pauta de greve. Nosso movimento é maior. Não estamos lutando apenas por salário, lutamos por condições de trabalho, infraestrutura para a universidade e melhores condições de estudo para os estudantes”, completou Vera Valente, técnica-administrativa da Letras e integrante do CLG.

A comunidade da Faculdade de Letras está tensa, indignada e preocupada. Na reunião da Congregação houve algumas explicações da Diretoria e da Decania, sem apontar um caminho de solução.

Os estudantes cobraram. “A Decania tem de ser mais incisiva com a Reitoria para cobrar providências”, demandou Alexandre Borges, do DCE Mário Prata.

“Cadê a Adufrj? Cadê os Pró-Reitores? Não tem ninguém aqui para dar uma satisfação! A nota do reitor sobre a nossa situação na Letras foi insípida. Não é esse o papel de uma Reitoria!”, desabafou o professor de Linguística da Faculdade de Letras, Marcelo Melo.

 

 

 

 

A greve nacional dos técnicos-administrativos por reestruturação da carreira e recomposição do orçamento das universidades completa sua primeira quinzena (a deflagração foi dia 11) em notório crescimento.

Hoje há 59 universidades e 4 institutos em greve (representados por 44 entidades das 48 filiadas à Fasubra). Ou seja, quase toda base da Federação aderiu a partir do dia 11. E o movimento promete se ampliar, inclusive com o ingresso da base do Sinasefe, o pessoal do ensino médio, técnico e tecnológico, a partir do dia 3.

“A greve está forte na base”, informou a Federação na reunião da Associação Nacional dos Reitores das Ifes dia 21.

Na UFRJ isso vem sendo expresso na participação expressiva nas atividades da greve, como nas assembleias (a do dia 7, que deflagrou o movimento, realizada de forma simultânea no Fundão, na Praia Vermelha e em Macaé, contou com 700 pessoas).

Desde o dia 11, quando foi instalado, o Comando Local de Greve reúne quase 80 pessoas, divididas em comissões que organizam a greve (de Mobilização e Infraestrutura, Comunicação, Finanças e Ética).

Seus integrantes — coordenadores da entidade, trabalhadores da base e companheiros aposentados — se dividem nas atividades de mobilização, em reuniões e panfletagens nos locais de trabalho, entre os estudantes, novos servidores e usuários dos serviços de saúde em diversas unidades e campi. Nos atos públicos, divulgam as razões da greve junto à população.

De fatos há muitos rostos novos entre os militantes do comando e nas ações de rua. Segundo o coordenador de Comunicação Nivaldo Holmes, essa participação tão expressiva é inédita, e ele crê que traduz uma boa expectativa por parte da categoria, que vem respondendo ao chamado do CLG.

Mas a greve se iniciou uma semana antes da retomada das aulas (dia 18). “Quando normalizarem-se as aulas, vamos ter o real panorama”, disse o coordenador de Comunicação Cícero Rabello. Mesmo neste contexto, avalia, a greve começou bem, com assembleias cheias, e com o comando na rua mobilizando a comunidade.

“Nossa pauta é enxuta, mas tem peso grande. É uma pauta que conversa com todos os setores e que agrega diversos segmentos. Os estudantes têm conhecimento do porquê estamos em greve, não apenas para recuperação de nosso poder de compra, mas também por recursos para a instituição, que tem alguns prédios caindo aos pedaços”, disse Cícero.

 

Mobilização intensa na UFRJ é capa desta edição do Jornal do Sintufrj

 

Mobilização no CAP.
Rio,21/03/24
Foto de Elisângela Leite
Mobilização no CAP.
Rio,21/03/24
Foto de Elisângela Leite
Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24
Assembleia Geral Greve na Praia Vermelha
Rio, 20/03/24.
Foto Elisângela Leite
Assembleia Geral Greve na Praia Vermelha
Rio, 20/03/24.
Foto Elisângela Leite
Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24

 

Técnicos-administrativos da UFRJ e servidores de outras instituições de ensino também em greve, realizaram nesta terça-feira, 26, ato em frente ao Horto do Museu Nacional. A intenção era expor à população as razões do movimento grevista.

As trabalhadoras e trabalhadores reivindicam uma resposta do governo às reivindicações de valorização da carreira técnico-administrativa das instituições federais de ensino, recomposição salarial e recursos para as universidades saírem do sufoco.

No carro de som do ato levado pelo Sintufrj, os dirigentes sindicas presentes se revezavam nas explicações às pessoas que se aproximavam da manifestação.

Indignação

“Que valorização é essa que o governo diz ter pelos servidores e pelas universidades federais?, questionou a coordenadora do Sintufrj Marli Rodrigues. Ela listou as precariedades na  infraestrutura dos prédios da UFRJ, com vazamentos e goteiras, e a falta de manutenção nas redes elétrica e hidráulica, responsáveis por sinistros e destruição do patrimônio, conforme ocorreu com o Museu Nacional e a histórica construção da reitoria, cujas instalações e acervos foram destruídos por incêndios.

O coordenador Cícero Rabello expôs a perda inflacionária de mais de 40% nos salários dos servidores e o plano de carreira defasado, que não garante a permanência dos profissionais na universidade.

“Esperamos que esta greve conquiste um percentual de reajuste ainda este ano, portanto, todos precisam reforçar o CLG para definir os rumos do movimento que deflagramos na UFRJ no dia 11 de março”, disse o coordenador Nivaldo Holmes.

 

A coordenadora Sharon Rivera falou sobre assédio moral, problema que se repete em várias unidades, inclusive no Museu Nacional. Ela orientou que a categoria deve entrar em contato com a Comissão de Ética do Comando Local de Greve (CLG), em caso de pressão das chefias, pelo e-mail:  comissaodeetica@sintufrj.org.br.

Está prevista uma nova reunião no Horto para tratar sobre assédio moral e outros assuntos de interesse dos trabalhadores, no dia 4 de abril, às 10h.

Terceirizados — Victor Silva, do CLG, elogiou a iniciativa dos companheiros do campus UFRJ- Duque de Caxias que se mobilizaram para a paralisação dos trabalhadores terceirizados sem salários. Na avaliação dele o corte de direitos de terceirizados é um grave reflexo do problema de falta de verbas na UFRJ.

A técnica do Laboratório de Aracnologia do Museu Nacional, Carla Barros, apontou diversos problemas na unidade, como a falta de espaço adequado para os servidores trabalharem, a necessidade de verbas e de mais técnicos. Segundo a servidora, o  baixo salário é responsável pela evasão de quadros para outras carreiras.

Caminhada

Panfletos produzidos especialmente para a população com os motivos da greve e as reivindicações dos servidores foram distribuídos durante o ato e a caminhada na Quinta da Boa Vista. Conversar com os pedestres também foi uma tarefa cumprida pelos integrantes do CLG.

 

 

TER 26/03

9h30 Reunião de Base HUCFF (tira dúvidas)

10h Protesto no Museu Nacional – concentração em frente ao Horto.

14h Congregação Faculdade de letras. Ato contra falta de infraestrutura e terceirizados sem salários.

QUA 27/03

8h concentração no Sindicato (Espaço Cultural), caminhada até a Assembleia no CT

9h30 Assembleia Simultânea-Fundão (CT), PV ( Mauricio Manuel ) e Macaé (Auditório Bloco Bloco B)

 SEG 01/04

7h até 21h Caravana para Juiz de Fora – 60 Anos do Golpe

15h Protesto 60 Anos do Golpe – caminhada do Antigo antigo DOPs até FND

TER 02/04

9h30 Ato na entrada das PRs, no parque tecnológico.

10h Reunião de Base IPPMG.

14h COMANDO LOCAL DE GREVE Espaço Cultural Sintufrj

QUA 03/04

14h ASSEMBLEIA ATO IFCS

16h PROTESTO UNIFICADO DIA NACIONAL DE LUTAS (Candelária)

SEX 05/04

14 h COMANDO LOCAL DE GREVE IFCS