Na reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) desta quarta-feira, 10, o governo reafirmou sua proposta de não conceder reajuste linear ao funcionalismo e ainda retirou os percentuais lineares para 2025 e 2026. Acenou apenas com o pagamento dos benefícios reajustados em junho retroativo a maio.

A justificativa foi a de que não há espaço fiscal para reajustes salariais, embora tenha reservado R$ 2, 7 bilhões para a concessão de benefícios.

Mas mesmo a concessão de aumento dos benefícios está condicionado que a maioria das categorias terá de aprovar em suas assembleias de que aceitam assinar o termo de acordo com o compromisso de acordo com a forma proposta pelo governo.

Em relação aos aposentados, foi apresentada uma proposta de tabela que o governo chama de social que compensa quem ganha menos e quem tem mais idade. Estes receberão aumento do auxílio saúde maior.

CNG vai avaliar

O aumento dos benefícios teve a proposta formalizada pelo Ministério da Gestão(MGI), em reunião da MNNP: auxílio alimentação, passando de R$ 658 para R$ 1 mil, além de auxílio-saúde (de R$ 144 para R$ 215) e auxílio-creche (de R$ 321 para R$ 484,90).

O governo informou que a resposta deve ser dada até sexta-feira, 19 de abril. O Comando Nacional de Greve se reúne nesta quinta-feira, 11, às 14h, para avaliação. E o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores (Fonasefe) tem reunião na sexta-feira.

CRISTINA DEL PAPA, coordenadora-geral da Fasubra, relatou a reunião com o governo

O secretário de Gestão de Pessoas e de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), José Lopez Feijó, afirmou que a MNNP não irá mais discutir recomposição salarial linear, como no ano passado que concedeu 9% para todos os servidores.

O governo indicou então que as negociações relativas à estruturação de carreiras e de remuneração deverão ocorrer nas mesas específicas das categorias, que deverão ser instaladas até o mês de julho de 2024.

Em relação às negociações em curso, o governo informou que as categorias que já fizeram acordo são 11 e tem mais três para fechar, entre elas a Fasubra.

Mas caso alguma categoria entre em greve, as negociações setoriais serão paralisadas. A Fasubra e o Sinasefe, assim como as categorias que já estão em greve estão fora dessa condicionante.

Cristina del Papa, coordenadora da Fasubra,  informou  que a Fasubra tem posição congressual discordante do reajuste linear:

“Não vai ter reajuste linear. E nós pela Fasubra temos posição aprovada em congresso e plenária que não somos favoráveis a reajuste linear. Como já disse, no linear quem recebe mais ganha mais, quem recebe menos ganha menos. A Fasubra sempre defendeu e continua defendendo que qualquer recurso que vier eles levem em conta essa diferenciação em relação a nossa categoria e outras categorias”, disse.

A reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) ocorreu no início da tarde desta quarta-feira (10) no Conselho Nacional de Previdência Social, em Brasília. Inicialmente, o encontro estava programado para junho, mas o governo decidiu antecipar a reunião, diante da pressão do movimento dos servidores aprovar o reajuste ainda para 2024.

Por iniciativa da coordenadora-geral do Sintufrj e técnica de enfermagem Laura Gomes, que atua no Atendimento de Serviço de Saúde do Trabalhador do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), foi oferecido aos participantes da assembleia no auditório do Centro de Tecnologia (CT), na Cidade Universitária, aferição de pressão e de glicose, encaminhamento para vacinação contra Influenza, na sede do Sintufrj, e esclarecimento de dúvidas com uma especialista em saúde no trabalho.

Todo esse atendimento foi realizado por três profissionais de saúde do HUCFF: Ingrid Oliveira Moreira (enfermeira),   Gabrielle Lima (estudante de enfermagem e estagiária na unidade hospitalar) e Cleide Augusto da Silva (assistente social|). A atividade foi em alusão do Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril.

Por unanimidade, a assembleia geral simultânea do Sintufrj nesta quarta-feira, 10, realizadas na Cidade Universitária (auditório do Centro de Tecnologia), Praia Vermelha (auditório Manoel Maurício) e em Macaé (auditório do bloco B do Polo Universitário), aprovou a continuidade da greve dos técnicos-administrativos em educação da UFRJ iniciada em 11 de março.

A palavra de ordem que predominou nas cerca de quatro horas de debates e encaminhamentos foi a necessidade, urgente, de ampliar a participação nas comissões criadas pelo Comando Local de Greve (CLG): Comunicação, Infraestrutura e Mobilização, Finanças e Ética.

Essas comissões são responsáveis pela organização da logística das ações do movimento grevista, produção de materiais de divulgação, gerenciamento dos recursos do Fundo de Greve, mobilização da categoria e por solucionar as demandas dos servidores(as) durante a greve com suas chefias e decidir sobre o que é serviço essencial ou não.

Os dois últimos informes do CNG/Fasubra foram lidos na abertura da assembleia, situando a categoria sobre as ações em Brasília, calendário de negociações com o governo e como caminha a greve país afora nas Ifes. A criminalização pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) da greve da categoria nos hospitais universitários das Universidades Federais de Santa Catarina e Paraná, e a reação do CNG, constou dos informes.

“Os técnicos-administrativos em educação estão mobilizando para uma greve nacional dos servidores”, foi uma das avaliações feitas na assembleia. “O nosso lado é junto com os que lutam pela democracia e contra os golpistas e fascistas”, destacou o companheiro. “Estamos entrando num momento muito importante da greve”, chamou a atenção outro técnico-administrativo, defendendo que a partir de agora o foco maior fosse em dar visibilidade e força ao movimento grevista. As atitudes de desrespeito ao Supremo Tribunal Federal e às leis brasileiras do bilionário sul-afriacano Elon Musk foram rechaçadas na assembleia. “Não podemos separar o que está ocorrendo no país com o que estamos vivendo”, afirmou outro companheiro.

“Nesta quinta-feira, 11, completamos 30 dias de uma greve justa e necessária. A nossa luta pela reestruturação da carreira e pelo orçamento da universidade está incomodando a direita, porque fortalece o serviço público. E quem está com a chave do cofre é o Parlamento, que está cheio de milicianos, grupo da bala, da bíblia”, acrescentou um dirigente.

Propostas e calendário aprovados

A assembleia ratificou os nomes dos representantes da UFRJ para o Comando Nacional de Greve (CNG) em substituição aos que já estão lá, e o envio de dois ônibus de caravaneiros para integrar a jornada de Lutas, em Brasília, de 16 a 18 de abril, proposta pelo Fonasefe. Os custos de cerca de R$ 170 mil incluindo transporte, alimentação, estadia e diária de R$ 150,00 dos participantes serão custeados pelo Fundo de Greve.  Até o momento, os gastos com as três delegações ao CNG somam aproximadamente R$ 225 mil.

Quem se inscreveu durante as assembleias simultâneas já têm vaga garantida na próxima caravana de luta e agitação no Planalto Central, prevista para maio, quando será votada a reforma administrativa, que precariza o serviço público, se contemplarem os critérios adotados pelo CLG: ser sindicalizado, estar em dia com as obrigações da entidade e com o ciclo vacinal, e participar das comissões e ações de greve.

A categoria presente nas assembleias também aprovou:

  •  Envio pelo CLG de e-mail a todos os chefes de unidades, oficializando a Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) a respeito, informando sobre as razões da greve dos técnicos-administrativos, solicitando respeito aos grevistas. A decisão visa cessar as pressões e assédios que estão ocorrendo a servidores, em algumas unidades acadêmicas e administrativas.
  • . Ida do CLG à unidade da Escola de Música, nesta quinta-feira, 11, às 10h, localizada na Rua do Passeio, 98. Para mobilizar por adesão à greve e combater o assédio moral.
  • . Compra de equipamento para garantir a realização com qualidade das assembleias simultâneas do Sintufrj.
  • . O CNG/Fasubra deve enviar ofício ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI) ratificando o aceite do reajuste proposto para os benefícios: auxílio alimentação, auxílio creche e per capita saúde suplementar, a partir de 1º de maio, mas garantida a isonomia com os servidores aposentados e pensionistas.
  • . Somar forças ao ato dos servidores estaduais no Palácio das Laranjeiras, nesta quinta-feira, 11, por reposição salarial.
  • . Definição de uma pauta interna na próxima assembleia do Sintufrj.
  • . O CLG enviará representação ao ato dos servidores da Unirio, nesta quinta-feira, 11, às 11h30, no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
  • . Participação do CLG/Sintufrj na reunião sexta-feira, 12, às 12h, dos trabalhadores do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) com a direção da unidade sobre a entrada da Ebserh no hospital. Local: Salão Nobre.
  • . Sexta-feira, 12, reunião do CLG, às 9h, no Espaço Cultural do Sintufrj.
  • . CLG participará da aula Magna da UFRJ, na segunda-feira, 15, às 10h, no auditório do Quinhentão (CCS), com o assessor especial para Assuntos Internacionais do governo Lula, Celso Amorim.
  • Na quarta-feira, 17, em substituição à assembleia do Sintufrj de avaliação da greve e para informes locais e nacional, em virtude da Jornada de Lutas em Brasília, o CLG realizará uma live sobre um tema de interesse da categoria.

 

 

Assembleia Praia Vermelha,
Rio, 10/04/24.
Foto de Elisângela Leite

Assembleia foi nesta terça-feira, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS). Estudantes decidiram parar no dia 19 de abril

O setor da educação se movimenta por mais verbas para as universidades. Os técnico-administrativos em educação, em campanha salarial,  estão em greve desde o dia 11 de março. Os professores têm indicativo de greve para 15 de abril.

E os estudantes debatem adesão ao movimento paredista. Na UFRJ, assembleia realizada nesta terça-feira, 9, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) eles decidiram parar no dia 19 de abril. O DCE Mário Prata põe na rua sua campanha “SOS UFRJ! A Educação grita por verba!”.

Do IFCS, saíram em passeata para juntarem-se a outros estudante no Ato Nacional da Educação por Orçamento. O dirigente DCE, Alex, explicou que eles pretendem seguir os passos dos técnico-administrativos e realizar debate e assembleias em todos os cursos através dos Centros Acadêmicos para poder capilarizar o movimento de greve.

Na assembleia estudantil, técnico-administrativos e professores fizeram sua saudação. O coordenador geral do Sintufrj, Esteban Crescente, falou da greve da categoria explicando que técnico-administrativos e estudantes têm em comum a luta pela recomposição do orçamento das universidades, informando que haverá uma grande caravana à Brasília. (fotos: Renan Silva)

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