Comando Local de Greve (CLG) da UFRJ presente no protesto Unificado dos servidores estaduais por reajuste salarial, Claudio Castro dando calote de 6,5%. Assinou e não cumpriu.

A primeira mesa de negociação específica com o MEC foi marcada para 6 de maio e será setorial. Cada categoria discutirá com as secretarias de sua pasta, no caso da Fasubra, com a SESu. Nesta mesa com entidades da educação (Fasubra, Andes, Sinasefe, Profifes)  será discutida uma pauta sem impacto financeiro.

Durante a conversa com o MEC os companheiros do Comando Nacional de Greve (CNG) participaram de ato unificado na entrada do Ministério.

Na véspera (quarta-feira, 10), o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) apresentou na MNNP a proposta do governo feita ao conjunto do funcionalismo de pagamento de benefícios até junho e reajuste zero esse ano .

 A Fasubra questionou a cláusula do termo de acordo proposto que inibiria greves e acabou sendo retirada pelo governo.

Greve

Segundo a coordenadora-geral da Fasubra, Cristina del Papa, o secretário executivo do MEC, Gregório Grisa, fez questão de dizer que o governo está fazendo todo o esforço para resolver a greve e que a carreira dos técnico-administrativos em educação será reestruturada nesse governo.

“Ele disse que semana que vem chamará uma reunião para dizer qual será o orçamento disponível para a reestruturação. E adiantou que o governo quer tentar resolver isso em 15 dias, mas deixou claro que estão dependendo da disponibilidade no  orçamento”, informou Cristina.

Em seguida falou outra coordenadora-geral da Fasubra, Ivanilda Reis, que ressaltou a importância da greve para forçar a negociação com o governo.

“O interesse do governo em nos atender e negociar é resultado dessa nossa forte greve. Foi colocado na mesa que temos de discutir o relatório final do Grupo de Trabalho (GT) da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (CNS) e encaminhar o que tem acordo e o que não tem”, disse a dirigente.

“Este relatório está sendo analisado e vamos receber um retorno após sua avaliação. Gregório afirmou que o governo tem muito interesse em atender a maioria de nossas reivindicações. Então seguimos na greve. Semana que vem temos a jornada de lutas e provavelmente receberemos a resposta do governo. Segue forte a nossa greve. Estamos no rumo certo”, declarou acrescentou.

Também coordenador-geral, Loiva Chansis, disse que o relatório tem mais acordo que desacordo e que a greve será resolvida com orçamento. Ela destacou a importância da jornada de lutas.

“É importante avaliar que a nossa entrada de greve foi acertada. Não há dúvida nenhuma de que a Fasubra acertou com essa mobilização. Qualquer movimento do governo foi por causa da greve, mas registramos que a cláusula do termo de acordo que inibe as greves é antidemocrática e não pode partir de um governo que se elegeu com a campanha de combate ao fascismo. Solicitamos que fosse retirada. E vamos investir nas caravanas para a jornada de lutas que nesse momento se torna importantíssima”, completou.

NA MANHÃ DESTA QUINTA-FEIRA, 11 abril, data em que a greve da FASUBRA completa 1 mês, o Comando Nacional de Greve se mobilizou para a participação em mais um ato unificado em frente ao Ministério da Educação (MEC). Na foto, o companheiro José Carlos, trabalhador da UFRJ e um dos representantes dos trabalhadores da universidade no CNG.
CRISTINA DEL PAPA, LOIVA E IVANILDA, dirigentes da Fasubra na reunião no MEC com as entidades de educação

O anfiteatro da Pupileira, no IPPMG, ficou lotado no início da tarde desta quinta-feira, 11, na reunião convocada pela direção, a pedido dos trabalhadores, para esclarecimentos acerca da preparação para o início das atividades da Ebserh no instituto.

Dúvidas e incertezas provocam naturalmente insegurança no ambiente de trabalho de um hospital universitário de essencial importância para a vida de centenas de famílias que procuram o instituto para tratar de suas crianças.

Servidores, pessoal extraquadro e terceirizados constituem o universo de trabalhadores (muitos dos quais, profissionais experientes e sem os quais o hospital pararia) do IPPMG, uma das jóias da rede hospitalar da UFRJ que está indo para a Ebserh.

Representantes do Comando Local de Greve acompanharam a reunião.

Organograma

O diretor Giuseppe Pastura apresentou o organograma que está sendo projetado para as três unidades do complexo hospitalar que serão assumidas pela empresa (IPPMG, HUCFF e Maternidade Escola).

Ele explicou que, depois da aprovação da Ebserh pelo Conselho Universitário, em dezembro, houve o planejamento orçamentário no Ministério da Gestão e Inovação (MGI) para definição inclusive da quantidade de pessoal nos hospitais. E agora segue a etapa de apresentação do organograma.

Há uma superintendência geral a que estão submetidas as superintendências executivas e a gerência de atenção à saúde de cada uma das unidades.

Também a esta superintendência geral a que estarão diretamente ligadas duas outras (de Ensino e Pesquisa e Administrativa). Ambas, pelo quadro apresentado, não estarão, portanto, no âmbito de cada hospital. Um conselho consultivo e um executivo estão, no quadro, acima da superintendência geral.

O organograma se desdobra em serviços que serão adaptados ou fundidos em divisões e unidades de forma a adaptar a atuação do IPPMG ao organograma da Ebserh.

Iinformes gerais sobre preparação para inico das atividades da EBSERH no IPPMG.
Rio, 11-04-24
Foto Elisângela Leite
Iinformes gerais sobre preparação para inico das atividades da EBSERH no IPPMG.
Rio, 11-04-24
Foto Elisângela Leite

É preciso garantir direitos

Para o coordenador da Fasubra e membro do CNG Francisco de Assis, o que se pode perceber no debate é que o diretor – o último diretor eleito, porque, segundo ele, daqui para frente será indicado pelo presidente da Ebserh em acordo com a Reitoria – não tem elemento suficiente para garantir os direitos dos trabalhadores nesse contrato que está sendo feito. “São muitas palavras ao vento, ditas pelas representações que estão participando dessas reuniões (com a Ebserh)”.

A seu ver, tem muita coisa dita que não faz parte do trato. “Não tem nada no contrato, não tem nada apresentado para o próprio diretor do hospital, então ficou muito mais dúvida do que soluções nas respostas. Então, companheiros, a gente tem que continuar nossa luta e garantir o direito dos trabalhadores no trato e no contrato, buscando a redução de danos. Porque a gente sabe que nacionalmente o que se tem é perseguição a trabalhador RJU, retirada de direitos do RJU e de todos de certa forma”, constatou.

 

Canto da sereia

“A gente tem que continuar brigando e reivindicando que o processo seja transparente e que o trabalhador pode ser ouvido, sanar as suas dúvidas e que a gente se proteja ainda mais porque o que vem aí não é nada daquele mundo, daquele canto da sereia que a Ebserh tenta colocar na cabeça das pessoas”, disse a técnica-administrativa do IPPMG Gerly Miceli.

Depois da reunião, ela avaliou: “Nós estamos aqui, o Sintufrj, trabalhadores do IPPMG, companheiros do comando local de greve da UFRJ porque hoje aconteceu a reunião chamada pelo diretor do hospital para apresentar o organograma da Ebserh e fazer a diminuir os ruídos”, disse ela, falando da intranquilidade que atinge RJU, extraquadros e terceirizados. Mas que houve respostas genéricas porque a seu ver o diretor também não domina tudo que está sendo discutido com a direção da Ebserh.

“A gente sai com o sentimento que a gente tem que lutar e lutar muito pra garantir e minimizar os danos aos trabalhadores estatutários, aos extraquadros que vão sendo substituídos gradativamente e aqueles terceirizados que hoje exercem funções e atividades inerentes aos assistentes administrativos”.