Mês: abril 2024
A luta em defesa da democracia e pela punição dos golpistas no Brasil viveu neste 1º de Abril um dia de êxito: a caravana a Juiz de Fora (veja matéria a respeito) e a marcha do prédio da extinta Delegacia de Ordem Política e Social (Dops) na Rua da Relação (Centro do Rio) até a Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, na Praça da República, marcaram a repulsa ao golpe civil-militar de 1964 que há 60 anos mergulhou o país na sombria noite da ditadura. Mas a palavra de ordem presente foi a punição aos golpistas de hoje, o fascista Bolsonaro à frente.
A marcha foi organizada por organizações do movimento social, entre as quais, o grupo Tortura Nunca Mais, e outros que defendem a memória da história recente do país, além de movimentos que atuam pelos direitos da periferia. Essas forças políticas, junto com centrais sindicais, defendem transformar o prédio da Dops num Memorial da Democracia, destino adequado para um lugar que representou a repressão e a tortura de combatentes na defesa das causas populares.
Trabalhadores da UFRJ em greve desde o dia 11 de março e dirigentes do Sintufrj (Marta Batista e Nivaldo Holmes) e da Fasubra (Francisco de Assis) marcaram presença. Num rápido discurso, Marta Batista destacou o impacto da ditadura na vida dos trabalhadores técnico-administrativos, “sem visibilidade” e “de companheiros, principalmente de estudantes” que tombaram na resistência ao regime.
Marta – que lembrou a greve dos trabalhadores na UFRJ – informou que um grupo de 46 servidores foi participar da Caravana da Justiça, com destino a Juiz de Fora cumprindo um roteiro inverso de militares golpistas de 64. Depois de lembrar o estado miliciano aqui no Rio de Janeiro (execução de Marielle e Anderson), a dirigente finalizou: “Cadeia para os golpistas, de ontem e de hoje”.
Vários parlamentares do campo da esquerda foram saudar a manifestação. (FOTOS: RENAN SILVA)
Os estudantes da UFRJ declaram apoio a greve dos técnico-administrativos em educação. A decisão foi tomada por unanimidade nas quatro assembleias simultâneas – nos campi do Fundão, IFCS-IH, CAp e Praia Vermelha – realizadas dia 27 de março, realizadas pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) Mário Prata. Na pauta, além da situação orçamentária, as lutas locais e a greve na UFRJ.
Centenas de estudantes presente nas assembleias aprovaram ainda a construção de uma jornada de lutas pela recomposição orçamentária, através de comitês locais.
“Entendemos que a luta dos técnicos é similar a dos estudantes”, afirma Thiago Braile, do DCE Mário Prata, informando que o movimento estudantil da UFRJ está realizando campanha para a recomposição orçamentária da universidade.
Uma nota de apoio, apresentada pelo DCE e aprovada em todas as assembleias, e aponta: “Dentro da UFRJ, a união entre trabalhadores e estudantes nas mobilizações tem sido fundamental para a garantia de direitos para quem estuda e trabalha na nossa universidade. Os TAEs e o SINTUFRJ estão juntos dos estudantes na luta pela recomposição orçamentária, por ampliação da assistência estudantil, melhores condições de estudo, por bandejão em todos os campi, passe-livre, entre tantas outras pautas fundamentais”.
O documento lembra ainda “Construímos diversas lutas com esses trabalhadores nos últimos anos e entendemos que devemos permanecer lado a lado, em defesa da UFRJ e dos direitos dos estudantes e dos trabalhadores. É fundamental que o movimento estudantil se some a essa mobilização, apoiando os trabalhadores e unificando com nossas demandas!”
A nota informa por fim que os estudantes reunidos em assembleia, além do apoio à greve dos TAEs, se comprometem com a participação nas mobilizações e lutas da categoria pela valorização do serviço público e em defesa de verbas para a educação.
Foto: Jornal A Verdade
Campanha
Os técnicos-administrativos têm entre os pontos centrais de sua pauta de reivindicações, a recomposição orçamentária das universidades. A mesma demanda é alvo da campanha iniciada pelo movimento estudantil da UFRJ.
“SOS UFRJ: A educação grita por verba”
Este é o lema da campanha, aprovada em assembleia on-line no início do mês. “A organização dessa campanha pelos comitês é uma forma de impulsionar as pautas, iniciativas e dificuldades de cada campus, denunciar a situação orçamentária e nos manter em mobilização constante”, explica Thiago.
Outros campi
Segundo o DCE, as assembleias do campus de Duque de Caxias seriam realizadas nesta segunda-feira (01/04), on-line, devido à falta de aulas no campus em apoio aos trabalhadores terceirizados com salários atrasados). A da Faculdade Nacional de Direito é na terça-feira, 2.
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