Articulação da vereadora Luciana Boiteux(Psol) amplia espaços do movimento que recorre à greve para defender reposição salarial, Carreira e orçamento

Mais um passo foi dado para o fortalecimento da luta em defesa da educação pública. Nesta segunda-feira, 6 de maio, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Rio, houve o pré-lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das universidades federais, estaduais, institutos de educação superior, Faetec, INES, IBC, Cefet-RJ e Colégio Pedro II.

A iniciativa foi da vereadora Luciana Boiteux (Psol) e reuniu representantes das entidades nacionais em greve – Fasubra, Sinasefe e Andes – dirigentes de sindicatos, estudantes e parlamentares federais do Psol como Chico Alencar e Tarcísio Motta. O Salão Nobre ficou lotado com a presença dos servidores em greve.

O Comando de Greve do Sintufrj e técnico-administrativos da UFRJ estiveram em peso.

“A frente tem a finalidade não só de apoiar os movimentos. O objetivo é ampliar a conscientização, nos espaços de poder e na população, sobre as demandas e as reivindicações de uma luta que é justa”, disse Luciana Boiteux.

“Essa frente espera reverberar e fortalecer essa luta porque sentimos que a educação é o movimento que mais mobiliza hoje no Brasil. Então é defender sua importância principalmente os institutos e universidades e nossa UFRJ”, destacou a vereadora que é professora licenciada da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ.

Dirigente defende a greve

A coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista, participou da mesa e fez um forte discurso em defesa da greve, da reivindicação dos técnico-administrativos pela sua valorização, falando da realidade estrutural das universidades cujos “prédios estão literalmente caindo aos pedaços”, citando a realidade dos trabalhadores dos hospitais universitários e dos terceirizados A dirigente alertou para a ameaça de privatização dos espaços públicos de ensino como a Ebserh nas universidades e a cessão da área da Praia Vermelha à iniciativa privada.

Marta rebateu a propaganda da mídia em colocar os servidores como privilegiados que não trabalham.

“Temos a Carreira mais defasada e mais mal paga do serviço público, mas produzimos pesquisa e estamos em todos os setores. Somos muitos dos trabalhadores da saúde que combateram a pandemia e o que recebemos hoje (em troca) é desvalorização.”

A coordenadora-geral do Sintufrj encerrou sua fala chamando para o ato nacional da educação marcado para 9 de maio com participação dos profissionais da rede estadual. Um ato que avalia ter um significado maior, um movimento também de resistência ao fascismo.

“Vamos estar na rua novamente, juntos, lutando pela educação e por melhorias. Não vamos recuar. Vamos avançar. E assim vamos seguir lutando. Lutando contra o fascismo enquanto trabalhadores em educação”, finalizou. (FOTOS: ELISÂNGELA LEITE)

VEREADORA LUCIANA BOITEUX, também professora da UFRJ, articuladora da Frente Parlamentar, discursa no Salão Nobre da Câmara
LANÇAMENTO DA FRENTE PARLAMENTAR lotou a sala da Câmara. Trabalhadores da UFRJ, mobilizados por uma greve, marcaram presença
MARTA BATISTA, COORDENADORA-GERAL DO SINTUFRJ, defendeu a greve e fez um balanço dos ataques que a universidade pública e seus trabalhadores enfrentam

O Sintufrj, em solidariedade aos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul, está recebendo doações de alimentos não perecíveis, material de higiene e limpeza e água.

Locais de recebimento: sede e subsedes do sindicato (Fundão, HUCFF e Praia Vermelha)

A semana começou quente na UFRJ. Com palavras de ordem, cartazes, faixas e muitos panfletos para o comunidade acadêmica, durante uma animada caminhada pelos corredores do Centro de Ciências da Saúde (CCS), nesta segunda-feira, dia 6, técnicos-administrativos do Comando Local de Greve convocavam: “Não deixe a UFRJ cair em cima de estudantes e trabalhadores”.

O agito nos corredores do CCS garantiu a atenção de estudantes e servidores das unidades nos diversos blocos do Centro, para as falas dos manifestantes e para as palavras de ordem, convocando estudantes e trabalhadores à luta em defesa da UFRJ:

“Não é mole não. Tem dinheiro pra banqueiro mas não tem para a educação!”, entoava o pessoal nos megafones ao som de um barulhento repique. Bradavam ainda: “A nossa luta unificou. É estudante junto com trabalhador”, ou “A nossa luta é todo dia. Educação não é mercadoria!” e ainda “Para parar a privatização: greve geral, greve geral na Educação!”

Veja o vídeo ao final da matéria.

Dialogo com a comunidade acadêmica

Se revezando ao microfone, militantes explicavam que o que está parando a universidade não é a greve, mas a falta de recursos. “Por isso estamos aqui brigando por reajuste salarial e por recomposição orçamentária para a universidade que hoje tem a metade do orçamento de 2012”, explicou o coordenador geral do Sintufrj Esteban Crescente. Ele lembrou da recente queda de parte da marquise da Escola de Educação Física (dia 1º de maio) e outros problemas que atingem a infraestrutura e a assistência estudantil, por falta de investimento. E cobrou a recomposição orçamentária de acordo com as necessidades da UFRJ. “Por isso estamos na luta para a Universidade continuar existindo”, disse.

“Nos vamos continuar na luta. Hoje, a maior das universidades técnicos-administrativos e professores estão parados. Tem que parar se não a UFRJ não vai continuar. Não somo inimigos de estudantes ou professores. A Universidade tem que continuar, mas sem que o teto caia na Cabeça das pessoas. Temos que parar esta Universidade!”, disse a coordenadora Marly Rodrigues.

Alzira Trindade chamou atenção para a greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (deflagrada dia 2), apontando que os hospitais que aderiram tinham a pretensão de resolver os problemas, “mas na realidade é que a Ebserh não dá conta e os maiores prejudicados são os trabalhadores”, disse ela.

O protesto continua

No final do ato, no bloco N, o grupo se organizou para participar das próximas atividades. Primeiro, a ida à Câmara Municipal, nesta segunda-feira, às 14h, para audiência pública organizada pelo mandado de Luciana Boiteaux (Psol) sobre Carreira TAE; na terça-feira, 7, ato unificado da Educação e da Saúde federal em greve.

Na próxima quinta-feira, dia 9, dia de protesto na Reitorias em todo país. Aqui na UFRJ, o ato será às 9h30, no Consuni .E à tarde, no Largo do Machado, ato do Fórum de Educação e dos Comandos de Greve. (Veja o calendário ao fim do texto).

Mobilização em frente ao bloco A do CCS: “A nossa luta é todo dia. Educação não é mercadoria!” 

 

Integrantes do CLG distribuem panfletos e jornais para estudantes e trabalhadores.

 

Nos corredores e na Praça de Alimentação do CCS: militantes do Comando Local de Greve da UFRJ alertaram para o sucateamento da universidade. Recomposição salarial e do orçamento para a universidade são pautas centrais da greve.

    

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Confira o calendário completo da semana

SEG 06/05

  • 9h30: Concentração na entrada do Bloco A do CCS, seguida de caminhada dentro do prédio.
  • 14h: Audiência Pública sobre Carreira TAE na Câmara Municipal Rio

TER 07/05

  • 10h : Reunião na Odontologia, Sala de Graduação 1
  • 10h: Ato Unificado da Educação e da Saúde federal em greve no Instituto Nacional de Traumatortopedia
  • 13h: CLG específico para finanças no Espaço Cultural Sintufrj

QUA 08/05

  • 10h: Assembleia com pauta de prestação de contas, avaliação de greve e Fundo de Greve. Eleição delegados para o CNG/UFRJ.

QUI 09/05

  • 9h30: Consuni / Indicação de Dia Nacional de lutas nas Reitorias
  • 16h: Ato unificado do Fórum de Educação e Comandos de Greve no Largo do Machado

SEX 10/05

  • 9h30: CLG no Espaço Marlene Ortiz ao lado do Espaço Saúde Sintufrj
  • 14: Festa do mês do Trabalhador no Espaço Cultural