O MEC pretende estabelecer padrões mínimos para as comissões de heteroidentificação existentes nas universidades, para isso irá reunir as universidades para realizar essa discussão.

Hoje, as universidades têm diferentes modelos para fazer a checagem de cotistas. Dentre os formatos há a forma presencial, a de videochamada e o envio de gravação pelo candidato.

Na UFRJ o critério é presencial. As bancas avaliadoras têm diversidade de gênero e raça sendo compostas de alunos, professores e técnico-administrativos. Estes passam por cursos de formação para se habilitarem para a avaliação dos candidatos.

A Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade da UFRJ (SGAADA), Denise Góes, avalia de forma positiva a iniciativa do MEC.

“Essa iniciativa do MEC está sendo muito bem recebida e era muito esperada. O MEC pelo volume de optantes das políticas públicas de ações afirmativas do Sisu, tem necessidade de uma normativa própria para o procedimento de heteroidentificação”, diz a Superintendente da SGAADA, disse.

Para ela era necessária essa padronização e ao seu ver fortalece as ações das comissões de heteroidentificação.

“Reunir as universidades e produzir mecanismos e critérios só fortalece a ação de cada universidade, que apesar de suas nuances precisa de critérios nacionais que sedimentem a ação das comissões de heteroidentificação, no seu papel de realizar o controle social das políticas públicas de ação afirmativas.”

Segundo Denise, a discussão da padronização parte do método democrático de ouvir as experiências das universidades.

“E isso o MEC está propondo. O que já é extremamente positivo. As questões de localização de moradia, não podem ser argumentos suficientes para apostar em processos virtuais que acabam por abrir possibilidades de fraudes. Vejo a possibilidade aberta da discussão de critérios mínimos como algo muito salutar para a atuação das comissões de heteroidentificação”, finaliza a superintendente.

Entenda

As cotas raciais foram criadas em 2013 e até 2017 não havia forma de controle de quem acessava essa política. Apenas com uma autodeclaração uma pessoa branca poderia ficar com a vaga destinada para uma pessoa parda ou preta.

Ao longo dos anos, coletivos de aluno negros passaram a denunciar centenas de casos de pessoas comprovadamente brancas aprovadas como cotistas. As fraudes vieram a público de forma contundente na sociedade e foi iniciado o debate por maior controle.

A partir de 2018 então, começaram a surgir as comissões de heteroidentificação como reação às fraudes. E cada universidade foi estabelecendo seus critérios. Comum a todas é a análise da aparência do candidato (os aspectos fenotípicos) como critério para aprovação ou não.

IMAGEM DE UMA DAS MESAS DE REABERTURA dos cursos heteroidentificação na UFRJ

Um dos temas tratados na reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Sintufrj na  sexta-feira (19) estava relacionado à política de movimentação interna de servidores, especialmente da área da saúde nas unidades que estão passando para o comando da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), como explicou a coordenadora-geral do Sintufrj, Laura Gomes.

De acordo com a dirigente, muitos servidores que estão lotados no HUCFF, IPPMG e na Maternidade Escola, unidades que estão sendo entregues à empresa, estão solicitando a transferência de local de trabalho. Como se sabe, o processo de transição da administração atual para a Ebserh tem provocado insegurança entre trabalhadores que procuram alternativas para sua vida profissional.

Laura Gomes informou que a direção do Sintufrj vai procurar a Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) em busca de informações sobre como essas movimentações de servidores podem ser realizadas. Ela disse que a Portaria da UFRJ (nº 700, de 3 de janeiro deste ano) que trata da questão merece uma discursão junto a PR4 e pode estar trazendo dúvidas sobre esses processos de transferência.

LAURA GOMES (blusa verde) na reunião do GT Saúde da última sexta-feira manifestou preocupação com o desejo de movimentação dos servidores da saúde dos hospitais cedidos à Ebserh (foto: Elisângela Leite
Próxima reunião do GT, na segunda-feira, 29, terá como tema, o Reconhecimento de Saberes e Competências

No cenário pós-greve, o desdobramento das negociações com o governo envolve temas como a Racionalização e Aglutinação de Cargos, o Reposicionamento dos Aposentados, de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) e Aglutinação de Cargos. Recente assembleia da categoria aprovou o aprofundamento da discussão sobre estes temas.

Para debater as conquistas da greve e seus desdobramentos, o GT Carreira do Sintufrj programou uma série de três debates, desde a semana passada. Começou com uma Live, dia 15, sobre a Racionalização e Aglutinação. A edição desta segunda-feira, dia 22, teve como foco, o reposicionamento dos aposentados.

A reunião foi conduzida pelo coordenador de Comunicação da Fasubra Francisco de Assis que traçou o histórico de lutas da Federação, fez um resgate dos principais momentos destes 113 dias da greve histórica, até a assinatura do acordo, dia 27 de junho e reiterou suas conquistas.

MANIFESTAÇÂO em Brasília com forte participação das caravanas do Sintufrj

Embora importantes, conquistas não se resumem a tabelas

Entre elas, além da recomposição orçamentária das universidades e institutos federais, o crescimento do impacto financeiro do que o governo destinaria ao atendimento da pauta (que saltou de R$1,8 bi em fevereiro para R$ 4,1 bi em junho) – que se refletem em percentuais nas tabelas e incentivos (o reajuste em 2025 e 2026, o aumento no valor do step e da correlação entre os níveis). Lembrou ainda o aumento do auxílio alimentação de R$658 para R$1.000, da assistência pré-escolar (de R$321para R$484 e aumento variável do auxílio saúde suplementar (por faixa de idade e remuneração). Ele fez um resgate da evolução salarial desde a conquista do PCCTAE em março de 2005, até maio de 2023.

Explicou por que, se os reajustes foram 9% em 2025 e 5% em 2026, há colegas mencionando que receberá um percentual muito maior: é que, na nova tabela, somando-se o reajuste de cada ano (que será aplicado no piso do nível E), ao aumento do percentual de correlação dos níveis A a D com o nível E e ainda ao aumento do step, o aumento total pode chegar a 25% e 34 % em alguns níveis, respectivamente em 2025 e 2026. (Francisco orientou a consulta às tabelas publicadas no Jornal do Sintufrj nº 1436, disponível no site da entidade).

Isso tudo potencializado por algumas outras conquistas, como o aumento de percentual para quem tem qualificação com correlação indireta (agora todos são correlação direta, o que pode significar, para quem tem, mais um aumento de até 25%), a redução do intervalo para a progressão por mérito de 18 para 12 meses.

E compromissos, como o prazo de 180 dias (agora, 155 dias) para que a Comissão Nacional, grupos de trabalho e mesas setoriais tratem de demandas como a capacitação, RSC, racionalização, reposicionamento de aposentados, revisão de fazeres e atribuições entre outros.

O que é reposicionamento

No tema em foco da reunião, o reposicionamento dos aposentados, Francisco explicou que acordo de greve assinado em 2012 entre governo e trabalhadores considerou necessário corrigir as distorções do enquadramento de aposentados e pensionistas do PUCRCE no PCCTAE (em 2005) com a proposta de alterar a lei da Carreira para garantir o reposicionamento na tabela, na mesma posição hierárquica ocupada no PUCRCE quando do enquadramento. Mas que o encaminhamento foi interrompido com o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. E só agora retorna.

A reunião contou com a participação da coordenadora de Aposentados Maria Tereza Tavares Fujii, que explicou a importância da conquista de ganhos na Carreira, mais que com possíveis gratificações.  A recomposição é voltada potencialmente aqueles que se aposentaram no teto mas, no enquadramento ficaram abaixo do padrão 16. Isso para aqueles que tiveram aposentadoria integral.

O coordenador apresentou ainda como proposta de trabalho, o levantamento do número de pessoas nesta situação, a convocação pela coordenação de reunião específica com o grupo para fortalecer a mobilização e que o grupo acompanhe as orientações da CNSC-Fasubra.

Boa participação

O interesse no tema encheu a sala de reuniões da sede do Sintufrj (a lista de inscrições contou com 31 pessoas). E houve expressiva participação on line: a reunião chegou a contar com 40 participantes e mais de 70 comentários.

As reuniões são on line (podem ser acompanhada pela rede) mas não híbrida (a participação com dúvidas e comentários foi apenas pelo chat), por enquanto, porque se tratava de uma explanação com o consequente esclarecimento das questões que surgiram.

Depois, aqueles que desejarem se integrar aos subgrupos sobre cada um destes temas, iniciarão estudos de documentos e discussão de propostas. Fase em que as reuniões poderão ser híbridas.

A transmissão foi salva nas mídias do Sintufrj: o canal no Youtube, Instagram e página do Facebook. Vale a pena conferir para conhecer detalhes sobre os temas.

RSC em pauta dia 29

A próxima reunião, na segunda-feira, dia 29, tratará do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC). “O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes”, disse Francisco, citando os versos de Cora Coralina, para adiantar o conceito que envolve a concessão do RSC.

Fotos: Renan Silva

GT CARREIRA debate Reposicionamento de aposentados