Reitor Medronho enviou mensagem para centros e unidades pedindo racionamento de energia e água. Na raiz do problema, está a política econômica do governo de restrições de gastos – inclusive na educação – que atende a interesses do mercado financeiro – 

A política de arrocho do orçamento das universidades – denunciada sistematicamente nos 113 dias de greve dos técnicos administrativos – acaba de desferir um novo golpe: o governo federal bloqueou 60 milhões do orçamento da UFRJ atendendo a pressões dos banqueiros e parasitas do mercado financeiro materializadas no chamado arcabouço fiscal.

De acordo com informações do estafe da Reitoria, o impacto desse corte põe em xeque o funcionamento da universidade. Esse dinheiro se encaixa na rubrica de “despesas discricionárias” que responde pelo pagamento  de energia elétrica, telefone, água, limpeza, segurança, ou seja, abastecimentos e serviços do dia a dia da UFRJ.

De acordo ainda com o setor de finanças da universidade, desses R$ 60 milhões, R$ 50 milhões já estavam empenhadas – o empenho é uma etapa do pagamento das despesas com credores e fornecedores. Os recursos eram considerados\ essenciais para que a UFRJ consiga chegar ao fim do ano sem suspender o funcionamento. De acordo com informação da Adufrj, o reitor Roberto Medronho enviou ofício a diretores de unidades e centros pedindo racionamento de água e energia elétrica.

Os R$ 60 milhões tirados da UFRJ é parte do contingenciamento (eufemismo para corte) de R$ 15 bilhões nas despesas do governo para atender à minoria da sociedade brasileira que se beneficia do orçamento da União recebendo o pagamento de títulos da dívida que o governo paga com juros astronômicos.

Uma situação que só irá mudar com a luta organizada dos trabalhadores brasileiros. Registro importante: como se sabe, a greve dos trabalhadores da educação do Executivo Federal tinha como uma de suas bandeiras a recomposição orçamentária das universidades.