O Supremo Tribunal Federal (STF) foi evacuado após terem sido ouvidas explosões, por volta das 19h30, na Praça dos Três Poderes. Uma pessoa morreu, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.
Policiais militares e bombeiros foram acionados e estão no local.
Esplanada dos Ministérios fechada
O acesso a Esplanada dos Ministérios foi fechado após as explosões.
A Polícia Civil do Distrito Federal informou que já deu início “às primeiras providências investigativas e a perícia foi acionada ao local”.
Palácio do Planalto
A segurança foi reforçada no Palácio do Planalto, que fica no lado oposto ao STF, na Praça dos Três Poderes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto no momento das explosões. Ele deixou o local por volta das 17h30 em direção ao Palácio da Alvorada.
“A exposição Arquivo Central foi desenvolvida pensando em marcar os 60 anos da Ditadura no Brasil, um dos períodos mais tenebrosos da história do nosso país”, diz diretor do SIARQ, Cláudio Roberto Leite
FOTOS: RENAN SILVA
Na batida dos eventos na UFRJ para marcar os 60 anos do golpe militar, o Arquivo Central promove a exposição “O Arquivo Central nos anos de chumbo: recortes documentais da UFRJ durante a ditadura civil-militar (1964-1985)”. A inauguração da exposição foi nesta quarta-feira, 13 de novembro, no hall do Edifício Jorge Machado Moreira (no prédio histórico da Reitoria da universidade), e permanecerá até 21 de novembro.
“A exposição Arquivo Central foi desenvolvida pensando em marcar os 60 anos da Ditadura no Brasil, um dos períodos mais tenebrosos da história do nosso país. É lembrar os 60 anos de 1964 para nunca mais acontecer. Embora os militares tenham desempenhado um papel central, o golpe contou com apoio de setores da sociedade civil, como políticos, empresários, membros da elite econômica e parte da mídia”, declara o diretor da Divisão de arquivos permanentes do Arquivo Central – SIARQ/UFRJ, Cláudio Roberto Leite.
Ele informa que a exposição reúne um conjunto de documentos da UFRJ relativos ao período, tais como processos administrativos abertos contra servidores, o documento que extinguiu a Faculdade de Economia, atas do Conselho Universitário registrando a expulsão de estudantes, etc. “Aqui na UFRJ tivemos a repressão atuando”, comenta Cláudio. Ele acrescenta que até faixas dos estudantes de 1963 fazem parte do acervo da exposição.
A imagem do card que ilustra a exposição que tem a frase “ESTUDANTES + POVO garantia das LIBERDADES DEMOCRÁTICAS” é uma dessas faixas de 1963. “É lembrar para não esquecer e para que não se repita”, frisa Cláudio.
O diretor da SIARQ destaca também que a exposição homenageia as 25 pessoas entre alunos e professores da UFRJ, mortos ou desaparecidos, que não retornaram para suas casas e famílias. “Essa exposição também será uma forma de homenagear esses alunos, professores e técnicos-administrativos que lutaram pelo retorno da democracia em nosso país”, afirma.
Amanhã, dia 14/11, às 10h, nos reunimos no prédio da Inova Parque Tecnológico para o ato NÃO APAGUE A UFRJ em defesa da recomposição orçamentária da nossa universidade! Vamos juntos mostrar a importância da UFRJ e lutar por seu futuro. Participe e fortaleça essa mobilização! ✊
Numa ação com características de orquestração, a Águas do Rio, a empresa privada responsável pelo abastecimento da cidade, acaba de cortar o fornecimento de água do prédio da Prefeitura Universitária, do restaurante universitário e do alojamento estudantil. Na prefeitura, os funcionários da empresa estão acompanhados de força policial.
O prefeito Marcos Maldonado chegou a argumentar com os funcionários da empresa sobre as consequências da interrupção do abastecimento no restaurante e no alojamento. Não foi ouvido.
Cerca de 500 estudantes moram no alojamento. O restaurante universitário, conhecido como bandejão, serve cerca de 9 mil refeições por dia. Tanto o alojamento quanto o bandejão atendem especialmente boa parte do grupo estudantil que chegOU à universidade por ações afirmativas.
A crise orçamentária da maior universidade federal do país ingressou numa fase aguda (FOTO: RENAN SILVA)
Às escuras e sem água. Esta é a triste realidade da maior universidade federal do país e a terceira mais importante da América Latina. Por falta de pagamento, a Light e a Águas do Rio cortaram o fornecimento de luz e água para parte da UFRJ, levando caos para a comunidade universitária por onde circulam, diariamente, entre servidores técnicos-administrativos e docentes, estudantes, terceirizados e prestadores de serviços, pelo menos cem mil pessoas.
A Light iniciou os cortes na terça-feira, 12, pelo prédio histórico da Reitoria, onde funcionam a Procuradoria, a Escola de Belas Artes e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; no Palácio do Museu Nacional, e no Horto Botânico, instalados na área da Quinta da Boa Vista, e no estacionamento da Coppead. Na manhã desta quarta-feira, 13, outra surpresa desagradável: a Águas do Rio interrompeu o fornecimento para todos os andares da Reitoria.
Segundo o reitor Roberto Medronho, a UFRJ precisaria de R$ 192 milhões para zerar todas as dívidas acumuladas ao longo dos últimos anos. O débito com as concessionárias de anos atrás soma R$ 65 milhões. Por ano, o gasto total de energia elétrica da universidade é de R$ 70 milhões, por conta dos equipamentos de ponta – “responsáveis pelas pesquisas que rendem bilhões de reais ao governo”.
Socorro do MEC – Medronho antecipou que para mostrar que não há má-fé por parte da UFRJ, estava sendo providenciado o pagamento urgente de uma das parcelas devidas à Light, de cerca de R$ 4 milhões. “Pegamos um pouquinho de cada lugar para juntar essa quantia”, disse. Mas, a expectativa era receber ainda nesta quarta-feira, um socorro do MEC de R$ 1,5. “Ato arbitrário e ilegal”
Com a ajuda de um gerador portátil de pouca potência, o reitor reuniu servidores, estudantes e a imprensa no hall de entrada do prédio da Reitoria para “apresentar a situação orçamentária que é dramática. A água da Reitoria acabou de ser cortada”, iniciou Roberto Medronho.
“Esse prédio, por onde passaram Cândido Portinari, Oscar Niemeyer, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Clarice Linspector, Ana Maria Machado, aria da Concenição Tavares, Carlos Lessa, entre outras figuras de destaque, e são feitas altas pesquisas não pode ficar na escuridão. Foi um ato arbitrário e ilegal. Já entramos com agravo regimental. A antecipação de tutela caiu e eles cortaram, explicou Medronho. “A situação vai de encontro a ciência e tecnologia e exige que todo o corpo social da UFRJ esteja unido na indignação”, afirmou o reitor. Corte interrompido
Roberto Medronho informou que a energia elétrica do Palácio do Museu Nacional foi restabelecida. “Tiveram juízo e religaram”. Entre os vários acervos preciosos, o museu guarda o Manto Tupinambá, que tem que ser mantido sob condições especiais de preservação – “pertenceu a um ancestral de quase 400 anos”. No Horto Botânico localizado no pavimento subterrâneo ao lado do museu, está guardada uma coleção inédita de invertebrados.
“Onde cem mil pessoas circulam diariamente não pode ficar desprovida. Que chamem a força policial para nos prender, mas aqui não vão fechar”, garantiu o reitor, que conta para resistir e lutar pela sobrevivência da universidade com o apoio das entidades sindicais e estudantis, e toda a comunidade universitária. Sintufrj e Fasubra na defesa da UFRJ
O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, afirmou na coletiva: “Se o Teto de Gastos permanecer, se não houver uma recomposição orçamentária robusta para a UFRJ, com luta e com garra vamos levar esse movimento de defesa da universidade para as ruas”. O dirigente lembrou que na negociação da campanha salarial com o governo foi incluída na pauta recursos extras para a instituição, e essa ajuda, embora pouca, foi conquistada pelos trabalhadores técnicos-administrativos em educação.
Francisco de Assis, coordenador da Fasubra, complementou: “Essa universidade é maior que as nossas diferenças políticas com a Reitoria e entre nós. Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados) é o grande orquestrador dos cortes. A luta é unificar todos os trabalhadores, incluindo terceirizados e estudantes, e a sociedade para um grande ato em defesa da UFRJ e contra esses cortes do arcabouço fiscal”.
O dirigente do DCE Mário Prata, Enderson Ramon, propôs a realização imediata de uma plenária estudantil para saber o que fazer daqui para frente. “Precisamos de respostas: quando vai chegar a luz no prédio e quando vai chegar a verba”.
“A UFRJ precisa ser referência para o mundo em ciência e tecnologia. A reconstrução orçamentária das Ifes tem que estar no centro da luta. A recomposição orçamentária tem que ser urgente. A UFRJ é muito grande e importante para a soberania nacional”, destacou Paula Coutinho, diretora da UNE,
A Proposta de Emenda à Constituição que prevê o fim da escala 6×1 atingiu o quórum de assinaturas necessário para começar a tramitar na Câmara dos Deputados. O projeto é de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que formalizou uma iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador eleito no Rio Rick Azevedo (PSOL).
De acordo com o jornalista Juliano Galisi do jornal Estadão, o texto conta com 194 assinaturas no sistema interno da Câmara no início da manhã desta quarta-feira, 13. Para que a PEC fosse protocolada, eram necessários ao menos 171 signatários.
Uma vez protocolada, a PEC começará a ser discutida na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara. No colegiado, haverá a designação de um relator para o texto, que poderá modificar o projeto por meio de um substitutivo, além de acatar sugestões de outros deputados federais. Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, a proposta seguirá para a apreciação de uma comissão especial. Somente após esse trâmite, o texto ficará apto a ser pautado no plenário.
A inclusão do texto na ordem do dia de votações, no entanto, não é imediata e, na prática, depende de um acordo entre o colégio de líderes da Casa, formado por líderes das siglas e de blocos parlamentares, como o bloco governista e da oposição. É por isso que, desde já, a deputada federal Erika Hilton sinaliza que vai discutir a medida com líderes parlamentares, como o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).