A asfixia financeira que pode impor a interrupção de atividades do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB) e as formas de enfrentar a situação são pautas da plenária da unidade de saúde que atravessa crise sem precedentes. A ideia é que ao fim da plenária a comunidade universitária do instituto ocupe um trecho da Avenida Venceslau Brás, na altura do sinal de trânsito, para denunciar a situação à sociedade e pedir apoio. No dia 8 de maio houve reunião na qual o cenário adverso do IPUB foi apresentado ao corpo social. O Sintufrj está apoiando a movimentação de técnicos, professores e estudantes.

 

EM 8 DE MAIO, reunião discutiu situação do IPUB: o que fazer?

Nesta quarta-feira, 21 de maio, 60 caravaneiros em um ônibus fretado pelo Sintufrj partiram do Fundão para reforçar o ato na sexta-feira, 23, em frente ao MGI, onde acontecerá mais uma rodada de negociação com o governo sobre as pendências do acordo conquistado com os 113 dias de greve dos técnicos-administrativos em educação na UFRJ. O movimento grevista foi nacional sob liderança da Fasubra.

A assembleia da semana anterior aprovou paralisação nesta quarta-feira, 22, e na quinta-feira, 23. Essa mobilização orientada pela Fasubra está prevista para ocorrer em todas as instituições federais de ensino filiadas à federação. A luta é pelo cumprimento integral do acordo de greve, mais recursos orçamentários para as Ifes e defesa dos hospitais universitários.

Caravana do Sintufrj

O ônibus com os caravaneiros iniciou viagem na quarta-feira, 21, saindo da sede do Sintufrj às 16h. Todos os participantes passaram por anamnese (levantamento do histórico clínico) com profissionais de saúde, aferiram a pressão e o nível de glicose.

Esses bravos companheiros e companheiras estarão no ato na sexta-feira, 23, às 9h, em frente ao Ministério da Gestão e Investimento no Serviço Público (MGI), para mostrar aos representantes do governo na mesa de negociação, que os técnicos-administrativos em educação não transgredirão um milímetro sequer das suas conquistas da greve. FOTOS: RENAN SILVA

EMBARCAR COM SEGURANÇA. Saúde sendo checada antes da saída da caravana

 

O ato de racismo praticado por um professor da Faculdade Nacional de Direito – este constrangeu a técnica-administrativa Josi Lima ao ignorar sua participação em banca de concurso e ainda exigiu que a funcionária lhe servisse café e bolo, uma atividade alheia às atribuições da servidora – segue ainda sendo apurado pela Divisão Administrativa de Comissões (DAC). O episódio ocorreu no fim de novembro do ano passado.

A servidora fez denúncia à direção da unidade que encaminhou ao DAC – órgão ligado ao gabinete do reitor e responsável por apurar infrações administrativas na UFRJ – e também registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).  Josi informou que o resultado do inquérito na delegacia deve sair no fim de maio, mas que na UFRJ a apuração anda lenta.

Ela reclama ainda não poder ter acesso ao processo instaurado pela universidade, uma vez que, segundo ela, o professor envolvido no caso teve acesso.

“ A justificativa é que segundo a lei ele, sendo o acusado, tem o direito”, disse Josi. Ela diz que o processo administrativo só começou a andar por conta da denúncia na Decradi e que tomará suas providências. “Vou processar a UFRJ por Racismo Institucional”, afirmou.

Um dos diretores do Divisão Administrativa de Comissões, Pedro Gonzaga, informou que a Comissão de Sindicância foi instaurada e o processo está em fase de ouvir as testemunhas. Ele justifica que houve demora por parte de Josi em anexar todas as suas provas, o que atrasou o andamento do processo. Além disso, ele declarou que presta as informações possíveis a Josi, mas que por lei o acesso a todo o processo da parte denunciante não é autorizado.

“Está na lei. E seguimos as normas da Corregedoria do Governo Federal. A Comissão de Sindicância foi instaurada e tem 60 dias para emitir um parecer. Este parecer vai para o corregedor que é quem dá a decisão”, disse.

SOLIDARIEDADE DO SINTUFRJ

O sindicato se solidariza com Josi Lima, técnica-administrativa da Faculdade Nacional de Direito (FND), vítima de um ato vil de racismo praticado por um professor da instituição. O episódio aconteceu quando Josi exercia a função de coordenadora administrativa do Concurso para Professor Efetivo de Direito Civil da FND e acompanharia o julgamento dos recursos. O Sintufrj incorporou no seu dia a dia a luta antirracista. O repúdio ao preconceito é frente essencial de atuação na defesa da dignidade humana e milita no expurgo da mentalidade escravocrata que permanece como chaga na sociedade brasileira.

 

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