Uma alegre efervescência cultural se espalhou pelo auditório Halley Pacheco, no 8º andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no dia 31 de julho, na 1ª Mostra de Talentos do HUCFF, organizada pela Seção de Saúde do Trabalhador (Sesat), da Divisão de Recursos Humanos.
A mostra foi idealizada pela assistente social Cleide Augusto da Silva e organizada com a coautoria da chefe da Sesat, Laura Barros, e a chefe substituta Lívia Frazão. O Sintufrj apoiou a iniciativa, que possibilitou aos trabalhadores do hospital a oportunidade de mostrar aos colegas de trabalho seus dotes artísticos postos em prática fora da unidade.

 

Apresentações
O auditório lotou para as apresentações de música, dança, luta e poesia. No fundo do palco, a cada número artístico eram projetados slides com imagens dos servidores em ação no hospital, um trabalho feito com muito carinho por Laura Barros.
Enquanto isso, em estandes organizados no hall de entrada do auditório, trabalhadores expunham quadros, objetos de artesanato, trabalhos de crochê, tricô e tapeçaria, fotografias e petiscos e doces, afinal, dotes culinários não faltam.

 

Valorização merecida
O evento foi prestigiado pela pró-reitora de Pessoal, a enfermeira do HUCFF Luzia Araújo, pelo diretor-geral da unidade, Marcos Freire, e por diversas chefias.
Emocionada, Cleide Augusto explicou que sempre que atendia um profissional percebia no seu relato uma oscilação de sentimentos, entre tristeza e alegria. “Eu perguntava o que ele fazia quando não estava no hospital para recarregar as energias. E nesse momento eu via o brilho nos olhos deles. Foi aí que comecei a pensar que isso deveria ser valorizado. Daí a ideia dessa mostra. Para minha surpresa, apareceram tantos talentos que um dia se tornou pouco”, comemorou a assistente social.
A coordenadora-geral do Sintufrj Neuza Luzia sugeriu que o acontecimento entre para o calendário de eventos do Hospital Universitário. “Para esta diretoria do Sindicato, a saúde do trabalhador é uma prioridade, e este evento vai ao encontro desta proposta. Saúde não é só cuidado com o corpo; é preciso cuidar da alma, da mente e do espírito”, disse a dirigente sindical.
O diretor da divisão de Recursos Humanos,
Moacir de Oliveira, afirmou cumprimentando os participantes: “Sem vocês, nada seria possível”.
“Estamos aqui para cuidar da saúde do hospital. Mas o hospital tem que cuidar da saúde do trabalhador. É frequente que servidores enfrentem problemas pelo tipo de trabalho que realizam, pelo estresse diário. Aqui a gente lida com a vida, com pessoas”, destacou, Marcos Freire.
A chefe do Serviço de Treinamento e Desenvolvimento (DRH), Sandra Batista, fez questão de registrar que o “lindo resultado do trabalho foi fruto do empenho de toda a equipe”. Ela foi portadora da homenagem do grupo a Cleide Augusto, “que teve a sensibilidade de dedicar um olhar humano e acolhedor aos servidores na Sesat”.
“Na realidade, o que importa é que você busque o seu talento. O exercício de buscar é o de encontrar a felicidade. Enquanto você está buscando, tentando aprender, está desenvolvendo seu eu, promovendo sua saúde. Nossas vidas são muito difíceis no dia a dia, e buscar um talento pode nos dar mais resiliência”, afirmou Luzia Araújo.
Laur a Barros, que conduziu a abertura do evento, explicou que comprou de cara a proposta de Cleide Augusto pela intenção de mostrar o quanto os trabalhadores são importantes para o hospital e que seus talentos artísticos eles desenvolvem como válvulas de escape.

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Para apurar irregularidades, Reitoria constitui uma comissão de heteroidentificação

Sob a mira do Ministério Público Federal e do Núcleo contra a Desigualdade Racial (Nucora), da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPE/RJ), a Reitoria instituiu uma comissão de heteroidentificação para apurar se houve fraude no sistema de cotas raciais no ingresso de alunos aos cursos de graduação. De acordo com as denúncias encaminhadas aos órgãos de fiscalização da UFRJ, centenas de candidatos a uma vaga na universidade mentiram ao se autodeclararem pretos ou pardos.

Todos os alunos denunciados têm garantido amplo direito de defesa, e a Procuradoria-Geral da UFRJ é a responsável por fazer valer a decisão final da Reitoria. Outras instituições de ensino superior federais, como UFF, UFRRJ e Unirio, também foram alvo de denúncias do MPF e da DPE/RJ, e, como a autodeclaração se mostrou ineficaz, criaram as comissões de heteroidentificação para verificação dos alunos autodeclarados cotistas, antes de fazerem a matrícula.

Providências
A comissão de heteroidentificação da UFRJ foi instituída por portaria publicada no Diário Oficial da União, em caráter emergencial, e cabe a docentes e técnicos-administrativos realizarem essa tarefa institucional, conforme determina a Normativa nº 4 do Ministério do Planejamento à Lei 12.990/2014, que reserva 20% de vagas para pretos e pardos nos concursos públicos, em que o critério de verificação é por fenótipo, ou seja, somente os traços negroides são levados em conta. No caso agora dos alunos da graduação. Portanto, o caráter genético de descendência não é considerado para que a pessoa tenha direito à reserva de vagas raciais.
Isso não ocorreria se a UFRJ tivesse adotado a verificação por uma comissão de heteroidentificação no processo de matrícula na graduação, mas a autodeclaração era o único critério que permitia o ingresso através do sistema de cotas raciais. Foi uma janela aberta para as fraudes. Porém, com o aumento do número de denúncias de fraudadores em vários cursos, a universidade teve que tomar uma atitude. E a decisão foi apurar as denúncias recebidas por meio de abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

A Reitoria já se manifestou favorável à adoção de comissões de heteroidentificação, formadas por técnicos-administrativos, professores e estudantes, para realizarem a verificação de cotas antes do ingresso dos candidatos na universidade.

Avanços
As cotas raciais, ratificadas pela Lei 12.711/2012, fazem parte de um conjunto de políticas de ações afirmativas que visam diminuir as desigualdades e promover a igualdade de oportunidades, e foram consideradas constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para se ter uma ideia, em 2002, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente 2% de negros tinham assento nas universidades públicas.
Em 2017 foi verificado um salto de 9,3%. E, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2011, de 8 milhões de matrículas, 11% foram feitas por alunos pretos e pardos e, em 2016, o percentual subiu para 30%.

Está se aproximando a data para a realização do Campeonato de Futebol do Sintufrj. Até agora estão confirmadas as participações das equipes do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Escola de Educação Física e Desportos, Prefeitura Universitária, Praia Vermelha, Biofísica e Centro de Tecnologia (CT).

Foi estabelecido na reunião, na quinta-feira, 25, que o campeonato terá duas categorias: acima de 45 anos e abaixo de 45 anos. Estão faltando fechar todas as regras e a logística para a competição, que promoverá a integração dos técnicos-administrativos em educação na ativa e aposentados. Ainda há tempo para aderir à Copa Sintufrj, portanto, não deixe de ir à reunião nesta segunda-feira.

Uma roda de gente com disposição

Integração e saúde foram as palavras mais repetidas pelos representantes das equipes na última reunião, no Espaço Saúde Sintufrj, entre veteranos e estreantes de competições esportivas promovidas pelo Sindicato.
Artilheiro e campeão da última Copa Fasubra, em 2009, Paulo Sergio da Silva Moura, o Orelha, é um dos veteranos em competições pelo Sintufrj em 30 anos de universidade. “Vai ser maravilhoso, e todos deveriam participar”, disse o técnico de manutenção do CCS. E fez o chamamento: “Como jogador da antiga, estou convocando a categoria para a competição!”

Entre os novatos estava Patrick Nunes, 30 anos, da Decania do CCS. Há cinco meses apenas na UFRJ, ele quer surpreender os companheiros na estreia em campo na Copa Sintufrj. Morador de Campo Grande, futebol com os amigos é sagrado nos fins de semana. “É um momento de integração, e, para mim, vai ser uma ótima oportunidade para conhecer as pessoas na universidade, fazer amizades e cuidar da saúde”, definiu o recém-ingresso.
Demarcos José da Silva, 56 anos, almoxarife da Prefeitura Universitária, desde 1995 não perde um campeonato organizado pelo Sintufrj. “São momentos de integração, de rever amigos. Além do lado social, tem também a saúde. Por isso temos um time na Prefeitura, e a média de idade é 45 anos para cima”, contou.

“Participei de três ou quatro campeonatos organizados pelo Sintufrj, e o que mais me motivava era a integração entre as pessoas, novos e antigos servidores. Futebol é isso, e até criamos a “Pelada do Coração”, e toda quinta-feira, às 16h, nos encontramos no campo da Prefeitura da UFRJ para uma partida. Só servidores e seus convidados”, informou Luciano da Cunha Nascimento, 48 anos, 31 dos quais vividos na universidade. Ele trabalha no Horto Universitário.

Jorge Pierre, 70 anos (nem pensa em se aposentar), técnico-administrativo na Decania do CCS, é um veterano em competições. Ex-coordenador de Esporte e Lazer do Sintufrj por duas gestões, um dos autores do projeto de criação da academia na entidade, Seu Pierre diz que “já perdeu a conta de quantos campeonatos do Sindicato participou. “O futebol é agregador, não tem política e nada que impeça a união entre os jogadores. Convive-se com todos e de todos os campi. A gente passa a se conhecer, são amizades para sempre”, afirmou.

Para o administrador do CCS, Rafael Martins, 35 anos, há sete na UFRJ, este vai ser o terceiro campeonato do Sintufrj do qual participa, e está empolgado: “Essa aproximação com o Sindicato através do futebol é muito importante. O diálogo é outro, as perspectivas são diferentes. É muito importante para todos nós e ainda fortalece as nossas raízes com a UFRJ”.

“É muito bom quando o Sintufrj organiza um campeonato. Sinto prazer em participar. O envolvimento do nosso Sindicato com o esporte nos incentiva”, disse Antônio Fernandes Passo, 70 anos, há mais de 20 como porteiro-atendente do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), na Praia Vermelha.

PAULO SERGIO. Veterano

A distribuição de 100% dos lucros do FGTS vai reduzir os R$ 9 bilhões ao ano que o Fundo libera para o trabalhador de baixa renda dar de entrada na compra da casa própria. LEIA+

Direitos e serviços públicos não são negócios regidos pelas sacrossantas leis do mercado, mas pelo benefício universal que geram. O modelo de gestão proposto pelo “Future-se” é o “Vire-se” para captar recursos.

Jornal GGN – 17/07/2019 – Artigo

OS FINANCISTAS DO MEC apresentaram hoje pela manhã o projeto Future-se, que busca alterar radicalmente o ordenamento jurídico, patrimonial, pedagógico, trabalhista e o papel social das Universidades públicas. Toda a apresentação tinha o figurino de encontro de negócios espertos. Não faltaram painel de Led e apresentador de bleiser azul marinho sem gravata a recitar vantagens para todos, promessas de happy startups, criação de fundos, investimentos, PPPs, organizações sociais e a possibilidade de professores “ficarem ricos”.

“Nós nos inspiramos em Friedman”, foi dito a certa altura. Às escâncaras, trata-se de um acelerado processo de privatização das instituições públicas, que ganharão suposta eficiência e vinculação ao mercado, como as krotons da vida.

NO GOVERNO FHC, anos 1990, as privatizações eram alardeadas como forma de se superar a chamada ineficiência estatal, a falta de telefones, as carências no mercado de energia, os cabides de emprego, os cartórios corporativos etc. etc. Foi preciso massacrar a opinião pública com a ladainha de que a venda de estatais era o segredo para a superação de nosso “atraso”, e que com auxílio do mercado estaríamos em sintonia com o “primeiro mundo”.

No governo Bolsonaro, nem argumentos desse tipo há mais. Existe chantagem, feita por quem nada tem a ver com educação. Cortam-se orçamentos – o que inviabiliza de imediato o funcionamento das instituições – , coloca-se a faca no pescoço de reitores, professores, alunos, técnicos administrativos e monta-se um teatro midiático, cuja adesão seria opcional.

A UNIVERSIDADE PÚBLICA BRASILEIRA é um modelo internacional de sucesso. Ela não apenas produz ciência de ponta, como se volta – na maior parte dos casos – para a resolução de problemas concretos e materiais da sociedade. A “torre de marfim” autossuficiente tornou-se anacrônica, em especial ao longo das últimas décadas, fruto da expansão de unidades pelo país.

O aumento do número de vagas, as políticas de cotas e sua presença cada vez maior na vida pública faz dessas instituições a marca de um Estado que verdadeiramente se articula com as demandas sociais. Temos aqui algo raro nos Estados Unidos ou na Europa Ocidental: universidades de massa, amplas, plurais e financiadas com o dinheiro dos impostos.

HÁ UMA DÉCADA, o documentário “Inside job”, de Charles Ferguson, ganhou o Oscar da categoria ao fazer uma varredura profunda nas causas e consequências do tsunami financeiro originado nos EUA, em 2008. Secundariamente, a fita exibiu a imensa teia de interesses privados que se sobrepõem à Universidade estadunidense. Lá, é bom lembrar, cresce a legião de jovens inadimplentes que não conseguem arcar com os altos custos das anuidades (O ministro da Educação afirma que não haverá cobrança de anuidades. Por enquanto).

Três professores de Harvard – também operadores no mercado financeiro – foram desmascarados diante das câmeras por darem aval acadêmico à saúde financeira de empresas e países a peso de ouro.

Harvard é um centro de excelência global, especialmente nas áreas de Direito e Finanças. Tem cerca de 23 mil alunos e é privada. A USP tem 95 mil alunos e é pública.

SEGUNDO O CENSO DA Educação Superior do INEP, o Brasil possui “296 Instituições de Educação Superior (IES) públicas e 2.152 privadas, o que representa 87,9% da rede. Das públicas, 41,9% são estaduais; 36,8%, federais e 21,3%, municipais. Quase 3/5 das IES federais são universidades e 36,7% são Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets)”.

Com raríssimas exceções, a pesquisa está concentrada nas públicas. Por esse motivo, é aí que se concentra o pensamento crítico e resultados em diversas áreas que se traduzem em importante apoio para políticas públicas.

Os milicianos da gestão Bolsonaro não conseguem externar a mesma distorção conceitual que fazem no debate da Previdência, de que “o sistema dá prejuízo”. Se olharem apenas para o que o orçamento do MEC, com pensamento terraplanista de contador, “o sistema dá prejuízo”, sim.

O raciocínio é evidentemente torto. Direitos e serviços públicos não são negócios regidos pelas sacrossantas leis do mercado, mas pelo benefício universal que geram. O modelo de gestão proposto pelo “Future-se” é o “Vire-se” para captar recursos. Quem conseguir dinheiro, segue funcionando – com alta ingerência de investidores nos conteúdos pedagógicos – e quem não conseguir, adentrará literalmente no programa “Foda-se”.

Como o projeto bolsonarista é o da entrega da Petrobrás, da Embraer, da Eletrobrás, do saneamento e do desmonte do BNDES, do SUS e de várias ferramentas do desenvolvimento e da soberania nacional, acabar com a Universidade é algo que está na conta. Pesquisa e inovação de ponta será feita pelos novos donos desses ativos.

Impedir esse ataque fulminante é impedir que se acabe com o futuro do país. Apesar do nome do programa ser o horrível trocadilho Future-se.

A Medida Provisória 881 é conhecida como minirreforma trabalhista e pode se tornar lei. Um dos principais ataques apontados por especialistas é a liberação do trabalho aos domingos e feriados para mais categorias e sem os direitos devidos. LEIA+

Proposta foi aprovada por 379 votos a 131. Para parlamentares da oposição, governo passou “cheque sem fundo” em emendas e usou “toma lá, dá cá”, para Plenário votar mudanças nas aposentadorias. LEIA+

Deputados do Rio de Janeiro que votaram pelo fim da aposentadoria dos trabalhadores:

Avante

Chiquinho Brazão (RJ) – SIM

Cidadania

Marcelo Calero (RJ) – SIM

DEM

Juninho do Pneu (RJ) – SIM

Pedro Paulo (RJ) – SIM

Rodrigo Maia (DEM-RJ) – SIM

Sóstenes Cavalcante (RJ) – SIM

MDB

Daniela do Waguinho (RJ) – SIM

Gutemberg Reis (RJ) – SIM

Vinicius Farah (RJ) – SIM

NOVO

Paulo Ganime (RJ) – SIM

PL

Altineu Côrtes (RJ) – SIM

Gelson Azevedo (RJ) – SIM

Soraya Santos (RJ) – SIM

PP

Christino Aureo (RJ) – SIM

Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (RJ) – SIM

PRB

Jorge Braz (RJ) – SIM

Rosangela Gomes (RJ) – SIM

PSC

Otoni de Paula (RJ) – SIM

PSD

Alexandre Serfiotis (RJ) – SIM

Flordelis (RJ) – SIM

Hugo Leal (RJ) – SIM

PSL

Carlos Jordy (RJ) – SIM

Chris Tonietto (RJ) – SIM

Daniel Silveira (RJ) – SIM

Delegado Antônio Furtado (RJ) – SIM

Felício Laterça (RJ) – SIM

Gurgel (RJ) – SIM

Helio Lopes (RJ) – SIM

Lourival Gomes (RJ) – SIM

Luiz Lima (RJ) – SIM

Major Fabiana (RJ) – SIM

Márcio Labre (RJ) – SIM

Professor Joziel (RJ) – SIM

Sem partido

Luiz Antônio Corrêa (RJ) – SIM

Solidariedade

Aureo Ribeiro (RJ) – SIM

 

O contingenciamento de verbas das universidades federais promovido pelo governo de Jair Bolsonaro faz mais uma vítima: a Universidade Federal Fluminense (UFF). O reitor Antônio Carlos da Nóbrega informou em sessão do Conselho Universitário que a universidade tem recursos para funcionar até agosto.

A situação da UFF é caótica. Está sem verba para manter serviços básicos de manutenção e não tem dinheiro para pagar os trabalhadores terceirizados.

O corte do governo acaba por prejudicar alunos, que ficam sem aulas, professores que não tem estrutura para ministrar o ensino, pesquisadores que não tem insumos e equipamentos nos laboratórios, e trabalhadores que ficam sem salários e benefícios.

 

Sem salários

Há dois meses, cerca de 350 trabalhadores terceirizados estão com salários e benefícios atrasados. Isso provocou uma ação solidária da comunidade universitária e de sindicatos e associações. Entidades representativas de trabalhadores, alunos e professores estão captando doações de alimentos e materiais de higiene para ajudar os trabalhadores.

Segundo o reitor, a UFF precisa de R$ 16,7 milhões mensais para arcar com as despesas para a manutenção da universidade como pagamento de água, luz, telefone, contratos com empresas terceirizadas, entre outras despesas. Com o bloqueio do governo a UFF dispões apenas de 6,85 milhões por mês. Ou seja, 46,5% do previsto no orçamento deste ano, de R$ 169 milhões, sendo R$ 14,1 milhões mensais.

Nem a economia feita pela Reitoria no começo do semestre – cortou despesas na ordem de R$ 35 milhões anuais para se adequar ao recurso disponível – diminuiu o prejuízo. Antes do bloqueio a universidade já recebia financiamento menor do que o necessário, na ordem de R$ 9,8 milhões por mês, prejudicando assim os pagamentos e a prestação dos serviços.

Em vão, o reitor foi a Brasília no início do mês de junho para pedir ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, o descontingenciamento da instituição. Enquanto o ministro silencia perante os apelos dos gestores das universidades e se ocupa em fazer provocações através das mídias sociais, a UFF amarga dias de incerteza e trabalhadores sofrem agruras sem seus salários e benefícios.

Nesses dois meses os trabalhadores estão vivendo de doações de comida e tem muita gente a ponto de ser despejada pois não pôde pagar o aluguel, isso para aqueles que ainda se mantém no emprego. Com a falta de pagamento à empresa contratante pela universidade vem promovendo demissões.

A Convenção 190 foi aprovada após dez anos de debates entre o movimento sindical, empregadores e governos

 

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovou a Convenção 190 que trata da violência no mundo do trabalho. O texto aprovado é fruto de um debate, iniciado por movimentos de mulheres, que começou em 2009, na Confederação Sindical Internacional (CSI), e venceu resistências dos empregadores que consideravam o tema uma questão a ser resolvida por políticas públicas.

A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista, considerou a elaboração da Convenção uma vitória, ainda que o texto aprovado não seja o ideal para o movimento sindical. Ela explica que os debates, que envolveram também governos, foram duros e houve a necessidade de se chegar a um consenso para que a Convenção fosse criada.

“Não era o texto dos sonhos porque queríamos destacar os vulneráveis, quem sofre racismo, sexismo, discriminação, mas não conseguimos especificar, só conseguimos especificar que trabalhadores sofrem assédio e que devem ter reparação”, diz Junéia.

A Convenção 190 será aprovada oficialmente nesta sexta-feira (21), quando o relatório final da 108ª Conferência Internacional do Trabalho for apresentado para votação em plenário.

Mas, de acordo com a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, as diretrizes da Convenção só passarão a valer “mais do que as leis nacionais” a partir da ratificação pelos países. É após a adoção da Convenção que os tribunais passam a se pautar pela norma aprovada.

Junéia espera que durante a Conferência ao menos dois ou três países adotem a Convenção. Isso dá força ao trabalho que precisa ser feito para adoção em outros países, explica.

No Brasil, a luta para que o país, que elegeu Jair Bolsonaro, um presidente de extrema direita, fascista e homofóbico, adote e ratifique a Convenção 190 será árdua, avalia a dirigente da CUT.

“Acredito que será difícil, mas faremos o que for possível, com campanhas de conscientização e pressão junto a parlamentares e governo para que coloquem em suas agendas o tema da ratificação”.

A construção da Convenção 

Junéia conta que a Convenção começou a ser ‘pensada’ em 2009, para tratar de casos específicos de violência contra a mulher, mas ao longo desses anos, por pressão de empresários, que também queriam ser incluídos no texto como vítimas, o texto teve que ser alterado para violência de gêneros e não somente de mulheres.

Segundo ela, a alegação dos empresários é que eles podem também ser vítimas de violência, como assédio e ameaças, no mundo trabalho. “Mesmo não concordando com essa justificativa, aceitamos mudar o caráter para violência de gêneros”.

Junéia lamenta também que outros grupos não possam ter sido especificados na Convenção como vulneráveis, como trabalhadores e trabalhadoras negras, os LGBT´s e as mulheres que, “historicamente, são trabalhadores que sofrem perseguição no ambiente de trabalho”.

“Tivemos que nos conformar em colocar as pessoas vulneráveis como trabalhadores e empregadores para não termos problemas e travarmos o processo. Tivemos de aprovar um texto generalizando os trabalhadores”, critica a dirigente.

Em 2014, o tema ganhou destaque na OIT e começou a ser discutido nas conferências da entidade. Em 2017 um grupo formado por especialistas de vários países fez uma análise sobre o que é violência no mundo do trabalho e recomendou que a OIT pautasse a Convenção 190, elaborada de forma tripartite.

Em 2018, foi aprovado um texto preliminar pelo Conselho de Administração da OIT. Este texto foi debatido ao longo dos anos pelos trabalhadores, empregadores e governo e, em comissão formada pela OIT, foi alterado com acordo entre as partes.

 

O papel da Convenção

A Convenção terá o papel de proteger todos os trabalhadores, do setor público e privado, e casos externos como violências sofridas no caminho do trabalho, ou por decorrência dele.

Um exemplo é o caso de mulheres assediadas em transportes públicos e que precisam de proteção, explica a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT.

“A responsabilidade é de alguém. Seja do Estado ou do empregador, isso será definido caso a caso”, diz Junéia.

 

Diversidade

Junéia lembra também que pessoas LGBT são consideradas vulneráveis por sofrerem violência psicológica, moral e constrangimentos no ambiente de trabalho.

 

A gente vive numa sociedade predominantemente heteronormativa em que o patriarcado impõe que menino veste azul e menina veste rosa. E quando as pessoas saem dessa ‘caixinha’, são violadas em seu direito de ser o que querem

Junéia Batista

 

Até mesmo na Conferência o preconceito esteve presente: países africanos, além de Rússia e Bielorrússia, ameaçaram deixar o plenário caso o termo LGBT fosse incluído no texto.

Mas de acordo com a Convenção 190 da OIT, no mundo do trabalho, a discriminação, as piadas homofóbicas, as chacotas e perseguições a LGBT´s serão consideradas agressões, afirma Junéia.

“As pessoas vão pensar 500 vezes antes de fazerem chacota com a natureza das pessoas”.

 

Mulheres

Mesmo que o texto não tenha sido ideal por não ser específico sobre a violência contra as mulheres, Junéia acredita que a Convenção trará avanços. Ela afirma que “o mundo machista pode começar a ter um outro tipo de comportamento, a partir da divulgação dessa Convenção. E o momento que vivemos nos faz brigar ainda mais para que nosso país ratifique a 190.

O Sintufrj comunica aos sindicalizados titulares do plano de saúde Unimed que a nova administradora do contrato é a Allcare Benefícios. Sendo assim, o sindicato orienta que qualquer correspondência (telegrama ou e-mail) de outra administradora deverá ser desconsiderada.

Sintufrj – Gestão Ressignificar