Família de ativista racial dos Estados Unidos pede para que a população pressione o Congresso a aprovar propostas

Eloá Orazem/Brasil de Fato | Los Angeles (EUA) | 18 de Janeiro de 2022

Ativistas marcham em homenagem ao dia de Martin Luther King, incluindo seu filho mais velho, no dia 17 de janeiro de 2022. Eles seguram uma faixa que diz “Cumpra pelo direito ao voto”. – MANDEL NGAN / AFP

O discurso mais famoso do ativista Martin Luther King Jr. começava com “eu tenho um sonho”. No entanto, uma das falas mais poderosas do líder do movimento civil nos EUA, assassinado aos 39 anos em 1968, foi outra, e pôde ser ouvida um ano antes de sua morte.

Em 1967, o reverendo leu em alto e bom som o texto intitulado “Nos dê uma cédula”. Nele, King Jr. diz às autoridades: “nos dê uma cédula eleitoral e nós não teremos mais que nos preocupar com o governo federal em relação aos nossos direitos básicos; nos dê uma cédula e nós encheremos o legislativo com homens de boa vontade”.

A luta de Martin Luther King Jr. para que o exercício da democracia se estendesse a toda comunidade negra e afrodescendente surtiu efeitos. Graças ao movimento pacífico do reverendo, os Estados Unidos aboliram o teste de alfabetização e os impostos eleitorais – mecanismos cuidadosamente desenhados para excluir os mais pobres da eleição. Não coincidentemente a maior parcela da população pobre em território americano era (e ainda é) composta por negros. 

Uma vida inteira dedicada à igualdade e justiça social é celebrada anualmente. Desde os anos 2000, o dia 15 de janeiro é dia de Martin Luther King Jr., data de seu nascimento, em 1929, e agora um feriado nacional. 

Membros da imprensa e ativistas aproveitam o marco no calendário para exaltar seu legado. “Um dos maiores feitos deixados por Martin Luther King Jr. é sua luta contra o que chamou de os ‘três males’ ou os ‘trigêmeos do mal’: racismo, pobreza e militarismo”, disse à reportagem do Brasil de Fato o professor Dr. Lerone Martin, diretor do Instituto de Pesquisa e Educação Martin Luther King, Jr. na Universidade de Stanford. 

“Quando falamos do reverendo, pensamos apenas no racismo, mas sua luta era muito maior e mais ampla, sobretudo porque ele nos lembra que esses três males estão entrelaçados”, continuou. 

A vida e a morte de King Jr. mudaram os Estados Unidos, mas o sonho do ativista, de ter uma nação igual para todos, ainda não se realizou. Aliás, pelo contrário, no ano passado, segundo o FBI, crimes de ódio saltaram 6% no país. Se analisarmos crimes de ódio apenas contra a população negra, o salto é de 40%. 

“Os Estados Unidos nunca se comprometeram, de verdade, com a igualdade racial. Na época, Martin Luther King Jr. dizia que esse país dá alguns passos para frente e outros para trás, e sinto que isso ainda é verdade nos dias atuais”, comenta o Dr. Lerone.

A luta em meio a celebrações

A transformação social tem que ser também uma transformação política. Foi isso que assinalou a família King ao encorajar os cidadãos estadunidenses a trocar a celebração pela luta. Este ano, os filhos do reverendo pediram que a comemoração dos feitos do passado de Martin Luther King Jr. fosse trocada por uma contínua pressão sobre o Congresso para aprovar uma série de reformas eleitorais.

Estão no legislativo duas propostas que podem impactar o sistema político nos EUA. Uma, chamada de Freedom to Vote Act (Ato pela Liberdade de Votar), que estabelece o dia da eleição como um feriado nacional e permite o registro de eleitores online, mesmo aqueles feitos na própria data da eleição.

Essa proposta também devolveria o direito de voto às pessoas que foram condenadas por crimes, que anularia uma regra que, de novo, afasta das urnas a população mais vulnerável e injustiçada do país, visto que nos Estados Unidos negros têm mais chances de serem acusados de crimes que não cometeram.

Outra proposta na mão dos representantes é o John Lewis Voting Rights Advancement Act (Ato de Avanço para Direitos de Voto), que quer obrigar estados e distritos onde há histórico de exclusão eleitoral a pedir autorização federal (do Ministério da Justiça) para efetuar qualquer mudança que possa impactar processos de voto. 

A lei homenageia John Robert Lewis, congressista e ativista pelos direitos civis que serviu na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pelo distrito da Geórgia de 1987 até sua morte em 2020.

Apesar de ambos os projetos serem apoiados por ativistas sociais e boa parte da classe política, é pouco provável que eles sejam aprovados. Isso porque, para aprovar a proposta, o Congresso precisaria do apoio da maioria dos representantes, e os republicanos não estão de acordo com as medidas.

“O voto da comunidade afrodescendente nos Estados Unidos é tão importante que tem muita gente querendo barrar isso, e é urgente que reconheçamos quem são essas pessoas trabalhando para que os negros não tenham acesso às urnas”, pontua Dr. Lerone.

O presidente Joe Biden, em seu discurso no dia de Martin Luther King Jr., disse que é hora dos Estados Unidos abraçarem o trabalho não-finalizado do reverendo e garantir que todos tenham acesso ao voto. “É hora de todos os representantes eleitos nos Estados Unidos deixarem claro seu posicionamento”, disse Biden, “é hora de todos os americanos se levantarem. Fale, seja ouvido. Qual a sua posição?”

O democrata que ocupa a morada da presidência na Casa Branca afirmou ainda que a democracia do país está ameaçada, e que ele está cansado do silêncio em relação às reformas eleitorais.

Primogênito do ativista, Martin Luther King III fez de seu discurso uma resposta à Biden: “o presidente disse que está cansado de ficar calado sobre os direitos de voto. Bem, estamos cansados de ser pacientes”. 

A votação oficial dos projetos acontece nesta semana, mas a derrota é quase certa. “Não importa quantas vitórias tenhamos, temos que continuar vigilantes porque sabemos que há sempre aqueles que tentam voltar no tempo”, finaliza o professor.

Edição: Arturo Hartmann

 

 

 

Nesta terça-feira, 18, às 15h, o Sintufrj realizará uma live para  discutir a conjuntura e o indicativo de greve unificada no serviço público federal, debatida e apontada pelo Fonasefe. Participarão do debate os coordenadores da Fasubra Toninho, Zé Maria, JP e Rosângela. 

A atividade tem o objetivo de acumular discussão coletiva sobre a construção da campanha salarial e da greve, fortalecendo a mobilização para uma assembleia da categoria, a ser convocada nos próximos dias.

O debate acontecerá virtualmente, pelo Zoom, e terá transmissão ao vivo pelo YouTube. Para participar da atividade, inscreva-se pelo link abaixo: https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZYocemvrTgsGdanldvSHZMyc1LDtRoWnlEK

Após a inscrição, você receberá um e-mail de confirmação contendo informações sobre como entrar na reunião.

 

 

 

Inflação, desemprego, desinvestimento, PIB zero… três anos de desastre, três anos de BolsoGuedes

Publicado: 17 Janeiro, 2022 – Escrito por: Comunicação CUT-CE | Editado por: Samira de Castro

ANTÔNIO CRUZ / AGÊNCIA BRASIL

A economia brasileira ficará estagnada em 2022, confirmando o fracasso da política econômica implantada após o golpe de 2016, e aprofundada por Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Paulo Guedes. A grande marca do desgoverno ultraliberal e conservador é o descontrole dos preços da energia, em especial dos combustíveis, o desmonte do Estado, e a supressão de direitos sociais – o que esmaga a renda dos trabalhadores.

Pesquisa do Valor Econômico com 105 instituições financeiras e consultorias mostra expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,4% em 2022. Ao menos 26 instituições projetam contração e 13, estagnação.

“Os bolsonaristas colocam a culpa na pandemia, mas a coisa está pior que antes da crise sanitária global, e o governo não reage, não propõe nada, não trabalha”, afirma o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira. “Enquanto o país vive tragédias ambientais e as consequências gravíssimas de desastres climáticos, o presidente tira férias. Na hora de trabalhar, logo adoece”, lembra.

Desemprego, miséria e fome

O Brasil de Bolsonaro e Guedes é o país do desemprego, da miséria e da fome. “Hoje, temos 44% dos trabalhadores e trabalhadoras na informalidade. A taxa de desemprego no Brasil é de 11,7% para homens e 17,1% para as mulheres; para a população negra a taxa de desemprego representa 13,1% para homens negros e inacreditáveis 20,1% para as mulheres negras”, completa o presidente da CUT-CE.

Os negros representam 55% da população brasileira. A população negra é a que mais perdeu emprego durante a pandemia do coronavírus (representam 72% dos que perderam emprego na crise), é a que mais morreu de covid-19, e também é a que mais morre de “bala perdida da polícia”.

Quase 20 milhões de brasileiros declararam passar 24 horas ou mais sem ter o que comer. Mais da metade (55%) da população brasileira sofria de algum tipo de insegurança alimentar em dezembro de 2020, segundo a Rede Ressan/Inquérito Nacional sobre a Segurança Alimentar no contexto da pandemia.

De acordo com a pesquisa, 116,8 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e permanente a alimentos. Desses, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave) e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave).

Preço dos combustíveis

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), a gasolina custava, em média, R$ 4,60 em janeiro do ano passado. No último mês de 2021, a média era de R$ 6,67. O diesel passou de R$ 3,60 para R$ 5,30. O etanol teve o aumento de 58%, de R$ 3,20 em janeiro para R$ 5,10 em dezembro. Em 2021, a Petrobras operou 16 reajustes no preço da gasolina e 12 no preço do diesel.

A política de preços dos combustíveis é uma decisão de Bolsonaro e do presidente da Petrobrás, o militar Joaquim Silva, nomeado pelo presidente. E os dois vêm promovendo reajustes contínuos nos preços, seguindo o valor do dólar. Isso faz com que os combustíveis fiquem muito caros para o consumidor brasileiro. Quem ganha com isso? Os investidores estrangeiros.

“Bolsonaro lasca com os brasileiros para garantir lucros para acionistas estrangeiros. Patriota de mentira!”, conclui Wil Pereira.

Produção industrial estagnada

Uma das provas da inoperância do governo é a produção industrial, que ficou em -0,2% entre outubro e novembro de 2021. Deste modo, registrou o sexto mês consecutivo de resultado negativo, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografa e Estatística (IBGE).

Analisando mês a mês, o IBGE observa que, das 11 informações de 2021, nove foram negativas. Ou seja, o setor industrial ainda sente muitas dificuldades, se encontrando atualmente 4,3% abaixo do patamar de produção em que estava em fevereiro de 2020.

“A indústria sofre com os juros em alta e a demanda em baixa, impactada pela inflação elevada e a precarização das condições de emprego, já que com o rendimento mais baixo, o trabalhador consome menos”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo.

Fuga de investimentos no Brasil

O chefe da BlackRock na América Latina, Dominik Rohe disse à Veja que mais nenhum investimento será feito no Brasil até o fim do governo Jair Bolsonaro. Segundo ele, o fundo só voltará a investir no país após a mudança do governo. Ao que tudo indica, Bolsonaro deve deixar o poder no final deste ano, após a eleição.

Como motivos para a decisão, Rohe citou o negacionismo do presidente e as promessas sem retorno de Paulo Guedes, além dos juros altíssimos e da inflação forte. Para Rohe, o ministro da Economia fala muito e faz pouco. Ele disse também não acreditar no avanço de nenhum projeto de Guedes em 2022.

Com informações da Rede Brasil Atual, Valor Econômico e Veja

 

 

Categoria decidiu pela paralisação por falta de diálogo com a atual direção que quer cobrar preços abusivos nos planos de saúde e vem alterando de forma unilateral resoluções internas

Publicado: 17 Janeiro, 2022 – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

FACEBOOK / CNU-FNU

Os eletricitários e eletricitárias da Eletrobras decidiram entrar em greve por tempo indeterminado em defesa dos seus direitos, de seu plano de saúde, que a atual direção da empresa quer cobrar preços abusivos. Eles também protestam contra a coação e assédio que vêm sofrendo em Furnas.

No Boletim Intersindicais Furnas a categoria denuncia que “ parece é que Furnas virou o laboratório do medo e da coação. A vanguarda do atraso. Não existe uma greve que não seja precedida de terrorismo direto nos emails da força de trabalho. E com o teletrabalho isso só se agravou. Diretores covardes, submissos às imposições da holding, passaram a dar ordem aos superintendentes e gerentes para estabeleceram o caos, a insegurança e o medo nos grupos de whatsapp dos departamentos com ameaças e intimidações aos movimentos grevistas ou a qualquer resistência”.

Nesta segunda-feira (17), as bases do Rio de Janeiro:  Santa Cruz, Grajaú, Angra dos Reis, Escritório Central (B.M.); Distrito Federal: Brasília, Gurupi, Serra da Mesa; Espírito Santo; Goiás: Aparecida de Goías, Rio Verde, Itumbiara; Minas Gerais: Marimbondo, Poços de Caldas, Itutinga; São Paulo – Campinas, Estreito e Itabera, amanheceram com faixas em apoio à greve e convocando a categoria para a luta.

FACEBOOK / CNU-FNU
FACEBOOK / CNU-FNU

Em nota, a Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL)  diz que é chegada a hora da mobilização em defesa do nosso país, da soberania, da defesa dos nossos empregos e dos nossos direitos e convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras a entrarem em greve por tempo indeterminado, conforme deliberado em assembleia.

Segundo a AEEL, a paciência dos trabalhadores e trabalhadoras chegou ao limite com a iniciativa dos diretores da Eletrobras, principalmente do senhor Luiz Augusto Figueira, de alterar o plano de saúde em plena pandemia, como se já não bastasse a inflação de mais de 17% (IGP-M) e 10% (IPCA) que corrói o poder de compra e a qualidade de vida, agora a empresa quer empurrar goela abaixo um plano de saúde com cobranças abusivas.  A empresa também vem alterando de forma unilateral resoluções denunciam os dirigentes da AEEL.

Redução da qualidade do serviço prestado à população

Os eletricitários alertam que o rebaixamento da qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras é só o primeiro ato, que antecede as demissões, com a consequente redução da qualidade do serviço de energia elétrica para a população, que pagará o preço com novos aumentos das tarifas. E tudo isso com o único objetivo de pagar mais dividendos e enriquecer os acionistas privados, ou seja, com o interesse de transferir renda do trabalhador e da população para os banqueiros e grandes empresários.

 

 

 

 

Entre as mulheres, 61% acham que o presidente mais atrapalha. Elas também são as que mais concordam com a imunização

Publicado: 17 Janeiro, 2022 – 10h08 | Última modificação: 17 Janeiro, 2022 – Escrito por: Revista Fórum

SECOM / GOVERNO DE SP

Pesquisa Datafolha divulgada na noite deste domingo (16) revela que 79% dos brasileiros apoiam a vacinação contra a Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos. Seguindo o exemplo de Jair Bolsonaro (PL), 17% rejeitam a imunização e outros 4% não souberam opinar.

Atacando diariamente a vacinação, Bolsonaro é tido como empecilho para a maioria dos brasileiros. Segundo a pesquisa, 58% acreditam que o presidente mais atrapalha do que ajuda quando o assunto é a vacinação das crianças.

O estudo mostra que 25% acham que Bolsonaro mais ajuda, 14% disseram não saber a resposta e apenas 2% disseram que ele não ajuda, nem atrapalha.

Entre as mulheres, 61% acham que o presidente mais atrapalha. Por outro lado, 32% dos homens acreditam que Bolsonaro mais ajuda.

As mulheres são também as que mais concordam com a imunização, com 83% – entre os homens o índice é de 75%.

A pesquisa foi feita por telefone nos dias 12 e 13 de janeiro, com 2.023 pessoas de 16 anos ou mais em todos os estados do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

 

 

 

Profissionalmente, foram 61 combates, dos quais 19 foram defendendo o título mundial. Foi uma das grandes vozes pelos direitos civis, seu talento e inteligência extrapolaram os ringues.

FONTE: O Povo, por Sérgio Falcão/17/1/2022

Muhammad Ali -(Foto: R. McPhedran/Express/Getty Images)

Considerado um dos maiores lutadores de boxe de todos os tempos, Muhammad Ali rompeu as fronteiras do esporte e tornou-se símbolo de resistência à Guerra do Vietnã, luta por direitos humanos, combate ao racismo e paz. Nascido Cassius Marcellus Clay Júnior, em 17 de janeiro de 1942, a lenda faria hoje 80 anos. Mas vamos chamá-lo pelo nome que ele escolheu, afinal: “Cassius Clay é o nome de um escravo. Não foi escolhido por mim. Eu não o queria. Eu sou Muhammad Ali, um homem livre.”

O que fez do pugilista o desportista do século XX e ícone do orgulho racial para os afro-americanos não foi somente o desempenho espetacular no esporte, deve-se em grande parte a sua postura política e social fora dos ringues. Em um tempo onde não era comum e muito menos permitido esse tipo de conduta aos desportistas, pricipalmente ele sendo negro, Ali inverteu a lógica e, para começar, se negou a servir ao exército dos Estados Unidos (EUA) na Guerra do Vietnã. Como justificativa, a frase que ficou na história:

“Por que eles deveriam me pedir para colocar um uniforme, ir a dez mil milhas de casa e atirar bombas e balas nas pessoas marrons no Vietnã enquanto as pessoas chamadas de ‘nigger’ em Louisville são tratadas como cachorros e negadas de direitos humanos básicos”, declarou Muhammad Ali.

 

 

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Na próxima terça, 18 de janeiro, às 15h, o Sintufrj realizará um atividade para discutir a conjuntura e o indicativo de greve unificada no serviço público federal, debatida e apontada pelo FONASEFE. Participarão do debate os coordenadores da Fasubra Toninho, Zé Maria, JP e Rosângela. A atividade tem o objetivo de acumular discussão coletiva sobre a construção da campanha salarial e da greve, fortalecendo a mobilização para uma assembleia da categoria, a ser convocada nos próximos dias.

O debate acontecerá virtualmente, pelo Zoom, e terá transmissão ao vivo pelo YouTube. Para participar da atividade, inscreva-se pelo link abaixo:

https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZYoc…

Servidores públicos federais podem entrar em estado de greve a partir de 14 de fevereiro, caso não haja avanço nas negociações sobre reajuste salarial com o governo de Jair Bolsonaro (PL). O indicativo de greve foi discutido nesta 6ª feira (14. jan.2022) pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais).
Para cobrar a negociação salarial, o Fonasefe entregará um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na próxima 3ª feira (18. jan.2022). Nesta data, os servidores também farão uma paralisação e protestos na frente do Banco Central e do Ministério da Economia. A paralisação foi convocada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado) e terá apoio do Fonasefe.

“Vamos protocolar um documento no Ministério da Economia apresentando o pleito dos servidores e solicitando a instalação imediata de uma mesa de negociação. Se o governo não retornar, vamos deflagrar um processo de pressão e mobilização”, afirmou o presidente do Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), Sérgio Ronaldo da Silva.
O “processo de pressão” passa por novas paralisações nos dias 24 e 27 de janeiro e pode culminar na deflagração de uma greve. Silva disse que, caso não haja negociação com o governo, os servidores voltarão a se reunir em assembleias no fim de janeiro e no início de fevereiro para discutir a greve. A proposta inicial dos servidores é fazer um estado de greve dos dias 14 a 25 de fevereiro, com protestos em Brasília. Caso não consigam o reajuste salarial nesse período, os funcionários públicos entrariam em greve nacional em 9 de março.
CALENDÁRIO – O calendário de mobilização foi discutido nesta 6ª feira (14.jan.2022) pelo Fonasefe, que representa a base do funcionalismo público federal. Além do Condsef, 12 entidades sindicais participaram da reunião, entre as quais a Fasubra e a CUT.
O calendário aprovado pelo Fonasefe coincide com a mobilização organizada pelo Fonacate, que representa a elite do funcionalismo público federal. Sérgio Ronaldo da Silva disse que os servidores atuarão de maneira unificada para cobrar reajuste do governo. “A mobilização ganha força, porque o Fonacate e o Fonasefe representam praticamente todo o funcionalismo civil.

Os servidores cobram reajuste salarial do governo desde que o presidente Jair Bolsonaro indicou que daria aumento para os policiais federais. Reclamam que o reajuste não pode se restringir a uma categoria, porque a maior parte dos servidores não tem aumento salarial desde 2017(fonte: Poder 360 Graus)

Um dos mais conhecidos nomes da literatura brasileira, o amazonense morre aos 95 anos

Gabriela Moncau/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 14 de Janeiro de 2022 

Thiago de Mello na Praça Dom Pedro, no centro histórico de Manaus – Prefeitura de Manaus

“Como quem reparte pão, como quem reparte estrelas, como quem reparte flores, eu reparto meu canto de amor. Com uma estrofe apenas, eu me despeço – para permanecer com vocês. Me despeço para permanecer”. 

A fala do poeta, escritor, jornalista e tradutor Thiago de Mello foi pronunciada em um evento na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, em comemoração aos seus então 90 anos. Nesta sexta-feira (14), aos 95, morre o gigante da literatura brasileira. Mas permanece. 

A causa de sua morte ainda não foi divulgada. De acordo com a Folha de S. Paulo, familiares informaram que ele partiu dormindo.  

A vasta obra de Thiago de Mello já foi traduzida para cerca de 30 idiomas. O seu livro mais recente – um texto antigo mas até então inédito – foi publicado em 2020 pela editora Valer, sob o título Notícias da visitação que fiz no verão de 1953 ao Rio Amazonas e seus barrancos.  

Entre seus muitos livros de poesia estão A lenda da rosa, Poesia comprometida com a minha e a tua vida, Mormaço na floresta, Vento geral e Num campo de margaridas. 

Faz escuro, mas eu canto 

Nascido em 1926 em Barreirinha, no interior do Amazonas, Mello cursava medicina no Rio de Janeiro na década de 1950 quando resolveu levar alguns de seus versos para Carlos Drummond de Andrade. Disse que pensava em abandonar a faculdade e se dedicar às letras. O já consagrado escritor desaconselhou o jovem: viver de poesia não é coisa fácil. Mello o desobedeceu.   

Chegou a trabalhar como adido cultural na Bolívia, no Peru e no Chile, mas em curto tempo teve a carreira diplomática interrompida pelo golpe militar brasileiro, em 1964. Quando deflagrado, Mello estava a trabalho na capital chilena e recebeu a notícia de Salvador Allende que, dali a nove anos, sofreria um golpe ele próprio. 

Nesse momento Thiago de Mello começou a escrever o que se tornaria um dos seus mais conhecidos poemas: Os estatutos do homem.  

Nele, o poeta decreta: “Fica proibido o uso da palavra liberdade / a qual será suprimida dos dicionários / e do pântano enganoso das bocas. / A partir deste instante / a liberdade será algo vivo e transparente / como um fogo ou um rio / e a sua morada será sempre o coração do homem”. 

O texto compôs o livro Faz escuro, mas eu canto: porque a manhã vai chegar, publicado em 1965 e cujo título – trecho do poema Madrugada Camponesa – foi tema da mais recente Bienal de São Paulo, realizada em setembro de 2021.  

Uma versão musical de Faz escuro, mas eu canto foi feita em parceria com o sambista Monsueto Menezes e gravada por Nara Leão.  

Por sua luta contra a ditadura militar, Thiago foi preso por cerca de um mês e meio. Em 1965 participou de um protesto no Rio de Janeiro feito por intelectuais e artistas, em frente ao hotel Glória. Na ocasião, ele foi um dos detidos que ficaram conhecidos como os “oito da Glória”. Entre eles, estavam Carlos Heitor Cony, Antonio Callado e Glauber Rocha. 

Em 1969, o poeta partiu para o exílio. Viveu na Argentina, em Portugal e no Chile.  

Conviveu com alguns dos maiores escritores latino-americanos, tais como Mario Benedetti, Jorge Luis Borges, Gabriel García Márquez e Pablo Neruda. Este último, por quem nutriu amizade, teve livros traduzidos ao português por Thiago de Mello.  

Em defesa das florestas

Desde que retornou do exílio nos anos finais da ditadura militar, Mello viveu, até seus últimos dias, no Amazonas.  

A terra onde nasceu foi homenageada em seus versos, suas lutas e também nas suas publicações em prosa, como nos livros Manaus Amor e Memória, Amazonas, pátria da Água e Amazônia – a menina dos olhos do mundo. 

Em entrevista concedida à Revista Princípios em 2014, Thiago de Mello já alertava para os impactos negativos do aquecimento global na vida da floresta amazônica.  

“Eu busquei contribuir para o conhecimento da floresta com meus livros. São seis ou sete livros só sobre a vida na floresta: suas lendas, seus mitos, seus milagres, suas grandezas, suas misérias também…”, relata o poeta amazonense.  

Na mesma entrevista, o escritor afirma que “quando parcela de um povo se conscientiza, sabe as razões por que esse povo está sendo oprimido, a primeira coisa que faz é querer organizar-se, organizar-se para lutar”. E completa: “Esse povo conscientizado vai crescer e vai ser invencível”.

Edição: Vinícius Segalla

 

 

Bolsonaro aparece com 24%, Moro com 9% e Ciro com 7%. Doria, Tebet, Pacheco e Felipe D’Avila têm desempenho pífio. Soma dos adversários está em 45%, mas margem de erro é de 3,2 pontos

Publicado: 14 Janeiro, 2022 – Escrito por: Redação CUT

FOTO: Ricardo Stuckert

Pesquisa Ipespe, antigo Ibope, divulgada nesta sexta-feira (14) confirma: Lula se mantém na liderança, com 44% dos votos, e pode vencer no primeiro turno as eleições para a Presidência da República, marcada para o dia 2 de outubro.

De acordo com os dados do Ipesp, se as eleições fossem hoje, com a soma dos votos, Lula ficaria a um ponto do percentual dos demais adversários, mas dentro da margem de erro pode superá-los, e, desse modo, assegurar vitória.

Essa é a segunda pesquisa desta semana que aponta para possibilidade de Lula vencer no 1º turno. Na quarta (12), levantamento Genial/Quaest atribuiu 45% a Lula, contra 41% dos demais candidatos.

Segundo a pesquisa Ipesp, depois de Lula aparecem Jair Bolsonaro (PL), com 24% das intenções de voto, Sergio Moro (Podemos), com 9%, Ciro Gomes (PDT), com 7%, João Doria (PSDB), com 2%, Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe D’Avila (Novo), com 1%.

Maioria diz ter certeza de que vai votar em Lula

Pela primeira vez mais eleitores afirmaram que ‘com certeza’ votarão em Lula (44%), contra 43% disseram que ‘com certeza não votariam’ no ex-presidente.

A pesquisa ainda traça outro cenário, sem Moro e com Alessandro Vieira (Cidadania).

Segundo turno

Em caso de segunda turno, Lula vence em todos os cenários. Contra Bolsonaro, segundo colocado na pesquisa, o petista tem 56% ante 31%. Contra o ex-juiz Moro, Lula tem 51% ante 32%.

Avaliação de Bolsonaro

A avaliação do governo Bolsonaro é considerada ruim ou péssima para 54% dos entrevistados. Outros 24% consideram boa ou ótima.

Os que dizem que as coisas vão no caminho errado na economia são 66% (antes eram 69%).

Metodologia da pesquisa

O levantamento do Ipesp foi realizado entre 10 e 12 de janeiro de 2022 com 1.000 entrevistados ouvidos por telefone por meio do Sistema CATI IPESPE.

A margem de erro máximo estimada é de 3.2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O nível de confiança é de 95,5%.

A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-09080/2022.