Os preços dos produtos nos supermercados de São Paulo registraram alta de 2,24% no mês passado – um salto de 1,14% em relação a agosto. É o maior índice para setembro desde a criação do Real, em 1994

Matéria retirada do site da CUT

Os preços dos produtos vendidos nos supermercados de São Paulo registraram a maior alta para o mês de setembro, desde a criação do Plano Real, em 1994, levando paulistanos de classe média e pobres a mudar hábitos, trocar marcas caras pelas mais baratas e até deixar de comprar alguns itens por falta de dinheiro.

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas)  e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe ), registrou alta de 2,24% em setembro – um aumento de 1,34% em relação a agosto que havia registrado  alta de 0,90% nos preços.

Este é mais um dado que comprova a disparada nos preços de alimentos e de outros produtos essenciais utilizados no dia a dia das famílias brasileiras. A última pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) registrou alta de 4,33% nos preços dos alimentos que compõem a cesta básica, em São Paulo.

A alta generalizada nos supermercados está obrigando o consumidor a mudar os hábitos alimentares e de consumo, caso contrário não conseguem fechar o orçamento doméstico no final do mês.

Este é o caso da bancária aposentada Maria Eugênia Francisco,  praticamente uma expert no acompanhamento de preços dos supermercados. Apesar dos seus rendimentos, somados aos dos outros dois membros adultos da sua família, atingirem o que os economistas chamam de classe média, ela percorre semanalmente de cinco a seis supermercados instalados perto da sua casa na zona oeste de São Paulo, para buscar os melhores preços. Se fossem distantes, segundo ela, não valeria o preço da gasolina. Ainda assim, a percepção não é nada boa.

“Cada supermercado tem algum produto mais em conta. Em um compro óleo, azeite e leite, em outro sei que os produtos de limpeza são mais baratos; no terceiro compro carnes e aves, no quarto compro café, arroz e feijão e ainda passo em outros dois vendo se há alguma oferta, que aliás estão cada vez mais escassas”, diz Maria Eugênia.

Mesmo com tanta pesquisa, a aposentada conta que em janeiro deste ano a compra básica de supermercado da família ficava em torno de R$ 1.800,00. Hoje está em R$ 2.300,00, apesar das mudanças nos hábitos alimentares – deixa de comprar itens da alimentação que subiram demais -, e de consumo, ou seja, troca de produtos de marca conhecida e mais caros por outros mais baratos de marcas que ela nem conhece.

“Nós diminuímos muito o consumo da carne vermelha substituindo por frango, porco e aumentando a quantidade de legumes e grãos  como grão de bico e couve nos pratos. O peixe você não encontra por menos de R$ 30,00 o quilo e como não rende para uma família grande, fica proibitivo”, afirma.

Maria Eugênia chega a listar os preços de produtos que mais aumentaram nos supermercados da região em que mora. De acordo com ela, não foram apenas o arroz e o óleo que subiram de preço assustadoramente.

O molho de tomate custava em junho R$ 1,29, hoje está em R$ 1,89. O quilo do açúcar orgânico de R$ 4,29 subiu para R$ 5,49. O espaguete de R$ 2,35 foi para R$ 3,39. No pacote de pão de forma de sua preferência ela pagava R$ 5,99  e hoje quase R$ 9,00; o sabão de coco em pedra, de  R$ 2,39 a unidade subiu para R$ 3,69. Na feira, a dúzia das laranjas lima e pera de R$ 5,00 passou a custar R$ 8,00.

“Até mesmo o preço da ração da nossa cachorra aumentou absurdamente. O pacote de 15 quilos da orgânica custava R$ 189,00, agora está em R$ 226,00. A desculpa é que a ração é feita de arroz. Mas, se nós mudamos nossos hábitos alimentares, a cachorra também pode e agora ela come ração transgênica”, conta rindo, apesar da preocupação com os preços e com a saúde do seu animal de estimação.

Este “luxo” de comer produtos orgânicos não tem e nunca teve a faxineira Clécia de Oliveira Santos, de 46 anos. Para não sair do  seu orçamento de R$ 2.000,00 mensais pagando todas as contas, sem estourar, ela simplesmente deixa de comprar.

Em seu dia a dia, Clécia não tem tempo de percorrer diversos supermercados em busca de preços melhores. Do lado oposto da cidade, em São Miguel Paulista, na zona leste, a faxineira conta que vai a apenas dois supermercados com a lista de compras que faz quinzenalmente.

“Eu levo a lista, mas o custo tem de caber nos R$ 600,00 que tenho para gastar. Quando eu vejo que não vai dar  porque os preços estão altos, simplesmente não compro e vou a outro supermercado, mas nem sempre dá para fazer isso. Na feira é a mesma coisa. Levo R$ 30,00 para comprar legumes e frutas. Gasto o que tenho, mas não compro a mesma quantidade de antes. No mínimo são 10% a menos do que comprava”, diz Clécia.

Divorciada e tendo de custear as despesas da filha caçula de 15 anos, pois o ex-marido não paga pensão, a faxineira tem substituído a carne vermelha por frango e cortado pequenos prazeres como guloseimas: biscoitos, sucrilhos e iogurtes.

“Eu não aguento mais ver frango na minha frente, mas é o que dá pra pagar. E se eu quiser um requeijão ou tomar um iogurte, vou ao centro da cidade onde tem uma loja que vende produtos prestes a vencer a validade. Um litro do que eu gosto custa em torno de R$ 10,00. Lá, eu pago a metade, R$ 5,00 porque vai vencer em 15 dias. Nesse tempo eu consigo consumir e não desperdiçar”, conta a faxineira.

A preocupação de Clécia com os preços dos supermercados pode se tornar uma dor de cabeça ainda maior. O governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) cortou a quantidade de pessoas que receberia do auxílio emergencial e ela não vai receber os R$ 300,00, que diz ter direito.

“Eu recebi os R$ 600,00 e agora o governo corta, sem dizer o motivo. Eu não tenho carteira assinada, não tenho comprovação de renda, não recebo pensão, não entendo os critérios do corte no auxílio emergencial”, diz Clécia que viu seus rendimentos caírem com a perda de clientes de faxina, e que sem o auxílio emergencial vão ficar ainda menores.

Variação de preços nos supermercados paulistas

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS) acumula alta de 8,30% entre janeiro e setembro e de 12,01% em 12 meses, bem acima da inflação oficial do país, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de Preços ao Consumidor Aplicado (IPCA) registrou alta de 1,34 no ano e 3,14% nos últimos 12 meses.

Nos supermercados o maiores responsáveis pela alta de preços são o óleo de soja que acumula alta de 61,75% e de 72,31% em 12 meses e o arroz, que subiu respectivamente 47,04% e 51,26%, nos mesmos períodos.

Em setembro, também ficaram mais caros o leite (7,26%) e derivados como a muçarela (7,73%), queijo prato (5,8%) e leite condensado (3,19%). Além das carnes bovina (4,77%), suína (6,96%) e de frango (1,67%), com avanço em cortes populares como contrafilé (7,81%), acém (6,68%) e coxão duro (9,7%).

Os produtos que baixaram de preço foram o chuchu (-20,25%), mamão (-18,3%) e batata (-11,89%). O feijão também registrou queda de 1,78%.

 

Dia 28 de outubro tem ato nacional e, em dezembro, nova plenária

Atenção, tudo é perigoso. Por isso, é preciso estar atento e forte – como alerta os versos da vigorosa canção de Caetano e Gil (Divino, Maravilhoso de 1968) –, nesta conjuntura de profundos ataques aos direitos do povo, aos serviços públicos e aos servidores. Se o governo Bolsonaro está endurecendo é necessário dar respostas contundentes. Esta percepção permeou a primeira plenária nacional virtual da Fasubra, realizada nos dias 15, 16 e 19 de outubro.

Inicialmente esse fórum privilegiado da categoria estava previsto para ocorrer em dois dias, mas diante da gravidade da conjuntura, os debates políticos se intensificaram. O importante é que houve consenso sobre a necessidade de mobilizar as bases para a construção de uma greve conjunta do serviço público. 

Apesar das dificuldades impostas pela pandemia, a plenária contou com 166 delegados credenciados e eleitos pelas suas bases. A categoria na UFRJ foi representada por 8 companheiros indicados pelas forças políticas e que compuseram a chapa única referendada na assembleia virtual do Sintufrj, no dia 13 de outubro. 

Delegação do Sintufrj: Walmir Penedo, Francisco de Paula, Milton Madeira, Marli Rodrigues, Rafael Raposo, Gerly Miceli, Jesse Moura e Fabrício Caseiro.

Deliberações

Os encaminhamentos e avaliações ainda estavam sendo tabulados nesta terça-feira, 20, explicou a coordenadora da Federação, Rosângela Costa. Mas ela antecipou que a plenária reafirmou a proposta de construção de uma greve ampla, no mínimo com o setor de Educação, e entre as resoluções destacava-se o esforço em ampliar a mobilização com os trabalhadores do serviço público estadual, municipal e das empresas estatais.

Calendário

A princípio a plenária havia definido algumas datas para lutas conjuntas, mas tudo indica que haverá mais discussão até o fechamento definitivo desse calendário. São elas:

. 28 de outubro: Dia Nacional de Mobilização, com atos presenciais onde for possível, adotando-se todos os cuidados que o momento pandêmico exige.

. Rodada de assembleias gerais entre 16 e 30 de novembro.

. Próxima plenária: na primeira quinzena de dezembro. 

(Mais informações, assim que for divulgado o relatório da plenária)

Todo mundo junto 

“É hora de envolver as entidades de base e intensificar a mobilização, porque o governo está endurecendo. Então vamos precisar dar respostas contundentes e de conjunto. Além disso, é necessário ampliar a articulação com outros setores, tanto dos servidores públicos federais, quanto das outras esferas. E,  mais do que nunca, é hora de realizar atividades e ações que façam o contraponto, para a sociedade, da propaganda que o governo tem feito contra o serviço público e contra a educação. São ataques em cima de ataques”, avaliou a coordenadora Rosângela.

“O governo ataca, a reforma administrativa agrava a situação e ainda há a pandemia como pano de fundo. Precisamos sair da defensiva, mas não com uma greve corporativa, ou um movimento isolado. Ações isoladas não têm grande êxito. Precisamos é de unidade nacional para resistir aos ataques do governo”, complementou a dirigente.

 

O segundo dia do Sintufrj Itinerante toda a atenção foi dada às trabalhadoras e trabalhadores da Maternidade Escola. A vã equipada para o atendimento presencial e on line, sob o comando da coordenadora-geral do Sindicato, Gerly Miceli, abriu os trabalhos às 10h e só encerrou o atendimento às 17h. 

“Foi muito bom. Esclarecemos dúvidas, encaminhamos demandas, enfim, estivemos com nossa equipe de profissionais à disposição das companheiras e companheiros desta importante unidade de saúde da UFRJ”, disse Gerly ao fazer um balanço do trabalho realizado pelo Sintufrj Itinerante, nesta terça-feira, 20.

Mas, segundo a dirigente, o que vale mesmo é a avaliação dos servidores: “É muito gratificante ouvir dos nossos sindicalizados que a nossa presença ali os aproximava mais não apenas do Sindicato, mas da UFRJ. E por isso estavam felizes com a iniciativa desta gestão sindical de levar o Sintufrj até os trabalhadores. E já estão agendando o nosso retorno à unidade”, contou Gerly.

Depoimento (veja também o vídeo)

Elaine Vieira foi uma das servidoras que teve suas necessidades atendidas pelo Sintufrj Itinerante, e fez um elogio comovente à iniciativa da direção: ‘Parabéns ao Sintufrj pela ideia brilhante do Sintufrj Itinerante. Eu precisava muito falar com o jurídico e consegui falar com o advogado, que me orientou nas questões que estava precisando. Nós aqui da Maternidade Escola, por estarmos longe da Reitoria, às vezes a gente se sente um pouco isolados dos acontecimentos e o Sintufrj foi muito feliz nessa atitude de chegar até nós, tirar nossas dúvidas, conversar. Estamos vivendo uma época em que o servidor está sendo muito maltratado, principalmente os que estão na linha de frente (da pandemia), e a gente precisa de um apoio para continuar servindo bem a população. Eu sinto que o Sintufrj está ajudando a gente nisso”.  

Aproximar a entidade dos seus sindicalizados é o objetivo com o Sintufrj Itinerante. Neste primeiro momento, a prioridade é atender as necessidades dos servidores das unidades de saúde da universidade, locais onde a maioria dos trabalhadores está atuando presencialmente.   

Próxima parada: IG

Depois do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e da Maternidade Escola, nesta quarta-feira, 21 de outubro, o Sintufrj Itinerante faz sua parada no Instituto de Ginecologia. A partir das 10h. Lá está previsto ainda uma reunião da direção com os enfermeiros para solução de conflito. 

Na quinta-feira, 22, o Sintufrj Itinerante vai estar no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG). 

 

 

 

Diretor técnico do Dieese explica que desestruturação do mercado de trabalho e o avanço da automação contribuem para quadro de instabilidade

Matéria retirada do site da CUT.

Seis em cada 10 trabalhadores brasileiros têm medo de perder o emprego nos próximos 12 meses, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos a pedido do Fórum Econômico Mundial (FEM). O Brasil está entre os dez países que têm a maior proporção de empregados com este temor.

O levantamento mostra que a Rússia possui mais trabalhadores com medo do desemprego (75%), seguida pela Espanha (73%). Em nono, o Brasil possui 63%. Entretanto, os brasileiros possuem um nível alto de preocupação, e 32% se disseram muito preocupados com a ameaça de demissão.

Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, afirma que o medo dos brasileiros de perder o emprego está vinculado à estruturação do mercado de trabalho. “Os países como Brasil e Rússia, que possuem um mercado desestruturado, levam um receio muito grande para seus trabalhadores em relação à perda do emprego”, explicou, em participação no Jornal Brasil Atual.

No Brasil, a elevada taxa de desocupação tem aumentado ainda mais desde o início da pandemia. Na penúltima semana de setembro, o Brasil atingiu a marca de 14 milhões de brasileiros sem emprego, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Automação do emprego

Segundo o especialista do Dieese, o baixo crescimento que já existia mesmo antes da pandemia é um fator importante para explicar o aumento do desemprego, mas os trabalhadores formais também começam a perder espaço com o avanço da tecnologia e automação da mão de obra, processo que pode ter se acelerado nos último meses.

“Existe a tecnologia chegando e substituindo a mão de obra dos trabalhadores formais e uma alta vulnerabilidade no setor informal. Tudo isso diante de uma desaceleração econômica com ampliação da taxa de desemprego, o que não permite às pessoas entrarem no mercado de trabalho. Elas passam a viver uma instabilidade grande”, explica o diretor técnico do Dieese.

A pesquisa mostra ainda que o temor pelo desemprego é em parte superado pela expectativa de requalificação profissional, promovida pelo próprio empregador, para atender às novas demandas. No Brasil, 79% dos trabalhadores disseram estar confiantes com a possível requalificação no trabalho.

Fausta acredita que a requalificação é importante, porém, é insuficiente diante do quadro atual. “A qualificação profissional sempre foi vendida como um mecanismo para o trabalhador se reintegrar ao mercado, mas não vemos isso. As pessoas que estão na base da pirâmide estão voltando em condições de maior vulnerabilidade e menos renda”, apontou.

 

 

Milhares de matemáticos assinaram uma carta aberta pedindo que a categoria não colabore mais com a polícia no desenvolvimento de softwares de vigilância

Matéria retirada do site do Portal Geledés

 

Mais de dois mil matemáticos assinaram uma carta concordando em boicotar toda a colaboração com órgãos policiais e aconselhando seus colegas a fazerem o mesmo. O objetivo é eliminar as tecnologias policiais em sua origem. Os autores do documento citam “profundas preocupações sobre o uso de aprendizado de máquina, IA e tecnologias de reconhecimento facial para justificar e perpetuar a opressão”.,

O policiamento preditivo é uma área chave onde alguns matemáticos habilitaram algoritmos racistas, que agora dizem aos policiais para tratar locais específicos como “pontos críticos” para potenciais crimes. Ativistas criticam o preconceito inerente a essas práticas há muito tempo. Algoritmos treinados em dados produzidos por um policiamento racista tendem a reproduzir esse preconceito.

“Os dados não falam por si, não são neutros”, diz Brendan McQuade, autor de um livro sobre o assunto. Dados policiais são dados “sujos”, porque não representam um crime, e sim policiamento e prisões, segundo McQuade. “Então, quais são as suas previsões? Que a polícia deve distribuir seus recursos no mesmo lugar que a polícia tradicionalmente distribui seus recursos”.

Algoritmos perpetuam o excesso

Esse modelo de policiamento começou a ser usado em 2013, e hoje sua implementação é vasta e obscura. Acredita-se que a maioria dos estados e grandes cidades dos EUA, como Chicago, Los Angeles e Nova York, use algum modelo de policiamento preditivo.

Pessoas negras enfrentam maiores taxas de homicídios causados pela polícia, assim como taxas de detenção desproporcionalmente altas. Dados raciais não podem ser usados como um fator em modelos de policiamento preditivo, mas a localização e fatores socioeconômicos substituem facilmente esses dados.

Segundo Tarik Aougab, professor assistente de matemática do Haverford College, o uso de tecnologias racistas para o policiamento não é surpreendente. O professor afirma que a principal motivação da polícia não é servir e proteger, mas “preservar uma ordem social que é estabelecida pela vontade das elites de proteger a propriedade. A instituição nunca se afastou dessa função básica durante toda a sua existência nesse país”.

Para McQuade, “a vigilância não envolve apenas policiamento, mas formas mais sutis de controle social”. Assim como a redução da população carcerária levou a um aumento do monitoramento domiciliar, também há o risco de a redução do número de policiais em patrulha leve a um aumento no uso da tecnologia de policiamento preditivo.

Boicote

Para grande parte dos matemáticos que assinaram a carta, os recentes assassinatos de pessoas negras por policiais nos EUA, que levaram às manifestações do “Black Lives Matter”, foram o estopim para o movimento.

Na carta aberta, os matemáticos propuseram um boicote generalizado. Eles prometem recusar toda e qualquer colaboração com a polícia. Dentre os que assinaram, está uma fundação matemática que permitiu ao fundador da PredPol, empresa de policiamento preditivo, hospedar um workshop patrocinado encorajando matemáticos a colaborar com a polícia.

A PredPol não é uma ferramenta neutra para fornecer dados, e sim uma empresa de policiamento que compara seu software com a polêmica estratégia de policiamento de “janelas quebradas”, na qual um departamento age fortemente contra violações incômodas, acreditando que isso coíbe crimes mais graves.

Em vez disso, tornou-se uma ferramenta de encarceramento em massa, enviando milhões de homens (especialmente jovens negros) para a cadeia por crimes não violentos. Ainda assim, a PredPol incentiva os departamentos de polícia a expandir o uso da tecnologia preventiva.

Parte do objetivo do manifesto é criar materiais éticos para cursos e conferências, além de criticar o policiamento e as tecnologias usadas nele. Igualmente importante é desenvolver uma cultura em torno da comunidade matemática, onde aqueles que cooperam com a polícia são marginalizados.

“Queremos que as pessoas sejam politizadas”, explica Aougab. “Isso é raro em matemática, porque existe essa crença amplamente difundida e falsa de que os matemáticos têm algum tipo de superpoder para serem objetivos e não influenciados por considerações políticas como qualquer outro ser humano”. A carta aberta é o primeiro passo para isso.

“Verniz científico”

Um algoritmo só pode ser tão bom quanto seus dados e, neste caso, os dados são derivados de ações tendenciosas de departamentos policiais.

Um estudo conduzido pelo Instituto AI em 2019 examinou departamentos de polícia e seus sistemas de policiamento preditivo. “Em várias jurisdições, esses sistemas são construídos em dados produzidos durante períodos documentados de práticas e políticas imperfeitas, racialmente preconceituosas e, às vezes, ilegais”, diz o resultado da pesquisa. No mesmo ano, uma auditoria descobriu uma séria falta de supervisão ou procedimentos em torno das ferramentas, tornando-as praticamente inúteis.

Segundo Aougab, “agora há um verniz científico para o que a polícia faria de qualquer maneira”, já que era esperado que a corporação não mudasse seu comportamento. A tecnologia virou apenas uma justificativa legítima para o que eles já faziam antes. Por isso, os matemáticos exigem que qualquer algoritmo passe por uma auditoria pública antes de ser implementado.

A ameaça da IA

Conforme pedidos de retirada de fundos da polícia se espalham pelos EUA, ativistas ficam atentos a aumentos no policiamento e vigilância baseada em algoritmos. Usar inteligência artificial é mais barato do que pagar salário para patrulheiros, mas é tendencioso e com resultados imprevisíveis.

Tecnologias de reconhecimento facial são usadas em todo o país para identificar, rastrear e prender manifestantes do BLM por uma suposta atividade criminosa, como forma de dissuadir outros a fazerem o mesmo. O movimento dos matemáticos busca equilibrar forças com a polícia, pelo bem do povo.

 

 

Segundo a Agência Senado, a Frente Parlamentar Mista da Reforma Administrativa quer incluir os atuais servidores públicos e os membros de Poderes na proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional, em setembro (Emenda à Constituição – PEC 32/2020). No dia 8 de outubro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, apresentou medidas que pretendem que sejam incluídas no debate sobre a proposta.  

Os parlamentares pró-reforma argumentam que as práticas estão paradas no tempo com prejuízo à atividade econômica. Só não dizem que os principais prejudicados com a reforma administrativa de Bolsonaro será a população que precisa dos serviços públicos, como Saúde e Educação.

Maia anunciou, na apresentação da tal agenda, que deve criar até o final deste mês, a comissão especial para analisar a PEC 32/2020, e que o texto deve ser aprovado no segundo semestre do próximo ano ou em meados de 2022. Mas alertou que a inclusão dos atuais servidores públicos na proposta pode “travar a reforma”.

Passe rápido

Mesmo que a análise da PEC 32 fique para 2021, os parlamentares favoráveis à reforma administrativa avaliam que ganharam tempo. Há movimento de uma ala do Congresso para acelerar a discussão, e já articula que o texto passe rápido pelas plenárias da Câmara e do Senado. 

A Coluna do Servidor (do Jornal O Dia) registrou que, além de tentarem que as mudanças propostas nas regras do serviço público abrangem os atuais servidores – e já há emenda nesse sentido –, esses parlamentares buscam criar um órgão para avaliação de desempenho do profissional, uma espécie de agência de Recursos Humanos.

Alerta

“Se os atuais servidores estavam tranquilos, a calma termina agora. O presidente da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa, Tiago Mitraud (Novo-MG), com apoio do Conselho do Ministério da Economia, apresentou agenda legislativa para incluir todos os servidores e também demais membros de poderes na Reforma Administrativa”, anunciou, após a apresentação da agenda, o coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, deputado Professor Israel Batista (PV-DF).

Para Batista a estabilidade é a garantia contra perseguições políticas a um funcionário público, que está a serviço do Estado e não de governantes. Ele critica também a adoção de vínculos diferentes no serviço público: “O regime jurídico único foi uma conquista da democracia brasileira”. 

Trâmite

A análise da Associação Nacional dos Auditores Fiscais explica que, antes de ser votada em plenário, a PEC 32 deve passar por avaliação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) e, em seguida, na Comissão Especial para análise de mérito, ambas na Câmara dos Deputados. As atividades da CCJC estão suspensas em virtude da pandemia e não há calendário previsto para a retomada. Portanto, é pouco provável, como disse Maia, que a reforma administrativa avance este ano.

O coordenador da frente pró-servidor anunciou, no dia 13 de outubro, que  conseguiu-se prorrogar a votação da PEC 32 para 2021. 

Custo da folha no Brasil é menor

Neste meio tempo, a Câmara dos Deputados promoveu, no dia 15 de outubro, um seminário internacional sobre a reforma administrativa, que altera as regras do RH brasileiro e extingue a estabilidade. Foram convidados a embaixadora do Reino Unido, Liz Davidson; o embaixador da Espanha, Fernando García Casas; e o embaixador da Austrália, Timothy Kane.

O seminário mostrou que o custo da folha salarial de servidores públicos no Brasil está abaixo do registrado em outros países: o embaixador da Espanha disse que em seu país o custo da folha é de 12,2% do PIB. E o embaixador australiano que na Austrália é de 17%, segundo informou a Agência Câmara. 

Como registrou o Jornal O Dia, segundo o Atlas do Estado Brasileiro, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil tinha um custo de 10,7% do PIB em 2017. Os dados também indicam que, no Brasil, os funcionários públicos representam 11% da população economicamente ativa. Na Espanha são 14,3% da população ativa, a maioria contratada a partir de concursos, embora sem estabilidade. Na Austrália compõem 15,8% da força de trabalho.

 

Começou nesta segunda-feira, 19, as atividades do Sintufrj Itinerante, uma iniciativa da atual gestão com o objetivo de aproximar ainda mais a entidade dos seus sindicalizados.

O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) foi o ponto de partida desta atuação inédita e necessária da entidade, neste momento conturbado das nossas vidas por conta do coronavírus.

Atendimento no interior da van.

Dever cumprido

Erenildo Eusébio, da Divisão de Transportes do Hospital Universitário, avaliou o Sintufrj Itinerante (confira também no vídeo): “O atendimento foi bom. Maravilhoso! O Sintufrj está fazendo um ótimo trabalho. Acabei de falar com o meu advogado, on line. O Luis, um bom advogado. A vã vai sair daqui e vai para outros lugares, onde o servidor não tem acesso (ao Sindicato)”.

A princípio, o Sintufrj Itinerante atenderá as companheiras e companheiros das unidades de saúde, onde a maioria dos servidores está realizando atividades presenciais durante a pandemia.

Uma vã que faz parte da frota do Sindicato foi adaptada para se transformar no Sintufrj Itinerante.

Entidade forte e atuante

“O Sintufrj Itinerante oferece atendimento jurídico personalizado nas áreas civil e trabalhista on line, como também de demandas administrativas, como convênios, entre outras prestações de serviços da entidade aos servidores sindicalizados. É como se estivessem na sede ou subsedes do Sindicato”, disse a coordenadora-geral, Neuza Luzia.

A dirigente também fez questão de destacar que sempre estará presente na ação o Sintufrj vai até você a direção da entidade. “Para esclarecer dúvidas e acolher e encaminhar questões relacionadas ao dia a dia da servidora ou servidor no seus setor de trabalho, auxiliando em seus projetos e resolvendo problemas. A iniciativa da nossa gestão visa aproximar ainda mais a entidade dos sindicalizados e, com isso, tornar o Sindicato mais forte e mais atuante, porque é o sindicalizado quem faz sua entidade de classe forte e atuante”, lembrou Neuza Luzia.

Roteiro

Nesta terça-feira, 20, o Sintufrj Itinerante estará na Maternidade Escola; na quarta-feira, 21, no Instituto de Ginecologia e na quinta-feira, 22, no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG). Sempre das 10h às 16h.

 

 

Kauan Alves de Almeida, 16 anos, queria ser cantor de funk. Na manhã de Natal do ano passado, o sonho deixou de existir após o jovem ser assassinado com uma bala no rosto por policiais militares em uma rua na favela Alba, zona sul da capital paulista. Como Kauan, oito a cada dez pessoas mortas pela polícia em 2019 eram negras segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020.

Das 6.357 vítimas de violência policial no ano passado, a maior parte, 99% era formada por homens. O documento, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), levou em conta boletins de ocorrências fornecidos por 23 estados — apenas Acre, Amapá, Amazonas e Rio Grande do Norte não encaminharam dados. No comparativo com o número do ano anterior (6.175), houve um aumento de 2,9% na quantidade de mortos por agentes do estado.

“A gente está olhando para os números e percebendo que, enquanto o Brasil faz de conta que não tem problemas raciais, um racismo estrutural que organiza as relações sociais do país, quem morre e quem mata são exatamente proporcionalmente muito mais negros do que brancos”, avalia Renato Sergio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Além da raça, as vítimas de intervenção policial guardam outra semelhança com Kauan. Três a cada quatro eram jovens, com idades entre 15 a 29 anos:

  • 23,5% tinham entre 15 e 19 anos;
  • 31,2% tinham entre 20 e 24 anos;
  • 19,1% tinham entre 25 e 29 anos.

É cruel perceber, na prática, que as vítimas de todos os lados desse confronto que não faz o menor sentido são as mesmas. Entre os policiais e entre a população como um todo nós estamos matando negros.”
Renato Sergio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Em 2019, 74,4% das 39.561 vítimas de homicídio eram negros. O índice sobe, para 79,1% quando o autor do assassinato foi um policial. Para Amanda Pimentel, pesquisadora do FBSP, a matança de negros pelas forças policiais é algo que virou parte da cultura policial.

“Quando a gente tenta pensar as mortes violentas, em especial as da polícia, isso se dá tanto porque vivemos em um país de herança escravocrata, quanto porque a raça incide nesses eventos violentos”, disse ao UOL.

Segundo o Anuário, a maioria dos policiais assassinados (65%) era preta ou parda. Somente no ano passado, foram registradas as mortes de 172 policiais civis e militares — 62 enquanto trabalhavam. O número pode ser maior, já que o estado de Goiás não apresentou informações, segundo o Fórum.

Tudo isso demonstra que, embora não assuma o racismo, a prática policial possui categorias raciais que usam para reconhecer, como cor da pele, vestuário, fala e território que se vive.”
Amanda Pimentel, pesquisadora do FBSP

Para cada policial assassinado no Brasil em 2019, 37 pessoas foram mortas por policiais,

de acordo com o Anuário. Como base de comparação, o FBI, nos Estados Unidos, avalia como “aceitável” a proporção de um policial morto a cada 10 civis mortos por policiais. Isso, segundo especialistas em segurança pública, aponta que a polícia brasileira mata mais do que deveria.

Professor de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Rafael Alcadipani também vê na discriminação racial um fator preponderante para a quantidade de negros mortos pela polícia.

“Os dados mostram como o Brasil é um país violento, principalmente contra a população negra. Esse racismo se manifesta nesses números”, pontuou.

Não dá para falar de segurança pública sem falar da segurança pública no contexto racializado. Não dá para fugir desse debate.”
Renato Sergio de Lima

Preconceito

O argumento da pesquisadora Amanda Pimental, de que vestimentas e território levam policiais a mirar jovens negros, é ecoado pela cabeleireira Jade Alves de Paula, 41 anos, para explicar a morte de seu filho. Para a mãe de Kauan, o jovem foi assassinado “por ser negro e andar como ele andava”.

Ela conta que o adolescente chegou a sua casa às 8h50 naquele 25 de dezembro com a namorada após passar a madrugada curtindo em um baile funk na comunidade. Tomou banho e saiu novamente para tomar açaí. Foi quando chegou um carro suspeito, seguido pela polícia. Kauan foi alvejado pelos agentes.

A versão dos policiais é diferente. Segundo eles, um trio teria roubado um carro nas imediações da estação Conceição do Metrô por volta das 9h. Este seria o mesmo veículo que passou pela casa de Jade. Após receberem voz de prisão, os três fugiram. A perseguição se estendeu por cerca de dois quilômetros até chegar à Favela Alba. Os homens teriam descido atirando, o que obrigou os PMs a revidar.

Ele era perseguido desde os 14 anos pela forma como andava e por ser negro. Ele tinha o sonho de ser MC, então andava com correntes, boné torto. Tenho testemunha que viu que meu filho levantou as mãos e dizia ‘eu não estou com nada’, mas os policiais atiraram.”
Jade Alves de Paula, cabeleireira

Procurada pela reportagem do UOL para informar a situação dos policiais envolvidos, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo não se pronunciou sobre o andamento do caso. Se enviado, o pronunciamento será incluído nesta reportagem.

A família de Kauan Alves de Almeida é acompanhada pela Rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio, coletivo que tem como finalidade atuar em territórios em que a violência policial é cotidiana. Além de acompanhar os casos e cobrar que o Ministério Público designe promotor para atuar nos inquéritos, a Rede oferece auxílio psicológico a familiares das vítimas.

Articuladora da rede e pesquisadora do Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais, Marisa Feffermann diz procurar respostas para “qual motivo um profissional no exercício do seu trabalho mata um adolescente de 16 anos às 9h da manhã do dia 25 de dezembro”.

“Para a sociedade e especialmente a polícia, existe uma cor do considerado sujeito criminoso, como nos tempos de Lombroso [psiquiatra italiano]. Para o braço armado do estado, este sujeito suspeito é o negro. Essa suspeição se torna certeza se o negro for morador de territórios vulnerabilizados”.

População carcerária

Se nas ruas os negros são as maiores vítimas de assassinatos, eles também fazem parte da maior parcela da massa carcerária brasileira. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 755.274 pessoas estavam privadas de liberdade no ano passado.

Dessas, 66,7% eram negras e 32,3% brancas. No ano de 2005, o total de presos negros representava 58,4% da população carcerária total naquele ano.

 

Uma lei de fevereiro deste ano, assinada pelo próprio Bolsonaro, prevê a possibilidade de realização compulsória de vacinação

Matéria retirada do site da CUT.

Do mesmo jeito que politizou o combate à pandemia do novo coronavírus desde o início, dizendo que era uma mera gripezinha e que não era necessário fazer isolamento social, como vinham decretando governadores e prefeitos em todo o Brasil, Jair Bolsonaro (ex-PSL) agora trabalha contra a vacina para prevenir à Covid-19.

Nesta segunda-feira (19), Bolsonaro afirmou a apoiadores que a vacinação contra a doença não será obrigatória no Brasil, indo na contramão, mais uma vez, do que diz os especialistas da área da saúde, e até de uma lei aprovada em fevereiro deste ano, sancionada pelo próprio presidente, que prevê a possibilidade de realização compulsória de vacinação em massa da população.

“O meu ministro da Saúde já disse claramente que não será obrigatória esta vacina e ponto final”, disse Bolsonaro a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, se referindo a Eduardo Pazuello, que por sua vez, não quer usar a vacina da China, que está na fase final de testes em parceira com o Instituto Butantã, de São Paulo, estado governado por João Doria (PSDB), ex-aliado de Bolsonaro nas eleições de 2018.

A declaração de Bolsonaro vem logo após as afirmações de Doria, que disse que a vacinação contra o novo coronavírus em São Paulo será obrigatória, exceto para pessoas que apresentem alguma restrição avalizada por um médico.

Doria disse que não haverá politização em relação à vacina e que espera a mesma postura por parte do presidente, que foi criticado mais uma vez pelo governador por sua ação durante a pandemia.

A briga de Bolsonaro e Doria acontece no momento em que a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, afirmou que não terá vacina contra Covid-19 neste ano, como havia prometido o governador. Ela explicou que, apesar dos laboratórios estarem evoluindo bem, é preciso ter um controle rigoroso antes da liberação.

“Não acredito que tenhamos nenhuma vacina possível e passível de ser aplicada nas pessoas ainda no correr do ano de 2020”, disse em entrevista à Globo News neste domingo (18).

O Ministério da Saúde tem parceria com a vacina britânica AstraZeneca, que é desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, sendo uma das mais promissoras no mundo. No Brasil, a tecnologia será desenvolvida pela Fiocruz, fundação do Ministério da Saúde. Assim como o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Bolsonaro politiza a vacina chinesa CoronaVac, que tem parceria com o governo paulista.

Nesta segunda-feira (19), por volta das 12h48, o governador João Doria apresentou os resultados dos testes da vacina chinesa. Segundo o governador, essa é a vacina mais promissora no Brasil. Doria se mostrou otimista sobre a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

Ainda de acordo com ele, se a vacina se mostrar eficaz, a distribuição começará em 15 de dezembro, com prioridade para profissionais de saúde. Na sequência, serão vacinados professores e portadores de doenças crônicas que podem agravar a infecção pelo coronavírus.

A Sinovac prevê a entrega de 60 milhões de doses da CoronaVac até fevereiro de 2021, entre as entregues já prontas e as envasadas no Instituto Butantan, que assumirá a tecnologia de produção que permitirá a produção local para distribuição no Brasil.

Bolsonaro colocou em dúvida a qualidade da vacina CoronaCac. “Tem que ter comprovação cientifica, né? ”.

Vacina Russa

Outra vacina que também está em fase de testes em coparcerias entre governos estaduais no Brasil é a “Sputnik V”, da Rússia. Nesta segunda, o CEO do Fundo Soberano da Federação da Rússia, Kirill Dmitriev, disse que a Rússia já começou a fazer a transferência de tecnologia para o laboratório União Química produzir no Brasil uma vacina russa contra a Covid-19.

A primeira entrega de vacinas para a América Latina ocorrerá em dezembro, segundo o executivo. Em janeiro de 2021, a entrega deve ser muito maior e mais rápida.

O governo russo fez acordos com a Bahia e o Paraná. Com a Bahia, o Fundo Soberano fez acordo para fornecer até 50 milhões de doses da primeira vacina registrada contra vírus.

 

 

Luis Arce, candidato apoiado por Evo Morales, vence eleição na Bolívia no primeiro turno, indica pesquisa de boca de urna

Matéria retirada do site da CUT

“Recuperamos a democracia e a esperança”. Essas foram as primeiras palavras do candidato do Movimento ao Socialismo (MAS), Luis Arce Catacora, após a divulgação da contagem rápida com 95% do padrão eleitoral, realizado pela empresa Unitel. De acordo com os dados,  o candidato, apoiado pelo ex-presidente Evo Morales, venceu as eleições realizadas neste domingo (18) na Bolívia já no primeiro turno. Os dados não são oficiais, mas uma pesquisa de boca de urna.

De acordo com o levantamento, Luís Arce obteve 52,4%; Carlos Mesa, 31,5% e Fernando Camacho, 14,1%.

Desde a Casa do MAS em La Paz, ao lado de apoiadores, Arce saudou os bolivianos e destacou a jornada pacífica realizada na Bolívia.

“Vamos governar para todos os bolivianos, vamos construir um governo de unidade nacional”, ressaltou, antes de destacar seu compromisso com a retomada do desenvolvimento econômico do país.

Jeanine Añez, que se autoproclamou presidenta do país após o golpe de Estado contra Evo Morales, também reconheceu o resultado eleitoral e a tendência demonstrada pela pesquisa de boca de urna: “Ainda não temos o resultado oficial, mas pelos dados que contamos o sr. Arce e o sr. Choquehuanca ganharam as eleições. Felicito os ganhadores e lhes peço que governem pensando na Bolívia e na democracia”.

A demora na divulgação da pesquisa de boca de urna, que historicamente é difundida a partir do fechamento dos centros de votação, provocou indignação em todos os setores do país.

Mais cedo, em conferência de imprensa, o ex-presidente Evo Morales reafirmou a vitória do MAS e pediu que as entidades do país reconheçam o resultado da votação com a vitória de Arce para a presidência da Bolívia.

Confira a íntegra do comunicado de Arce.