Pauta: conjuntura e os cenários de ataque à carreira, à universidade e ao serviço público anunciados pelo novo governo. Eleição dos delegados à Plenária Nacional da Fasubra.
A Reitoria já iniciou o envio das primeiras listagens com o cálculo dos valores que os servidores que estão na ação dos 26,06% referente ao Plano Bresser têm a receber. A listagem é imediatamente publicada no site do Sindicato (sintufrj.org.br), que a atualiza todas as vezes que chega uma nova lista de servidores.
Esta ação que o Sintufrj ganhou corresponde ao percentual que deixamos de receber no período de 17 de julho de 1987 a 11 de dezembro de 1990. À época (governo Sarney) existia um gatilho acionado sobre os salários toda vez que a inflação atingia um determinado patamar.
A ação movida pelo Sindicato foi para recuperar a diferença gerada pelo gatilho que deixamos de receber.
Repetindo: o pagamento desses atrasados corresponde ao período de 17 de julho de 1987 a 11 de dezembro de 1990. Naquela época, só existia a Asufrj, e somente os associados eram representados pela associação. Por esta razão, à época desse processo judicial (Plano Bresser) o juiz pediu que fosse anexado a ele a listagem oficial dos associados até maio de 1991. Essa listagem de associados foi elaborada pela Reitoria.
Como já informamos, a Reitoria aceitou a solicitação do Sintufrj para que esta efetivasse os cálculos para os sindicalizados. Como o número de servidores é grande, a listagem com os cálculos está sendo enviada gradualmente.
O PORTAL
A direção do Sindicato, com apoio técnico da assessoria jurídica, criou um portal (veja o link abaixo) na internet para facilitar o acesso dos servidores interessados na ação. Nesse portal serão encontradas informações mais detalhadas sobre o processo e, importantíssimo, o passo a passo da execução para o recebimento dos atrasados.
COMO FAZER
Atenção sindicalizados para a lista da ação vitoriosa dos 26,06% do Plano Bresser:
1 – Para promovermos a execução em seu nome, o escritório necessitará de seus dados cadastrais pessoais e cópia dos documentos (identidade, CPF, comprovante de endereço e 1 contracheque atual), que devem ser digitalizados e entregues no portal http://2606-sintufrj.servidor.adv.br/login .
2 – Além disso, é necessária a procuração para os advogados atuarem. A procuração já preenchida está disponível neste portal. A procuração deve ser impressa, assinada, ter a firma reconhecida, ser digitalizada e entregue no portal.
3 – Depois, a procuração original deve ser entregue na sede do sindicato (na Av. Brigadeiro Trompowsky, Praça Jorge Machado Moreira, s/nº, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro).
Os desafios que duas mulheres negras eleitas em outubro vão enfrentar no plenário da Assembleia Legislativa, numa conjuntura adversa para a pauta dos interesses populares, foi o tema da roda de conversa organizada pelo Sintufrj – como atividade do Mês da Consciência Negra.
Nascida e criada na Maré, Renata Souza (PSOL), a parlamentar mais votada no campo da esquerda (63 mil votos), sintetizou o tamanho do risco: “impedir que a barbárie vire política pública” será o desafio.
Quando o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, põe na pauta a política de extermínio para enfrentar a violência, e tem irrestrito apoio do presidente eleito, o cenário temerário se apresenta.
Mônica Francisco (PSOL), com base de atuação no Morro do Boréu, compartilha das preocupações de Renata. Mas observou um contraponto no cenário. Segundo ela, a eleição de mais mulheres negras é a resposta social aos que repugnam corpos negros nos espaços de poder.
Impedir a barbárie é o desafio
Mulheres negras falam do desafio da atuação no Parlamento estadual
Mas a deputada eleita diz que a representatividade dos mandatos só se justifica se for lastreada nas pautas que defendem.
A presença das duas futuras parlamentares marcou o encerramento das atividades do recém-criado Departamento de Raça e Gênero, criado pelo Sintufrj. Noemi de Andrade, diretora, e Denise Góes, ativista do movimento negro, conduziram, na quinta-feira 22, o encontro com Renata e Mônica Francisco.
Além do debate, uma oficina de turbante enfeitou com adereços coloridos várias mulheres presentes ao evento. Exposição de peças artesanais com motivos afros e uma feijoada fizeram parte do cardápio.
O bloco afro Agbara Dudu, fundado em 1982, em Madureira, encerrou as atividades. No repertório, canções tradicionais africanas. “É uma alegria muito grande estar aqui, trazendo muita música e arte para o público”, disse o componente do grupo Julvano Martins.
Aliança progressista
Renata Souza, que foi aluna da UFRJ e estagiária do Sintufrj, teme que o medo seja a mola condutora da barbárie enquanto política de Estado.
Ela aposta, no entanto, na formação de um campo progressista para conseguir barrar os retrocessos e as ações parlamentares que possam vir a ferir a integridade física e moral dos indivíduos pertencentes às minorias sociais.
Ela lamenta também o cerceamento e as ameaças que pairam sobre a autonomia dos professores e deseja que a universidade seja o universo da cidade, não fechada em si.
Para Mônica, o período que é anunciado para o Rio de Janeiro e para o Brasil exigirá de nós muitos esforços para garantir a manutenção dos direitos conquistados. “As instituições de educação passam por uma desqualificação dos processos intelectuais, onde se filma professores e tentam cercear o pensamento crítico”, afirmou.
Inscrição: Será feita on line através do site do Sintufrj. No ato da inscrição o sindicalizado deverá informar o local de retirada do passaporte: sede no Fundão, das 9h às 17h, subsede na Praia Vermelha, das 10h às 18h ou subsede no HU das 8h às 17h. Após finalizar a inscrição o sindicalizado deverá imprimir o comprovante de inscrição.
Período de inscrição: 19 a 30 de novembro de 2018.
Período de entrega dos passaportes: 7, 10 e 11 de dezembro de 2018. A entrega só será feita ao próprio, munido de comprovante de identidade com foto.
Transporte: Será feita a conferência na entrada do ônibus, portanto, é extremamente necessária a apresentação do passaporte com o comprovante de identidade com foto.
Haverá ônibus saindo da sede do Sintufrj, na Cidade Universitária e na Praia vermelha. O horário de saída dos ônibus será as 10:30hs.
A mesma conferência será realizada no local do evento para quem utilizar outros meios de transporte.
[Atualização] Errata: erramos ao informar a data anterior de encerramento das inscrições para a festa de confraternização dos sindicalizados. O correto é de 19 a 30 de novembro.
Especializado em história da África, o professor Jorge Nascimento sustenta a tese que identifica o racismo como uma criação para subjugar os negros e legitimar seu genocídio. “O racismo antes de tudo é um sistema de poder que visa o extermínio da população negra no mundo”, diz ele.
Nascimento participou do debate “A história do racismo e seus impactos na contemporaneidade” no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), uma das atividades do Mês da Consciência Negra, organizado pelo Sintufrj. Mediou o encontro a coordenadora do Sindicato Noemi Andrade.
Rodrigo Santos, o outro debatedor convidado pelo Sindicato, é pesquisador do tema na UFRJ. Ele chamou a atenção para o reforço do racismo de acordo com o pensamento intelectual tradicional, que desqualificou e renegou a população negra.
Segundo Santos, em textos registra-se que os negros não têm sentimentos, não têm talento, e de tão matraqueiros deveriam ser dispensados a pauladas.
Eurocentrismo
No debate, Jorge Nascimento destacou que a visão oficial eurocêntrica – a partir dos brancos europeus – destituiu o real valor do continente e de seu povo para a história da humanidade.
Segundo ele, o eurocentrismo exibiu, por exemplo, a civilização egípcia como sendo a de um povo branco, sendo ela reverenciada, mas os historiadores revisionistas comprovaram que se tratava de povos de pele negra – constituídos da mistura de vários povos africanos existentes ao sul e ao norte do vale do rio Nilo.
O professor explicou que a África é um continente antigo, e nela existiram grandes reinos africanos. Algumas grandes chefias, consideradas Estados tradicionais, são conhecidas desde o século IV, mas desconstruiu-se a história desses povos através de uma visão pejorativa e preconceituosa sobre o continente africano. E isso prepondera até hoje.
“O negro não sabe da sua história, a não ser pela visão do europeu. Suas contribuições na filosofia, na medicina, na matemática são colocadas na conta dos gregos”, diz.
Nascimento afirma que a história oficial torna os negros invisíveis, quando não inferiores, o que fragiliza sua autoestima. Conhecer a história africana, disse, é também saber os caminhos que foram tomados para se chegar à liberdade.
“Nós africanos fomos alijados de conhecer nossa própria história. Digo que nenhum branco foi responsável pela nossa libertação, coube isso a nós negros”, sublinhou.
Ódio e medo
O pesquisador Rodrigo Santos afirma que o racismo é um poder que mobiliza as energias do corpo e está relacionado ao ódio e ao medo. “Um ódio que gera impulsos de assassinatos, de destruição e violência. Um medo que leva o povo ariano ao massacre pela existência da diferença”.
De acordo com Santos, o capitalismo se apropriou desses sentimentos para justificar o massacre para a expropriação. E tem no racismo estrutural o alicerce para as políticas econômicas e sociais excludentes e predatórias.
Rodrigo Santos afirma que não há o desejo de se reverter essa situação na nossa sociedade, mas que cabe àqueles que defendem a igualdade a luta pela mudança. “Corpos negros são alvo. Estão na mira do fogo. É o racismo instituído. Por isso, o combate ao racismo precisa acontecer em todas as frentes, com as associações, grupos culturais, universidades e sociedade civil, defendeu. “Não podemos esperar da institucionalidade e dos governos qualquer medida que nos contemple”, finalizou.
Ruy de Azevedo e Ivania de Jesus Severo, integrantes da Coordenação de Políticas Sociais do Sintufrj, festejaram o êxito dos eventos que marcaram o Mês da Consciência Negra com debates, exposições artesanais, oficina e turbantes e uma roda de conversa com deputadas negras eleitas em outubro. Os dois dirigentes disseram que o objetivo de marcar posição contra o racismo foi alcançado.
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