Decisão do Consuni foi aprovada por unanimidade. Oposição ao projeto uniu forças com visões diferentes sobre a universidade

A UFRJ SOB AMEAÇA mobilizou estudantes, técnicos-administrativos e professores em reunião no Conselho Universitário

Sessão extraordinária do Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ, a maior universidade federal do país, rejeitou o Future-se, a proposta do MEC que descaracteriza a universidade pública. Houve unanimidade contra o projeto, envolvendo forças que nem sempre concordam no cotidiano da universidade.
A decisão foi antecedida de intenso debate, que resultou em uma enxurrada de críticas ao Future-se.
A sala do conselho lotou de técnicos-administrativos, professores e estudantes. Nas paredes e nas mãos dos que participavam na plenária, cartazes com frases de protestos, boa parte dos quais produzidos pelo Sintufrj.
A sessão foi presidida pelo vice-reitor Frederico Rocha. A reitora Denise Carvalho havia viajado para Rondônia, onde ministrou aula magna.
Entre as deliberações, o colegiado aprovou Nota da UFRJ, que será encaminhada ao MEC.
O texto reafirma que o Future-se pode atingir a autonomia administrativa, didática e de gestão financeira da universidade, que passaria a ser gerida por uma organização social.
Na nota, a UFRJ declara que está aberta ao diálogo, mas identifica no projeto imposição de mudança de personalidade jurídica da instituição, além dos riscos à integridade administrativa, pedagógica, científica e patrimonial.
O Consuni também deliberou pela ampliação do grupo de trabalho (GT) que produziu o estudo sobre o Future-se, com participação de representantes das decanias, de técnicos-administrativos e de estudantes, com a tarefa de formular contraproposta da UFRJ.

O que eles disseram

“O projeto, no seu formato atual, ofende alguns princípios que consideramos essenciais para a universidade”, observou o vice-reitor Carlos Frederico Rocha, entre eles a autonomia universitária, a integralidade da universidade, a garantia do financiamento público e a defesa das carreiras e dos concursos públicos. “Esses elementos precisam estar em qualquer proposta da universidade”, resumiu.

 

 

 

 

“O governo Bolsonaro conseguiu unificar a UFRJ em torno do “não” categórico à proposta. Isso é um marco de resistência e defesa da autonomia da universidade e da educação pública”, disse a representante dos técnicos-administrativos no Consuni e coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli, explicando que a categoria vai contribuir no GT com o seu projeto “Universidade Cidadã para os Trabalhadores”.

 

 

 

“Não há futuro sem educação pública, gratuita e de qualidade. A UFRJ está cumprindo o papel de mostrar para a sociedade que esta unidade dos segmentos vai estar cada vez mais forte”, disse o conselheiro técnico-administrativo Huascar da Costa Filho, coordenador-geral do Sintufrj.

 

 

 

 

“É um pulo no escuro. Não queremos o McDonald’s no Fórum de Ciência e Cultura ou a L’Oréal ditando as regras em laboratórios. É nisso que se transformará a universidade se não estivermos atentos”, apontou a coordenadora do Sintufrj Noemi de Andrade.

 

 

 

 

 

“Estamos hoje no Conselho Universitário da UFRJ para levar a opinião dos estudantes brasileiros – representados pela UNE, depois que nosso congresso reuniu mais de 10 mil estudantes em Brasília – de que o Future-se é um ataque muito grave à autonomia e à universidade pública”, disse o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão

 

 

 

 

Mariana Trotta, vice-presidente regional do Andes-SN, avalia que o Future-se coloca em risco o ensino superior público como previsto na Constituição, fruto da luta dos trabalhadores organizados e dos movimentos em defesa da universidade pública.

 

 

 

 

 

Análise
O pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp, apresentou o resultado da análise preliminar preparada pelo GT da Administração Central sobre o Future-se. Segundo ele, o programa tem uma série de inconsistências. “o que não queremos”: redução da autonomia, ameaças ao caráter público, gratuito e de qualidade da universidade, risco ao tripé ensino-pesquisa-extensão, contratação para atividades-fim por entidades privadas, fim dos concursos públicos e desestruturação da carreira docente e técnico-administrativa.

Outras moções
Os conselheiros aprovaram moção de apoio às mobilizações do Dia Nacional de Luta em defesa da educação e de direitos e contra a reforma da Previdência, dia 13, terça-feira; repúdio à exoneração do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, alvo de acusações sem fundamento por parte do governo; e solidariedade à família de Fernando Santa Cruz e aos presos políticos torturados durante a ditadura.

Moção condena projeto

O Consuni aprovou, também por unanimidade, Moção da UFRJ condenando o Future-se. O texto, proposto por técnicos-administrativos e estudantes, denuncia que o projeto determina que “entes privados participem da gestão da universidade”, isentando o Estado de sua obrigação de financiar essas instituições e condenando o futuro da universidade e do país.

Moção da UFRJ sobre o “Future-se”

• O Colegiado aprovou o teor da nota. A forma final ainda dependia de ajustes.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro possui um profundo compromisso com a educação brasileira, com o desenvolvimento científico e tecnológico e com a diminuição das desigualdades que assolam nosso país. Partindo desse pressuposto, nunca nos omitimos em debater a educação.
Entretanto, fomos surpreendidos nas últimas semanas pelo anúncio do programa “Future-se”, do Governo Federal, construído sem nenhum diálogo com reitores e associações de docentes, de técnico-administrativos e de estudantes. Nenhuma representação da comunidade acadêmica foi preliminarmente ouvida na elaboração de um programa que transforma profundamente a educação brasileira, como se uma consulta pública online pudesse cumprir essa função num tema tão profundo e central para o país.
O “Future-se”, nome escolhido pelo ministério, é uma promessa de financiamento privado para ensino, pesquisa e extensão, desde que as universidades abram mão do seu modelo de governança, submetam sua gestão a organizações sociais indicadas pelo MEC e, em suma, abram mão da sua autonomia. Tudo isso em prazo recorde para “adesão”. Trata-se do fim da garantia orçamentária constitucional e a institucionalização da financeirização e especulação com os recursos que supostamente irão manter a universidade.
Determinando que entes privados possam participar da gestão da Universidade (e, portanto, do dinheiro público) e isentando o Estado da responsabilidade de financiador prioritário das instituições de ensino superior, o Governo Federal condena a Universidade pública, gratuita e de qualidade. Com esta, condena também o futuro do país, abalando profundamente a relativa democratização do ensino superior alcançada nos últimos anos, a formação de pessoas, o desenvolvimento de ciência e tecnologia e de serviços voltados aos interesses mais imediatos da população brasileira.
A gestão por Organizações Sociais abre margem também para o fim das carreiras: Os atuais servidores Docentes e Técnicos Administrativos em Educação poderão ser cedidos às OS, passando a receber seus pagamentos por elas. Contratos de prestação de serviço – inclusive no regime de trabalho intermitente – ocuparão o lugar de concursos públicos. É a precarização do trabalho radical e explícita.
O projeto também ameaça a extensão universitária. A Lei Rouanet, uma lei criada para o fomento de atividades culturais, surge como “solução” para a extensão, ignorando que inovação e desenvolvimento tecnológico também são desenvolvidas em projetos de extensão e desobrigando o Estado de financiar as atividades.
O “Future-se”, portanto, deve ficar no passado. Para solucionar a crise das Universidades, é necessário que haja prioridade em garantir que os recursos do Estado sejam direcionados para a educação pública, ao contrário do que vimos nos últimos anos, com a Emenda Constitucional 95 e os sucessivos cortes orçamentários, que hoje significam para a UFRJ o risco da interrupção das atividades acadêmicas, da limpeza, de seus restaurantes universitários, entre outros serviços fundamentais para o funcionamento cotidiano da instituição. Garantidos o financiamento e a autonomia universitária, não há dúvida de que a UFRJ e as demais Universidades continuarão a cumprir papel fundamental para que alcancemos um país justo e soberano.

A maioria dos parlamentares rejeitou todas as alterações propostas pela oposição no primeiro turno de votação na Câmara para tentar diminuir os prejuízos dos trabalhadores, mas como o presidente da República liberou R$ 3 bilhões em emendas para os deputados fazerem o que ele quer… Foram 370 votos a favor e 124 contra. Eram necessários somente 308 votos

O SABUJO. Rogério Marinho, servil e bajulador de poderosos, como deputado do PSDB articulou a reforma trabalhista. Agora, da equipe de Bolsonaro, age para acabar com a Previdência pública

No Senado, a PEC será votada também em dois turnos, e o governo quer que isso ocorra até setembro. São necessários pelo menos 49 votos dos 81 senadores. As bancadas de oposição, as centrais sindicais e os movimentos sociais atuam para mobilizar os trabalhadores e a população em geral para impedir que isso ocorra. O ato nacional no dia 13 de agosto promete.
Na primeira fase de tramitação da reforma na Câmara, a oposição conseguiu retirar, entre outras coisas, a mudança nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a instituição de um sistema de capitalização. Mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai propor novamente a capitalização no Senado.

Servidor
A professora do Instituto de Economia da UFRJ, Denise Gentil, reafirma que a “reforma” da Previdência de Bolsonaro é cruel para os pobres e para os servidores públicos, agentes administrativos, médicos, professores e outros profissionais de várias áreas do Estado que compõem a classe média. “As consequências são muito graves e mais perdas virão”, alertou.
A aposentadoria do servidor obedecerá à seguinte regra: idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens; tempo de contribuição de 25 anos para homens e mulheres – maior do que os 15 anos dos trabalhadores do setor privado; 10 anos de tempo no serviço público e 5 anos de tempo no cargo.

Cinco maldades da Câmara

As duras regras aprovadas pela Câmara dos Deputados dificultam a aposentadoria, reduzem os valores dos benefícios, aumentam o tempo de contribuição e deixam órfãos e viúvas com menos de um salário de pensão por morte, entre outras maldades. A CUT listou cinco maldades que mais vão impactar negativamente na vida de milhões de trabalhadores: Pensão por morte; Aposentadoria por invalidez; Aposentadoria especial; Fim da aposentadoria por tempo de contribuição; e Cálculo da renda/Média salarial. Confira uma delas:
Cálculo da renda / média salarial – O cálculo dos benefícios proposto pela reforma é desvantajoso se considerado o tempo de contribuição necessário para obter a aposentadoria com valor integral da média salarial.
Atualmente, são levadas em conta as contribuições feitas a partir de julho de 1994. O cálculo é feito em cima de 80% das maiores contribuições – as 20% menores são descartadas. Com isso, a média é maior e, portanto, melhora o valor do benefício.
A reforma muda o cálculo para a média de todas as contribuições desde julho de 1994. O resultado será a redução na renda de beneficiários que tiverem variações salariais ao longo do tempo.
O trabalhador vai receber apenas 60% da média geral de 20 anos que contribuiu com a Previdência e 2% a mais por cada ano que ultrapasse os 20 anos. Hoje, com 20 anos de contribuição esse trabalhador recebe 90% do valor do seu benefício. Com a reforma, vai receber 60%.
Já a trabalhadora vai receber apenas 60% da média geral dos 15 anos que contribuiu com a Previdência e 2% a mais por cada ano que ultrapasse esse período. Hoje, com 15 anos de contribuição as mulheres recebem 85% do valor do benefício. Com a reforma, vai receber 60%.

Na quarta-feira, 14, a Assessoria Jurídica do Sintufrj entrará com representação no Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro (MPF/RJ), com o objetivo de garantir as funções gratificadas dos trabalhadores da UFRJ.
De acordo com o assessor jurídico Rudi Cassel, a representação do Sintufrj solicitará ao MPF/RJ que ajuíze ação civil pública, tendo por fundamentos, em resumo, a exemplo do que fez o MPF/RS, que “o Decreto nº 9.725, de 12/3/2019, adota normativas referentes a cargos em comissão e, em especial, a funções de confiança de universidades e institutos federais, absolutamente inconstitucionais e ilegais, uma vez que:
– a extinção de cargos em comissão e de funções de confiança ora pretendida veiculada por decreto presidencial editado pretensamente com base no artigo 84, caput, inciso VI, alíneas “a” e “b” da Constituição, viola a própria disposição desse artigo constitucional, uma vez que os efeitos do decreto se direcionam a cargos ocupados, conforme se verifica do artigo 3º da norma em questão;
– afeta diretamente a gestão das universidades e institutos federais, a quem a Constituição, conforme o artigo 207, atribuiu autonomia administrativa e de gestão financeira e patrimonial.
Que as disposições do Decreto nº 9.725, de 12/3/2019, ferem os artigos 52, 53 e 54 da Lei nº 9.394/1996, e os artigos 2º; 3º, I e II; 5º, I e II; 6º; 37, caput e I; 84, VI; 206, II, III e VI, e 207, todos da Constituição Federal.
Que os dispositivos do Decreto nº 9.725/2019 que determinam os efeitos concretos cuja medida judicial deveria obstar são seus artigos 1º, II, “a” e “b”, e 3º.

Repercussão no Consuni

Na sessão do Conselho Universitário (Consuni), no dia 8 de agosto, o vice-reitor Carlos Frederico Rocha explicou que a Advocacia-Geral da União (AGU) está de mãos atadas em relação ao decreto do governo sobre as ações gratificadas nas universidades, e que o Sintufrj entrará com ação no Ministério Público Federal/RJ (MPF).
A pró-reitora de Pessoal, Luzia Araújo, disse que o percentual de gratificação nem sequer remunera os trabalhadores à altura da responsabilidade que assumem nas unidades e que agora perdem. E repetiu praticamente a mesma informação do vice-reitor: a UFRJ não pode entrar com ação no MPF, mas o Sintufrj atendeu aos anseios da categoria e “agora estamos no aguardo”.

DCE Mário Prata, Sintufrj e Adufrj convocam a comunidade universitária da UFRJ para esta terça-feira, 13 de Agosto. Encontro marcado às 13h, no IFCS, Largo de São Francisco. Depois, marcha rumo à Candelária.

 

Confira cinco maldades da reforma de Bolsonaro que 370 deputados aprovaram

Deputados traem os trabalhadores e as trabalhadoras e aprovam duras regras para concessão de aposentadoria

 

 

A tentativa de colocar uma pá de cal no direito de uma vida digna após anos de trabalho foi dada na noite de terça-feira (6) por 370 deputados federais que aprovaram em segundo turno o texto da reforma da Previdência. Mas, a luta não acabou e é possível reverter a decisão com muita organização e luta. Para ser aprovada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019 de Jair Bolsonaro (PSL/RJ) precisa ser aprovada em duas votações no Senado.

“E no dia 13 de agosto, vamos ocupar as ruas e as redes para protestar contra esta reforma e alertar os senadores sobre os prejuizos que as mudanças que Bolsonaro quer fazer representam para a classe trabalhadora”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas, se referindo ao Dia Nacional de Mobilizações, Paralisações e Greves, que está sendo organizando pelas principais centrais sindicais do país e pelos movimentos sociais.

A PEC impõe duras regras que dificultam a aposentadoria, reduzem os valores dos benefícios, aumentam o tempo de contribuição e deixam órfãos e viúvas com menos de um salário mínimo de pensão por morte, entre outras maldades para com o trabalhador e a trabalhadora.

O Portal CUT listou cinco itens que mais vão impactar negativamente na vida de milhões de trabalhadores, entre eles o fim da aposentadoria por tempo de contribuição e a obrigatoriedade de idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 para os homens terem direito a um benefício menor – 60% da média de todos os salários.

Pensão por morte

Atualmente, o valor da pensão equivale a 100% do benefício que o segurado que morreu recebia ou teria direito.

A reforma reduz esse valor para 50% mais 10% por dependente. Como a esposa ou o órfão são considerados dependentes, recebem 60% do valor.

Se a viúva tiver um filho com menos de 21 anos receberá 70%, dois filhos, 80%, três filhos, 90%, quatro filho, 100%. Ela perderá 10% a cada filho que  completar 22 anos até chegar nos 60% que receberá enquanto viver.

E para piorar, se a viúva ou dependente tiver outra fonte de renda formal, por menor que seja, poderá receber benefício de menos de um salário mínimo.,

Aposentadoria por invalidez

Atualmente todo trabalhador que contribuir com o INSS tem direito a 100% do valor da aposentadoria em caso de doença contraída – decorrente ou não – da sua atividade profissional, tenha sofrido um acidente no trabalho ou fora dele.

A reforma diz que se um trabalhador sofreu um acidente fora do trabalho ou contraiu uma doença que não tenha relação com a sua atividade, ele terá direito a apenas 60% do valor da aposentadoria por invalidez, acrescido de 2% para cada ano que exceder 20 anos de contribuição, no caso de homem e 15 anos, se for mulher.

Só terá direito a 100% do benefício se o acidente ocorreu no local de trabalho ou a doença foi contraída devido a atividade profissional.

Aposentadoria especial

Atualmente, o trabalhador que comprovar exposição a agentes nocivos à saúde, como produtos químicos ou calor e ruído, de forma contínua e ininterrupta, tem direito de se aposentar com 15, 20 ou 25 anos de contribuição, dependendo do enquadramento de periculosidade da profissão. O valor do benefício é integral.

reforma, apesar de manter os tempos mínimos de contribuição exigidos atualmente, cria três idades mínimas: 55,58 e 60 anos, que variam de acordo com o grau de risco ao trabalhador. Ela acaba com o benefício integral da aposentadoria especial e equipara homens e mulheres nas mesmas regras.

Fim da aposentadoria por tempo de contribuição

Atualmente, é possível se aposentar por tempo de contribuição com renda integral depois de contribuir durante 30 anos (mulher) e 35 anos (homem), desde que a soma da idade e do período contribuído resulte em 86 pontos (mulher) ou 96 (homem).

Pelas regras atuais também é possível se aposentar por idade, aos 60 anos (mulher) e 65 anos (homem), com 15 anos de contribuição. Neste caso incide o fator previdenciário ou a formula 86/96.

reforma acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e impõe uma idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 para os homens.  Uma trabalhadora terá de comprovar 15 anos de tempo mínimo de contribuição e o trabalhador, 20 anos.

Para receber uma aposentadoria integral, mulheres precisarão contribuir por 35 anos e homens, por 40 anos.

Cálculo da renda / Média salarial

O cálculo dos benefícios proposto pela reforma é desvantajoso se considerado o tempo de contribuição necessário para obter a aposentadoria com valor integral da média salarial.

Atualmente, são levadas em conta as contribuições feitas a partir de julho de 1994. O cálculo é feito em cima de 80% das maiores contribuições – as 20% menores são descartadas. Com isso, a média é maior e, portanto, melhora o valor do benefício.

Hoje, um trabalhador e uma trabalhadora que comprovarem 15 anos de contribuição recebem 85% dos maiores salários, sendo 70% de início, e mais 1% por cada ano trabalhado.

reforma muda o cálculo para a média de todas as contribuições desde julho de 1994. O resultado será a redução na renda de beneficiários que tiverem variações salariais ao longo do tempo.

O trabalhador vai receber apenas 60% da média geral de 20 anos que contribuiu com a Previdência e 2% a mais por cada ano que ultrapasse os 20 anos.

Hoje, com 20 anos de contribuição esse trabalhador recebe  90% do valor do seu benefício. Com a reforma, vai receber 60%.

Já a trabalhadora vai receber apenas 60% da média geral dos 15 anos que contribuiu com a Previdência e 2% a mais por cada ano que ultrapasse esse período.

Hoje, com 15 anos de contribuição as mulheres recebem  85% do valor do benefício. Com a reforma, vai receber 60%.

 

via: CUT BR – Escrito por: Marize Muniz e Rosely Rocha

Em portaria publicada hoje, 8 de agosto, no Diário Oficial, o ministro da Justiça Sergio Moro autoriza o uso da Força Nacional de Segurança “em apoio ao Ministério da Educação, nas ações de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, na defesa dos bens e dos próprios da União, em caráter episódico e planejado, nos dias 7, 12 e 13 de agosto de 2019”. A portaria diz ainda que, se necessário for e houver solicitação do MEC, o período de uso da Força Nacional poderá se prorrogado.

Trata-se de mais uma inaceitável manifestação de autoritarismo do governo federal. As manifestações convocadas pelas entidades da educação para o dia 13 reivindicam o fim dos cortes orçamentários na educação e rejeitam o “Future-se”, plano lançado pelo MEC que representa o fim da autonomia universitária e sua entrega para a gestão e o financiamento privados. Ao invés de dialogar com a sociedade, Bolsonaro e Moro empregam o aparato militar para ameaçar os movimentos!

O que o governo quer é desmantelar a educação pública, gratuita e de qualidade. E lança mão de todas as suas armas, inclusive a violência. Não nos intimidaremos com truculência e autoritarismo. Vamos ocupar as ruas em todos os estados no dia 13 de agosto! Queremos mais verba para a educação, e não aceitamos que o governo trate esta questão como uma guerra. Repudiamos o uso da Força Nacional de Segurança para reprimir manifestações pacíficas que reivindicam mais direitos para o povo brasileiro!

Sintufrj
Gestão Ressignificar

 

Com a sessão lotada de trabalhadores e estudantes, o Conselho Universitário da UFRJ (Consuni), sob a presidência do vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha, aprovou, por unanimidade, rejeição ao projeto Future-se do governo Jair Bolsonaro, que foi apresentado à sociedade pelo Ministério da Educação (MEC). A decisão foi comemorada com os presentes aplaudindo de pé. O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, aluno do curso de Economia da Usp, estava presente.

A decisão foi antecedida de amplo debate sobre o estudo feito pela Reitoria sobre o projeto do MEC pelos conselheiros representantes dos três segmentos da comunidade universitária, que durou cerca de quatro horas. O Future-se, ou, melhor, Vire-se, recebeu uma enxurrada de críticas. O Consuni também aprovou, por unanimidade, a Moção proposta pelos técnicos-administrativos e estudantes; além de documento ao MEC e a realização de uma plenária universitária no dia 13 de agosto, às 15h, no Largo de São Francisco.

Moção

O texto da moção denuncia que o projeto Future-se determina que “entes privados participem da gestão da universidade”, isentando o Estado da sua obrigação de financiar essas instituições. “O Future-se, portanto, deve ficar no passado”, afirma a moção, apontando que a crise nas universidades será resolvida se o Estado priorizar e direcionar recursos para a Educação.

O governo apresentou o projeto sem qualquer discussão com a comunidade acadêmica e ofereceu um prazo exíguo para que as universidades se manifestassem. A consulta pública vai até 15 de agosto.

Documento ao MEC

O documento que será encaminhado ao MEC contém a avaliação da UFRJ sobre o projeto. O texto reafirma que o Future-se pode atingir a autonomia administrativa, didática e de gestão financeira da universidade, que passaria a depender e ser gerida por uma organização social.

No documento a UFRJ declara que está aberta ao diálogo, mas ressalta que há riscos no projeto pela mudança futura da personalidade jurídica da instituição, além dos riscos à integridade administrativa, pedagógica, científica e patrimonial.

Crítica

“O projeto, no seu formato atual, ofende alguns princípios que consideramos essenciais para a universidade”, observou o vice-reitor Frederico Leão Rocha, apontando, entre eles, a autonomia universitária, a integralidade da universidade (e não sua fragmentação), a garantia do financiamento público e a defesa das carreiras e dos concursos públicos. “Esses elementos precisam estar em qualquer proposta da universidade”, resumiu.

Sintufrj – “O que se pôde entender, com base em todas as apresentações que foram feitas e no trabalho da Administração Central é que esta proposta não diz nada à UFRJ. Pelo contrário. O governo Bolsonaro conseguiu unificar a UFRJ em torno do “não” categórico à proposta do Future-se. Isso para todos nós é um marco de resistência e defesa da autonomia da universidade e da educação pública”, disse a representante dos técnicos-administrativos no Consuni e coordenadora-geral do Sintufrj,  Gerly Miceli.

Universidade na Rua

Além da realização da plenária universitária na terça-feira, 13, Dia Nacional de Luta em defesa da educação e de direitos, e contra a reforma da Previdência, às 15h, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS, no Largo de São Francisco), o Consuni aprovou também a realização, em breve, do evento institucional “Universidade na Rua”, quando as unidades acadêmicas apresentarão à população sua produção de ensino e pesquisa, e de audiência pública para ampliar o debate sobre o tema.

GT ampliado

O Consuni deliberou também pela ampliação do Grupo de Trabalho (GT) que produziu o estudo sobre o Future-se  apresentado na sessão pelo pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp. O GT passa a contar com a participação de representantes das decanias, dos técnicos-administrativos e estudantes, e terá como tarefa  formular uma contraproposta da UFRJ ao projeto do MEC.

CONSELHO UNIVERSITÁRIO rejeita por unanimidade o Future-se, a proposta do governo bolsonaro que acaba com o caráter público das universidades federais

 

 

Depois de bloquear R$ mais 348 milhões do MEC e liberar R$ 3 bilhões para emendas de parlamentares, o governo Jair Bolsonaro garantiu a aprovação da reforma da Previdência (PEC 6) em segundo turno na Câmara dos Deputados. A votação se deu na madrugada de quarta-feira, 7, com 370 votos a favor e 124 contra. Eram necessários 308 votos.

A cada dia a “velha política” vem sendo repetida por Jair Bolsonaro. A liberação de verbas condicionada a um projeto do Executivo é uma prática antiga e fisiológica no Legislativo. Em troca de apoiarem uma medida impopular, os parlamentares recebem as emendas que serão usadas em obras e investimentos nos redutos eleitorais dos deputados. E vai seguindo o baile.

A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), antecipou na terça-feira, 6, que a oposição tentará no segundo turno reduzir os danos ao trabalhador na proposta do governo.

Destaques

Os oito destaques apresentados pela oposição ao texto-base voltaram à pauta do Congresso na própria quarta-feira, 7. Entre eles estão: a retirada do dispositivo que desconsidera o tempo de contribuição para a Previdência contribuições abaixo do piso de cada categoria e evitar que conste na Constituição a previsão de que têm direito ao Benefício de Prestação continuada idosos e deficientes de famílias com renda per capita inferior à um quarto do salário – do PT; supressão das mudanças da regra de pensão por morte – do PCdoB; retirar mudanças do abono salarial de empregados de baixa renda – do PSOL; e mudanças nas regras de idade mínima para a modalidade de transição.

Após a votação dos destaques o texto final será encaminhado ao Senado, onde também será votado em dois turnos. O governo joga tudo para aprovar sua reforma ainda em setembro.

PEC

A votação do texto-base da PEC 6 terminou em 10 de julho, com um placar de 379 votos a favor e 131 contrários. De modo geral, a proposta restringe o benefício à média de todos os salários do trabalhador, impõe uma idade mínima para a aposentadoria, amplia o tempo de contribuição para requerer o benefício, aumenta percentuais de contribuição ao INSS e define regras de transição para quem atua hoje no mercado como assalariado.

Ao longo da primeira fase de tramitação da reforma, a oposição conseguiu retirar, entre outras coisas, a mudança nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a instituição de um sistema de capitalização.

Na votação dos destaques em plenário, também foi alterada a idade mínima prevista para professores do ensino infantil e básico se aposentarem com pedágio de 100% do tempo de contribuição que restar para cumprir as normas do novo sistema, caso a PEC seja aprovada. A idade mínima reduziu de 55 para 52 anos no caso das mulheres e de 58 para 55 no caso dos homens.

Outra mudança no texto do governo foi, por exemplo, a redução de 20 para 15 anos no tempo mínimo de contribuição exigido para a aposentadoria por idade de trabalhadores que ficarem dentro da regra de transição.

Servidor

Segundo a professora do Instituto de Economia da UFRJ, Denise Gentil, a reforma de Bolsonaro é cruel para os pobres e para os servidores públicos, agentes administrativos, médicos, professores, profissionais de várias áreas do Estado que compõem a classe média. “As consequências são muito graves e mais perdas virão”, afirmou Denise.

As condições para o servidor para se aposentar estão assim propostas: Cumprir idade mínima (62 anos mulheres e 65 homens), sete anos a mais para mulheres; tempo de contribuição (25 anos homens e mulheres), maior do que os 15 anos dos trabalhadores do setor privado; tempo de serviço público (10 anos) e tempo no cargo (5 anos).

 

*Com Agência Câmara e Site Brasil de Fato

Reunidos nas escadarias do Centro de Ciências da Saúde (CCS) trabalhadoras e trabalhadores técnicos-administrativos em educação, na manhã desta terça-feira, 6, aprovaram, por unanimidade:

. Greve em 13 de agosto: Dia Nacional de Luta contra os ataques às aposentadorias dos servidores e do povo pobre e em defesa da educação pública, com realização de uma plenária comunitária (técnicos-administrativos, docentes e estudantes) no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), com a participação da Reitoria (horário a confirmar) e, em seguida, todos se somarão ao grande ato no centro da cidade.

. Na quinta-feira, 8, às 10h: todos na sessão do Conselho Universitário (Consuni) para aprovação conjunta (técnicos-administrativos, docentes e estudantes) de uma moção em defesa das universidades federais, em especial da UFRJ, cuja o contingenciamento de verbas ameaça o funcionamento da instituição, e contra o fim das funções gratificadas.

O tom da assembleia foi de indignação e revolta contra o governo assassino de Jair Bolsonaro, apontando para a necessidade urgente de unidade entre todos os segmentos da comunidade universitária, incluindo os trabalhadores terceirizados, e de todas as forças políticas para a formação de uma resistência forte em defesa da universidade e dos nossos direitos conquistados com muita luta.