Entre 17 de março e 31 de maio 494 profissionais de saúde do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) testaram positivo para o novo coronavírus, segundo levantamento da Divisão de Recursos Humanos (DRH) do hospital.

As testagens foram feitas pelo Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ que examinou 1434 trabalhadores. Dos que testaram positivo, 11 necessitaram de internação e dois faleceram.

De acordo com o levantamento da DRH, a cada 100 profissionais de saúde testados na primeira quinzena de abril, 45 testaram positivo; em maio, esse número diminuiu em quase 50%: 21 com testagem positiva a cada 100 servidores.

Mesmo assim, o Grupo de Trabalho da Covid-19 da UFRJ emitiu na quarta-feira 17 nota técnica sobre saúde e segurança dos trabalhadores que atuam na linha de frente no combate à pandemia e recomenda medidas abrangentes de proteção que envolve até suporte à saúde mental.

Diante do cenário e da observação do trabalho nas unidades hospitalares da UFRJ, o GT Covid-19 diz que é preciso levar em consideração variáveis importantes na exposição e contaminação deste grupo de trabalhadores, que abrange também profissionais de apoio e administrativos.

O GT alerta para a necessidade de capacitação para que o profissional (inclusive aquele contratado de forma emergencial) atue em atividades fora da rotina durante a pandemia, alocado em posto de trabalho não habitual.

“O que presenciamos, na maioria das vezes é de capacitações a distância, de suma importância, mas não suficientes ao desenvolvimento das atividades laborais de modo seguro para o paciente, para o trabalhador e para os demais profissionais. Raramente presenciamos o treinamento em serviço para a efetiva capacitação neste enfrentamento da pandemia”, diz a nota, que lista uma série de recomendações.

Recomendações do GT-Covid
– Adequação dos espaços coletivos para utilização dos profissionais das unidades de saúde a fim de evitar a contaminação pelo novo coronavírus.
– Disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados e em quantidades suficientes, assim como de treinamento para a utilização.
– Estabelecimento de remuneração e benefícios condizentes com o exercício profissional no enfrentamento da pandemia.
– Implantação de suporte à saúde física e também mental dos profissionais que atuem no enfrentamento da pandemia.
– Implantação de fluxos e processos de trabalho adequados a fim de garantir a saúde e segurança dos profissionais das unidades de saúde, com ampla participação dos trabalhadores afetados.
– Acolhimento dos casos de assédio moral e outras violências, além de intervenção nos ambientes que propiciam tais violências.

 

 

As tecnologias são para testes rápidos de covid-19, que atualmente custam em torno de R$ 150. E são mais precisas, segundo pesquisadores da universidade

Matéria retirada do site Rede Brasil Atual.

Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveu duas tecnologias que podem baixar em cinco vezes o custo de testes rápidos para diagnóstico de covid-19. No mercado a um preço médio de R$ 150 devido aos componentes importados, torna artigo de luxo a testagem tão recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para reduzir a contaminação.

Trata-se de antígenos virais sintéticos, já produzidos em escala, que em 15 minutos atestam a presença do novo coronavírus no organismo humano, que passa a produzir anticorpos para reagir à presença do vírus, de sete a dez dias após o contágio. A inovação permite redução do custo do kit de teste a cerca de R$ 10.

“O sistema permite reduzir os casos de falsos positivos. Não encontramos no mercado produto similar que seja capaz de detectar dois antígenos com tanta rapidez, escalabilidade e baixo preço. O fato de as proteínas estarem em solução e não fixadas em um substrato seco, como nos testes imunológicos tradicionais, reduz o número de falsos positivos. Além disso, o uso de nanopartículas e de reagentes cromogênios especiais aumenta a sensibilidade de detecção do nosso método”, disse o professor Luciano Fernandes Huergos, que coordena o Laboratório de Microbiologia Molecular do campus Litoral da UFPR, em Matinhos.

Mercado

Outra inovação, criada no mesmo laboratório, é uma adaptação para um teste imunológico tradicional, o Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (Elisa), que detecta a presença de anticorpos contra o novo coronavírus também em poucos minutos. Seu custo seria reduzido para cerca de R$ 5 com a utilização do antígeno da UFPR.

Para chegar ao mercado e beneficiar a sociedade, porém, essa tecnologia depende de indústrias interessadas em produzir e comercializar. Para isso, o laboratório abriu editais por meio da agência de inovação da universidade.

 

 

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