“Universidade Viva” é o tema do Festival do Conhecimento, evento organizado pela UFRJ que começa na terça-feira (14) e se estende até sexta, 24 de julho. Serão mais de duas mil atividades gravadas e transmitidas digitalmente. Apesar da pandemia da Covid-19, este é um ano especial para a UFRJ, que celebrará 100 anos de existência.

O Sintufrj participará do encontro com temáticas voltadas ao engajamento dos técnicos-administrativos em educação no novo normal, ou seja, à vida depois da passagem do coronavírus.

“A pandemia nos colocou em isolamento social. De uma hora para outra tivemos que nos adequar às novas tecnologias como meio de comunicação para trabalhar e desempenhar outras tarefas necessárias à vida. O mundo virtual se descortinou à nossa frente. Sendo assim, enquanto entidade sindical não poderíamos nos furtar a levar para a nossa categoria algumas temáticas que consideramos essencial e que vão nortear o nosso trabalho em um futuro nem tão distante assim”, afirmou a coordenadora de Comunicação do Sintufrj, Marisa Araújo, sobre a participação do Sindicato no projeto proposto pela Reitoria.

Segundo antecipou a dirigente, o Sintufrj pretende levar para o Festival do Conhecimento discussões e reflexões sobre temáticas que foram discutidas nos últimos meses e que mexem com o fazer dos técnicos-administrativos. O Sintufrj realizará quatro atividades em dias intercalados. “Contamos com a participação das trabalhadoras e trabalhadores em educação, porque trataremos de temas que são cruciais para as nossas atividades de trabalho na universidade e para a sociedade”, convida Marisa.

Programação

▪️”Trabalho remoto na UFRJ: balanço e perspectivas” – dia 15 (quarta-feira), das 17h às 19h.

▪️”Novos atores na cena universitária” – dia 17 (sexta-feira), das 11h30 às 13h30.

▪️”Saúde mental do trabalhador(a) na pandemia” – dia 22 (quarta-feira), das 17h às 19h.

▪️”Recortes raciais da sociedade em debate” – dia 24 (sexta-feira), das 17h às 19h.

Trabalho remoto

Este é um tema recorrente na universidade, discutido em várias sessões do Consuni, através de lives e por grupos de trabalho. O assunto se tornou crucial para todos os três segmentos em consequência da instrução normativa publicada pelo governo federal exigindo confirmação de frequência durante a pandemia, por meio de um código a ser lançado no
sistema, acarretando perda de benefícios aos servidores.
“Trabalhar em casa tem suas consequências e muitos de nós não estão observando isso. As tarefas se tornaram individualizadas, estamos fisicamente distante de nossas unidades e, principalmente, das companheiras e companheiros”, chama atenção Marisa.

Novos atores

Nestes 100 anos de UFRJ, os técnico-administrativos em educação, com muita luta, foram deixando para trás a condição de alienação e subalternidade, e adquirindo a consciência de que são essenciais para a organização e realização das atividades acadêmicas.

Nos últimos anos vários servidores ingressaram na universidade através de concursos públicos, resultado de uma das muitas lutas importantes vitoriosas da categoria. Ao mesmo tempo em que os recém-concursados vão chegando, centenas de companheiras e companheiros que fizeram a história da categoria na UFRJ vão se aposentando.
“Precisamos discutir e ressignificar o papel destes servidores recém ingressos para novos desafios. Eles precisam estar preparados para dar continuidade às lutas por conquistas econômicas, sociais e por respeito e dignidade”, afirma a coordenadora do Sintufrj.

Saúde mental

“Sempre estivemos expostos a diversos fatores nos nossos ambientes de trabalho e muitas vezes levam ao adoecimento. Por imposição de um vírus agressivo e letal, fomos forçados a adotar o isolamento social. Há mais de quatro meses estamos com familiares ou sozinhos, mergulhados com nossas ansiedades, medos e inseguranças. Se anteriormente já convivíamos com esses problemas, eles aumentaram significativamente nesse período de quarentena. Nossa proposta orientar os nossos servidores sobre como lidar com essa situação, tentando manter o equilíbrio mental”, explica Marisa porque o tema foi pautado pelo Sintufrj para o Festival do Conhecimento.

Racismo

“Estamos com um governo fascista e de extrema direita, que não esconde a sua ideologia política e acentua ainda mais a diferença entre a elite e o povo pobre e negro (a). Com sua posição negacionista em relação à Covid-19, estamos vendo uma parcela significativa da população adoecendo e vinda a óbito. A grande maioria das vítimas do vírus é pobre e preto.

É fundamental compreender o aspecto racial das relações, desde a ausência de negros nos espaços de poder, como na política institucional, a política de cotas raciais nas universidades e a invisibilidade e demonização da cultura e das religiões de matriz africana, por exemplo. Convidamos pessoas que discutem várias nuances sobre o tema para pensarmos juntos sobre o racismo, suas origens e efeitos em diversos aspectos da vida. Com essas preocupações trataremos sobre essa importante questão no Festival do Conhecimento”, antecipa Marisa.

 

A reitora da UFRJ assumiu publicamente na sessão do Conselho Universitário o compromisso de no início da semana se reunir com representantes da associação dos terceirizados para discutir a situação desses trabalhadores que se agravou desde o início da pandemia.

“Vamos contatar a Attufrj (a associação dos terceirizados)  para amarrar a reunião para o início da próxima semana” garantiu Denise Pires, na quinta-feira 9.

Os terceirizados enviaram ofício ao pró-reitor de Gestão e Governança, André Esteves, em 29 de junho para relatar procedimento das empresas que prestam serviços à universidade. Segundo dirigentes da associação, eles têm buscado a intermediação da pró-reitoria em busca de solução para os impasses, mas não obtiveram sucesso até o momento.

“Há tempos a UFRJ vem sofrendo um desgaste grande com os terceirizados porque as empresas não respeitam os direitos dos trabalhadores. Há casos de pessoas que trabalham há 25 anos na UFRJ e não têm sequer  Fundo de Garantia, que é o sonho de todo trabalhador  para poder comprar sua casa própria. As terceirizadas não cumprem com suas obrigações trabalhistas, abandonando a universidade nesta situação”, relatou o dirigente da Attufrj Robson Carvalho.

Drama sem fim

“Nós ficamos praticamente enxugando gelo e limpando carvão”, disse Robson para justificar o pedido de reunião com a reitora.  “Gostaríamos de marcar uma reunião com a senhora para debater isso de modo mais profundo, para melhor a qualidade do nosso trabalho e para que a universidade não venha a ter mais esse desgaste. É ruim para a UFRJ como é para nós, trabalhadores. Há caso de pessoas doentes por que sofrem todo tipo de assédio moral. Desde já agradeço e desculpe alguma coisa”, finalizou o dirigente da Attufrj seu depoimento.

Aliás, já se tornou rotina no Consuni , há várias gestões da Administração Central, os terceirizados compartilharem como são explorados pelas empresas contratadas pela UFRJ e ao mesmo tempo pedirem a intervenção da Reitoria para que os abusos desses empresários cessem.

Ajuda

A Attufrj agradeceu ao Sintufrj, Adufrj e ao DCE Mário Prata pela ajuda material e apoio político que essas entidades estão dando aos terceirizados.  “Eles estão nos apoiando nesta luta e já distribuíram cerca de 300 cestas básicas aos terceirizados sem salários e aos demitidos. Mais uma vez, Robson denunciou que foi demitido por perseguição política: “Não só eu, mas alguns outros colegas também. Tenho testemunho do fiscal de contrato, relatando meu bom trabalho. Nós gostaríamos que a Reitoria revisse essa situação da demissão e a perseguição por prestarmos  um bom trabalho à universidade. Até segunda ordem não temos nenhuma infração cometida”.

A COVARDIA de empresas submete trabalhadores a condições inaceitáveis de precarização

 

 

O presidente fez uma postagem no Facebook confirmando a indicação

Matéria retirada do site da Revista Fórum

O presidente Jair Bolsonaro confirmou em suas redes sociais que o pastor Milton Ribeiro, da Igreja Presbiteriana, foi indicado por ele para comandar o Ministério da Educação.

“Indiquei o Professor Milton Ribeiro para ser o titular do Ministério da Educação”, escreveu o presidente.

“Doutor em Educação pela USP, mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia. Desde maio de 2019, é membro da Comissão de Ética da Presidência da República”, disse ainda.

A nomeação do novo ministro já foi publicada no Diário Oficial, em edição extra: “O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,caput, inciso I, da Constituição, resolve NOMEAR MILTON RIBEIRO, para exercer o cargo de Ministro de Estado da Educação”.

Ribeiro chega ao MEC após a fuga de Abraham Weintraub para os Estados Unidos e a curta passagem de Carlos Alberto Decotelli, que ficou apenas 5 dias no posto e sequer tomou posse.

Apesar de ser pastor, o novo ministro não seria uma indicação da bancada evangélica da Câmara. Essa bancada foi uma das responsáveis pela erosão da indicação de Renato Feder, que sofreu pressões também da ala olavista do governo – um dossiê teria sido preparado pelos seguidores de Olavo de Carvalho.

Em nota, Ribeiro pregou um “pacto nacional pela qualidade da educação em todos os níveis”. “Precisamos de todos: da classe política, academia, estudantes, suas famílias e da sociedade em geral. Esse ideal deve nos unir”, afirmou.

“Acredito ser hora de darmos atenção especial à educação básica, fundamental e ao ensino profissionalizante. Ao mesmo tempo devemos incrementar o ensino superior e a pesquisa científica. Atuaremos em articulação com os Estados, Municípios e seus gestores para mudar a história da educação do nosso país”, disse ainda.