A maioria das universidades federais no país se prepara para iniciarem, em setembro, as atividades letivas pelo sistema remoto. No Rio de Janeiro, as Universidades Federal Fluminense (UFF) e a Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) informam que as aulas começam no dia 14 de setembro, mas ainda se estruturam para isso.

Na UFF, o primeiro semestre letivo de 2020 será encerrado em  dezembro e o segundo semestre está previsto para 1º de fevereiro a 10 de maio. Não há previsão para retorno presencial este ano. Os Estudos Continuados Emergenciais na Rural do Rio têm previsão para terminar em 12 de dezembro. “Aqui ainda estamos nos organizando”, informa a coordenadora-geral do Sintur, Ivanilda Reis.

A atuação dos técnico-administrativos em educação na Rural se dará preferencialmente de forma remota. As situações excepcionais de presencialidade estão submetidas ao plano elaborado pelo Comitê para Adoção de Medidas de Enfrentamento da Pandemia de Covid-19, informou a dirigente sindical.

UFF

O projeto de retomada na UFF tem quatro princípios para que a comunidade acadêmica se prepare: planejamento institucional, capacitação docente, auxílios de inclusão digital para apoio aos estudantes em vulnerabilidade social e com deficiência e atendimento de saúde mental.

Para os estudantes foram aprovadas 10 mil bolsas para acesso digital e auxílios: 8 mil para estudantes de graduação e 2 mil para estudantes de pós-graduação pelo Programa Integrado de Inclusão Digital e Apoio às Atividades Acadêmicas para oferta de chips, internet, modem, equipamentos e auxílios.

A maioria das bolsas é para garantir o acesso digital dos estudantes às aulas, como compra de pacotes de internet no valor de R$ 100,00. Em relação aos equipamentos foi aprovada a compra de 700 chrome books. Os equipamentos serão entregues na casa dos alunos.

O coordenador-geral do DCE-UFF Fernando Santo Cruz, João Neto, disse que os editais para a concessão das bolsas transcorrem normalmente, e já houve o cumprimento da primeira etapa com a aprovação da compra de 300 computadores. A partir de 2 de setembro começará a nova etapa com a aquisição pela universidade de mais 400 computadores.

“Passamos dois meses discutindo o processo de retomada e obtivemos importantes vitórias para não prejudicar os estudantes, fruto da pressão e da mobilização do DCE e dos Centros Acadêmicos e Diretórios. Lógico que não estamos num momento ideal, ainda mais com o corte de verbas pretendido pelo governo fascista de Bolsonaro”, pontuou Neto.

Com relação aos técnicos-administrativos, o Sintuff aguarda o reinício das atividades remotas para ver o que acontece. “Estamos na expectativa. O nosso grande problema tem sido o trabalho dos profissionais de saúde que estão na linha de frente do enfrentamento à Covid-19. Perdemos cinco companheiros. Quanto ao suporte para as atividades remotas estamos aguardando. Discute-se nos conselhos a necessidade da presença de técnicos-administrativos em alguns laboratórios. E este é um debate que tem de ser feito no Conselho Universitário”, afirmou  o coordenador-geral do Sintuff, Pedro Rosa Cabral.

A UFF tem 46.032 alunos, 3.587 professores e 4.277 técnico-administrativos.

Rural

Os estudantes da Rural também contam com auxílio da universidade para terem acesso às aulas virtuais, segundo o processo é o mesmo, segundo a coordenadora-geral do Sintufr.  No total 2.230 graduandos dos campi de Seropédica, Nova Iguaçu e Três Rios serão contemplados com o Auxílio de Inclusão Digital.

O formulário on-line para solicitação do auxílio financeiro de inclusão digital estará disponível de 26 de agosto a 3 de setembro. Somente os estudantes que recebem alguma das modalidades de auxílios de assistência estudantil concedidas pela UFRRJ e os que têm vaga no Alojamento Universitário passarão pelo processo seletivo.

O auxílio será pago em parcelas mensais de R$ 250 a partir do mês de assinatura do termo de compromisso durante o período de vigência dos Estudos Continuados Emergenciais. Se não houver número de auxílios suficientes para atender a todos os candidatos aprovados na seleção, será gerada lista de espera com validade até dezembro de 2020.

As demandas de estudantes com deficiência serão atendidas mediante processos seletivos específicos. As inscrições para esse tipo de auxílio da universidade foram encerradas no dia 14 de agosto. Serão oferecidos auxílios financeiros de inclusão digital para os graduandos público-alvo da Educação Especial, além de 45 cotas únicas de até R$ 1.700 para a aquisição de equipamentos de tecnologia assistiva.

A UFRRJ tem 6.422 alunos, 756 professores e 458 técnico-administrativos.

 

 

 

A dedicação dos servidores na realização de suas tarefas durante a pandemia, de forma remota, presencial ou hibrida, para que as instituições não parem de funcionar – nem é preciso destacar o valor dos profissionais de saúde, que enfrentam diariamente de frente a Covid-19, para a sociedade –, o governo pretende pagar congelando os seus salários. O presidente da República Bolsonaro também ameaça o funcionalismo público com redução de salários e cortes de benefícios.

A situação dos servidores públicos das universidades federais, principalmente, que além dos baixos salários e fim dos reajustes, ainda são penalizados com o corte de verbas para as instituições de ensino, pesquisa e extensão, é o tema em debate no 1º Fórum Técnico-Administrativo em Educação organizado pelo Sintufrj, de 1 a 3 de setembro, e da assembleia on line convocada pela direção sindical, na sexta-feira, 28, às 10h.

Só arrocho 

Na avaliação da coordenadora da Mulher trabalhadora da Fasubra Sindical, Rosângela Costa, o congelamento de salário é uma consequência do projeto do governo Bolsonaro de ataque aos trabalhadores do serviço público. Mas, ela ressalta que, no caso dos técnicos-administrativos em educação, além do ataque direto a condição de trabalhadores e a desvalorização da carreira, o governo decidiu não dialogar com a categoria.

“Estamos, digamos, duas vezes taxados pelo governo na sua lista de inimigos prioritários como os responsáveis por todos os problemas do país e, com isso, tentam nos colocar mais e mais para a sociedade como marajás. Em que pese, durante a pandemia, nossas trabalhadoras e trabalhadores, principalmente da área da saúde e também aqueles ligados à pesquisa estarem enfrentando não só o governo, mas demonstrando o quão importante é o servidor público para a sociedade”, constata a dirigente.

De acordo com Rosângela, os técnicos-administrativos das Ifes estão sem reajuste desde o governo golpista de Michel Temer. E a situação da categoria, se agrava no atual governo, na medida em que não há concurso público, os trabalhadores não são valorizados e as verbas das instituições são cortadas, precarizando ainda mais o trabalho e a qualidade dos serviços que esses servidores entregam para a sociedade.

Outra questão, segundo Rosângela, é a do teletrabalho, sobre o qual não há, na maioria das instituições, diálogo com os trabalhadores a respeito. (Sem que haja) “uma extensão ou aprofundamento da política do governo, os dirigentes querem fazer cumprir determinações sem debate, como, por exemplo, sobre a questão da segurança e da saúde das trabalhadoras e trabalhadores. Inclusive em alguns momentos é apontado o retorno deles ao trabalho presencial”.

Vida de luta

Rosângela vislumbra muitos embates pela frente: “Na nossa vida e na pós-pandemia”, observa. “A avaliação é que será uma vida de muita luta, de muita resistência e necessidade de trabalharmos de forma unitária, não só os técnicos-administrativos em educação. Todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores do serviço público em geral têm que estabelecer uma campanha unitária de resistência e de valorização do serviço público e dos trabalhadores do serviço público”, defende.

Para a coordenadora da Fasubra a política em curso é de extermínio. “Querem privatizar tudo: o ensino e o serviço público. Por isso é necessário que a gente tenha a exata compreensão do momento. Não se trata de um governo neoliberal, mas um governo que se poderia dizer tem traços profundos de fascismo, de requintes de crueldade. Nunca tivemos uma vida fácil, nem mesmo no governo democrático popular, com a categoria sempre em luta, mas agora não há tempo de nos recuperarmos dos ataques se sucedem”, constata.

A dirigente antecipou que a Fasubra está consultando as entidades (do serviço público) e sugerindo que as assembleias discutam sobre temas como a reforma administrativa, trabalho remoto e presencial e os cortes na educação, para que os sindicatos e federações se posicionem e se faça um debate nacional. Segundo a coordenadora, a Fasubra está planejando uma plenária (também virtual) para definir posição sobre essas questões, buscar caminhos conjuntos e pensar como se constrói a mobilização e a resistência.

“O grande desafio é como construir essa unidade se estamos no momento virtual”, levanta a dúvida a dirigente, mas lembrando que o momento é de tentar superar a pandemia para encarar o governo, criando condições para ampliar a mobilização. “A reação da categoria vai depender do retorno das assembleias, quando saberemos o que todo mundo está pensando”, conclui.

 

 

Em marco o calendário enlouqueceu com 2020 sendo atropelado pela pandemia do novo coronavírus. A UFRJ entrou na quarentena e o Sintufrj teve que se adequar aos protocolos de saúde, organizando o trabalho remoto para manter o atendimento aos sindicalizados. Após cinco meses do início do isolamento social, a direção sindical respira aliviada, porque nada faltou à categoria que fosse de responsabilidade do Sindicato até agora e as vidas dos trabalhadores da entidade foram preservadas.

Na sétima matéria da série o Sintufrj na pandemia, a palavra está com o  Departamento de Comunicação Sindical (Decos). Os nove profissionais (jornalistas de texto e imagem, web designers com múltiplas atribuições e secretária de redação) estão trabalhando em home office e em nenhum momento os técnicos-administrativos em educação ficaram sem informações. Todos os canais de comunicação do Sintufrj têm sido diariamente alimentados — site, WhatsApp, Facebook e Youtube.

Pelas mídias do Sintufrj, especialistas conversam com a categoria, pelas lives, sobre os principais temas da atualidade, democracia, direitos, racismo, saúde e a organização do trabalho remoto. De segunda a sexta, o Boletim Dia a Dia abastece os sindicalizados com noticiário atualizado, por meio do site e de uma lista de transmissão via WhatsApp.

Fórum

Com as campanhas como #FiqueEmCasa ou #SouUFRJ, o Sintufrj multiplicou as adesões à luta em defesa dos servidores e dos serviços públicos. Pelos canais de comunicação da entidade, ampliou para a categoria as possibilidades de participação no Festival do Conhecimento da UFRJ, evento que abriu as comemorações dos cem anos da universidade. O Sindicato também colaborou organizado palestras de interesse de toda a comunidade universitária.

Nas últimas semanas, o Decos assumiu a tarefa de divulgar o 1º Fórum Técnico-Administrativo em Educação, nos dias 1, 2 e 3 de setembro, com transmissão on line, como também de assessorar os coordenadores responsáveis pela realização deste importante acontecimento para a categoria. O tema em questão é a Uberização no serviço público.

Boletim e lista de transmissão 

O canal do sindicato no WhatsApp leva informações quentinhas aos inscritos na lista de transmissão do Sintufrj. Diariamente também em seus celulares, os sindicalizados recebem o link das aulas e outras atividades de responsabilidade do Espaço Saúde Sintufrj. Se você, companheira ou companheiro ainda não faz parte desse grupo, atualize-se. Envie mensagem e salve pelo telefone (21) 96549-2330 e salve o contato em seu celular.

O boletim Dia a Dia chega diariamente aos sindicalizados de segunda a sexta, com informações atualizadas sobre assuntos do interesse da categoria, como também a respeito da pandemia, da UFRJ, o Estado do Rio e o Brasil. O Decos acompanha cotidianamente tudo o que acontece em Brasília e repassa aos trabalhadores.

Youtube, face e site

Até o início de agosto, foram postadas no site do Sintufrj desde a chegada da pandemia ao país 468 matérias, além de boletins diários e três edições do jornal digital Formas e reportagens de outros veículos, como CUT, Dieese, Diap,  Ongs e sites de outras publicações com credibilidade comprovada.

Produção visual

Sempre que necessário, também são publicadas nas mídias do Sintufrj informações sobre as ações judiciais, convocatórias para reuniões e atos virtuais, como para a greve do dia 18 de março (“barulhaço do 18M”);  “Barulhaço de 7 de abril”; campanha #FicaEmCasa; “Fora Bolsonaro” e de valorização dos profissionais da UFRJ; capas para o Facebook (como a da campanha de valorização do SUS); vídeos em homenagem aos enfermeiros e sobre prevenção ao coronavírus; criação de filtros para o facebook (como o #FicaEmCasa) e de logomarca do jornal digital Formas; elaboração da arte para a carteira virtual dos sindicalizados e de materiais de divulgação de serviços, como o Linha Direta, Arte de Ficar em Casa, produtos e eventos do Sintufrj.

Vídeos

A produção de vídeo para o Youtube do Sintufrj também se manteve em mesmo ritmo, ou seja, de acordo com a necessidade da diretoria. Campanhas, como a Fique em Casa (com profissionais da UFRJ), #Sou UFRJ e Os imprescindíveis (de valorização do técnico-administrativo), com vários depoimentos de servidores, vinhetas e peças sobre temas e reivindicações importantes para os trabalhadores, como contra os ataques do governo federal a direitos e a defesa do serviço público apresentados pela direção sindical na “Agenda Sintufrj”, foram alguns dos trabalhos realizados durante a pandemia pela área de audiovisual do Sindicato.

Está no ar, no momento, a campanha de divulgação do 1º Fórum importante Fórum Técnico-Administrativo em Educação do Sintufrj.