“Teremos um abril mais trágico da história da saúde no Brasil nos últimos 100 anos. O número de casos está se elevando no Rio de Janeiro e no país como um todo e, consequentemente, o número de óbitos. Daí optarmos por fazer um alerta à população e especialmente a autoridades governamentais para que parem de negar a ciência, para que parem de omitir-se frente às medidas necessárias que precisam ser tomadas para que possamos reduzir o número de mortes”. O tom dramático da declaração do epidemiologista Roberto Medronho, coordenador do GT Covid-19 da UFRJ, revela a gravidade do momento que o país atravessa.

Para o médico, haveria possibilidade de reversão desse quadro. “Mas como estamos vendo em vários lugares do país a não adoção das políticas necessárias, como o lockdown total em algumas localidades, elevará de forma assustadora o número de óbitos. Enquanto cientista, fico indignado ao ver a atitude negacionista e anticiência de algumas autoridades. Esta irresponsabilidade é a diferença entre salvar ou não uma vida”, diz ele. 

O epidemiologista pondera que grande parte dos óbitos em nosso país tem um perfil demarcado, atingindo a população negra e pobre. “Talvez isso explique a falta de empatia de alguns governantes que diuturnamente, nas mídias sociais ou na tradicional, mostram desprezo pela vida, inclusive fazendo pouco caso das ações para o combate à pandemia: Só controlaremos a Covid-19 quando tivermos distanciamento social de forma adequada e a vacinação em massa. São essas medidas que esperamos dos governantes que foram eleitos para fazer o melhor para a população”. 

Roberto Medronho acusa o governo de estar ferindo um preceito constitucional (o artigo 196) que diz: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos…”. Ou seja, é um dever constitucional dos governos federal, estadual e municipal adotarem as medidas adequadas para o combate ao coronavírus.

500 mil mortos

E não basta decretar lockdown, mas adotar medidas econômicas para mitigar o efeito dramático no bolso das pessoas desempregadas, subempregadas, ou no mercado informal, ele observa.

O médico lembra que algumas projeções de instituições sérias de pesquisa estimam a ocorrência de 400 a 500 mil óbitos até junho. “Se nós continuarmos com esta política que os estados estão adotando na maior parte do país, realmente poderemos atingir algo muito próximo”. 

Além disso, ele lembra que os óbitos que compõem as estatísticas são aqueles que registram na declaração a causa básica. Entretanto, há muitos casos de comorbidades que não levariam a óbito se a pessoas não contraísse Covid, e podem não constar nestas estatísticas, fazendo com que os números reais sejam ainda maiores do que apresentado.

 

 

 

A importância da atividade física para fortalecer a imunidade e diminuir o estresse e a ansiedade nesses meses de distanciamento social foi destacada pela coordenadora do Espaço Saúde do Sintufrj, Carla Nascimento, na roda de conversa virtual realizada na manhã desta terça-feira, 6 de março.

A live foi organizada pela Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST/PR4) em parceria com o Sintufrj – para marcar o Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde. 

O evento, coordenado pela nutricionista Sônia Borba (CPST), reuniu especialistas e teve como moderadora Priscila Cerqueira, também nutricionista da CPST. Temas como saúde, nutrição, terapias holísticas, educação física foram abordadas no encontro.

“Essa live foi planejada para comemorar o Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde, o Dia da Atividade Física e o Dia Mundial da Saúde, que é amanhã, dia 7 de março”, explicou Sônia.

Prevenção

A coordenadora do Espaço Saúde do Sintufrj destacou a preocupação da entidade com a prevenção da saúde tanto que, nesta pandemia, disponibilizou as atividades para todos os servidores da UFRJ, e não apenas sindicalizados. São aulas de ginástica localizada, ritmos, pilates, yoga, circuito, aula de corrida em casa, alongamento, de 2ª a 5ª, às 10h e 16h, através da plataforma Zoom.

“É só ligar para o telefone 96549-3033 e pedir para ser inserido no grupo de alunos do Espaço Saúde para receber os links pela manhã e à tarde para participar das atividades. É importante você se mexer. A atividade física é a forma mais saudável de você se sentir mais ativo e vivo”, observou.

Nutrição

Bruna Taranto, nutricionista do Sistema de Alimentação (SIA/PR6), tratou da importância da nutrição e a saúde mental. Deu uma aula sobre boa alimentação indicando vitaminas, minerais, frutas, verduras e proteínas, sucos verdes, shots matinais, com foco na diminuição da ansiedade. 

“A saúde mental e emocional é muito importante para conseguirmos lidar com esse momento que estamos vivendo”, ressaltou. Existe relação sim entre a nutrição e a saúde mental. A nutrição pode nos ajudar a ter maior controle emocional e mental, hoje fundamental”, sustentou. 

“É colocar mais comida de verdade à mesa, diminuir o açúcar e os produtos industrializados. É desembalar menos e descascar mais”, completou Bruna.

Terapias

Patrícia Feitosa, enfermeira da CPST e terapeuta em Reiki e Florais de Bach, trouxe para o universo dos leigos a Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), tais como cromoterapia, aromaterapia, Reiki, Florais de Bach e Meditação, que ela informa terem sido incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e que podem ser utilizadas em casa.

“As práticas integrativas podem nos beneficiar e impactar positivamente na nossa saúde emocional e principalmente na saúde mental, ainda mais nesses tempos de covid em que temos de ficar confinados e perdendo o contato com nossos familiares”, explicou. 

“Elas promovem equilíbrio, bem-estar físico, mental e emocional. Tem excelentes resultados nos casos de ansiedade, depressão, insônia, estresse, melhora da concentração, entre outras questões de desarmonia”, acrescenta a terapeuta.

Segundo Patrícia, tais terapias não substituem o tratamento tradicional. No entanto, dado os seus benefícios, existem 29 procedimentos incorporados ao SUS, pois são utilizadas em paralelo para promover a saúde mental principalmente, o que traz também benefícios físicos.

Confira, na íntegra, a live que pode estimular hábitos saudáveis e melhorar sua qualidade de vida: 

 

 

 

 

“Quando vamos nos dar conta do tamanho desta hecatombe?”, questionou o respeitado cientista Miguel Nicolelis ao repercutir o novo recorde macabro da pandemia no Brasil

Matéria retirada do site da Revista Fórum. 

O Brasil registrou nesta terça-feira (6) um novo recorde relacionado à pandemia do coronavírus. Segundo balanço do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), 4.195 pessoas morreram em decorrência da Covid-19 nas últimas 24 horas. Trata-se da primeira vez que o número de óbitos supera a marca de 4 mil de um dia para o outro.

Desde o início da pandemia, já foram contabilizados 336.947 óbitos causados pela doença.

O número de infectados pelo vírus também segue crescendo de maneira descontrolada. Foram, segundo o Conass, 86.979 casos confirmados de Covid-19 nas últimas 24h, o que faz o acumulado desde o início da crise sanitária saltar para 13.100.580.

Pelas redes sociais, o respeitado cientista Miguel Nicolelis, que desde o início do ano vem pregando um lockdown nacional para cessar a escalada de mortes, reagiu aos novos números. “Segundo CONASS atingimos 4195 mortos por COVID19 nas últimas 24 horas no Brasil! Quando vamos nos dar conta do tamanho desta hecatombe?”, questionou.

Bolsonaro segue pregando contra lockdown e em favor de remédios sem eficácia

Mais cedo, antes da divulgação do novo número recorde da Covid no Brasil, Jair Bolsonaro atribui a queda no número de internações anunciada pelo prefeito João Rodrigues (PSD) em Chapecó, Santa Catarina, ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença no propagado “tratamento precoce”, que utiliza remédios como cloroquina e ivermectina.

“Naquele município – e em mais também, em estados -, o médico tem a liberdade total de trabalhar com o paciente. Total. Esse é o dever do médico. É uma obrigação e um direito dele. Não tem um remédio específico, ele trata da melhor maneira possível, por isso os índices foram lá para baixo”, disse Bolsonaro, ignorando que, entre as medidas adotadas pelo prefeito, está o lockdown, medida tida por especialistas como a mais efetiva para conter as mortes enquanto não há vacinação em massa e que é rechaçada pelo presidente.

 

 

Entre as ações urgentes a serem tomadas, pesquisadores da UFRJ destacam necessidade de mais duas semanas de medidas restritivas