Sábado, 19 de junho, vamos repetir o 29M e encher as ruas do país com nossas bandeiras e a palavras de ordem “O governo é mais perigoso que o vírus: Fora Bolsonaro para salvar vidas!” Sim, a nossa luta é por vacina no braço e comida no prato de todos os brasileiros, e para conquistarmos esse direito só expulsando Bolsonaro genocida do Planalto Central.
O Rio de Janeiro se prepara com mais força para fazer ecoar o #ForaBolsonaro! em todo o Brasil e no mundo. A concentração está marcada para às 10h, no Monumento Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, nas proximidades do Terreirão. Os manifestantes seguirão em caminhada até a Igreja da Candelária.
Organização
A organização da manifestação foi decidida na Plenária de Lutas, na quinta-feira, 10, com a participação das Frentes Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, CUT e demais Centrais Sindicais, Comitê em Defesa da Vida, Fórum por Direitos e Liberdades, Movimento Acredito, Frente pela Vida, Coalizão Negra por Direitos, Comitê de Luta Contra as Privatizações, UNE, entre outras dezenas de entidades e movimentos.
Denúncia
Estaremos de volta às ruas para denunciar a falta de vacinas, auxílio emergencial ínfimo, falta de verbas para a educação, extermínio do povo negro, destruição da natureza e da Amazônia, e aumento da carestia de vida e do desemprego. Todos devem usar máscara, levar álcool em gel e manter o distanciamento.
O texto de convocação do ato denuncia a política genocida de Bolsonaro, principalmente em relação à pandemia, ao auxílio emergencial e ao assassinato de negros e pobres:
“A luta contra Bolsonaro é uma luta pela vida. Somos Fora Bolsonaro e defendemos o impeachment do presidente!
– Queremos uma campanha massiva pela vacinação para todos! Com prioridade para trabalhadores mais expostos ao vírus, como entregadores, trabalhadores dos transportes públicos, de supermercado e farmácias.
– Precisamos da volta do auxílio de R$ 600,00 para combater a fome que ataca nossas famílias e cresce cada dia mais no país.
– É urgente o fim das operações policiais nas favelas e periferias! Que mata ainda mais a população negra e pobre com tiro. Nem fome, nem tiro, nem covid, queremos viver!
Vem com a gente ocupar as ruas e dizer não a esse governo genocida!”
Para o povo deixar de usar a máscara, como quer Bolsonaro, país precisaria vacinar 70% da população. Sem máscara e distanciamento social, Brasil pode ter um número catastrófico de mortes e casos de Covid-19
Com a pandemia do novo coronavírus descontrolada, quase meio milhão de vidas perdidas e a vacinação lenta, recomendar o não uso de máscaras, como defendeu o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) nesta quinta-feira (10), é fazer “discurso de morte”, dizem autoridades e especialistas da área da saúde.
Eles rechaçaram veementemente a fala de Bolsonaro que disse ontem que o ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga, está estudando uma portaria para desobrigar o uso de máscara de quem foi vacinado contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e também dos que já contraíram o vírus e sobreviveram.
O presidente, que sempre defende medidas contrarias à ciência, ignora as mais de 482 mil vítimas da doença que segue acelerada – em apenas 24 horas, 2.344 brasileiros perderam a vida e 89.802 foram infectadas. O total de pessoas contaminadas chegou a 17.215.159 milhões.
A fala de Bolsonaro de não uso de máscaras com este cenário, chocou sanitaristas e lideranças políticas que, de imediato, rebateram mais uma declaração negacionista do presidente.
Especialistas avaliam que a fala de Bolsonaro é um “perigo de morte”, no momento em que o Brasil já sinaliza uma terceira onda da doença que pode ser mais letal. Além disso, o país não fez a lição de casa em um ano e meio de pandemia e, por conta disso, ainda sofre as consequências da má administração do governo federal na maior crise sanitária do século.
O Brasil ainda não atingiu a imunidade de rebanho para tomar uma decisão como essa. Especialistas dizem que 70% da população precisar estar vacinada para se falar em controle da doença. E, e sem as medidas necessárias, como uso de máscara e distanciamento social, país pode ter um número catastrófico de mortes e casos da doença.
“Isso é mais um golpe de negacionismo, deixar as pessoas tentarem a imunidade de qualquer jeito, com muito mais mortes. Só no nosso país estão acontecendo essas coisas”, afirma o médico infectologista Marcos Boulos, em entrevista à Carta Capital, denunciando o “discurso de morte” do ocupante do Palácio do Planalto.
“As pessoas, mesmo vacinadas, podem estar assintomáticas e transmitindo. Então, todos têm de usar máscara até que consigamos ter a imunidade populacional, a chamada imunidade de rebanho, e isso provavelmente só acontecerá próximo do fim do ano”, disse o doutor Boulos.
Com a vacinação lenta porque o governo Bolsonaro ignorou todos os emails de compras da vacina no ano passado, o uso de máscaras pela população é necessário mesmo para aqueles que já foram vacinados contra a Covid-19 e para quem se recuperou da doença.
O sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, chamou a declaração do presidente de criminosa. “É uma posição próxima de criminosa. Quem já teve a doença, está provado, pode ter a doença novamente”, disse ao Estadão.
No mundo, Israel e os Estados Unidos são alguns dos países em que vacinados também não são obrigados a usar máscara. Lá, segundo balanço do Our World in Data, 59,4% da população já recebeu as duas doses da vacina. Nos EUA, 42,15%. Já no Brasil, apenas 11,06% das pessoas estão completamente imunizadas.
Alta de casos da doença
No Brasil, a alta taxa de transmissão do vírus e a média móvel de casos da doença acima de 50 mil por dia, ainda não permitem que a população deixe de usar as máscaras neste momento.
A situação se agravou nos últimos dias em Curitiba, Campo Grande, Aracaju, São Luís, Recife, Natal, Fortaleza, Maceió, Santa Cataria e Mato Grosso do Sul já apresentavam taxa de ocupação de leitos de UTIs igual ou superior a 90%, segundo levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo.
Essa tendência de alta procura por leitos intensivos da Covid-19 pode ser observada em outras capitais brasileiras que têm ocupação acima de 80% e 70%.
Fala de Bolsonaro repercutem nas redes
A fala do presidente repercutiu imediato nas redes sociais. A frase “Use máscara e tire o Bolsonaro” ficou entre os assuntos mais comentados nas redes. Personalidades políticas, artistas e várias organizações sociais repudiaram a fala de Bolsonaro.