“A CUT continua firme e forte e vai se modernizar para estar sempre presente na vida das trabalhadoras e dos trabalhadores deste país”, destacou o vice-presidente da Central, Vagner Freitas

Publicado: 24 Outubro, 2021. Escrito por: Érica Aragão

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

Após um dia cheio de debates e discussões, da apreciação, atualização e aprovação das moções e das emendas do Projeto Organizativo e do Plano de Luta, na tarde deste domingo (24), a Secretária-Geral e o vice-presidente da CUT, Carmen Foro e Vagner Freitas, respectivamente, em nome de toda direção, encerraram a 16º Plenária Nacional da CUT “Organização e Unidade para Lutar” convocando os mais de 950 delegados e delegadas para o 14º Congresso Nacional da entidade, que acontecerá em outubro de 2023.

Foram quatro dias de debates virtuais, com mais de 2/3 das delegadas e delegados participando ativamente, e junto  com observadores e convidados, foram quase mil conexões diárias construindo coletivamente o futuro da CUT e da organização dos trabalhadores e das trabalhadoras.  

“Conseguimos realizar debates tão profundos e aprovar resoluções muito significantes para o presente e para o futuro da classe trabalhadora que representamos e para a luta geral da sociedade, para reconstruir e transformar o Brasil e tomar impulso para as mudanças mundiais. O debate da CUT colabora muito com a sociedade”, disse Carmen.

O vice-presidente disse que o papel da CUT, durante a construção do 14º Congresso da CUT, será colocar o plano de lutas em ação e a agenda sindical em prática e para isso é muito importante fortalecer os sindicatos, porque não existe democracia sem sindicato. Ele também destacou a importância da CUT para a sociedade.  

“Bolsonaro quando foi eleito disse que ia acabar com o MST e com a CUT, mas a nossa central não só não acabou, mas como está mais forte. Ele é que está derretendo. As pesquisas mostram isso. A nossa Central segue forte, grande e vamos continuar representando a classe trabalhadora. Quem estará fora é este genocida”, afirmou Vagner, que complementou: “Se não tiver impeachment agora, faremos o julgamento de Bolsonaro nas urnas em 2022 elegendo Lula presidente”.

Dever cumprindo

Carmen Foro e Vagner Freitas agradeceram todas e todos delegados e reforçaram que a CUT só tem a magnitude e força que tem porque é feita de pessoas engajadas e dedicadas com o projeto de um futuro melhor e mais justo para a classe trabalhadora brasileira.

A secretária-geral disse que a missão – de planejar o futuro da CUT, atualizando plano de lutas e se modernizar para enfrentar o conjunto da classe trabalhadora – foi  cumprida e a mensagem foi dada aos parceiros de luta. A mensagem é de que somente juntos e juntas é possível transformar a sociedade.

“Não daremos trégua. Enquanto a democracia e a vida da classe trabalhadora estiverem em perigo, estaremos firmes nas ruas e em todos os lugares. Demos mais um passo em direção à necessária atualização de nosso projeto organizativo para nos fortalecer para os embates futuros, para enfrentar a ofensiva do capital e para conduzir as lutas da classe trabalhadora. Vamos derrotar Bolsonaro e transformar o Brasil”, destacou Carmen.

Paulo Freire, presente!

O debate deste último dia começou com homenagem ao educador Paulo Freire e ressaltando conceitos e ações do patrono da educação, que completaria 100 anos em 2021. Um vídeo com sua história foi apresentado com destaque para o verbo ‘esperançar’ e uma frase popular de Paulo Freire.

“É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”.

Luta antirracista e carta dos servidores

Revoltas Negras, Exclusão racista, Racismo Recreativo e Necropolítica foram os temas de quatro vídeos curtos para  lembrar das questões centrais que fazem perdurar o longo processo de desigualdade entre brancos e negros e que resultam no genocídio de pessoas negras, no encarceramento em massa, na pobreza e na violência contra as mulheres negras.

Uma carta assinada por cinco confederações de trabalhadores dos serviços públicos, chamada de “Aliança das Três Esferas”, também foi lida durante o evento. No documento os trabalhadores afirmam: “somente juntos vamos derrotar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32, da reforma da Administrativa do governo Bolsonaro”, que prevê o fim do serviço e dos servidores públicos.

*Edição: Andre Accarini

 

 

 

A partir de amanhã a gasolina nas refinarias da estatal vai subir 7,04% e o diesel vai subir 9,15% – alta de 65,3% em 2021

Publicado: 25 Outubro, 2021 – Escrito por: Redação CUT

Imagem: REPRODUÇÃO

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (25) novos reajustes nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. A partir desta terça-feira (26), a gasolina subirá 7,04% – alta acumulada de 73,4% este ano -, e o do diesel será reajustado em 9,15%, alta acumulada de 65,3% em 2021.

Com o novo reajuste da gasolina, anunciado 16 dias após a última alta de 7,2%, o preço médio do litro da gasolina nas distribuidoras passará de R$ 2,98 para R$ 3,19.

Já o litro do óleo diesel, reajustado pela última vez em 29 de setembro, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34.

A estatal explicou que os aumentos refletem a elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio. Esses índices compõem a Política de Preço de Paridade Internacional (PPI), adotada pela Petrobras em 2016, no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) e mantida pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que completa cinco anos este mês.

Desde que a PPI foi adotada, toda vez que os preços do barril de petróleo e do dólar sobem, a estatal reajusta os preços dos combustíveis no Brasil, inclusive do gás de cozinha, que também subiu 7,2% este mês  elevando o preço do botijão de 13 quilos para até R$ 135.

Todos os brasileiros sofrem com mais este reajuste nos preços dos combustíveis, que contribuem ainda para a disparada da inflação, que passou de dois digitos em setembro, mas os acionistas comemoram os dividendo que vão embolsar.

Antes do reajuste de hoje, os caminhoneiros já haviam prometido entrar em greve a partir de 1º de novembro se, entre outras coisas, o governo não mudasse a política de preços. O novo aumento deve fortalecer a mobilização.  

Na semana passada, os caminhoneiros detonaram a bolsa diesel de R$ 400 reais anunciada por Bolsonaro como forma de compensar o aumento do diesel cujos preços subiram 37,5% até agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do diesel nos postos brasileiros chegou na semana passada a R$ 4,983 por litro – o menor preço foi encontrado no Rio Grande do Sul, R$ 4,823; e o maior no ACre, R$ 6,208.

Para encher um tanque de 400 litros, pagará hoje, em média, R$ 1.929,20 no Rio Grande do Sul e R$ 2.483,20, no Acre.

O preço médio da gasolina no país chegou a R$ 6,361 por litro, mas em pelo menos  em oito estados, o combustível já é vendido por mais de R$ 7 por litro.

Em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ignorando que é preciso mudar a PPI da Petrobras para reduzir os preços, trabalhou para aprovar apressadamente uma lei que muda a cobrança do Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) dos combustíveis, segundo ele e seu aliado Bolsonaro, o imposto estadual seria o responsavel pelos preços altos. A proposta está no Senado. Só que o imposto não sobe na maioria dos estados há muitos anos.

 

 

Desprezo pelos direitos humanos é a receita certa para o fracasso

FONTE: Folha de São Paulo, por Oscar Vilhena Vieira. 25/10/2021

FOTO: Natália de Sena

Acusado de deliberadamente “causar pandemia, mediante a propagação de germes patogênico”, além de diversos outros delitos, que resultaram na morte milhares de pessoas, Bolsonaro emerge da CPI como uma figura destituída de qualquer capacidade de expressar empatia pelo povo que governa. O sofrimento, a dor e mesmo as mortes não foram capazes de provocar no presidente, ainda que por mero cinismo, nenhum sinal de compaixão –”todo mundo morre um dia”; “e daí?”; menos ainda foram suficientes para induzi-lo a atos concretos voltados a mitigar a pandemia, concluiu o relatório.

A questão que se coloca é como chegamos até aqui? Como uma parcela substantiva do eleitorado, que certamente não é formada por uma maioria de pessoas destituídas de senso moral, foi capaz de se identificar com uma figura que passou a vida a repudiar e desprezar a dignidade e os direitos das pessoas? Como confiaram em alguém obcecado pela violência, pelas armas, pela destruição do meio ambiente e da cultura; um defensor intransigente de uma liberdade absoluta de discriminar, ofender e excluir mulheres, negros, indígenas e gays; um político empenhado por décadas em demonizar todos aqueles que se contrapõem às suas ideias, como ficou registrado na recente e infame imputação de pedofilia dirigida a ex-ministros de direitos humanos?

Certamente a ascensão de Bolsonaro é resultante de graves fatores de natureza política e econômica, que convulsionaram a vida dos brasileiros nos últimos anos, gerando muito ressentimento e desconfiança em relação a políticos tradicionais. A escolha de Bolsonaro, no entanto, só foi possível porque uma parcela significativa do eleitorado, que se apresenta como liberal ou democrata, aceitou se juntar a uma outra parcela minoritária do eleitorado, que jamais escondeu o seu repúdio à democracia e aos direitos humanos.

Isso indica um preocupante descompromisso de amplos setores de nossa sociedade com o imperativo político, jurídico e moral, inerente à gramática dos direitos humanos e da democracia liberal, de que todas as pessoas têm igual valor, devendo ser tratadas dignamente.

As desigualdades estruturais e persistentes, de natureza social, econômica e racial, certamente têm contribuído para que o respeito recíproco à dignidade, que deveria cimentar uma sociedade democrática, não tenha se consolidado entre nós. Nesse sentido, ainda que muitos não cheguem a dar de ombros à morte ou o sofrimento alheio –ou mesmo repudiem o comportamento tosco do presidente–, o fato é que assumiram o risco de instalar no poder e apoiar alguém que jamais escondeu seu desprezo por esses princípios civilizatórios. Os resultados estão aí.

Como salientaram os redatores da Declaração Universal de Direitos Humanos, de 1948, “o desprezo e o desrespeito aos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade”. Assim como as vacinas, os direitos humanos constituem um instrumento imprescindível para evitar catástrofes que com frequência ameaçam a vida e o bem-estar das pessoas, no dizer do grande jurista argentino Carlos Santigo Nino. Quando são negligenciados, estamos automaticamente fomentando desastres, como o vivenciado pela sociedade brasileira neste período.

O desastre pandêmico, devidamente registrado pela CPI, não é, portanto, apenas um inelutável infortúnio sanitário, mas o resultado necessário de uma escolha política inconsequente, pautada por um profundo desprezo à dignidade humana.

 

 

FONTE: Por Eduardo Silva, de ECOA. Em 24/10/2021/Geledés

O arte-educador Ivamar dos Santos, conhecido como Mestre Ivamar, no documentário “Sinfonias Negras” (Foto: UOL)

Unido pelos quilombos do Amapá, no Norte do Brasil, e pela periferia da zona leste de São Paulo, na capital paulista, o pesquisador e arte-educador Mestre Ivamar dos Santos, 63, conta sua história de vida e trajetória dentro do movimento negro, sempre acompanhado pelo toque de tambores.

O título de mestre foi adotado carinhosamente para representar uma pessoa mais velha que repassa aprendizados e experiências acumuladas de tempos em tempos – a cada dez anos, segundo ele. “O ‘mestre’ nasce das minhas contações de histórias. São histórias dos quilombos e da minha trajetória na África”, comenta.

Nascido na Penha, bairro da zona leste paulistana, Ivamar vem de uma família de ativistas e é atuante no movimento negro desde os anos 1970. Na década seguinte, morou em Angola durante quatro anos e participou da Conferência de Durban, na África do Sul, promovida pela Organização das Nações Unidas contra o racismo e a xenofobia.

Já de volta ao Brasil, passou a trabalhar com quilombos pelo país e se mudou para a cidade de Macapá, onde viveu por mais 20 anos. Desde então, o trabalho de ensino da história da África, da música e da cultura dos quilombos e marajás do Amapá faz parte de sua vida.

“A ancestralidade e a musicalidade são questões muito fortes. Ter a aproximação com o toque do tambor e o conhecimento do que a musicalidade negra representa para mim fez com que eu me incorporasse e me entendesse politicamente”, relata Ivamar.

A musicalidade que atravessa gerações é o tema do documentário “Sinfonias Negras”, que estreou na terça-feira (19) no UOL e tem Mestre Ivamar como protagonista, ao lado da cantora MC Dricka, 23, conhecida como a “rainha dos fluxos”. O encontro entre a jovem e o mais velho é conectado pela ancestralidade do tambor.

“A música é um instrumento de mudança dentro da gente. E nada mais importante do que discutir a musicalidade na ancestralidade e comparar com o contemporâneo periférico de hoje. É algo que me arrepia só de pensar”, diz Ivamar.

Os dois artistas discorrem sobre a importância dos tambores, tanto para os quilombos quanto para os beats do funk, para o samba, o reggae e o hip hop. Também participam do documentário a multi-instrumentista Bia Ferreira e o compositor Russo Passapusso, do BaianaSystem.

Símbolo de resistência e ancestralidade

Apaixonado pela Amazônia negra, Mestre Ivamar criou, em 2016, o coletivo Amazonizando – que atualmente conta com cerca de 60 integrantes, envolvidos direta ou indiretamente. O grupo realiza trabalhos sobre música, ancestralidade e empreendedorismo negro, tanto no Amapá quanto em São Paulo. Todos gratuitos e voltados para todas as idades.

“O Amazonizando busca lembrar que o empreendedorismo afro existe há muito tempo dentro dos quilombos, então fortalecemos isso ao ensinar sobre a dança e o toque, a construção e a história dos tambores”, explica. “Também é uma forma de garantir toda a tradição que o marabaixo [manifestação cultural afroamapaense] traz”.

Para ele, o toque do tambor representa, historicamente, a resistência de povos negros e a religiosidade de matriz africana. Assim sendo, é importante respeitar essa história dentro da musicalidade. “Então é de onde vem esse tambor, o que representa, para mim, estar dentro do bojo e o respeito que eu tenho com esse instrumento”, conta.

“Quando converso com a MC Dricka, percebo nela uma sede de saber. Ela quer aprender, quer conhecer, quer estar próxima e fazer parte da história. Ao mesmo tempo, vejo uma juventude nas periferias com um acesso [tecnológico] que não imaginávamos ter antes”, diz Mestre Ivamar.

“A musicalidade contemporânea periférica é uma mudança na cultura negra, acompanhada com todas as mudanças sociais que estão acontecendo no momento. E senti que a MC Dricka e a Bia Ferreira [cantora que faz participação especial no documentário] têm essa sede de buscar informações e se apropriar desse conhecimento para poder repassá-lo”, finaliza.

A produção do documentário “Sinfonias Negras” é idealizada e realizada pela A Visionária Lab, em parceria com Ecoa e MOV.

 

 

 

 

O Serviço de Radioterapia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) promove na terça-feira, 26, das 9h às 16h, evento para as pacientes que fazem tratamento de radioterapia na unidade. Palestras esclarecedoras, música e sorteios constam da programação.

É o segundo ano do evento, que integra o Projeto Humanização do Serviço de Radioterapia. O objetivo é orientar as pacientes para a prevenção do câncer de mama. Dele participarão também as pacientes do Serviço de Oncologia, as que já fazem tratamento e as que vieram pela primeira vez à consulta e descobriram a doença.

“Nossa motivação é fazer com que a paciente se sinta abraçada por nós em um momento tão difícil pelo qual está passando. Nem todas têm o apoio dos familiares. Então, quando percebemos que isso está acontecendo, as abraçamos no sentido da palavra e passamos o dia com elas. O Projeto Humanização é formado por uma equipe multiprofissional. Temos enfermeiras, técnica de enfermagem, técnico-administrativo e contamos com o apoio de psicólogo e assistente social”, explica a coordenadora do evento, a assistente em administração Cláudia da Silva Ramalho.

Doações – O Serviço de Radioterapia solicita a colaboração de todos que possam doar 1 quilo de alimento não perecível para a montagem da cesta básica para as pacientes da unidade. Com a pandemia, o desemprego atingiu muitas famílias, e isso dificulta o tratamento dessas mulheres. As doações dos servidores devem ser entregues no setor, no subsolo do HUCFF, próximo à Tomografia. Quem não puder entregar pode ligar para a Radioterapia no telefone 3938-2140 que o serviço providenciará a retirada.

Programação

A abertura do evento, às 9h, será feita pelo chefe do Serviço de Radioterapia, Paulo Cesar Canary. Ele e os demais palestrantes falarão justamente da importância da prevenção do câncer de mama, o autoexame e a necessidade da persistência no tratamento quando diagnosticada a doença. Logo depois da abertura haverá homenagem as pacientes que terminaram o tratamento.

9h – Abertura do Evento – Paulo Cesar Canary

9h30 – Homenagem as pacientes que terminaram o tratamento

10h – Participação musical

10h30 – Palestra enfermeira Claudia (Oncologia)

11h – Participação Musical

11h30 – Palestra Dr Jackes Bussines (Oncologista)

12h – Participação Social /Sorteio

Tarde 

13h30- Atração Musical

14h – Palestra Dra Marcia Cristina Coutinho (Radioterapeuta)

14h30 – Sorteios

15h – Palestra Janete Duarte Bastos (Serviço Social) / Dra Layze Macedo (Psicologia)

15h30 – Sorteios

16h – Encerramento

 

CLÁUDIA RAMALHO, coordenadora do evento, e integrante da equipe
EQUIPE da Enfermagem da Radioterapia na primeira edição do Outubro Rosa, em 2020
RAFAELA CASTRO, Vanessa Pinheiro e Virgínia Paz – profissionais da Radioterapia