Isso sem contar os 73,2 milhões de informais, sem direitos trabalhistas

Publicado: 22 Novembro, 2021/ Escrito por: Redação CUT

Imagem: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

A taxa de desemprego no Brasil, de 13,2%, que atinge 13,7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a quarta maior em uma lista que reúne as 44 principais economias do mundo, de acordo com estudo realizado pela agência de classificação de risco Austin Ratingm segundo reportagem publicada no UOL.

Se a pesquisa tivesse levado em consideração a precarização da mão de obra brasileira, o resultado teria sido ainda pior. O País tem hoje 73,2 milhões de trabalhadores sem direitos: 37 milhões são informais, 25,4 milhões trabalham por conta própria  10,8 milhões trabalham sem carteirta assinada.

Mesmo assim, o quadro traçado pela pesquisa da Austin Ratingm é tragico. O Brasil, diz a reportagem, supera em mais de duas vezes a média da mundial. A taxa de brasileiros sem trabalho é ainda a mais alta no grupo das 20 maiores economias do planeta.

E o economista da Austin Rating Alex Agostini diz que a situação do Brasil deve piorar se o país desacelerar o Produto Interno Bruto (PIB) ano que vem, ou mesmo entrar em recessão, como já preveem alguns bancos.

“O que gera emprego é crescimento econômico”, afirma o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas, lembrando que desde o golpe de 2016 a economia brasileira anda para trás e, na gestão de Jair

Bolsonaro (ex-PSL), que só tem propostas para atacar direitos do trabalhadores, desandou.

“A economia do Brasil só vai voltar a crescer quando tiver aumento dos investimentos público e privado, e do consumo. E o que favorece isso é o aumento do crédito, do gasto público e dos salários, jamais o contrário, como está ocorrendo atualmente”, diz Vagner.

Sem investimentos em máquinas, ciência, tecnologia e educação o país não voltará a crescer, muito menos gerar emprego decente e renda. Estaremos sempre entre os primeiros colocados em taxa de desemprego.

– Vagner Freitas

Confira o ranking de desemprego no mundo, que levou em consideração dados de agosto:

1º – Costa Rica: 15,2%

2º – Espanha: 14,6%

3º – Grécia: 13,8%

4º – Brasil: 13,2%

5º – Colômbia: 12,7%

6º Turquia: 12,1%

7º – Itália: 9,3%

8º – Suécia: 8,8%

9º – Índia: 8,3%

10º – Chile: 8,2%

11º – França: 8%

12º – Zona do euro: 7,5%

13º – Finlândia: 7,2%

14º – Lituânia: 7,2%

15º – Canadá: 7,1%

16º – Letônia: 7,1%

17º – Eslováquia: 6,5%

18º – Irlanda: 6,5%

19º – Bélgica: 6,4%

20º- Portugal: 6,3%

21º – Indonésia: 6,3%

22º – Estônia: 6,0%

23º – Áustria: 5,9%

24º – Luxemburgo: 5,5%

25º – Islândia: 5,4%

26º – Estados Unidos: 5,2%

27º – China: 5,1%

28º – Israel: 5,0%

29º – Austrália: 4,5%

30º  – Dinamarca: 4,5%

31º – Reino Unido: 4,5%

32º – Rússia: 4,4%

33º – Hungria: 4,1%

34º – México: 4,1%

35º – Noruega: 4,0%

36º – Eslovênia: 3,9%

37º – Alemanha: 3,4%

38º – Polônia: 3,4%

39º- Holanda: 3,2%

40º – Coreia do Sul: 2,8%

41º – Japão: 2,8%

42º – República Tcheca: 2,8%

43º – Suíça: 2,7%

44º – Singapura: 2,6%

 

 

Fetamce orienta a categoria a aumentar a pressão nos senadores para que, finalmente, aprovem os pisos salariais de enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e parteiras

Publicado: 22 Novembro, 2021. Escrito por: Redação CUT

Imagem: FETAMCE

Depois de sete meses na gaveta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o Projeto de Lei (PL) nº 2564/2020, conhecido como PL da Enfermagem, aprovado por mais de um milhão de pessoas que votaram na consulta pública da Casa, deve ser votado nesta quarta-feira (24), de acordo com informações do autor da proposta, senador Fabiano Contarato (Rede).

O texto original do PL da Enfermagem, que teve parecer favorável aprovado em abril pela relatora senadora Zenaide Maia (PRO-RN), previa piso salarial de R$ 7,3 mil mensais para enfermeiros, de R$ 5,1 mil para técnicos de enfermagem, e de R$ 3,6 mil para auxiliares de enfermagem e parteiras.

No caso dos enfermeiros, o valor estabelecido pelo projeto era para jornada de 30 horas semanais. Já em caso de jornadas superiores a 30 horas, o piso salarial nacional seria proporcional.

Para ir ao plenário, o projeto sofreu algumas “concessões”. O valor do piso para enfermeiros ficou em R$ 4,75 mil para carga horária de 40 ou 44 horas, conforme o contrato de trabalho. Portanto, quem faz carga horária de 30 horas receberá valor inferior ao piso. A remuneração para os técnicos ficou em R$ 3,29 mil ou seja, 70% do valor previsto para os enfermeiros. Já o salário dos auxiliares e parteiras, 50% do que será pago para os enfermeiros, totalizando R$ 2,35 mil.

Fetamce convoca a categoria pressionar senadores para aprovar PL da Enfermagem

Na avaliação da direção da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), são grandes as expectativas de que  o projeto seja aprovado nesta semana, mas mobiização da categoria deve ser ampliada. 

“É hora de sensibilizar os senadores pela aprovação desse projeto com as melhorias que lhe foram inseridas na discussão. Piso e jornada de 30 horas, já!”, afirma Enedina Soares, presidenta da Federação.

“Conversem com todos os líderes de partido, senadores de todos os estados e vamos à luta”, convocou a dirigente, que orientou os sindicatos filiados, assim como os trabalhadores e trabalhadoras da enfermagem a intensificarem a pressão nos senadores para que aprovem o PL da Enfermagem.

Imagem: CONFETAM

( Legenda): PL beneficia milhões de trabalhadores e seus dependentes

O Brasil tem 2,5 milhões de profissionais de enfermagem, a maioria atua nas Prefeituras como enfermeiros, auxiliares técnicos e parteiras. Do total, 89% são mulheres que têm dupla e tripla jornada, ou seja, mais de um emprego, além da jornada doméstica. 

Cerca de 2 milhões do total de trabalhadores da área são técnicos e auxiliares, que estão especialmente vulneráveis aos subsalários, como demonstram os dados da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil (FIOCRUZ, 2015). Quase metade dos profissionais (45%) recebiam salários abaixo de R$ 2 mil. Somente 4 em cada 100 recebiam mais de R$ 5 mil.

Apesar disso, a proposta foi travada pela pressão e lobby de setores contrários ao reconhecimento da categoria, que são os donos de hospitais e prefeitos. O próprio Pacheco agiu age contra a aprovação do projeto, atendendo aos interesses do setor privado e de prefeitos que argumentam falta de recursos para bancar o piso salarial proposto no PL.

Dinheiro tem, rebateram sindicalistas e senadores que apoiam a proposta.

Com informações da Fetamce

 

 

Procuradores reagem a notícia veiculada pelo Brasil 247, que denunciou a criminalização de organizações como o MST

Redação Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 22 de Novembro/2021 

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM): aliados em 2018, estão rompidos desde 2020 – Alan Santos/PR/Agência Brasil

Cinco procuradores do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás reagiram, na última sexta-feira (19), à denúncia veiculada pelo portal Brasil 247 de que o governo Ronaldo Caiado (DEM-GO) teria montado uma “central de espionagem de movimentos sociais”, especialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

Julio José Araujo Junior, Márcia Brandão Zollinger, Matheus de Andrade Bueno, Raphael Luis Pereira Bevilaqua e Sadi Flores Machado ressaltaram a gravidade da denúncia e encaminharam pedido para que Caiado e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestem sobre o caso.

A reportagem do Brasil 247 cita o Despacho 595/2021-4º CRPM 06300, subscrito por Ênio José Carlos Hans, Comandante do 4º CRPM, na semana passada.

O documento pedia o mapeamento dos assentamentos e acampamentos inseridos na área da respectiva unidade, a identificação das lideranças locais desses movimentos e quantos vivem em cada área, além de levantar o histórico de invasões, conflitos, ou qualquer assunto de interesse da segurança pública na região.

Ao reagir a esse despacho, o MPF enfatizou “a necessidade urgente de esclarecimentos e da prevenção de medidas que possam acarretar a criminalização dos movimentos sociais que atuam na luta pela terra.”

Caiado e Bolsonaro foram aliados nas eleições de 2018, mas romperam relações há mais de um ano, no contexto da pandemia.

Apoiado por ruralistas, o governador de Goiás integrou a União Democrática Ruralista (UDR), fundada para coibir a atuação de organizações como o MST no final da ditadura militar (1964-1985).

O MST é o maior movimento social da América Latina e, durante a pandemia, se notabilizou pelas doações de mais de 5 mil toneladas de alimentos saudáveis e 1 milhão de marmitas nas periferias urbanas e rurais do país.

Edição: Leandro Melito

 

 

Em tempos de negacionismo e governo Bolsonaro, a série Incontáveis, produzida pela Comissão da Memória e Verdade da UFRJ, ganha importante dimensão. Dividida em seis partes, tematiza a violência da ditadura contra as mulheres, a população LGBTQIA+, a população negra e moradora de favelas, os povos indígenas, os estudantes e educadores e os trabalhadores do campo e da cidade. Cada episódio de até 15 minutos é narrado por uma pessoa que viveu os impactos da ditadura, representando os incontáveis sujeitos coletivos atingidos, mas nem sempre lembrados nas narrativas tradicionais.

“Oficialmente a Comissão Nacional da Verdade levantou 434 vítimas da ditadura, mas outras violações foram sofridas por sobreviventes no período, desde as prisões, as torturas, as demissões no trabalho, a censura, os projetos interrompidos. E setores específicos da população que sofreram violências coletivas que são difíceis individualizar”, declara o diretor da série, José Sergio Leite Lopes.

“Esse trabalho se torna mais premente nesse período em que o governo atual ganhou as eleições fazendo apologia da ditadura, da tortura, da disseminação de armas e da prática miliciana. Os seis episódios são todos precedidos de uma introdução comum que apresenta essa situação atual de negacionismo e faz a ponte para o que é tratado nos vídeos”, ressalta José Sergio.

“A expectativa da equipe é sair do lugar comum sobre a ditadura e fazer o enfrentamento no terreno onde as fakes news e o negacionismo têm ganhado mais espaço que são as redes sociais numa linguagem simples. Você pode mandar para o seu amigo que não entende nada de história, mas fica repetindo qualquer coisa que ouviu por aí. É oferecer um instrumento para que esse debate possa ganhar a esfera pública”, explica uma das roteiristas, Luciana Lombardo, historiadora e assessora da Comissão de Memória e Verdade da UFRJ.

Essa disputa, para Luciana, deve ultrapassar os muros da universidade.

“Os relatórios das comissões da verdade trouxeram novidades e importantes revisões do que tradicionalmente se falava da ditadura, mas foram pouco divulgados e não chegaram ao senso comum. Não saiu da universidade e estamos tentando fazer com que essas narrativas entrem na batalha das ideias”.

Segundo ela, o objetivo é falar dos muitos dos sujeitos coletivos atingidos pela ditadura, daqueles que não foram contabilizados nos relatórios das comissões da verdade e nem nas comissões de anistia e que são anônimos. “Embora tenham nome e sobrenome eles não são lembrados na história como personagens significativos. Então nosso objetivo era recuperar essas histórias não contadas dos sujeitos não contabilizados e mostrar que eles contam. O nome Incontáveis vem exatamente dos inumeráveis da violência da ditadura”, declara a historiadora.

Luciana cita como exemplo um dos episódios que marcou o regime que é a foto de Evandro Teixeira com os policiais agredindo um estudante. 

“Esse é um dos que não entraram na contagem das 434 vítimas oficialmente reconhecidas. Ninguém sabe o nome do estudante de medicina que tombou nessa passeata. Então fomos atrás de documentos. Essa é uma foto clichê que todos conhecem, mas poucos sabem que esse estudante morre ali com a cabeça na calçada e essa morte é dada como acidente. Quando está dada claramente a covardia policial. Essa queda do estudante é um dos motivos deles terem entrado no documentário como sujeitos atingidos pela ditadura, poque não temos os registros de todos que tiveram suas vidas destruídas pela ditadura na universidade”, explica.

Luciana revela também que a foto se tornou um caso emblemático de fake News. “Como as pessoas sabem pouco ou nada sobre a ditadura, muitos acreditam na montagem. A foto foi divulgada nos círculos bolsonaristas com o rosto do Lula como se fosse o estudante. Como muitos não conhecem a história, vão acreditar que foi o Lula”.

A série ficará disponível no canal YouTube do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. São dois episódios por mês, sempre no horário das 14h. Em novembro, dia 9, a estreia foi o tema “Educação na ditadura” tendo como narradora a historiadora Dulce Pandolfi, torturada no DOI-Codi da Tijuca. No dia 16, o tema foi “Trabalhadores na ditadura, com narração de Jardel Leal, ex operário naval e estudante no Congresso de Ibiúna em 1968.

A direção é de José Sergio Leite Lopes, a edição de Rubens Takamine e o roteiro de cada episódio foi feito pelos pesquisadores Felipe Magaldi, Lucas Pedretti, Luciana Lombardo e Virna Plastino.

Em dezembro teremos:

Dia 7 – População negra e moradores de favelas na ditadura | Narração: Dom Filó

Dia 14 – População LGBTQIA+ na ditadura | Narração: Hércules Quintanilha

Em janeiro:

Dia 11 – Mulheres na ditadura | Narração: Lúcia Murat

Dia 25 – Povos indígenas na ditadura | Narração: Douglas Krenak

 

 

 

Fotos do 20N no Rio de Janeiro, em Madureira, no último sábado. Imagens capturadas pelo repórter fotográfico do Sintufrj, Renan Silva. FORA BOLSONARO RACISTA!

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