Equipe econômica havia comemorado abertura de vagas, em 2020, mas após revisão de dados do Caged, governo reconheceu o que todos sabiam: que  houve demissões e fechamento de postos de trabalho

Publicado: 1 Dezembro, 2021- Escrito por: Rosely Rocha | Editado por: Marize Muniz

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

A equipe econômica do ministro Paulo Guedes comemorou a criação de 75,9 mil novos empregos com carteira assinada em plena pandemia. O ministro se baseou nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)que lista as admissões e demissões mensalmente. Agora, depois de rever a movimentação, os técnicos do Caged voltaram atrás e admitiram que, na verdade, houve uma redução de 191,5 mil postos de trabalho em 2020.

As empresas têm o prazo de um ano para informar ao Caged quantos trabalhadores e trabalhadoras foram contratados e quantos foram desligados. Como 2020, foi um ano atípico por causa da pandemia que provocou falências e demissões em massa, muitas empresas deixaram para depois a inclusão dessas informações, colocando água no champanhe aberto cedo demais pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

Quando comemorou os números equivocados,  Guedes chegou a dizer que, com o auxílio emergencial e o programa de redução de jornada e salários e suspensão de contratos, apesar da pandemia, o Brasil estava criando empregos muito rapidamente. 

Esta é a segunda vez que os dados do ano passado são revisados para baixo. Em janeiro deste ano, o número de empregos criados havia sido anunciado em 142,6 mil. Em novembro, após a primeira revisão, o número caiu para 75,9 mil. Agora o saldo que antes era positivo ficou negativo em 191 mil vagas fechadas. Houve um aumento nos desligamentos em 2,9%, e nas admissões em 1,1%.

Este número de desligamentos pode ser ainda maior, de acordo com a economista e professora da Unicamp, Marilane Teixeira, especialista no mercado de trabalho, porque as empresas ainda têm até 31 de dezembro para informar as demissões e contratações com carteira assinada.

“Faltou transparência ao governo Bolsonaro, pois a equipe econômica sabe que as empresas têm um ano para informar os desligamentos. Um ano atípico com pandemia, era evidente que os dados mudariam e muito. Mas eles quiseram comemorar para tentar enganar a opinião pública sobre o agravamento da crise econômica”, critica Marilane.

A economista explica que em anos anteriores, especialmente nos governo do  PT, mesmo com o prazo de 12 meses para as empresas informarem o Caged, não havia tanta discrepância porque a economia do país se mantinha estável.

“É uma prática comum quando você acessa o Caged para obter as informações, aparecerem os dados de admissões e demissões, dentro do prazo e os que foram informados fora do prazo”, conta Marilane.

Dados do Caged mostram ainda que houve uma queda real de 4,3% no salário médio de admissão na comparação com outubro do ano passado.

Outro levantamento que a economista diz que revela que a economia não ia bem, são os informados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) que é a  declaração das empresas feita até março do ano seguinte em relação ao ano anterior. Ou seja, são computados até março de 2021, os vínculos ativos de emprego existentes até 31 de dezembro de 2020.

Segundo Marilane Teixeira , na comparação dos dados da Rais , de 2019 com 2020, houve redução de postos de trabalho. Até 31 de dezembro de 2019 havia 47 milhões e 554 mil vínculos ativos. Em 31 de dezembro de 2020  caiu para 46 milhões e 236 mil. Uma diferença de 1,318 milhão de empregos a menos.

“Era óbvio que os números do Caged também iriam mostrar redução. O  erro do governo ao divulgar os dados, foi o de não dizer que estão sujeitos a atualização. Eles comemoraram para derrubar a tese de que a economia ia mal e as empresas indo pro buraco. Do ponto de vista estatístico não houve erro, e sim manipulação em não dar visibilidade ao problema do desemprego ”,conclui a economista.

 

 

Se a eleição fosse hoje, Lula teria 42,8% dos votos no primeiro turno contra 31,5% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula alcançaria 50,5% contra 36% do atual presidente

Publicado: 1 Dezembro, 2021- Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

foto: RICARDO STUCKERT

Mais uma pesquisa confirma a liderança do ex-presidente Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022. Se a eleição fosse hoje, Lula teria 42,8% das intenções de votos no primeiro turno, contra 31,5% de Jair Bolsonaro (PL), de acordo com pesquisa do Atlas Político, encomendada pelo El País.

Em terceiro lugar vem o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), com 13,7% dos votos. O ex-governador  Ciro Gomes (PDT-CE) caiu para o quarto lugar após a entrada de Moro na disputa e aparece com 6,1% dos votos.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), surge neste primeiro cenário simulado de 1º turno das eleições, com 1,7% dos votos; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com 0,9%; e Felipe d’Avila (Novo), com 0,1%.

No segundo cenário simulado, desta vez sem Moro, Lula sobe mais um ponto e vai para 43,8% das intenções de voto; seguido por Bolsonaro, que sobe para 34,3%; Ciro, com 8,5%;  e Doria, com  5,7 %.

Na terceira simulação de 1º turno, sem Doria, Lul mantém os 43,8%; Bolsonaro, 31,8%; Moro, 14,7%;  Ciro, 6,6%.

Segundo turno

Na simulação de segundo turno, a pesquisa mostra que Lula vence de todos os candidatos.

Contra Bolsonaro (36%), Lula seria eleito com 50,5% das intenções de voto.

Se a disputa fosse contra Moro (29,2%), Lula alcançaria 46,4% dos votos.

Se fosse Ciro  (21,3%) a chegar ao segundo turno, Lula seria 42,3% dos votos.

Contra Doria (15,4%), Lula teria 47,2% dos votos.

Sobre a pesquisa

A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi realizada pelo Atlas Político entre os dias 27 e 29 de novembro. Foram consultadas online 4.401 pessoas.