A partir de julho, o sistema de cotas da UFRJ valerá também para todos os 132 programas de pós-graduação stricto sensu. A medida reivindicada pela Associação de Pós-Graduandos (APG), que reuniu em um manifesto 600 assinaturas de apoio, foi aprovada por unanimidade na sessão extraordinária do Conselho de Ensino para Pós-Graduados (CEPG), em 15 de junho.
A resolução fixa em pelo menos 20% as vagas para pessoas pretas, pardas e indígenas e 5% para pessoas com deficiência, mas os cursos podem oferecer um percentual maior. Os processos seletivos devem reforçar a pontuação das mulheres em situação de parentalidade (mães que tiveram filhos por adoção ou gestação nos últimos cinco anos) e estudantes em situação de hipossuficiência econômica devem ser priorizados na distribuição de bolsas.
Em 2020, apenas 55 dos 132 programas de pós-graduação possuíam algum tipo de cotas. As cotas já foram adotadas pelas universidades federais Bahia, Piauí, Espírito Santo, Mato Grosso, Alagoas e Minas Gerais.
Críticas da APG
A secretária-geral da Associação dos Pós-Graduandos da UFRJ (APG) e conselheira do CEPG, Natália Trindade, disse que a entidade defendia também a garantia obrigatória de vagas para pessoas trans e quilombolas, o que a resolução aprovada no conselho deixou como opcional, condicionado à realização de estudos técnicos. A discussão sobre a obrigatoriedade foi remetida ao Conselho Universitário.
“Uma decisão que consideramos uma infelicidade, porque há programas que já praticam essa oferta de vagas. A nova gestão da APG está comprometida em levar o tema para o Conselho Universitário e debatermos as ações afirmativas enquanto política universitária, garantindo a primazia da autonomia universitária”, afirmou Natália.