Emoção pelos momentos mágicos vividos e gratidão pela oportunidade oferecida têm sido os sentimentos mais expressos nos depoimentos de vários participantes da Caravana do Sintufrj  para a posse do presidente Lula, em Brasília, em 1º de janeiro.

A viagem de três dias (saída no dia 30 de dezembro e retorno na noite de 2 de janeiro de 2023), em quatro ônibus semi leitos, com seus momentos de descontração, desconforto, longas dormidas, muitas risadas e expectativas ficará para sempre na lembrança das companheiras e companheiros desta histórica caravana.

“Valeu a pena o sacrifício” e “Faria tudo de novo” pontuam as definições para essa aventura coletiva inesquecível.

Posse do Lula !
#posse #Brasilia
Posse do Lula !
#posse #Brasilia
Posse do Lula !
#posse #Brasilia

Quinta-feira, dia 5 de janeiro, às 11h, a direção sindical sorteará os prêmios para os sindicalizados que fizeram o check-in para a Festa do Reencontro do Sintufrj, por meio de live pelo Facebook da entidade.

Veja a relação dos participantes

Petista lamentou “projeto de destruição nacional” que o antecedeu

 

Em seu primeiro discurso já empossado como presidente da República, na tarde deste domingo (1º), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele fez duros ataques ao ex-mandatário, que abandonou a presidência e foi para os EUA na última sexta-feira (30), mesmo sem citar seu nome.

“O mandato que recebemos, frente a adversários inspirados no fascismo, será defendido com os poderes que a Constituição confere à democracia. Ao ódio, responderemos com amor. À mentira, com verdade. Ao terror e à violência, responderemos com a Lei e suas mais duras consequências”, afirmou Lula.

Valores do bolsonarismo foram criticados pelo presidente, que pediu um novo espírito de valores na condução do país e nas ruas. “Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre.”

Em outro trecho, o presidente lamentou as consequências do governo de Bolsonaro e as condições em que recebe o país. “É sobre terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos”, explicou Lula.

“O diagnóstico que recebemos do Gabinete de Transição é estarrecedor. Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública”, lamentou o presidente.

O petista criticou o clima belicoso no país, alimentado por Bolsonaro e seus seguidores e anunciou que deve cancelar uma das principais medidas de seu antecessor quando ainda ocupava o Palácio do Planalto. “Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso às armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo.”

A pandemia do coronavírus recebeu especial atenção de Lula, em seu discurso. O petista lembrou os mortos pela doença e criticou a condução da crise epidemiológica, feita pelo governo de Jair Bolsonaro.

“O período que se encerra foi marcado por uma das maiores tragédias: a covid-19. Em nenhum outro país a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil, um dos países mais preparados para enfrentar emergências sanitárias, graças ao SUS”, lastimou o presidente, que insistiu no tema.

“Este paradoxo só se explica pela atitude criminosa de um governo negacionista e insensível à vida. As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes. O que nos cabe, no momento, é prestar solidariedade aos familiares de quase 700 mil vítimas”, encerrou Lula.

Edição: Thalita Pires

Fonte: Brasil de Fato

No segundo discurso de posse, presidente se emociona, prega união e pede reconciliação das famílias

 

No Parlatório, na Praça dos Três Poderes, Lula fez seu segundo discurso neste domingo (1º), data que marca sua posse para o terceiro mandato como presidente do Brasil. Durante sua fala, ouviu apelo do público que acompanhava a cerimônia de posse por punição aos responsáveis pela precarização de diversos serviços públicos no país.

“Faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro”, afirmou Lula. Em seguida, o público passou a gritar “sem anistia.”

Lula seguiu criticando a gestão de Jair Bolsonaro (PL), que abandonou o país e foi para os EUA. “Infelizmente, muito do que construímos em 13 anos foi destruído em menos da metade desse tempo. Primeiro, pelo golpe de 2016 contra a presidenta Dilma. E na sequência, pelos quatro anos de um governo de destruição nacional cujo legado a História jamais perdoará.”

:: Em primeiro discurso, Lula fala sobre o futuro governo e anuncia revogação de decreto de armas ::

O presidente usou grande parte de seu discurso no Parlatório para pedir o fim do clima belicoso no país. “A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra, ou uma família vivendo em desarmonia. É hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras”, afirmou Lula, que insistiu no tema.

“O povo brasileiro rejeita a violência de uma pequena minoria radicalizada que se recusa a viver num regime democrático. Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz. A disputa eleitoral acabou”, sentenciou o presidente.

Emoção e choro

Outro assunto recorrente nos discursos de Lula, neste domingo, foi a insegurança alimentar. “A fome está de volta – e não por força do destino, não por obra da natureza, nem por vontade divina. A volta da fome é um crime, o mais grave de todos, cometido contra o povo brasileiro. A fome é filha da desigualdade, que é mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil.”

Lula se emocionou e chorou, quando falou do abismo social que separa ricos e pobres no Brasil. “De um lado, uma pequena parcela da população que tudo tem. Do outro lado, uma multidão a quem tudo falta, e uma classe média que vem empobrecendo ano após ano.”

“É inadmissível que os 5% mais ricos deste país detenham a mesma fatia de renda que os demais 95%. Que seis bilionários brasileiros tenham uma riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões mais pobres do país”, continuou.

O compromisso estreito com os indígenas ficou evidente no discurso de Lula, que levou para a Esplanada dos Ministérios a primeira pasta que cuidará especificamente desta população, o Ministério dos Povos Originários, que será comandado por Sônia Guajajara.

“Os povos indígenas precisam ter suas terras demarcadas e livres das ameaças das atividades econômicas ilegais e predatórias. Precisam ter sua cultura preservada, sua dignidade respeitada e sua sustentabilidade garantida. Eles não são obstáculos ao desenvolvimento – são guardiões de nossos rios e florestas, e parte fundamental da nossa grandeza enquanto nação.”

Lula também afirmou ser “inaceitável que continuemos a conviver com o preconceito, a discriminação e o racismo. Somos um povo de muitas cores, e todas devem ter os mesmos direitos e oportunidades. Ninguém será cidadão ou cidadã de segunda classe, ninguém terá mais ou menos amparo do Estado, ninguém será obrigado a enfrentar mais ou menos obstáculos apenas pela cor de sua pele.”

Por fim, o presidente voltou a pregar a conciliação no país. “Na luta pelo bem do Brasil, usaremos as armas que nossos adversários mais temem: a verdade, que se sobrepôs à mentira; a esperança, que venceu o medo; e o amor, que derrotou o ódio. Viva o Brasil. E viva o povo brasileiro.”

Edição: Thalita Pires
Fonte: Brasil de Fato