Professores e funcionários administrativos das escolas estaduais do Rio de Janeiro, em greve desde o dia 17 de maio, fizeram uma vigília na porta da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na manhã dessa quarta-feira, 14 de junho. O bandeirão da greve foi destaque na manifestação da #greveeducacaorj. Depois, eles seguiram em passeata até a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) que fica na Avenida Erasmo Braga.

O objetivo da manifestação foi conseguir o apoio dos deputados para que eles intervenham e abram um canal de negociação com o governador Cláudio Castro com a marcação de uma audiência (conforme solicitado pelo Sepe na semana passada) com a presença dos líderes da Casa Legislativa, secretária de Educação e o próprio governador. Professores e funcionários reivindicam a implementação do piso nacional do magistério para os docentes e o piso dos funcionários administrativos (merendeiras, porteiros, agentes etc.) tendo como referência o salário-mínimo nacional.

Ao mesmo tempo em que o ato ocorria em frente ao prédio da Alerj, com a vigília, uma comissão reunindo aposentadas, dirigentes do Sepe central, núcleos e regionais realizou uma corrida de gabinetes. O documento com as reivindicações da categoria foi entregue aos gabinetes, à presidência da Alerj, e ao presidente da Comissão de Educação e à presidenta da Comissão do Servidor Público. Buscou-se ainda articular uma reunião com o Presidente da Casa, Comissão de Educação, comissão de Servidor Público, Seeduc, Casa Civil, Fazenda, presidente do conselho do Fundeb, Sepe e Dieese.

 

Ato-Show

Amanhã, quinta-feira, 15, às 14h, a categoria fará uma nova assembleia geral para discutir a greve, na Quadra da Escola de Samba São Clemente (Avenida Presidente Vargas, na altura da Estação Cidade Nova do Metrô). Após a plenária, será realizado um ato show no mesmo local, com a presença de artistas que apoiam o movimento da rede estadual.

O movimento dos professores e funcionários administrativos das escolas estaduais do Rio de Janeiro foi iniciado após a divulgação da proposta do governador Cláudio Castro – traduzida no Decreto do governo, nº 48521/2023, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 29 de maio –, que diz implementar o piso nacional, mas atinge uma parcela mínima de professores e ataca o Plano de Carreira da categoria, além de deixar de fora os funcionários das escolas e os animadores culturais.

São seis os pontos da pauta de reivindicações:

– Revogar o decreto;

⁃ Sem desconto nos grevistas

– Aplicar o piso a partir do nível 1 do PCCR;

– Aposentados e funcionários administrativos têm que estar contemplados

no piso;

⁃ Abono das faltas (código 61) por greve desde 2016, para fins

administrativos;

⁃ Nenhuma disciplina com menos de 2 tempos no ensino médio.

 

Pior piso

Hoje, o Rio de Janeiro paga o pior piso salarial do Brasil para os educadores da rede estadual – enquanto o piso nacional é de R$ 4.420,00, o professor de uma escola estadual tem um piso de R$ 1.588,00 como vencimento base (18 horas semanais). Os funcionários administrativos (serventes, merendeiras, porteiros, inspetores de alunos etc.), em sua maioria, recebem um piso menor do que o salário-mínimo (R$ 802,00).

Além das reivindicações econômicas, a categoria também defende a revogação do Novo Ensino Médio e a convocação de concursados para o magistério dos concursos de 2013 e 2014 e de inspetores de alunos do concurso de 2013, além de abertura de novos concursos para suprir a carência de profissionais nas escolas e para as funções de assistente social e psicólogos, como resposta ao aumento da violência no interior das escolas.

SHARON, LAURA E MARLI na reunião da PR-6

Em reunião com Sintufrj, no fim da manhã desta quarta-feira, 14, no Parque Tecnológico, trabalhadores da Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6) discutiram demandas locais, a necessidade de organização na base e a importância da organização no sindicato dos trabalhadores.

Entre os pontos da pauta local estão a reivindicação dos trabalhadores por mais servidores em função da sobrecarga de trabalho no setor, um redimensionamento do fazer deles e mais democracia nas pró-reitorias.

No encontro, um dos destaques foi também o recente congresso da Fasubra, que definiu ações relacionadas à campanha salarial de 2024 – já em curso – e o caminho para o aprimoramento da Carreira dos técnicos-administrativos.

As coordenadoras Laura Gomes (Geral), Marly Rodrigues e Sharon Rivera (de Políticas Sociais) abordaram também a necessidade de mobilização para as duas assembleias desta quarta-feira dia 15, que acontecerão sucessivamente, no auditório do Quinhentão, no CCS: às 10h, a assembleia geral ordinária discute as deliberações do congresso da federação e a campanha salarial. Às 12h, a pauta é a eleição de delegados ao Congresso da CUT.

As dirigentes do Sintufrj deram informações sobre a dinâmica do sindicato na atual gestão e das relações da entidade com a Fasubra. A observação enfatizada foi a de que todas as decisões que a federação encaminhará numa negociação nacional serão fruto de discussão nas bases, como no que toca a campanhas salarial e às resoluções da Carreira.

“O que é discutido uma mesa de negociação, sai das bases. A categoria decide”, explicou Marli, avaliando que a reunião foi produtiva com expressiva participação dos trabalhadores.

Laura Gomes abordou ainda temas relativos à saúde do trabalhador e Sharon Rivera apresentou as agendas dos GTs do Sintufrj, como o de Carreira, que tem reuniões previstas para os dias 20 e 27 de junho, presencial e virtual, e que tem em pauta propostas para a Carreira e o Plano de Gestão e Desenvolvimento da UFRJ (PGD).

REPRESENTATIVIDADE. Convocada pelo Sintufrj, reunião na PR-6 mobilizou servidores do setor atentos a uma pauta que também reforçou a convocação para assembleia desta quinta-feira (15).

Após a reunião, coordenadores e trabalhadores do Sintufrj participaram do ato dos professores da rede municipal em Macaé que lutam pelo fixação do piso nacional a seus salários e aplicação do plano de carreira

FOTOS: ROBERTO LANDI

A base de servidores do campus da UFRJ em Macaé foi informada dos passos da campanha salarial 2024 e das demais deliberações do XXIV do Congresso da Fasubra – especialmente o patamar das discussões relacionadas à carreira dos técnicos-administrativos, pauta estrutural dos trabalhadores das universidades e institutos federais de ensino.

A assembleia organizada pelo Sintufrj na manhã desta quarta-feira, 14 de junho, no auditório do Bloco B (Centro Multidisciplinar na UFRJ), teve participação dos coordenadores do sindicato Esteban Crescente e Anai Estrela, e também tratou das demandas locais.

No campo político, momento importante foi a eleição dos delegados sindicais de base. Foram eleitos Milton Madeira e Antonia Karina. Como suplentes, os servidores João Bezerra e Flávia Pereira.

Como se sabe, a gestão do Sintufrj 2022-2025 tem como meta estratégica fortalecer o conselho de delegados, instrumento orgânico fundamental para capilarizar o movimento e potencializar a representatividade das ações sindicais.

Serviço

Ficou acertado que o Sintufrj retomará com regularidade os plantões jurídicos para atender os servidores da universidade em Macaé.

No campo do lazer, uma boa novidade: os trabalhadores foram informados do convênio estabelecido entre Sintufrj e Sesi em Macaé (com direito a lazer, esportes, além de serviços odontológicos etc).

 

 

ELEITOS.Delegados Flávia Pereira, Milton Madeira e João Bezerra

 

SINTUFRJ NO ATO DOS PROFESSORES

Mobilizados na luta pelo piso nacional da categoria e aplicação do plano de carreira, profissionais da educação fizeram um vigoroso ato de protesto em Macaé. O Sintufrj e trabalhadores da UFRJ – após a assembleia –  estiveram na manifestação para levar a solidariedade de classe a esses trabalhadores.