Os trabalhadores e trabalhadoras do Colégio de Aplicação (CAp) denunciaram na assembleia da categoria desta terça-feira, 5 de setembro, a grave situação em que o segmento da Educação Infantil se se encontra. Faz oito meses que as servidoras estão sem local definido para trabalhar e abrigar 60 crianças que estudam na Escola de Educação Infantil.
Por decisão da assembleia, o Sintufrj vai apoiar manifestação em defesa na educação infantil na próxima reunião do Conselho Universitário, dia 14.
O local em que a Escola funcionava (no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira – IPPMG) foi interditado em fevereiro e desde então quatro turmas estão alocados em duas salas do Colégio de Aplicação da Lagoa. Os servidores, em sua maioria mulheres não têm lugar para ficar no CAp, e têm procurado se adaptar em pequenos espaços.
Das 60 vagas, algumas famílias já abriram mão de sua vaga e apenas 26 crianças estão frequentando a escola, porque os familiares não têm condições de levar suas crianças para a Lagoa. ‘Está sendo negado às crianças o direito a estudar e nós enquanto UFRJ precisamos responder a isso”, sustentam as servidoras.
É uma incoerência o que está acontecendo, porque o bloco onde o Cap funcionava no IPPMG foi interditado, no entanto todo o IPPMG tem problemas assim como a maioria dos prédios da universidade, mas só o bloco em que estavam crianças saudáveis foi interditado. O restante do IPPMG onde tem crianças enfermas e internadas continua funcionando com suas mazelas, criticam as servidoras.
Na Reitoria passada foi prometida uma nova sede, um prédio no antigo BioRio, mas as trabalhadoras afirmam que no momento não tem nada garantido. Não houve tampouco nenhum documento escrito para firmar o compromisso de uma nova sede. Foi aventada também a possibilidade de uma reforma no antigo prédio, mais também a ideia não avançou.
“Foi nos dito também que encerraríamos o ano letivo de 2024 na nova sede na antiga BioRio, mais até o momento não vimos nenhum movimento de reforma. Então viemos à assembleia para reivindicar que não abandonemos essa luta. Estamos pedindo que nos ajudem. Não podemos parar. Não podemos nos conformar com isso. Nada aconteceu até agora! Assim como na antiga Reitoria temos apenas promessas”, denunciam.
O coordenador de Educação, Cultura e Formação Sindical do Sintufrj, Edmilson Pereira, informou que até o ingresso de estudantes para o ano que vem está comprometido, haja vista que para sair o edital é necessário ter o local definido das aulas da Educação Infantil. Ele cobrou ação da Reitoria e da Decania.
“Essa Universidade tem a obrigação de dar todo o suporte ao ensino básico da UFRJ, por que fazemos parte dessa universidade. Não porque estamos agregados, mais por que somos também parte dessa formação dos estudantes de ensino superior. Portanto, a Reitoria e a Decania precisam estar a frente dessas questões, inclusive para dar prosseguimento ao ingresso dos estudantes que está sendo colocado em risco”, afirmou Edmilson.