É isso que determina a minuta do contrato entre a empresa e a UFRJ no artigo X e no Parágrafo Quarto,
ou seja: Ameaça de demissão de 900 extraquadros.
O contrato dá prazo de 12 meses para acabar com os vínculos desses trabalhadores.

 

Dirigentes do Sintufrj gravaram agora há pouco na sede da entidade um vídeo de convocação para a reunião de quinta-feira, 7 de dezembro, do Conselho Universitário. A sessão programada para as 9h será realizada no prédio da InovaTeca, no Parque Tecnológico. A mobilização faz parte da jornada de resistência da comunidade universitária para barrar a entrega de três importantes hospitais da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Na prática, isso significaria a terceirização da administração de unidades de saúde, precarização das relações de trabalho e ameaça de demissão de 900 extraquadros sem garantia de reposição desses cargos.

 

A categoria está no limite e espera respostas efetivas de sua pauta econômica. Sem os avanços esperados o processo de mobilização vem crescendo e a realização de greve para buscar atendimento de pautas urgentes debatida pela base

MATÉRIA DO PORTAL DA CONDSEF

A 6ª rodada de negociações da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) com o governo foi confirmada pelo MGI e vai acontecer no dia 18 de dezembro, segunda-feira. A última reunião não trouxe as respostas que a categoria esperava que incluem, entre outros pontos, uma proposta de reposição salarial para 2024 e equiparação de benefícios.

O secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Feijóo, disse que há um empenho por parte do governo e que poderia ser apresentada alguma proposta com avanço nas pautas econômicas.

A categoria está no limite e espera respostas efetivas. Sem os avanços esperados o processo de mobilização vem crescendo e a realização de greve para buscar atendimento de pautas urgentes vem sendo debatida pela base como única saída capaz de fazer com que o governo atenda ao pleito dos servidores federais.

Na reunião da Maternidade Escola, nesta segunda-feira, 4, o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, explicou todo o processo de tentativa de adesão da Ebserh pela UFRJ, tirou dúvidas e alertou sobre o impacto negativo para os hospitais universitários e trabalhadores da universidade.

A Maternidade Escola, como se sabe, é uma das unidades de saúde programadas pelo contrato que a Reitoria quer firmar com a empresa para ser entregue a uma administração terceirizada. O HUCFF e o IPPMG são as outras duas.

“A Ebserh tem 12 meses para acabar com os vínculos precários nos hospitais. Então quem não é RJU vai ser mandado embora. E já os RJUs estão sendo cedidos a Ebserh e está havendo uma briga judicial entre as Reitorias e a Ebserh”, alertou Esteban Crescente.

Esteban falou sobre a intensa mobilização para o Consuni desta quinta, 7 de dezembro, e chamou e convocou os servidores do hospital a participarem da reunião. O objetivo é pressionar a Reitoria para que se obtenha mais tempo para o debate antes de decisão precipitada.

Caminho errado

Para o coordenador de comunicação do Sintufrj, outro dirigente presente à reunião, Nivaldo Holmes, “eles (Ebserh e apoiadores) querem cumprir metas. E nós somos a resistência, principalmente para manter o quadro RJU nos hospitais.

“A UFRJ está no caminho errado. Buscando verbas para os hospitais universitários, em vez de procurar angariar verbas para todas as unidades”, completou Nivaldo.

“A batalha não está perdida. Será muito bom termos o pessoal dos hospitais na sessão do Consuni dessa quinta-feira. É uma situação difícil e precisamos de vocês para levar essa luta. É resistir!” conclamou Esteban.

No penúltimo dia de realização do XI Seminário de Integração dos Técnicos-Administrativos em Educação (Sintae), nesta quinta-feira, 30 de novembro, a sessão sobre Saúde do Trabalhador e Qualidade de Vida, na sala 3 do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) — onde o mais importante evento institucional da categoria está sendo realizado –, os temas das pesquisas apresentadas no formato oral renderam uma discussão calorosa e até denúncias. Esse GT foi coordenado pela administradora da universidade Angelúcia Muniz.

A pesquisa sobre Gestão de Pessoas e Burnout: Uma Relação Invisível?, realizada com base no cotidiano do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) foi o que mais mobilizou os presentes. Entre os quais um grupo de servidores da Universidade Estadual da Bahia. Laura Gomes, técnica de enfermagem que atualmente ocupa o cargo de chefe substituta eventual do setor de Segurança e Saúde do Trabalhador da unidade hospitalar (Sesat) – e uma das três coordenadoras-gerais do Sintufrj – apresentou o trabalho, realizado em coautoria com Lívia Mendes Falcão (também do Sesat).

“Como exerci chefia por muito tempo, aprendi que gerir pessoas é diferente de gerir coisas, porque trata-se de seres humanos, o principal capital de qualquer instituição ou empresa. E o Burnout está ligado a forma como como os profissionais estão sendo geridos. O RH traz o servidor/trabalhador e a gestão adapta a pessoa ao trabalho”, explicou Laura. Os resultados do estudo mostraram que a síndrome Burnout se instala de forma silenciosa ou imperceptível, e muitas vezes é percebida quando já está em estágio grave.

Excesso de trabalho, assédio moral (ocorre quando o gestor pede que a pessoa faça o trabalho para o qual não foi contratado e o persegue), ambiente tóxico (disputa com a chefia entre os colegas), sarcasmo e diminuição da eficácia profissional, entre outras atitudes nocivas no ambiente de trabalho são causas de Burnout, levando a pessoas a tratamento psiquiátrico e afastamento. “Muitas vezes o gestor não percebe o adoecimento do trabalhador e que pode estar ligado à sua liderança. Os principais sintomas são fadiga intensa, dor de cabeça frequente, falta de hepatite, dificuldade no sono, chegando a culminar com morte. É uma doença ocupacional”, acrescentou a pesquisadora. Treinar os gestores, segundo ela, é uma medida que deve ser adotada na universidade, onde são muitos os casos de Burnout por falta de condições de trabalho e de gestão adequada.

Guilherme da Silva Sousa, também técnico de enfermagem  lotado no Sesat do HUCFF, chamou a atenção com a pesquisa feita em parceria com Laura Gomes, Livia Mendes e Ingrid Moreira (Sesat) sobre Suscetibilidade dos Profissionais de Saúde à Transmissão de Hepatite B Pós-Exposição Ocupacional. “No ano passado foram registrados no Sesat 108 acidentes de trabalho e sem incidência de hepatite, mas é um fato recorrente. Fora as subnotificações”, informou o pesquisador.

Ele pretende repetir a apresentação para todo o HUCFF visando alertar os profissionais sobre a importância do uso adequado de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), manter em dia o exame periódico, que o hospital é obrigado a oferecer aos seus servidores, que consiste na coleta de sangue e uma semana depois consulta com médico.

Encerramento – o XI Sintae começou no dia 27 de novembro e termina nesta sexta-feira, 1º de dezembro, quando deverá ser aprovada a Carta do seminário 2023. Vinte e três grupos de trabalho se apresentaram, na forma oral ou virtual. Participaram servidores técnicos-administrativos de outras instituições de ensino de vários estados.

. Leia as matérias completas sobre as quatro apresentações do GT Saúde do Trabalhador e Qualidade de Vida desta quinta-feira, 29, e o balanço do XI Sintae 2023, na edição do Jornal do Sintufrj 1425. 

NO SINTAE. Palestra Gestão e Sindrome Brunout.
LAURA GOMES, coordenadora-geral do Sintufrj, em palestra no Sintae

 

Comemorado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, texto segue agora para tramitação no Senado

PORTAL DA ANDIFES

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados aprovou, na manhã desta quarta-feira (29/11), o relatório da deputada Ana Pimentel (PT-MG) pela aprovação do projeto de lei 2.699/2011, que trata sobre a nomeação de dirigentes das universidades federais. Pelo texto, no lugar da lista tríplice, passarão a ser encaminhados ao Ministério da Educação apenas os nomes do(a) reitor(a) e do(a) vice-reitor(a) eleitos(as) pela comunidade acadêmica.

Para a relatora, o momento é um marco para todos que defendem a autonomia nas universidades federais e o respeito à escolha democrática dos dirigentes. “Esse projeto garante que a decisão da comunidade acadêmica seja referendada, de fato, pelo presidente da República”, comemorou.

O deputado Patrus Ananias (PT-MG), que relatou a proposta na Comissão de Educação, também celebrou a aprovação do projeto. “Estamos muito felizes. É uma conquista histórica para a educação superior brasileira, para as universidades federais, e que fortalece os conselhos universitários, possibilitando, também, a participação da sociedade nessa decisão”, declarou.

A presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitora Márcia Abrahão Moura (UnB), classificou a aprovação como uma grande vitória das universidades federais. “Essa decisão faz com que as universidades tenham, de fato, a autonomia para escolher o reitor ou reitora. É uma grande vitória, especialmente por tudo que passamos nos últimos anos”, celebrou.

A proposta recebeu o apoio da Andifes e, antes de ser tratada no Congresso Nacional, foi debatida com o Ministério da Educação, com o Ministério das Relações Institucionais, com parlamentares e com entidades representativas da Educação.

O projeto é terminativo na CCJC, o que significa que não precisará passar pelo Plenário da Câmara antes de iniciar a tramitação no Senado Federal.

DEPUTADA SÂMIA BONFIM, MARCIA ABRAHÃO, da Andifes, e o autor do projeto Patrus Ananias

Trabalhadores da UFRJ no Centro do Rio de Janeiro cumprindo mais uma ação de mobilização na luta por recomposição salarial e valorização dos servidores. O ato fechou o 28 de novembro, dia de paralisação.