Mais de 40 trabalhadores terceirizados da empresa Personal que serve ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) não receberam a segunda parcela do 13º salário (que deveria ser pago até 20 de dezembro, segundo a lei) e o salário de dezembro – que deve cair na conta até o quinto dia útil de cada mês.
O calote aos profissionais que trabalham como mensageiros e maqueiros na unidade de saúde teve um requinte de crueldade: não só passaram Natal e festas de fim de ano sem dinheiro, como ainda receberam em dezembro um contracheque fake como se a segunda parte do 13º tivesse sido paga.
A alegação da empresa é de que a universidade não teria feito o repasse para o pagamento do serviço, argumento contestado pela Reitoria que, por conta de mais esse episódio que atinge o segmento mais vulnerável entre os trabalhadores que prestam serviços à universidade, divulgou nota.
O documento destaca que “o pagamento é efetuado diretamente aos empregados pela empresa prestadora de serviços”. E adverte: “ Caso não estejam sendo cumpridos prazos contratuais de pagamento aos terceirizados, sanções contratuais serão aplicadas após a devida apuração.”
A nota da UFRJ acrescenta:
“Destaca-se que o pagamento dos empregados deve ser efetuado até o quinto dia útil do mês seguinte ao período de prestação de serviços”.
Além de informes sobre negociações em Brasília acerca de salários, reunião debateu PGD e assédio moral
Os servidores da UFRJ terão aumento salarial em 2024? Haverá recomposição salarial? Essas e outras foram algumas das perguntas respondidas pela coordenação do Sintufrj em reunião com trabalhadoras e trabalhadores das pró-reitorias. O encontro foi na manhã desta quinta-feira (11).
Durante mais de uma hora, foram debatidos temas relacionados às expectativas salariais em negociação com o governo em Brasília, mas também assuntos que fazem parte do cotidiano do servidor da universidade, como a assédio moral.
O início da instituição do teletrabalho nas pró-reitorias foi um dos destaques da pauta. Com a virada do ano, os setores iniciaram suas jornadas de forma híbrida seguindo os padrões instituídos pelo PGD/UFRJ. Mas dúvidas quanto à organização do trabalho, questões de auxílios e quem tem direito ao trabalho de forma remota foram apresentadas.
Em março, haverá uma avaliação sobre os três primeiros meses da regulação do teletrabalho, a fim de promover mudanças e adequações às realidades de cada setor.
Recomposição salarial
A reunião serviu para a direção sindical reforçar a convocação para a assembleia de quarta-feira (17) que tem como pauta central a campanha salarial, aperfeiçoamento da Carreira e estado de greve orientado pela Fasubra.
O fato é que as negociações com o governo vivem momento de tensão.
Coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, disse que a questão é mais delicada do que parece, uma vez que na última rodada de negociação o governo ofereceu só ajustes nos benefícios (auxílio alimentação, auxílio creche, auxílio saúde) a partir de maio.
Sobre recomposição salarial, a mobilização dos servidores determinará os próximos passos: “ainda não sabemos como as coisas vão ficar, mas ao menos este governo abriu diálogo com a categoria que vai decidir sobre os próximos passos”, disse o dirigente.
O Sintufrj tem repetido nos seus materiais e nas falas dos seus dirigentes que só com pressão os trabalhadores vão conseguir arrancar reajuste salarial e melhorias na Carreira deste governo. A assembleia de quarta-feira é para organizar e discutir estratégias de luta.
Assédio moral
Em resposta às denúncias de assédio moral em setores das pró-reitorias, o Sintufrj elaborou uma carta enviada à Reitoria com objetivo de provocar investigações sobre os casos.