Além de informes sobre negociações em Brasília acerca de salários, reunião debateu PGD e assédio moral

Os servidores da UFRJ terão aumento salarial em 2024? Haverá recomposição salarial? Essas e outras foram algumas das perguntas respondidas pela coordenação do Sintufrj em reunião com trabalhadoras e trabalhadores das pró-reitorias. O encontro foi na manhã desta quinta-feira (11).

Durante mais de uma hora, foram debatidos temas relacionados às expectativas salariais em negociação com o governo em Brasília, mas também assuntos que fazem parte do cotidiano do servidor da universidade, como a assédio moral.

O início da instituição do teletrabalho nas pró-reitorias foi um dos destaques da pauta. Com a virada do ano, os setores iniciaram suas jornadas de forma híbrida seguindo os padrões instituídos pelo PGD/UFRJ. Mas dúvidas quanto à organização do trabalho, questões de auxílios e quem tem direito ao trabalho de forma remota foram apresentadas.

Em março, haverá uma avaliação sobre os três primeiros meses da regulação do teletrabalho, a fim de promover mudanças e adequações às realidades de cada setor.

Recomposição salarial

A reunião serviu para a direção sindical reforçar a convocação para a assembleia de quarta-feira (17) que tem como pauta central a campanha salarial, aperfeiçoamento da Carreira e estado de greve orientado pela Fasubra.

O fato é que as negociações com o governo vivem momento de tensão.

Coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, disse que a questão é mais delicada do que parece, uma vez que na última rodada de negociação o governo ofereceu só ajustes nos benefícios (auxílio alimentação, auxílio creche, auxílio saúde) a partir de maio.

Sobre recomposição salarial, a mobilização dos servidores determinará os próximos passos: “ainda não sabemos como as coisas vão ficar, mas ao menos este governo abriu diálogo com a categoria que vai decidir  sobre os próximos passos”, disse o dirigente.

O Sintufrj tem repetido nos seus materiais e nas falas dos seus dirigentes que só com pressão os trabalhadores vão conseguir arrancar reajuste salarial e melhorias na Carreira deste governo. A assembleia de quarta-feira é para organizar e discutir estratégias de luta.

Assédio moral

Em resposta às denúncias de assédio moral em setores das pró-reitorias, o Sintufrj elaborou uma carta enviada à Reitoria com objetivo de provocar investigações sobre os casos.

REUNIÃO COM SERVIDORES DAS PRs atualizou informações acerca da campanha salarial e problemas internos relatados por trabalhadores e trabalhadoras
NIVALDO HOLMES E ESTEBAN CRESCENTE na reunião no auditório da InovaTeca, no Parque Tecnológico
PGD OCUPOU parte importante da reunião

DATA: 12/01 (sexta-feira) das 10h às 12h30

LOCAL: Sede do SINTUFRJ e pelo link

Solicite o link da reunião pelo e-mail: comunic@sintufrj.org.br

PAUTA:
➡️ Informes das Ações Judiciais sob a responsabilidade do Escritório de Advogados Rudi Cassel

➡️ Informes sobre reajuste do plano de saúde do SINTUFRJ

➡️ Aprovação de agenda de mobilização e luta pela recomposição salarial.

Sua presença será fundamental, seja presencial ou remotamente.

Coord. dos Aposentados(as) e Pensionistas do SINTUFRJ

A manifestação que reuniu na segunda-feira, na histórica Cinelândia, militantes, trabalhadores, sindicatos, movimentos sociais e populares e partidos políticos de esquerda para repudiar o fascismo propagou o eco reproduzindo as palavras de ordem de vários cantos do país para defender a democracia e exigir punição aos golpistas.

O ato foi para marcar 1 ano do fatídico 8 de Janeiro de 2023 quando uma turba manejada por conspiração golpista (empresários, altas patentes das Forças Armadas, cupula da Policia Militar de Brasilia, Bolsonaro e companhia) invadiu as sedes do palácio presidencial, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Sintufrj estava presente com sindicalizados, delegados de base e dirigentes da entidade. Um dos coordenadores-gerais do sindicato, Esteban Crescente, foi direto ao ponto.

“A nossa luta por liberdade democrática é a luta para que os sindicatos possam continuar se organizando e lutando por direitos. E aqueles que tentaram dar um golpe no dia 8 de janeiro de 2023 eram contra a organização e a luta dos trabalhadores por seus direitos’, disse.

“Não há caminho para a classe trabalhadora que não o da mobilização, que não o da construção das lutas (…) temos de saber quem são os nossos inimigos e adversários. É o fascismo, Bolsonaro, os generais golpistas, os mercadores da fé, esses são nossos inimigos. E nós temos que lutar pela punição dos golpistas”, sustentou o dirigente do Sintufrj.

Maioria segue impune

Como resultado da tentativa de golpe centenas e pessoas foram detidas e houve uma série de afastamentos, prisões e operações de busca e apreensão contra autoridades, empresários e suspeitos de participar, incitar e financiar os atos.  Mas até agora da horda que invadiu e depredou, apenas 30 pessoas foram condenadas pela Justiça, e seguem impunes dezenas de empresários financiadores da tentativa de golpe, militares de alto comando das Forças Armadas e policiais do Distrito Federal e fundamentalmente os mentores.

O ex-presidente Jair Bolsonaro teve seu indiciamento pedido pela CPI do 8 de janeiro no Congresso Nacional, sendo tratado na comissão como “autor intelectual”, e segue atualmente ainda como investigado. Recentemente a Procuradoria Geral da República (PGR) encaminhou ao STF relatório e vídeo postado e apagado do perfil de Bolsonaro no Facebook, o qual é fundamental para apresentar denúncia contra o ex-presidente sob acusação de incitação.

Entenda

No dia 8 de janeiro, um domingo, uma turba enfurecida (manejada por ações de profissionais) com cerca de 4 mil bolsonaristas caminhou rumo a praça dos Três Poderes para tentar deflagrar um golpe. Eles não aceitavam o resultado das eleições, que deram vitória a Lula.

Invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) numa ação sem precedentes na história do país. A sanha era tão grande que havia até um plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como parte das ações golpistas do 8 de janeiro. As fotos de Daniel Outlander registram o ato do 8 de Janeiro na Cinelândia.

 

Em entrevista, ministro do STF disse que um dos planos era pendurar seu corpo em plena Praça dos Três Poderes. Ele criticou “terra sem lei” das redes sociais e defendeu exclusão de políticos contrários à democracia

Por Redação RBA

“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”, afirmou o ministro na entrevista. “E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição.”

Exército não aderiu

Segundo ele, há um inquérito em andamento que apura inclusive a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). De acordo com Moraes, a agência “monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”. Ele não se considerou surpreso. “Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido (…). Tenho muito processo para perder tempo com isso.”

Pelas investigações em curso, a ordem de vários financiadores dos atos era no sentido de invadir o Congresso até que houvesse uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para que o Exército fosse retirar os manifestantes. “E, então, eles tentariam convencer o Exército a aderir ao golpe. O que mostra o acerto em não se decretar a GLO, porque isso poderia gerar uma confusão maior, e sim a intervenção federal. Não que o Exército fosse aderir, pois em nenhum momento a instituição flertou (com a ideia). Em que pese alguns dos seus integrantes terem atuado, e todos eles estão sendo investigados”, disse o ministro. Em 8 de janeiro, ele estava em Paris, mas conversou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e também com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Povo doente”

Alexandre de Moraes contou que reforçou a segurança de sua família. “Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente. Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos. Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente.”

Ele disse analisar “críticas construtivas” sobre as prisões. “Nenhum desses golpistas defende que alguém que furtou um notebook não possa ser preso. E eles, que atentaram contra a democracia, não podem? Os presos são de classe média, principalmente do interior, e acham que a prisão é só para os pobres. A Justiça tem que ser igual para todos.”

Redes sociais

E acrescentou que quem faz a pena não é o STF, mas o parlamento. “O Congresso aprovou uma legislação substituindo a Lei de Segurança Nacional exatamente para impedir qualquer tentativa de golpe. Se as penas máximas fossem aplicadas em todos os cinco crimes, pegariam mais de 50 anos, mas pegaram 17 (no máximo). Se não quisessem ser condenados, não praticassem nenhum crime.”

Assim, para Alexandre de Moraes, a primeira lição do 8 de janeiro é a necessidade de impedir que continue a “terra sem lei” das redes sociais. Na parte criminal eleitoral, políticos que tiveram participação comprovadas devem ser excluídos da vida pública. “Quem não acredita na democracia não deve participar da vida política do país.”

MINISTRO MORAES. Marcado para morrer por golpistas