UFRJ faz sua adesão ao movimento nesta quinta-feira, 7, nas assembleias simultâneas

A Fasubra e seus sindicatos estão em um esforço concentrado para a construção de uma forte greve dos técnico-administrativos em educação a partir de 11 de março. Até a manhã desta quarta-feira, 6, mais da metade da base da federação já havia aprovado o indicativo. No Rio, UFF, Rural e Unirio já aprovaram a deflagração da greve, faltando a UFRJ.

O Sintufrj vem concentrando todas as forças na deflagração desse movimento paredista e um dia antes de sua assembleia de deflagração de greve marcada para essa quinta-feira, 7, realizou transmissão simultânea, com os sindicatos cariocas, da live do Fórum dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Públicas do Rio sobre a campanha salarial.

A live foi comandada pelos coordenadores da Fasubra, Francisco de Assis e Ivanilda Reis, com participação direta de Brasília do coordenador da Fasubra, André Nascimento, e dirigentes do Sintufrj, Sintur, Sintuff e Asunirio. Os sindicalistas reforçaram também que as medidas para resguardar o direito de greve dos servidores estão sendo tomadas pelas Fasubra e sindicatos, como oficialização do não corte de ponto por parte das Reitorias. E principalmente para aqueles que estejam em estágio probatório, que se filiem as entidades para não sofrerem quaisquer retaliações.

“Teremos de ter muita unidade de ação para esse enfrentamento nessa disputa não apenas com o governo, mas disputar também o Orçamento com o parlamento para repor o orçamento das universidades e arrancar nossa reposição salarial”, afirmou Francisco, que também é técnico-administrativo da UFRJ.

“A mobilização cresce a cada dia. E mesmo com uma realidade difícil para mobilizar, como o PGD e o Ponto Eletrônico, estamos vencendo isso. As pessoas estão dispostas a começar essa greve no dia 11. Estamos acreditando nessa greve e na nossa pressão para garantir a reestruturação de nossa Carreira e a reposição salarial. Não há outra maneira. Tudo o que conquistamos ao longo de nossa história foi através da resistência, de muita luta, e de muitas greves. Agora é o momento de sair do estado de greve com a construção de uma forte greve. A mobilização começa já”, anunciou Ivanilda, também técnica-administrativa da Universidade Rural.

“Estamos num momento crucial da nossa luta. Mais de 50% das universidades já se posicionaram a favor da greve. É um sinal claro que as demandas dos servidores técnico-administrativos em educação não estão tendo atendimento satisfatório”, pontuou André.

Mobilização no Rio

O Sintufrj pretende reunir mil trabalhadores na assembleia de deflagração de greve neste  7 de março. O Sintuff aprovou por unanimidade a greve a partir de 11 de março, assim como a Asuninirio, na terça-feira, 5. O Sintur foi o primeiro a aprovar o indicativo da Fasubra em assembleia dia 27 de fevereiro, já conquistando apoio no Conselho Universitário e do reitor.

“Estamos num momento de grande mobilização nas bases. Essa assembleia do dia 7 é muito importante e todos os companheiros estão rodando as unidades, inclusive nas hospitalares, e panfletando. Sem luta não vamos conseguir arrancar nada do governo que está muito pressionado pela extrema direita e pelo Centrão. Nada para a gente veio do céu. Veio com muita luta, mobilização e greve. Acreditamos que através da unidade arrancaremos melhorias para a nossa carreira e melhorias salariais”, sustentou a coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista.

“De uns anos para cá só vemos o empobrecimento da categoria. E nós da enfermagem e muitos que entraram agora não alcançamos o piso salarial. Na UFRJ foi pago em forma de bônus. Um valor a mais separadamente do salário base para completar o valor do piso salarial. Isso deveria ser incorporado, mas para isso teríamos que ter a reestruturação da nossa carreira. Então é mais um dos motivos que temos que lutar nessa greve. Temos nos mobilizado nos hospitais. Vejo que as pessoas estão motivadas a comparecer na nossa assembleia e vamos incluir a UFRJ nessa greve que é importante não só para a reposição, mais também para a recomposição do Orçamento. Nossos prédios estão caindo aos pedaços”, completou a coordenadora-geral do Sintufrj, Laura Gomes.

“Estamos com um desafio muito grande nessa greve que já aprovamos para o dia 11, pois precisamos que ela seja muito forte.  Estamos fazendo campanha de conscientização e mobilização nas nossas bases”, Maurício Marins, dirigente do Sintur. “Reforço que aqueles que estão no PGD e no Sistema de Ponto Eletrônico todos são trabalhadores da universidade e devem também estar na greve”, acrescentou Maurício.

“Quem nunca se interessou pela greve está interessado. Conquistamos apoio da Reitoria que já afirmou que não vai cortar o ponto”, garantiu Vitor, dirigente do Sintur.

“Nossa carreira trata da nossa identidade, do nosso papel como atores na promoção da educação pública. É uma valorização. Mas ela tem 20 anos e muita coisa mudou, por isso precisamos reestrutura-la”, pontuou Lúcia Vinhas, dirigente do Sintuff.

“Esse movimento não é só dos técnico-administrativos. É um movimento para a Educação. O Andes sinaliza com a possibilidade de greve para o primeiro semestre desse ano e chamamos o Sinasefe para esse movimento”, observou Layene Almeida, dirigente do Sintuff.

“Aprovamos o indicativo da Fasubra com a decisão de uma greve de ocupação. Temos um calendário definido em que nele há diálogo com estudantes e realização de atos na universidade e na rua. Pela primeira vez haverá participação pessoas que nunca fizeram greve e também obtivemos apoio da Reitoria. A nossa greve nesse momento é sim corporativa, por salários, mais é uma greve principalmente em defesa da universidade pública, laica e referenciada”, destacou Rodrigo Ribeiro, dirigente da Asunirio.

 

 

 

 

 

Dois dirigentes da Fasubra avaliam a mobilização nacional pela greve da educação

Ivanilda Reis, coordenadora-geral:

“A mobilização está sendo boa. A preocupação da Fasubra era sobre se as assembleias fossem esvaziadas. Alguns dirigentes das entidades falaram em possível esvaziamento. Mas, as assembleias estão reunindo um número maior de participantes do que ocorre normalmente. Então, está havendo um retorno muito positivo. Os sindicatos estão aprovando greve ou marcando novas assembleias já para deflagração (da greve) no dia 11.

Até o dia 5 de março, cerca de 40 entidades (veja quadro a seguir) já tinham uma resposta. Em torno de 35 já tinham dito sim para a greve no dia 11. A gente está vendo um quadro bem positivo, uma grande mobilização. Essa semana está sendo de mobilização.

Mas vamos ter um raio-X dos números e da participação das entidades na greve na plenária (virtual) da Fasubra no dia 9 de março. Pelos números está positivo; pouquíssimas assembleias não conseguiram um número maior de participantes do que vinham reunindo em assembleias anteriores. Mas o engajamento ainda está aquém do que precisamos para uma greve forte. Ainda não é uma realidade assembleia bombando.

Entre as bases que ainda não decidiram, somente uma (de Alagoas) votou contra a greve. Outra coisa: muitas assembleias vão ocorrer no dia 11 para organização da greve”.

Francisco de Assis, coordenador de Comunicação da Fasubra:

”Fasubra tem uma avaliação positiva crescente da mobilização diante da posição tirada nas assembleias sobre o indicativo de greve no dia 11, o que fortalece a linha da Federação. E a gente está querendo intensificar a mobilização para que a totalidade (das entidades) chegue nessa data com o indicativo de greve. Porque isso vai fortalecer a representação da categoria na mesa de negociação com o governo. Então, nossa meta é chegar a 100% da base com o indicativo de greve no dia 11. Só o fato de a gente indicar que estará em greve, já fez o ministro (Camilo Santana, da Edducção) se movimentar. Isso mostra que a gente deve fortalecer ainda mais a mobilização”.

Imagine com greve…

Após a reunião da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC), no dia 29 de fevereiro, convocada de forma extraordinária pelo Ministério da Educação (MEC), o ministro da Educação Camilo Santana recebeu os membros da CNSC para ouvir as reivindicações da categoria e construir “caminhos de diálogo”.

Segundo a Fasubra, o ministro disse que nos próximos 30 dias acontecerão reuniões com as “diversas instâncias do governo, com objetivo de trabalhar pela valorização dos nossos servidores e pela escuta de suas demandas”.

A convocação para as assembleias desta quinta-feira, 7 de março, foi a principal tarefa da direção sindical durante os últimos dias. A Comissão de Mobilização composta por coordenadores do Sintufrj, apoiadores da gestão e militantes de base percorreram unidades dialogando com as trabalhadoras e trabalhadores e distribuindo panfletos explicando as razões pelas quais todos devem abraçar a Campanha Salarial deste ano.

No IPPMG, uma das unidades hospitalares por onde passou a comissão, o coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente atualizou as trabalhadoras e trabalhadores sobre a luta em curso  pela reestruturação da Carreira e a recomposição do orçamento da universidade, cuja a maioria dos prédios necessita de obras urgentes.

Motivos para a greve não faltam

“O orçamento da instituição é de R$ 370 mil milhões, mas a demanda é de R$ 790 milhões. Isso explica prédios caindo, a redução dos contratos de vigilância, limpeza e das bolsas estudantis sendo reduzidas. A dificuldade de manter o hospital funcionando. O governo está arrecadando mais, porém, temos que brigar para esse dinheiro vir para cá e não ir para o Centrão, para o banqueiro, porque essa turma tem poder de negociação. E o nosso poder é esse, fazer barulho”, disse Esteban.

Sobre as mesas de negociações com o governo, Esteban informou que os ministérios chegaram a um limite. “Em relação à Carreira não temos nenhuma resposta. E temos a Carreira mais defasada do serviço público. A pior remuneração média. Amargamos uma perda de 52% e um congelo de pelo menos sete anos. Essa greve não é um tiro no escuro. O contexto nos favorece. Porque o governo está dizendo que se a economia tiver um resultado bom esse ano, dá para distribuir alguma coisa para os servidores. E o ano já começou bem para as contas públicas. Por isso a gente vai à luta”, acrescentou o coordenador do Sintufrj.

“Só com luta”

“Não podemos ficar sentados em frente ao computador com medo do chefe. Somente se consegue as coisas com luta. Nos 36 anos em que estou na UFRJ, tudo o que nós conquistamos foi com luta, enfrentando o governo. Qualquer governo. Agora, nós precisamos estar juntos. Não podemos ficar sentados esperando o sindicato lutar por nós. O sindicato somos todos nós”, disse a coordenadora de Comunicação do Sintufrj Marly Rodrigues para os servidores na PR-6.

Quórum qualificado

Vânia Guedes, coordenadora de Políticas Sociais na sala da PR-3 informou que outras entidades do Estado do Rio já definiram a deflagração da greve no dia 11 de março, confirmo indicativo da Fasubra. Ela reiterou a importância de obtermos um quórum qualificado nas assembleias desta quinta-feira, 7.

Ela também avaliou o cenário como favorável à deflagração de greve e reforçou, assim como os demais companheiros e companheiras na panfletagem, a importância de fortalecer a luta pela conquista das reivindicações contidas na pauta de reivindicações desta Campanha Salarial.

 

          

           

                             

                   

           

   

A categoria dos técnico-administrativos da UFF aprovou por unanimidade a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 11 de março, seguindo a orientação da Fasubra.

A assembleia geral foi realizada no auditório da Faculdade de Economia. Mais de 150 servidores encheram o auditório e assinaram a lista de presença da assembleia que aprovou a greve.

“Diante da posição do governo de reajuste zero para 2024 e da ausência de propostas para o desenvolvimento e reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, não restou outra saída que não fosse a construção da greve”, justifica o Sintuff.

 Unirio

Os técnico-administrativos da Unirio também aprovaram a deflagração de greve a partir de 11 de março. A assembleia foi realizada no novo campus da universidade, na Avenida Presidente Vargas.

Na semana passada, trabalhadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro já tinham votado pela greve.

TRABALHADORES DA UFF aprovam greve por unanimidade . Foto: Jesiel Araújo AG. UFF