Na avaliação da assembleia da categoria, é hora de fortalecer a mobilização para potencializar a pressão do movimento 

 

A greve dos técnicos-administrativos em educação na UFRJ continua e com uma agenda de atividades robusta que já está sendo posta em prática, mas que cresce a partir de segunda-feira, 6.

Fortalecer a distribuição de tarefas e ampliar a participação nas ações de mobilização foram as principais deliberações da assembleia realizada nesta quinta-feira, 2, simultaneamente nos três maiores campi da universidade: Fundão, Praia Vermelha e Macaé.

O segundo desabamento de uma parte do telhado do prédio da Escola de Educação Física e Desportos, na noite de 1º de maio, reforçou a necessidade de estudantes e professores engrossarem o movimento liderado pelos técnicos-administrativos iniciado em 11 de março.

Na maioria das falas de avaliação da greve foi repetida inúmeras vezes que “a nossa luta é em defesa das universidades, da educação pública de qualidade”.

Defesa da luta

A participação do Comando Local de Greve (CLG) e do Sintufrj na manifestação unificada no Dia do Trabalhador, no Parque Madureira, que contou com a presença expressiva de estudantes foi destacada. “O povo que nos ouviu no ato e na caminhada do viaduto Negrão de Lima até o shopping sentiu confiança ao saber que tem pessoas lutando nesse país”, disse o coordenador-geral do sindicato Esteban Crescente.

Na avaliação do dirigente, a greve está dando resultado. “Tínhamos dois bilhões e já estamos com três bilhões. Ainda não é o suficiente para a reestruturação da nossa carreira e o reajuste salarial que reivindicamos, pois as nossas perdas são enormes e nossa luta é pelos ativos e aposentados”, afirmou Esteban.

“Nossa greve é um raio de sol em meio a tempestade; talvez tenhamos que ser mais criativos nas redes sociais, passar nas salas de aulas, reforçar as ações da agenda de luta, intensificar a greve”, propôs Igor, do campus Praia Vermelha.

“Estamos sem pernas para cumprir a agenda de lutas, e necessário que a categoria amplie sua participação na greve. Quem sofre assédio moral de docentes e da chefia é porque está furando o movimento”, desabafou a coordenadora sindical Marli Rodrigues.

“Vamos chegar a dois meses de greve, portanto, estamos num  momento delicado e decisivo do nosso movimento. Não é hora de se vitimar, mas de convocar todo mundo para participar das ações da agenda de greve”, defendeu Agnaldo Fernandes. Ele propôs que o CLG organize debate sobre piso constitucional da educação e da saúde.

“Temos que ir às unidades e nas pró-reitorias convencer os companheiros que a nossa greve é legítima. Nem os grandes pensadores falam dos técnicos-administrativos; somente nós mesmos sabemos da nossa importância para as instituições de ensino”, lembrou Fernando Pimentel.

“Quem ama a UFRJ está em greve. É inadmissível continuar dando aulas nas condições em que se encontra a universidade”, pontuou Marisa Araujo.

“Nossa luta é também pela dignidade dos servidores e inclui mais orçamento para as instituições. Uma luta que exige muito a presença de todos”, afirmou Alzira Trindade. “Nossa capacidade de mobilização pode levar ao sucesso do movimento”, considerou Roberto Gambine, do Instituto de Doenças do Tórax (IDT).

Ele propôs que fosse feito um panfleto específico sobre a prestação de serviços dos técnicos-administrativos nas unidades de saúde da UFRJ (hospitais e institutos).

“É responsabilidade nossa intensificar nossas ações de greve”, admitiu Gilvan. Segundo Boaventura Souza Pinto, “o papel de cada um da categoria é divulgar porque estamos em luta e destacar que reivindicamos mais verbas para as universidades”. Para José Carlos (PR-6), o trabalho das comissões do CLG é que mobiliza. Na avaliação dele, “toda a comunidade universitária deve fazer greve, porque a universidade está caindo na cabeça de todos”.

Macaé agradeceu o apoio das companheiras e companheiros do Rio de Janeiro, que se deslocaram até o município para fortalecer o ato na praça Veríssimo de Melo, que constou de panfletagem e diálogo com a população sobre os motivos da greve, distribuição de livros e apresentação de um projeto sobre realidade virtual.

DCE presente

Geovane, representante do DCE Mário Prata e dos estudantes no Conselho Universitário se manifestou na assembleia para reafirmar o apoio da entidade estudantil à greve dos técnicos-administrativos: “Estamos lado a lado nessa mobilização que também é pela recomposição orçamentária, mais servidores e mais auxílio para os estudantes”. E também informar que “estão cobrando medidas acadêmicas da Administração Central para dar conta da demanda relacionada ao auxílio de acesso e de permanência dos alunos carentes. “Queremos que vocês pensem com a gente como assegurar o direito à universidade das pessoas das comunidades, cuja maioria é negra”, reivindicou a dirigente.

Informes  

A assembleia foi aberta com integrantes das comissões de trabalho do CLG informando sobre os encaminhamentos das últimas reuniões. A Comissão de Ética finalmente concluiu o texto do e-mail que enviará à Reitoria explicando as razões da greve e atualizando a listagem dos serviços essenciais, que incluirá desta vez a Divisão de Segurança.

Evitar pressões e constrangimentos nos locais de trabalho por chefes e docentes é o objetivo da comissão, cujo texto com as informações deverá ser enviado pela Reitoria aos responsáveis pelos setores de trabalho das unidades. Os servidores recém-ingressos na UFRJ são os que mais temem a adesão à greve, por temerem retaliação.

Outro ponto importante exposto na assembleia pela Comissão de Ética foi relacionado a avaliação socioeconômica dos estudantes, que tem a ver com o cumprimento dos editais deste ano das bolsas de auxílio. Inicialmente essa tarefa desempenhada pelos técnicos-administrativos não era considerada essencial, mas o tema será rediscutido, após uma reunião com a Pró-Reitoria de Políticas Estudantis.

 

 

 

 

 

 

 

Profissionais consideram proposta de reajuste de 2% como “assédio econômico”

A maioria das assembleias gerais dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) deliberou pela deflagração de greve, por tempo indeterminado, diante da proposta de reajuste de 2% apresentado pela empresa. A categoria está classificando o percentual como “assédio econômico”. Nas redes sociais a #AssédioEconômicoNão tem sido usada.

O movimento envolve trabalhadores de 17 estados e o Distrito Federal. Em Santa Catarina a greve foi iniciada dia 2 de maio.  Nos estados do Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Carlos-SP, Sergipe e Tocantins a paralisação será iniciada a partir da segunda-feira, dia 6 de maio.

Na última reunião de negociação, realizada dia 30 de abril, a direção da Ebserh apresentou um novo índice de 2,50% como alternativa à proposta inicial de 2,15%, rejeitada por maioria absoluta da categoria. Nesta mesa, a empresa ainda apresentou proposta de um acordo de ACT bienal, ou seja, que seria válido por dois anos. Sendo que no período de 01/03/2025 a 28/02/2026 ofereceria 80% do INPC do período. A proposta não foi suficiente para que as entidades nacionais representativas dos trabalhadores -Condsef/Fenadsef – apresentassem um novo posicionamento dos trabalhadores.

Até o dia 6 de maio a Ebserh se comprometeu a tentar um novo diálogo com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) com o objetivo de buscar melhora no percentual apresentado. A Condsef/Fenadsef reforçou que no próprio dia 6 a categoria pode fazer uma avaliação nova, caso a empresa tenha algo a apresentar de diferente e que possa dissolver o impasse instalado no processo de negociações do ACT 2024/2025.

Em comunicado, a Ebserh disse que vai ingressar com pedido de mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O indicativo de greve segue mantido.

No Antônio Pedro, representante da Ebserh falta a reunião

Uma audiência entre o Comando Local de Greve (CLG) do Sintuff, Reitoria e Ebserh, marcada para este 2 de maio, teve de ser cancelada devido a ausência da superintendente do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), Verônica Miranda. O Huap passou para a gestão da Ebserh há alguns anos.

A reunião trataria de diversos temas relacionados à greve e também à pauta de reivindicações local dos trabalhadores estatutários do hospital. A representação do Comando de Greve do Sintuff interrompeu qualquer diálogo com a administração sobre outros temas relativos à greve enquanto a categoria não for recebida conjuntamente pelas gestões da UFF e do Huap. O CLG denunciou que este foi o terceiro cancelamento de audiência.

SUPERINTENDENTE DO HOSPITAL ANTONIO PEDRO, DA UFF, não apareceu e reudnião com o Comando Local de Greve e Reitoria teve que ser cancelada

 

“Quantos desabamentos serão necessários?”, questionam estudantes da Escola da Educação Física e Desportos (EEFD) em vídeo divulgado na manhã desta quinta-feira, dia 2, no Instagram pela Atlética Acadêmica da escola e pelo DCE Mário Prata.

   

Fotos: Elisângela Leite

A comunidade da EEFD foi surpreendida esta manhã, dia 2, com a notícia do desabamento de mais um trecho da marquise (de cerca de dez metros) do prédio no bloco A, no corredor da Direção. O acidente foi às 22h15 de ontem, 1º de maio. Não houve feridos.  Oito meses depois da queda de um outro trecho marquise, em 6 de setembro de 2023, desta vez no bloco B, ainda em obras.

Quatro engenheiros do Escritório Técnico Universitário estiveram lá. O reitor Roberto Medronho também visitou o local.

“Como não se indignar diante do resultado tão evidente do sucateamento da universidade. Como ficar de braços cruzados?”, questionam docentes e técnicos administrativos, estes últimos em greve que tem como uma das pautas centrais a recomposição orçamentária das universidades.

   

Os destroços também se projetaram para dentro do prédio, no corredor onde ficam salas da direção. Não atingiu ninguém. A área até então era considerada segura, segundo os funcionários haviam sido informados. Não houve apenas o isolamento do corredor atingido. Toda escola está fechada. Em nota ao corpo social essa manhã, a direção informou o cancelamento das aulas no prédio. Sem previsão de reabertura.

O vice-diretor Alexandre Palma explicou que o acesso ao prédio – de servidores ou estudantes – foi fechado. “É um risco. Assim como foi ali, pode ser qualquer outra parte”, diz ele sobre o prédio, cercado pelos beirais. Segundo ele, pelo que consta, fruto de problemas numa obra realizada há 12 anos.

Ele conta que cinco profissionais (engenheiros e arquitetos) do Escritório Técnico Universitário (ETU), já estiveram no local com o reitor Ricardo Medronho, já tentando iniciar providências. “A gente entende que a UFRJ está sem dinheiro. Mas precisamos resolver essa questão”, diz ele.

Pelo que foi informado, deve começar na próxima à segunda a obra de escoramento do bloco B. Mas ainda não havia há previsão quanto aos demais trechos, nem como será com feito com as aulas que necessitam do espaço.

   

Já não é o primeiro

“Lamentável a situação da nossa UFRJ. É triste ver estas cenas ”. “O que deveria ser considerado inconcebível, está se tornando normal e “A universidade caindo aos pedaços e só os técnicos-administrativos em greve. Pior é quem não discute”. Estes foram alguns dos comentários após o ocorrido que repercutiu também e nas redes.

Luís Felipe Cavalcanti, assistente em administração da Direção da EEFD e representante técnico-administrativo no Conselho de Ensino de Graduação explicou que a estrutura colapsou. “Por sorte, não tivemos vítimas, não havia ninguém por ser feriado, mas denota um problema estrutural na UFRJ. Estamos em campanha salarial, por melhores condições de trabalho e é fundamental que a comunidade acadêmica se reúna, debata e encare a situação de precarização, de desmonte do serviço público, da educação pública, para que a gente possa, unido, fazer o enfrentamento necessário ao governo, ao Lira e a todo o mecanismo de desmonte da educação pública”, diz ele, convocando a comunidade a mobilizar suas categorias, “para que a gente possa defender a universidade de maneira altiva e digna”.

 

No Instagram, vídeo

No desabamento do outro trecho, que aconteceu durante as aulas, atingindo quatro salas, destroços e janelas também foram projetados para dentro. Mas sem feridos. Segundo funcionários, numa sala que estava ocupada, o professor escutou o estalo da estrutura e retirou a turma. A ala foi interditada.

O vídeo postado esta manhã pela Atlética e do DCE, estudantes mostram imagens de ambos os desabamentos e informam que o escoramento foi iniciado, mas não foi concluído e as obras também atrasaram.

Veja o vídeo em https://www.instagram.com/atletica_eefd_ufrj/

Trecho do vídeo que mostra o desabamento em 2023.

 

O mandato Luciana Boiteux (PSOL) em diálogo com a categoria e ciente da nossa luta está organizando uma audiência pública em apoio a greve! O lançamento da frente parlamentar em defesa das universidades, IFs, Pedro II e outras instituições representará mais visibilidade para nossas pautas e maior facilidade na articulação parlamentar.

As 14h na Câmara Municipal do Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 6 de maio

SEG 06/05

  • 9h30: Concentração na entrada do Bloco A do CCS, seguida de caminhada dentro do prédio.
  • 14h: Audiência Pública sobre Carreira TAE na Câmara Municipal Rio

TER 07/05

  • 10h : Reunião na Odontologia, Sala de Graduação 1
  • 10h: Ato Unificado da Educação e da Saúde federal em greve no Instituto Nacional de Traumatortopedia
  • 13h: CLG específico para finanças no Espaço Cultural Sintufrj

QUA 08/05

  • 10h: Assembleia com pauta de prestação de contas, avaliação de greve e Fundo de Greve. Eleição delegados para o CNG/UFRJ.

QUI 09/05

  • 9h30: Consuni / Indicação de Dia Nacional de lutas nas Reitorias
  • 16h: Ato unificado do Fórum de Educação e Comandos de Greve no Largo do Machado

SEX 10/05

  • 9h30: CLG no Espaço Marlene Ortiz ao lado do Espaço Saúde Sintufrj
  • 14: Festa do mês do Trabalhador no Espaço Cultural

 

ASSEMBLEIA DESTA QUINTA-FEIRA, DIA 2. Calendário aprovado