O Comando Local de Greve do Sintufrj participou na tarde desta terça-feira (14) do protesto unificado dos trabalhadores da rede federal no Colégio Pedro II que teve entre os organizadores servidores da Rede Federal de Educação Básica, Profissional e Tecnológica.

O Pedro II integra a base do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) e está em greve desde o dia 3 de abril, aderindo à paralisação nacional da categoria que hoje alcança mais de 560 unidades em greve.

Entidades sindicais da educação, além do Sintufrj, como Asunirio, Sintifrj, Associação de Docentes do CEFET, Andes , organizações estudantis e da juventude, tem manifestado solidariedade à greve do Pedro II. Os trabalhadores da instituição têm sido alvo de manifestações organizadas por grupos de pais.

A integrante do CLG/Sintufrj, Vânia Guedes, levou o recado da categoria da UFRJ.

“Saudamos os companheiros do Pedro II. Nossa luta é a mesma, mas, felizmente, no nosso caso não temos pais de alunos contra. Até por que a situação da universidade é caótica. Está literalmente desmoronando. Então não tem como ser contra a nossa reinvindicação pela recomposição do orçamento da universidade.  Parabéns para vocês nesse enfrentamento cotidiano. Sejamos fortes. Sigamos na luta”, disse Vânia.

Ela informou que em reunião do Comando Nacional de Greve da Fasubra, com participação do Andes e do Sinasefe, houve a discussão sobre as atividades das próximas duas semanas com data para caravana e o Sintufrj irá para Brasília dia 20 com dois ônibus.

Patrimônio da educação pública

O Colégio Pedro II é o terceiro mais antigo colégio em atividade no país, tendo tido professores renomados como Euclides da Cunha e Pedro Calmon e alunos notórios como Afonso Arinos de Melo Franco e Manuel Bandeira. Alguns  se tornaram Presidentes da República, como Floriano Peixoto, Rodrigues Alves e Washington Luis. Mas como as instituições de educação públicas no Brasil, o Pedro II sofre com a escassez de verbas e falta de professores, além dos baixos salários. Seus profissionais seguem sobrecarregados.

Na reunião nesta terça-feira(14) dos trabalhadores de vários setores da Faculdade de Odontologia, o comando Local de Greve (CLG) e a direção do Sintufrj deliberou que a proposta da direção da unidade para incluir na lista de essencialidades durante a greve outros serviços, será submetida a assembleia desta quarta-feira, 15, como também a contraproposta da categoria à solicitação.

Desde o início da greve, em 11 de março, os servidores da Odontologia listaram, junto com o CLG, que funcionariam durante a greve como serviços essenciais setores da Estomatologia, Radiologia (para pacientes internados aguardando cirurgias), Odontopediatria (para pacientes PCDs com urgência), Esterilização (atendimento restrito às essencialidades), Administração predial (em função das essencialidades) e o Serviço Social (para atendimento por telefone pela assistente social de situações de violência).

Proposta

Durante a reunião, os trabalhadores avaliaram que deveria constar também da lista de essencialidades a Patologia. Mas, na maior parte do tempo, a discussão foi em torno da solicitação encaminhada, a pedido de um grupo de estudantes, para o retorno dos técnicos-administrativos ao trabalho em setores que garantam o funcionamento dos Estágios na Clínica Integrada I e II e Supervisionado I e II. Por fim, aprovaram a redação de uma contraproposta que será levada pelo CLG à assembleia.

Demandas internas

A presença de cerca de 70 técnicos-administrativos na reunião estimulou a discussão de demandas internas da categoria, que deverão constar de uma pauta interna. Vania Godinho, coordenadora do Sintufrj e integrante da Comissão de Ética do CLG, apontou que outras questões, além das relativas à greve, vêm aflorando nas discussões com a categoria em outras unidades.

Por conta disso, a dirigente sugeriu que os trabalhadores da Odontologia se reúnam e discutam suas dificuldades cotidianas de trabalho para que as situações sejam enfrentadas coletivamente e os temas constem da pauta interna.

Greve de ocupação

Como na reunião anterior, o tema sobre o conceito da greve voltou a ser discutido. A categoria na UFRJ aprovou que seria uma greve de ocupação, mas não dos locais de trabalho e, sim, das ações de mobilização, como o CLG, atos e manifestações públicas para fortalecer o movimento grevista. O direito de greve dos trabalhadores foi reiterado pelo CLG.

A Comissão de Ética, conforme informado em reunião anterior, já enviou à Pró-Reitoria de Pessoal documento apontando o que seria considerado assédio moral durante a greve para distribuição entre chefias, diretores e decanos das unidades e centros.

Luta coletiva

“A gente vem ouvindo as demandas dos estudantes para tirar no coletivo aquilo que está se organizando em relação à greve, o que seriam as essencialidades, o que a gente manteria ou não. A gente formulou uma proposta hoje que vai ser levada à assembleia. Eu acho fundamental a gente se organizar coletivamente dentro da nossa unidade. O Comando Local de Greve vem dando um suporte que é muito importante na interlocução com a direção e os estudantes”, disse Bárbara Meneses Silva Santos, assistente social

Semana decisiva

Além de Vânia, participaram da reunião os coordenadores-gerais  do Sintufrj Laura Gomes e Esteban Crescente.

Esteban reafirmou a importância da greve para a liberação dos servidores para as ações de massa com impacto no público, e lembrou que a UFRJ está na mídia devido a uma série de problemas de infraestrutura de seus prédios.

O coordenador informou sobre a data da próxima mesa de negociação da categoria com o governo, que será no dia 21, com o Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público, em Brasília, e da ida de uma caravana do Sintufrj. Esclareceu sobre a proposta de aumento apresentada pelo governo, considerada insuficiente pelo movimento, falou do orçamento das universidades federais. “O governo está tendo que se mexer, porque a nossa greve está tendo impacto”, afirmou Esteban, que encerrou sua participação na reunião convocando os trabalhadores para a assembleia desta quarta-feira, 15, e para as ações de mobilização da agenda do CLG.

“Essa é a hora. O governo, na terça, 21, vai trazer uma proposta à mesa. eles estão ajustando o que vão oferecer. Então a gente tem que lutar pela nossa contraproposta. Esteban reiterou o caráter da greve: “É ocupação das ações, das agendas. Porque com a evasão muita gente deixa os outros lutarem e não participam das ações de mobilização. Você tem que estar na ação. O que chama a atenção são os atos de impacto, como o que fechou na semana passada a ponte do saber ou a última caravana”, concluiu o coordenador sindical. (foto: Elisângela Leite)

 

 

A próxima reunião do GT Antirracista do Sintufrj terá um caráter especial: será realizada em parceria com a União dos Estudantes Africanos e da Diáspora (UEAD) em sessão que também irá celebrar o Dia Mundial da África.

O encontro acontece na quarta-feira, 15 de maio, às 14h, no Espaço Cultural do sindicato. Haverá debates e uma roda de conversa para tratar de temas como ações afirmativas; Heteroidêntificação e o mundo do trabalho; experiência dos trabalhadores e trabalhadoras em luta na África e saúde de mulher negra.

Sintufrj – Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ está convidando você para uma reunião Zoom agendada.

Tópico: GT-Antirracista
Horário: 15 mai. 2024 02:30 da tarde São Paulo

Entrar Zoom Reunião
https://us02web.zoom.us/j/88230186071?pwd=aXZxbHczTnFRa3pMY0p4TVFpSWF6UT09

ID da reunião: 882 3018 6071
Senha: 962720

Dispositivo móvel de um toque
+552139587888,,88230186071#,,,,*962720# Brasil
+551146322236,,88230186071#,,,,*962720# Brasil

Discar pelo seu local
• +55 21 3958 7888 Brasil
• +55 11 4632 2236 Brasil
• +55 11 4632 2237 Brasil
• +55 11 4680 6788 Brasil
• +55 11 4700 9668 Brasil

ID da reunião: 882 3018 6071
Senha: 962720

Encontre seu número local: https://us02web.zoom.us/u/kbEEx28Rda

ASSEMBLEIA SIMULTÂNEA
QUARTA-FEIRA / 15 DE MAIO / 9H30
FUNDÃO:
Pilotis do prédio da Reitoria
PRAIA VERMELHA:
Auditório Manoel Maurício (CFCH)
MACAÉ:
Auditório do bloco B do Polo Universitário
PAUTA:
Avaliação da conjuntura/Greve -Prestação de Contas/ Fundo de Greve e Caravana a Brasília – Inscrição para a caravana.

 

Data é dia de denúncia contra a condição de vulnerabilidade que a população negra enfrenta ainda nos dias de hoje

A data oficial da abolição da escravidão no Brasil, o 13 de Maio, é uma data que, para a população negra, não é um dia de comemoração. Ao contrário, é uma data de reflexão sobre uma medida tomada, à época, levando em consideração interesses capitalistas e que, na prática, não trouxe liberdade aos negros e negras e sim, perpetuou o racismo estrutural existente na sociedade. LEIA MAIS